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Agulha

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By Eduardo Reina

Jornalismo Investigativo e Comunicação.
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Episódio 1 - parte 1 - Mário Magalhães

AgulhaJun 22, 2020

00:00
16:23
Episódio 24 - Tatiana Merlino

Episódio 24 - Tatiana Merlino

Os veículos de comunicação no Brasil precisam dar espaço para reportagens sobre a ditadura, reivindica a jornalista Tatiana Merlino. Neste episódio de #Agulha, ela aponta que um dos maiores desafios para fazer jornalismo de reconstrução da história, com foco nos direitos humanos e ditadura, é obter o entendimento dos meios de comunicação para tratar esses temas. “Há falta de incentivo e de espaço para essas reportagens nos grandes veículos”, diz.

Tatiana destaca que é preciso ter “tempo de escuta” para ouvir as fontes que sobreviveram à ditadura. “Muitas revelações são feitas quando se deixa a pessoa falar. A apuração também passa pela empatia e respeito à fonte”. Ela também conta detalhes de como foi realizado o trabalho na Comissão da Verdade de São Paulo. “Temos o papel de ser historiador do presente”.

Dec 15, 202027:31
Episódio 23 - Pablo Pereira

Episódio 23 - Pablo Pereira

O repórter Pablo Pereira aposta na nova geração de jornalistas que chega às redações, mas com interação de repórteres experientes, que será fundamental para o desenvolvimento do bom jornalismo. “Apostar no trabalho dos jovens, com os cuidados técnicos que o time exige e apoio dos mais experientes. As redações precisam ter algumas âncoras de apuração mais profunda, com jornalistas experientes interagindo com repórteres novatos”.

Pablo afirma que só tem um jeito de superar a onda das fake news, das novas verdades no jornalismo, que é fazendo informação com qualidade. “É fazer muita apuração, mais apuração e apuração”.

Para conquistar fontes, buscar a informação completa, aponta o repórter, é preciso falar com várias pessoas, cruzar dados, informações, depoimentos. “Isso tem que ser radicalizado. Cruzar as fontes antes e chegar ao lead”. 

Fala também em “limpar o mercado dos maus jornalistas”. “É preciso critério, esforço e muito trabalho. O leitor entende, o retorno acaba vindo”, diz lembrando cobertura de invasão de embaixada do Japão em Lima, no Peru, quando trabalhou sozinho por vários dias, com plantão de 24 horas, para não perder informações importantes para o material. “Bom jornalismo se faz com muita persistência”, recomenda.

Dec 09, 202027:58
Episódio 22 - Thiago Uberreich

Episódio 22 - Thiago Uberreich

Apaixonado pelas copas do mundo de futebol, o jornalista Thiago Uberreich faz o melhor e mais puro jornalismo histórico. É um garimpeiro das histórias do futebol mundial. Neste episódio de #Agulha, ele conta como e onde obtém as informações esquecidas, os nomes silenciados e o resgate sobre o grande amor pelo futebol. “A Copa do Mundo é a memória afetiva das pessoas”, destaca. Levou 16 anos para conseguir os áudios, na íntegra, dos jogos do Brasil na Copa do Mundo de 1950, e divulga de graça para a população. “Gosto muito das histórias que envolvem as copas, o pano de fundo, o momento que os povos vivem”. Ele descobriu áudio de João Havelange citando quais as empresas que bancavam a seleção brasileira e a CBD na Copa do Mundo de 1970, em plena ditadura militar. Quem gosta de futebol e de história não pode perder.

Dec 02, 202025:58
Episódio 21 - Alexandre Hisayasu

Episódio 21 - Alexandre Hisayasu

Alexandre Hisayasu começou sua carreira em jornais de São Paulo há 20 anos e agora está na filial da Globo na Amazônia. Conta para o #Agulha como é o trabalho de um jornalista na região norte do Brasil. Em contraponto a discursos governamentais sobre queimadas, garimpo e indígenas destaca que 90% das queimadas são motivadas pela grilagem de terra e que os povos indígenas combatem as queimadas e o garimpo, apesar de haver pequeno grupo que foi corrompido e acabou preso pela Polícia Federal.

