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Cai Neve - Pensamentos de um careca com caspa

Cai Neve - Pensamentos de um careca com caspa

By Bruno Gouveia

Cai neve é um conjunto de pensamentos aleatórios, uma tentativa de fazer humor absurdo. Neste podcast vão encontrar uma série de curtos episódios com temas que vão desde a análise da consciência humana ao chinelo de dedo. Novos episódios às terças e quintas.
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Negócios na restauração

Cai Neve - Pensamentos de um careca com caspaApr 20, 2021

00:00
01:45
O Homem-Vagina

O Homem-Vagina

Para ter assunto de conversa, inventei um super-herói capaz de revolucionar o cinema.

Feb 17, 202201:55
Supermercados e respeito pelos religiosos

Supermercados e respeito pelos religiosos

Hoje falo sobre grandes superfícies e religião. Dois grandes temas da actualidade.

Feb 15, 202202:21
Peganhal

Peganhal

Proponho a criação de uma palavra para um conceito ainda pouco conhecido.

Feb 10, 202202:36
Vodafone, Macron e apalpões virtuais

Vodafone, Macron e apalpões virtuais

Nem era para lançar um episódio novo, mas estava aborrecido e quis comentar notícias do dia. Até gravei um jingle na casa de banho, ora ouçam:

Disclaimer: poderão ouvir barulhos de um bebé ao fundo. É o meu filho, nasceu e agora faz beatbox para este podcast.

E aquela cena do ataque à Vodafone? Sem comunicações desde as 9 da noite de ontem. Bombeiros sem telefones, máquinas multibanco sem funcionar, ainda não consigo fazer chamadas. Mas pior, é que sem dados móveis não dá para ver pornografia na casa de banho do escritório. É que a mim não apanham a ir ao XVideos pelo wifi da empresa.

E o Macron? A tentar apaziguar as merdas lá na Ucrânia. A defender a Rússia e tal. Lembram-se quando eram putos e queriam andar à porrada e vinha sempre um amigo separar? Que irritante o gajo, deixa a malta andar ao soco! Se há vontade, vamos embora. Qual é a pior coisa que pode acontecer? Acabar o mundo? Se correr mal, há aí tanto planeta azulinho pra emigrar a raça humana. Desde que tenha internet e água quente, pra mim serve.

Não sei se ouviram esta. O Facebook, ou Meta ou lá o raio, quer colocar um perímetro de segurança à volta dos avatares digitais nas realidades virtuais lá deles. Os bonecos não vão poder aproximar-se mais do que 1 metro e pouco uns dos outros. Isto, segundo eles, para evitar apalpões virtuais. Pá, nunca tive pixeis a apalpar-me o rabo, mas de certeza que é melhor que dançar com viúvas numa danceteria.

Feb 08, 202202:02
Natureza dos presentes

Natureza dos presentes

Esta época natalícia faz-me questionar a natureza dos presentes. Por mais que tente não consigo encontrar uma razão para as pessoas trocarem prendas. Porque é que alguém deseja passar por isso? Ter de encontrar alguma coisa para oferecer com base em dicas vagas proferidas ao longo do ano. É uma ansiedade que passava bem sem.

“Adoro dar prendas, nem me importo de não receber, eu gosto mesmo é de dar.” Bullshit. Ninguém gosta de não ser recompensado por ter gasto horas a pensar, a varrer lojas online, a ver promoções, a sondar amigos próximos para no fim não ter qualquer prémio para além de um “muito obrigado”. E mais, porquê arriscar dar algo a alguém se não tiver já combinado que se vai receber algo em troca? A pessoa que recebe sem ter nada para dar vai-se sentir uma merda por ser colocada nessa posição.

