Cadernos de Observação

Artistas (ou criadores de conteúdo) doam seu tempo e energia — seus recursos — na criação e lançamento de seus trabalhos. Enquanto que os espectadores, você, eu, nós, a gente consome essas coisas e pra gente não nos custa nada, ou praticamente nada perto do que custou pra ser feito. Por exemplo este podcast, você clicou num link e já está escutando. E é justamente na troca (entre autora e espectadora) que o trabalho cumpre seu propósito.

Neste episódio reflito e levanto sugestões para a questão: de que forma podemos retribuir um trabalho criativo?

Indiscutivelmente, Hamlet é a peça mais importante de Shakespeare. Talvez até do teatro. Tema de inúmeras teses, livros e adaptações, é a obra mais interpretada na história do teatro. Pouco se sabe sobre a sua origem, porém alguns acontecimentos dão pistas das motivações que o levou a escrevê-la. E isso tem a ver com o seu filho, que se chamava Hamnet e morreu jovem demais.

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Você, artista, tem que estar nas redes sociais? Sim? Não? As mídias  sociais são uma plataforma para expor o trabalho artístico? Ou um diário  do processo criativo? Ou da vida pessoal? Ou o quê?

Nas redes fica mais fácil das pessoas conhecerem seu trabalho, pois  as comunidades estão bem estabelecidas. O problema é que o jogo dessas  plataformas eleva a competitividade à um nível nocivo e  pode acabar  gerando frustração, angústia, vergonha, depressão.

Neste episódio tento refletir e contar um pouco a minha experiência trabalhando nessas mídias.

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Muitos artistas já disseram que não se deve contar com a inspiração para criar. Que fazer arte é um trabalho como qualquer outro. Exige dedicação, prática, rotina e disciplina. Tá certo. Esperar pela inspiração pode atrapalhar mais do que ajudar, mas existe uma forma de mantê-la viva, existem gatilhos que podemos usar como ferramentas na hora de criar algum trabalho. 

Neste episódio tento refletir e contar um pouco o que penso sobre isso.

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Acordamos e imediatamente estamos presentes em duas dimensões: particular e pública. Como a vida se dá primordialmente na esfera pública, as questões individuais acabam ficando em segundo plano, menosprezadas, quando não esquecidas.

No início de 1950 o psicólogo Solomon Asch conduziu uma série de experimentos que ficaram conhecidos como "Experimentos de conformidade", que demonstraram o poder da conformidade nos grupos e como decisões erradas podem ser tomadas por influência de uma maioria. Será que as coisas em que acreditamos surgem de análises próprias ou da influência das pessoas com quem convivemos? 

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"Cadernos de Observação" é um podcast derivado da newsletter do mesmo nome, enviada com exclusividade para uma lista de assinantes. Nela escrevo sobre coisas que penso, leio, vejo ou escuto. 

É impressionante o poder de teletransporte que a música tem. De repente você ouve uma música e então não está mais no mesmo lugar. Você já deve ter escutado o Prelúdio, Op. 28, nº 4 de Chopin. Mas não deve conhecer uma de suas principais inspirações, Amandine Dupin.
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"Cadernos de Observação" é um podcast derivado da newsletter do mesmo nome, enviada com exclusividade para uma lista de assinantes. Nela escrevo sobre coisas que penso, leio, vejo ou escuto. 

Não sei como é pra você mas eu passo mais tempo lendo em dispositivos digitais do que no papel. Carrego no meu tablet e celular todos os sites, blogs, portais, jornais e livros que quero ler. A praticidade de centralizar todas as leituras em uma só ferramenta, de poder salvar os textos, comentar, compartilhar com os amigos, otimizou meu hábito como leitor e me fez ler muito mais. 

Enquanto escritor, desde muito tempo que uso a internet como plataforma não apenas para divulgar meus trabalhos mas principalmente de publicação, seja texto, imagem, e agora áudio.

Na internet o escritor pode publicar um livro sem depender da aprovação das editoras, do alcance das distribuidoras, da visibilidade das livrarias. Enquanto o leitor pode escolher o que ler, onde e quando. Mas será que estamos sabendo escolher o que ler? A liberdade nos está sendo útil, ou continuamos presos nos algoritmos e nos tópicos mais lidos?

Uma coisa que tenho há muitos anos são cadernos com citações de artistas falando sobre seus processos, seus trabalhos e claro, há muitas tentativas de explicar os motivos que os levam ou levaram a fazer determinadas obras.

Neste episódio trago algumas dessas provocações para esta pergunta impossível: Fazer arte pra quê?

São famosas as cartas que Vincent Van Gogh enviava ao seu irmão mais novo, Theo. Em uma delas, ele escreveu que sentia uma obrigação "de deixar um souvenir na forma de desenhos ou pinturas em agradecimento” por ter nascido. E foi assim que passou a definir seus trabalhos: souvenir. 

Neste episódio reflito sobre criar um trabalho artístico como uma lembrança por estar vivo.

"A luta é a marca fundamental na vida de Beethoven"

Neste episódio falo do ensaio escrito pelo maestro Arthur Nestrovski, onde conta como a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, da qual ele é diretor artístico, se adaptou aos tempos de isolamento social, e afirma que o período serviu para muitas lições, entre elas, a de ter disposição para mudar o que estava planejado.

É possível separar a obra do autor? Falo a minha opinião sobre essa questão polêmica que em tempos de cancelamento está mais que evidente. Para acompanhar meu pensamento trago ideias de Roberto Bolaño, Roland Barthes e Michel Foucault, que eu não sou doido de pensar num troço desses sozinho. 

Neste episódio conto o que aprendi sobre como encontrar a voz narrativa de um texto, seja para um romance, um conto ou até para um post nas redes sociais. Toda vez que sinto que um texto está travado, que não sai do lugar, ou quando estou com bloqueio, tem uma pergunta que me salva. Vou explicar sobre isso e mais.

Ler foi uma das coisas que mais fiz em dois mil e vinte. Um ano atípico, difícil, mas que trouxe reflexões que não surgiriam do nada. Os livros me fizeram companhia em meio ao isolamento, me salvando da angústia e da solidão que foi comum a todos. Neste episódio reflito sobre como quando estamos com os livros, nunca estamos sozinhos.

Você gosta de jogar Xadrez? Eu tive o privilégio de estudar em uma escola onde tinha aula de Xadrez. Era a última aula nas sextas-feiras, e pra ser sincero éramos poucos interessados, a maioria da turma esperava ansiosa bater o sinal pra ir embora. O interesse pelo jogo foi uma parte fundamental da minha adolescência. No entanto, entre os meus 20 e 30 anos, troquei o tabuleiro por outras diversões. Entre elas, o carteado de Buraco ocupou o tempo que antes era destinado ao Xadrez. Só fui voltar ao jogo na vida adulta, dessa vez estabelecendo uma outra forma de entendimento.

Este episódio foi baseado no texto "Buraco, a vida" escrito em 2013 e publicado no meu livro "A Desobediência do Escritor".  

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Episódio de apresentação do podcast Cadernos de Observação, de Gabriel Pardal.