Ele fala como foi a implantação do núcleo de reportagem investigativa na Rede Amazônica, como é lidar e trabalhar com as instituições públicas, políticas, econômicas e a sociedade na Amazônia. “São posturas totalmente diferentes do que estamos acostumados no sul e sudeste. O jornalismo investigativo é bem recebido. Há reação positiva, inclusive junto ao Ministério Público, Polícia Federal, que não estavam acostumados com esse tipo de reportagem feita por profissionais daqui, com essa nova filosofia de trabalho”.

Nov 24, 202027:11
Episódio 20 - Edson Rossi

Episódio 20 - Edson Rossi

Neste episódio de #Agulha, o jornalista Edson Rossi põe o dedo na ferida da imprensa brasileira. Analisa desde as universidades, passando pelos profissionais, até os veículos tradicionais. “É preciso resgatar o valor do grande jornalismo. Mas não tem como abrir mão de tecnologia, que tem mil possibilidades de ação. Poucos jornalistas estão sendo formados para o jornalismo investigativo no Brasil. Falta referências”, diz.

Rossi afirma que estudante de jornalismo e muitos jornalistas não consomem jornalismo, não leem. “Não leem nem mesmo o veículo que eles trabalham. É preciso ler conteúdo de qualidade”.

Diante de tantos problemas, ouça na entrevista, ele diz que é mais do que necessário ir à busca de uma informação que mude a vida das pessoas. “Jornalismo muda o mundo sim. É o DNA da nossa profissão”.

Nov 17, 202027:48
Episódio 19 - Marcelo Godoy

Episódio 19 - Marcelo Godoy

A conversa neste episódio de #Agulha é com o jornalista Marcelo Godoy, que detalha como foi o processo de apuração e checagem de fatos e informações do best seller “A casa da vovó”, a biografia do Doi-Codi de São Paulo.

Também dá spoiler sobre seu próximo livro, que deve ficar pronto em 2022. O fio condutor da obra é a vida de um ex-militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que delatou integrantes do partido, participou de sequestro, desaparecimento e morte de várias pessoas. “Um policial me passou o telefone dessa pessoa e disse que era para me identificar como amigo do Pirilo e ele iria me contar tudo o que eu queria. Assim fiz. Fiquei numa dúvida ética se me apresentava como jornalista ou somente como amigo do Pirilo. Cheguei à conclusão que não iria mentir. Se ele me perguntasse quem eu era, me identificaria. Não perguntou, fui fazendo as perguntas como amigo do Pirilo e ele foi respondendo tudo”, diz o repórter.

Nov 11, 202039:60
Episódio 18 - Cláudia Gaigher

Episódio 18 - Cláudia Gaigher

A repórter Cláudia Gaigher, repórter da TV Morena, filiada da Globo em Mato Grosso do Sul, conta como está sendo feita a cobertura de um dos maiores desastres ambientais no Brasil, as queimadas no Pantanal em 2020. Um trabalho jornalístico de fôlego, com o uso de ampla rede de fontes e informações, tecnologia, imagens de satélite e muita apuração jornalística. E mais, especialista em meio ambiente, a repórter fala como a ação voluntária de muita gente – ribeirinhos, indígenas e empresários, sem cooperação do governo federal, será capaz de ajudar o bioma pantaneiro a se reconstruir. Ela conta ainda como conseguiu afastar crianças pantaneiras do trabalho infantil e do perigo e colocá-las na escola, um grande exemplo da função social do jornalismo.

Nov 03, 202021:39
Episódio 17 - João Paulo Charleaux

Episódio 17 - João Paulo Charleaux

O jornalista João Paulo Charleaux, com ampla experiência em reportagem e edição e trabalha no jornal digital Nexo, se diz sem esperanças quanto a um futuro melhor para o jornalismo no Brasil e ressalta que caminhamos para uma “mulecalização da linguagem” atrelada à busca de maior engajamento nas redes sociais. “Sou pessimista quanto ao futuro do jornalismo no Brasil. As pessoas leem cada vez menos. Esses aparelhos de celulares, esses memes, tudo conduz para uma leitura ligeira, baseada em imagens, coisas memetizadas, piadas, coisas baseadas em comentários curtos, tudo muito fugaz. Com algumas exceções, não vejo o jornalismo nacional caminhando para grandes materiais gráficos bem editados, grandes textos, livros reportagens. Caminhamos para a mulecalização da linguagem. Prefere-se ter mais engajamento com notícias tolas”.