E mesmo no caso de já se saber que vai existir uma troca... Qual a razão para se fazer isso? Há sempre a atenção para dar algo com o mesmo valor que se recebe, ninguém quer trocar uma garrafa de vinho de 3 euros por uma coleção de ultra hd blu rays de todos os filmes do James Bond. O problema surge quando não se tem informação a priori da prenda da outra pessoa, é necessário fazer uma média do valor dos preços dos anos anteriores para se chegar a um valor aceitável. E depois ter em conta a inflação, a desvalorização dos produtos, toda uma matemática desgraçada. Porquê passar por isto?! Ideia revolucionária: cada um compra o que quiser para si próprio. Não precisa de receber coisas que não quer ou não precisa, não tem de ir para shoppings trocar merdas e ter de levar talões e recibos e papéis e faturas.

Há também a conversa do “A intenção é que conta”. Outra merda sem sentido. A intenção conta para quê? Em que outra situação, para além da oferta de presentes, é que a intenção conta para alguma coisa? Um médico que vai operar um paciente para lhe tirar um pedaço de intestino com cancro mas deixa a mão escorregar e saca-lhe metade do tubo. A intenção era óptima mas a pobre vítima vai ter de cagar num saco para o resto da vida.

Tudo isto me leva a imaginar o gajo que inventou a troca de prendas. Que condições levaram a raça humana a praticar tal acto vil? Foi provavelmente um primata macho, podemos chamá-lo Augusto, nosso antepassado, que ofereceu uma pedra bem bicuda a uma fêmea, Aurora, para a ajudar a cortar a carne crua e, ao mesmo tempo, impressioná-la de maneira a acasalar com ela. A Aurora sentiu-se logo na obrigação de pagar na mesma moeda, então retribuiu com um casaco de mamute que não lhe assentava nada bem. O que ela não sabia é que o Augusto era alérgico ao pelo, mas ele não podia dizer nada, para não lhe ferir os sentimentos. Optou então por despachar aquilo para o seu tio Júlio que andava sempre constipado e iria beneficiar de um melhor agasalho. E assim começou o efeito dominó que arruinou a raça humana. Raios partam o Augusto.

Dec 23, 202103:20
Coisas que me irritam

Coisas que me irritam

Estou sem ideias para este episódio. Vou apenas enumerar coisas que me irritam:

  • Dobrar camisolas de manga comprida;
  • Músicas de Natal;
  • Músicas de anúncios;
  • Músicas de anúncios de natal;
  • O Natal;
  • Emparelhar dispositivos Bluetooth;
  • Furar rolhas de garrafas de um lado ao outro sem querer;
  • Meias dobradas por baixo do pé;
  • Palmilhas desgastadas;
  • Calças largas de pijama que sobem pela perna acima enquanto dormimos;
  • Ter de actualizar aplicações;
  • Notificações de aplicações;
  • Lençol de cima solto e todo enrolado nas costas;
  • Lavar só os pés;
  • A chuva;
  • Conversas repetidas sem poder alertar que já se falou nisso;
  • Trânsito;
  • Sinais de trânsito pouco visíveis;
  • Linhas separadoras desgastada;.
  • Lombas;
  • Autoclismo com fuga que o faz disparar a meio da noite;
  • Carros a passar que fazem activar o alarme;
  • O miar do meu gato com fome;
  • A minha cadela destruir a mobília;
  • Bancos;
  • Usar o Zoom;
  • Correctores ortográficos;
  • Sabor do maracujá;
  • Esquecer-me de tirar o despertador nos feriados;
  • Ter de encher o depósito da máquina do café;
  • Esquecer-me de pins e passwords;
  • Ir cagar de robe e ao sentar-me deixar cair o cinto na água da sanita;
  • Notícias recomendadas de coisas que não me interessam;
  • Abrir invólucros de DVDs e Blu rays;
  • Deixar cair a chave ao apertar parafusos;
  • Deixar cair um parafuso para baixo de um móvel;
  • Molhar a barba com leite dos cereais;
  • A mudança da hora;
  • Varejeiras, moscas, mosquitos e melgas;
  • Smarts estacionados em sítios que, à distância, parecem lugares vagos;
  • Falhar a luz, água ou internet;
  • Crimpar cabos RJ45;
  • Torneiras que pingam;
  • Pisar lama;
  • O som de uma faca a arrastar no prato;
  • O Facebook;
  • Espirros que teimam em não sair;
  • Religiões;
  • Plantações de eucaliptos;
  • Perceber que uma peça de vestuário deixa de se poder vestir para ir à rua;
  • Mascar pastilha depois de perder o sabor;
  • Colocar ponto e vírgula no final de cada item de uma lista.
Dec 21, 202102:33
Receita de merda