Seu trabalho hoje é explicar e ser plural, elaborar informação útil e compreensível com todos os envolvidos no fato, fazer entender a notícia com cobertura ampla e didática. Charleaux faz “jornalismo de recuperação”, uma revisão bibliográfica dos fatos. Trabalha com fontes primárias e coloca-as à disposição dos leitores. “Material mais original possível, sem que tenha a versão produzida por terceiros”.

Oct 27, 202028:58
Episódio 16 - Petria Chaves

Episódio 16 - Petria Chaves

Petria Chaves lança documentário sobre a desinformação no dia 26 de outubro. Em “A verdade da mentira”, ela busca as causas e consequências da disseminação de conteúdos comprovadamente desinformativos acelerada pelo uso da tecnologia. “A mentira nunca esteve tão presente nas nossas vidas. Há empresas que lucram com a mentira. É preciso usar um desfibrilador para ressuscitar a verdade”, diz.

Neste episódio de #Agulha, a jornalista observa que: “opinar o tempo inteiro colabora com a disseminação da desinformação. Precisamos honrar o jornalismo que apura, que vai atrás dos fatos. As redes sociais confundem a missão social do jornalismo. Mas o jornalismo continua sendo imprescindível. A gente precisa ter mais humildade. Não somos os donos da verdade. Podemos ser melhores, podemos ser mais consciência. A gente precisa de mais aprofundamento no jornalismo que investiga”.

Oct 20, 202028:02
Episódio 15 - Ricardo Galhardo

Episódio 15 - Ricardo Galhardo

Repórter com ampla experiência em coberturas aqui e em outros países, Ricardo Galhardo fala sobre as limitações do jornalismo brasileiro atual, muito preso ao esquema lide e sub-lide. “Às vezes falam que faço matéria sem lead. Infelizmente aqui somos muito limitados. É uma questão cultural do jornalismo brasileiro. Falta de ousadia dos repórteres e dos editores. Falta ler a imprensa internacional. O New York Times não usa mais lide e sub-lide há muito tempo e isso não prejudica nada o caráter informativo das matérias”. Ele também trata das barreiras erguidas pelas experientes assessorias de imprensa durante apuração de reportagens.
Oct 14, 202024:18
Episódio 14 - Pedro Venceslau

Episódio 14 - Pedro Venceslau

Pedro Venceslau, jornalista especializado em política.

Neste episódio, o repórter dá dicas de como avaliar as informações dadas em off e a importância dessa técnica no jornalismo político. "Não é possível informar bem as pessoas sobre o governo Bolsonaro se não utilizar informações passadas em off. Em on só passam fake news". 

Ele destaca que é preciso ter muito cuidado e desconfiar sempre dos políticos mal-intencionados, que plantam notícias. “Quando a fonte quer tirar você do caminho certo, por interesse pessoal”. E que governos querem driblar os questionamentos feitos até pela Lei de Acesso de Informação. “Há assessores que querem fazer com que a notícia não saia”. 

Oct 06, 202023:13
Episódio 13 - Karine Garcez

Episódio 13 - Karine Garcez

Karine Garcez é uma fotógrafa cearense que trabalha em campos de refugiados palestinos na Ásia e Europa. Sob seu olhar revela pessoas que sofreram, perderam familiares, propriedades, pertences, mas que têm muito amor a dar.

A fotografia de Karine mostra que é possível retratar e fazer escolhas sem explorar a vida das pessoas, sem espetacularização da dor. “É preciso repercutir a verdade sobre elas, chamar a atenção para a situação, sem tirar a dignidade delas. Tratar o real problema de tudo que está acontecendo”.

Ela apresenta a realidade dos campos de refugiados de forma não mostrada pela mídia. Pratica o verdadeiro Jornalismo Humanitário.

Sep 29, 202032:04
Episódio 12 - Chico de Góis

Episódio 12 - Chico de Góis

Usar sempre o verbo principal do jornalismo, o verbo duvidar, para assegurar uma apuração fidedigna de reportagens; além de prestar atenção no outro lado, não apenas como registro, aconselha o jornalista Chico de Góis neste episódio do Agulha.

Hoje, diz, se faz um “fast jornalism” devido a estrutura precária das redações, e a sede de informação leva a muitos erros. 

Ouça histórias de sua experiência em coberturas internacionais, como a do terremoto no Haiti, quando morreram 300 mil pessoas em 2010.

Chico de Góis trabalhou durante 30 anos nos principais jornais do país, como O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, entre outros.

Sep 22, 202030:12
Episódio 11 - Lúcia Guimarães

Episódio 11 - Lúcia Guimarães

O que leva um dos maiores ícones do jornalismo mundial, Bob Woodward, guardar segredo de uma declaração do presidente Donald Trump sobre a alta letalidade do coronavírus, enquanto milhares de cidadãos morrem nos Estados Unidos e no mundo em virtude da pandemia? Será que Woodward podia ocultar essa informação por 7 meses para divulgá-la só agora, na véspera das eleições presidenciais? A correspondente internacional Lúcia Guimarães responde ao Agulha a essas perguntas e fala muito mais sobre esse escândalo, registrado no livro Rage, de Woodward, lançado no dia 15 de setembro.

Lúcia Guimarães é jornalista e vive em Nova York desde 1985. Foi correspondente da TV Globo, da TV Cultura e do canal GNT, além de colunista dos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo.

Sep 18, 202024:27
Episódio 10 - Eumano SIlva

Episódio 10 - Eumano SIlva

O jornalista e escritor Eumano Silva explica como é fazer jornalismo de excelência, que é o jornalismo de investigação, que trabalha no limite da informação, da tensão política e tensão social. Ele relata sua experiência sobre relação intensa com as fontes, como é conversar com pessoas muito sofridas, como o caso da uma mulher que lhe contou história da sobrinha que havia sido estuprada coletivamente por soldados durante a guerrilha do Araguaia. “É muito forte, porque você não se prepara para enfrentar isso. Você aprende no processo de apuração, no dia a dia, na relação com as fontes. Precisa estar muito convicto de seus objetivos, não criar falsas expectativas e contar a verdade”, explica.

Eumano chefiou as sucursais das revistas Época e IstoÉ, foi editor de Política no Correio Braziliense, editor-executivo no Congresso em Foco e editor-chefe da revista Veja Brasília. Como repórter, trabalhou na Folha de S.Paulo, Veja, O Estado de S.Paulo e Diário do Sul. Ganhou o Prêmio Jabuti de Melhor Livro-Reportagem, com a obra Operação Araguaia: Os Arquivos Secretos da Guerrilha, e o Prêmio Esso Regional de Reportagem. Autor do livro “A morte do diplomata”, que trata da morte de Paulo Dionísio de Vasconcelos, em Haia, na Holanda, em agosto de 1970.

Sep 15, 202029:58
Episódio 9 - Adriana Farias

Episódio 9 - Adriana Farias

O podcast Agulha apresenta hoje o trabalho investigativo da repórter Adriana Farias. Ela conta como descobriu, em 2014, a história de Loemy, uma promissora modelo que veio do Mato Grosso para São Paulo e se transformou em dependente de drogas. O caso ficou conhecido como “modelo da Cracolândia”. Ela relata como ocorreu a aproximação com a mulher, como a empatia é importante e possibilita a prática do jornalismo humanitário.

A repórter teve de negociar com chefias do tráfico para fotografar a ex-modelo na Cracolândia. Mostra como está sendo acompanhar a vida de Loemy até hoje. “É uma das minhas grandes histórias. Nos transformamos em amigas”, diz a jornalista.

Outra reportagem-denúncia, que rendeu intimidações e ameaças, trata do trabalho infantil em plantações de cacau na Bahia e no Pará. Um trabalho que levou 4 meses entre preparação da pauta, apuração e edição. Foram percorridos milhares de quilômetros na Bahia e no Pará, em 15 fazendas para encontrar crianças de 5 a 10 anos atuando em jornadas exaustivas, faltando à escola. “Nada melhor do que o jornalismo gastar muita sola de sapato, mas não tem outra alternativa”.

A repórter mostra que a lei de acesso à informação possibilitou obter documentos comprovando que grandes empresários já punidos no passado voltaram a cometer o mesmo crime. “São informações públicas, mas de difícil acesso, e foi necessário muito esforço para ser atendida”.

Adriana vem atuando em jornal, revista, on-line e TV nas áreas de reportagem investigativa e produção, como TV Cultura, Folha de S.Paulo, Veja SP e Record TV nas áreas dos direitos humanos, justiça, segurança pública, administração pública, saúde, educação entre outros. Atualmente é repórter do núcleo de documentários da CNN Brasil chamado Séries Originais realizado pela DOC.Films Produtora.

Sep 07, 202031:41
Episódio 8 - Vitor Nuzzi

Episódio 8 - Vitor Nuzzi

No episódio de hoje, Agulha conversa com o jornalista e escritor Vitor Nuzzi. Ele fala sobre a produção de jornalismo cultural, especialmente como apurar e escrever uma biografia. 

Nuzzi é autor da biografia de um ícone da música brasileira, Geraldo Vandré. Em 2015, lançou "Geraldo Vandré - Uma canção interrompida”. O repórter e escritor está agora na fase de conclusão de outro livro, que contará a vida de grande músico e instrumentista brasileiro: Hermeto Pascoal. 

Nessa conversa ele dá dicas muito preciosas que mostram as dificuldades para transpor para as páginas de um livro os fatos e dados apurados sem a cooperação do entrevistado, no caso, Vandré. Em contraposição à facilidade de conversar com Hermeto.

Como também é especializado em Economia, com ampla experiência em cobertura de movimentos sindicais, Nuzzi fala sobre seu percurso profissional, que registra passagens em diversos veículos, como Diário Popular, Diário do Grande do ABC, Agência Leia e Editora Abril. Atualmente é repórter da Rede Brasil Atual.

Sep 01, 202049:14
Episódio 7 - Luís Costa Pinto

Episódio 7 - Luís Costa Pinto

Agulha apresenta entrevista bombástica com Luís Costa Pinto, onde ele aponta defeitos e também saídas para a crise enfrentada pela imprensa brasileira. E alerta sobre a crescente crise do autoritarismo e o desmonte da democracia.

“No Brasil de hoje colecionamos ameaças à democracia, às liberdades individuais e à transparência”.

Luís Costa Pinto adverte que assistimos enxurrada de declarações vazias, ausência de postura e busca do contraditório por muitos jornalistas. Problema que ganhou corpo durante a campanha eleitoral de 2018, submetida a provocações de declarações produzidas e pensadas sob controle de um só candidato: Bolsonaro. Houve uma campanha hostil e um candidato preservado. “Resultado disso está aí”.

“Não temos um governo. É uma bagunça, tão fechado, menos transparente e tão protegido desde o governo Geisel.” Um governo federal formado por grupo de pessoas que tem “desprezo pela democracia e pretende ficar anos no poder. Um governo fundador de uma autocracia. Os instrumentos da democracia estão sendo desmontados”.

Segundo o experiente jornalista, a “Imprensa está manca, dócil, e tem vergonha de fazer apurações independentes. Redações foram muito depauperadas pelos cortes de orçamento e demissões.”

A saída, diz, “talvez seja o jornalismo independente”.

“A saída é (fazer) um jornalismo “a man, a media”, ou seja, um homem, uma mídia. A outra é a comunicação pública. Não a comunicação oficial de um governo, mas a comunicação pública. Aqui no Brasil não paramos para discutir isso”. Algo como a BBC, por exemplo, a serviço da sociedade, não a serviço de um governo de plantão.

Luís foi chefe de sucursal de Veja no Recife e em Brasília. Repórter especial de O Globo e Folha de S. Paulo em Brasília e São Paulo. Editor de Época. Editor-executivo do Correio Braziliense. Deixou as redações em 2002 para se dedicar à consultoria e ao marketing política. É analista de conjuntura.

Autor dos livros “Os Fantasmas da Casa da Dinda”, 1992 (Prêmio Jabuti de livro-reportagem, co-autor Luciano Suassuna); “As Duas Mortes de PC Farias”, 1996; “Trapaça - Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro” (vol 1, 2019; vol 2, 2020). Vencedor do Prêmio Líbero Badaró e Prêmio Esso de Jornalismo em 1992 pelo caso PC Farias.

Aug 25, 202040:34
Episódio 6 - Jamil Chade

Episódio 6 - Jamil Chade

#Agulha atravessa o Oceano Atlântico para falar com Jamil Chade, repórter brasileiro na Europa que é colunista no UOL e na Band News TV. Antes, atuou como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo entre 2000 e 2019. Em 2011 e em 2013 foi eleito o melhor correspondente estrangeiro brasileiro, prêmio dado pela organização de mídia Comuniquese.

O repórter fala sobre a função social do jornalismo e do  jornalista, que deve sempre não se conformar com a realidade, questionar tudo e todos. "O trabalho do jornalista é reconstruir a história". Jamil alerta para o desenvolvimento do jornalismo investigativo e para o cuidado que se deve ter com a contrainformação. "Contrainformação, o trabalho para tirar você do caminho certo da apuração, sempre vai existir, em todos grande processos e grandes histórias. Te silenciar é muito complicados, mas descredibilizar o trabalho do repórter é mais fácil", alerta,

Desde 2000, Jamil tem noticiado a partir de mais de 60 países em todos os continentes do mundo. Estas missões incluem viagem com o secretário-geral da ONU aos países africanos, com o Papa Bento XVI e o Papa Francisco à América Latina, assim como a cobertura das viagens presidenciais oficiais de quatro chefes de estado do Brasil ao redor do mundo.

Já cobriu quatro Copas do Mundo, assim como dois Jogos Olímpicos. Seu trabalho investigativo contribuiu para que o Congresso Nacional brasileiro criasse uma comissão de inquérito para apurar a corrupção no futebol. Na Espanha, investigações também foram abertas.

Durante os últimos dez anos publicou cinco livros. Dois deles foram finalistas do principal prêmio do livro no Brasil, o "Jabuti". Na Suíça, um de seus livros ganhou o Prêmio Nicolas Bouvier. Jamil foi um dos pesquisadores da Comissão Nacional da Verdade, criada pelo governo do Brasil para investigar crimes e violações dos direitos humanos cometidos durante o regime militar no país (1964 a 1985). Ele também faz parte de uma rede internacional de especialistas que lidam com corrupção, a Transparency International's Anti-corruption Solutions and Knowledge (ASK).

Aug 11, 202033:59
Episódio 5 - Gustavo Veiga

Episódio 5 - Gustavo Veiga

Neste episódio, o Agulha travessa os pampas e a bacia do rio de La Plata para conversar com o jornalista e escritor argentino Gustavo Veiga, que está nas redações há 42 anos. É professor de Comunicação Social da Universidade de Bueno Aires e também da Universidade de La Plata. Especialista em jornalismo investigativo, esportes e direitos humanos.

Publicou quatro livros, “Donde manda la patota”, sobre as torcidas organizadas argentinas, os barrabravas. “Futbol limpio, negócios turbios”. “Deporte, Desaparecidos y Dictadura” e “La vuelta al futbal em 50 historias”. Além de ser coautor em três outras obras.

Trabalhou nos jornais La Prensa, Clarín, La Voz, Crónica, Perfil, La Voz del Interior, e das revistas Goles Match, El periodista, entre outras. Atualmente trabalha no Página 12, com reportagens políticas, sociedade, política internacional e esportes.

Gustavo Veiga conta como foi exercer a profissão sob a censura e o cano das metralhadoras dos militares argentinos durante o período da ditadura naquele país.

Destaca a necessidade de trabalhar sempre com a ideia de exercer jornalismo contra-hegemônico, que investigue fatos e personagens que não estão visíveis. “Porque se não sabemos de onde viemos, vamos repetir as experiências ruins que já passamos”.

Ele também afirma que “é preciso nunca deixar de se apurar um tema, em qualquer circunstância”. “O Jornalista Investigativo não deve nunca abandonar um caso. Precisa saber aproveitar as oportunidades que aparecem”.

Diz que hoje, com tantos anos de profissão, não sabe se é somente um jornalista ou um buscador de histórias e de personagens.

Aug 03, 202032:52
Episódio 4 - Cristina Serra

Episódio 4 - Cristina Serra

Ela ficou por três anos como correspondente da TV Globo nos Estados Unidos, período que lhe fez aumentar a paixão pelo Brasil. “Nossa cultura e nosso povo são magníficos”, afirma. E sofreu forte impacto humanístico durante a cobertura da tragédia ambiental de Mariana, que levou à morte 19 pessoas após o rompimento da barragem da mineradora Samarco na tarde de 5 de novembro de 2015, em Minas Gerais. Esse impacto a fez mudar o rumo da carreira profissional e culminou no livro reportagem “Tragédia em Mariana - a história do maior desastre ambiental do Brasil”.

Cristina destaca que a essência do jornalista é saber fazer perguntas certas para as pessoas certas no momento certo. “Sem essa ferramenta não se faz bom jornalismo”. A repórter conta que o brasileiro está acostumado com o jornalismo “chapa-branca”, e que é preciso se voltar e ouvir também o Brasil real, não somente o Brasil oficial. “Me ressenti muito de fazer jornalismo mais próximo das pessoas”.

Jul 20, 202035:54
Episódio 3 - Edison Veiga

Episódio 3 - Edison Veiga

O repórter fala sobre técnicas de apuração de informações, o método investigativo e as vantagens de uma investigação a partir de histórias.

Conta também como foi estar dentro da  usina atômica de Chernobyl, no norte da Ucrânia, palco do acidente nuclear em 1986.

Jul 13, 202037:08
Episódio 2 - Gilberto Nascimento

Episódio 2 - Gilberto Nascimento

Gilberto Nascimento defende o uso do off nas reportagens investigativas. Destaca a necessidade de se fazer uma pré-apuração, um projeto, antes de partir para o trabalho na rua. E aconselha ouvir sempre mais de uma fonte. Conta como achou no lixo, durante encontro da Igreja Católica,  planilha com informações secretas sobre as finanças do Vaticano, o que rendeu importante reportagem.

Ele é autor do livro “O Reino – a história de Edir Macedo e uma radiografia da Igreja Universal”. Especializado em Direitos Humanos pela Universidade Columbia (Nova York), foi oficial de comunicação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Trabalhou como repórter, colunista e editor na Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, O Globo, Istoé, Carta Capital, TV Record, Correio Braziliense, Jornal do Brasil e Diário de S.Paulo. Atualmente é colaborador na revista Piauí e na Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Vencedor de 10 prêmios de jornalismo, entre eles o Vladimir Herzog de Direitos Humanos, o Prêmio Ayrton Senna, o Prêmio Simon Bolivar, do Parlamento-Latino Americano, e o da União Católica Internacional de Imprensa.

Jul 07, 202031:47
Episódio 1 - parte 2 - Mário Magalhães

Episódio 1 - parte 2 - Mário Magalhães

Nesta segunda parte da entrevista com Mário Magalhães, o repórter  ressalta que o ceticismo, junto com a curiosidade, são ingredientes indispensáveis ao exercício do jornalismo investigativo. “É preciso desconfiar de tudo”, diz. 

Ele conta passagem da apuração da biografia de Marighella, onde ouviu de duas fontes distintas uma mesma história sobre o personagem: que o então deputado federal do PCB participou de uma sessão na Câmara onde os comunistas sofreram ofensas e discriminação. Mas que depois, ao concluir pesquisa nos anais do Congresso, nas atas da Câmara e em jornais da época, descobriu que Marighella nunca esteve nessa sessão histórica.

Mário recomenda: “Cuidado com as armadilhas e informações fáceis”.

Uma entrevista imperdível!

Jun 29, 202025:39
Episódio 1 - parte 1 - Mário Magalhães

Episódio 1 - parte 1 - Mário Magalhães

Neste primeiro episódio, o papo é com Mário Magalhães, jornalista e escritor, que já trabalhou na Folha de S.Paulo, Estadão, O Globo e Tribuna da Imprensa. Ele é autor da biografia “Marighella: o guerrilheiro que incendiou o mundo”; de “Sobre lutas e lágrimas – uma biografia de 2019”, entre outros livros. Atualmente prepara a biografia de Carlos Lacerda, com lançamento do primeiro volume previsto para 2021. É uma conversa rica em detalhes sobre a profissão de repórter, como fazer o bom jornalismo e sobre Jornalismo Investigativo.

Para você não perder nenhum detalhe e aproveitar esta aula sobre jornalismo, dividimos a conversa em duas etapas.

Nesta primeira parte ele fala sobre a situação atual das redações, cada vez mais precárias, sobre o desmoronamento do jornalismo impresso brasileiro e a crise do modelo de negócio do jornalismo impresso. Ele destaca que a reportagem é o gênero mais importante, mais relevante do jornalismo. E, principalmente, que o fator repórter tem grande influência na produção de reportagens.

Uma dica fundamental dada pelo experiente profissional é que o repórter precisa ter ambição jornalística: “repórter medroso, com medo de atuar, deve mudar de função e abandonar o jornalismo”, diz.

Jun 22, 202016:23