Receita de merda

Pré aqueça o forno a 280 graus. Se o seu forno não der para tanto pense momentaneamente em adquirir outro, veja os preços e desista da receita. Enquanto espera que aqueça, retire gomas de um pacote e coloque-as numa taça com leite de soja para tirar o açúcar. Pode usar qualquer tipo de goma, menos daquelas Coca-Cola amargas. Essas são só nojentas. Verifique a temperatura do forno e note que ainda falta muito tempo para estar à temperatura ideal. Faça qualquer coisa útil enquanto espera, tipo por a roupa a lavar. Repare que o quadro da luz foi abaixo por ter dois eletrodomésticos de grande consumo ligados em simultâneo. Chame-se de burro a si próprio por não ter pensado nisso. Ligue a lanterna do telemóvel para se deslocar até ao quadro sem partir um mindinho. Volte a ligar o quadro e corra para a máquina de lavar, de modo a desligá-la antes que volte a trabalhar e a mandar novamente o quadro abaixo. Entretanto, perca a paciência com a temperatura do forno e pense que não é assim tão importante estar pré-aquecido.

Coloque as gomas num recipiente de vidro pequeno e reavalie a sua seleção. Escolha um de barro para não arriscar partir. Perceba que saltou um passo da receita e não escorreu as gomas, escorra as gomas. Programe o temporizador do forno para 40 minutos e vá para uma divisão em que não ouça o alarme, veja televisão e aproveite para tirar um cochilo no sofá. Acorde 50 minutos depois com o cheiro a queimado. Corra para o forno, retire o preparado e pense que não está assim tão queimado e que até gosta de sabores fumados. Regue o resultado com água espremida de uns calções de banho que levou a uma piscina cheia de cloro e está pronto a servir. Pode acompanhar com um vinho que tenha sido oferecido pelo Pingo Doce e ao provar mude de ideias e vá buscar um Compal.

Dec 16, 202102:05
Pastorinho Francisco

Pastorinho Francisco

Sabem aquela cena de vender ar de Fátima? Fui eu que inventei. Era puto e fingia que vendia frascos de ar. Às vezes fechava puns lá dentro. Não obstante, fui percursor do ar de Fátima. Os meus gases cheiram a Nossa Senhora.

Quando deduzi que por esta razão sou quase um pastorinho reencarnado, fui procurar mais informação sobre o pastorinho Francisco. Na Wikipédia, logo percebi pelo que este miúdo passou. Citação: "De acordo com as memórias de Lúcia, Francisco era um rapaz muito dado, mas calmo, e gostava de música, o qual mostrava habilidade no pífaro". Já na altura os padres promoviam instrumentos de sopro nas camadas jovens.

Outra coisa interessante da vida do Chiquinho. Citando a wikipedia:

"Contudo, como penitência, Francisco deixara de ir à escola e escondia-se para fazer reparação pelos pecadores". Esta era a derradeira desculpa para faltar às aulas de ginástica. Ao quarto esquecimento do equipamento o professor começa a desconfiar mas se usarmos o trunfo do "a nossa senhora para me castigar disse para não vir à aula" está a situação resolvida.

Além disso, o gajo morreu muito novo, provavelmente por malnutrição devido aos castigos da nossa senhora. Já curto mais a gaja, a matar putos para baixar a idade da reforma.

Num à parte, já procuraram regra 34 da nossa senhora? Eu experimentei. Encontrei um desenho dela a ser sodomizada pelo carinhoso burrinho do presépio em que o seu esperma enchia o espaço vago do ventre deixado pelo menino Jesus, escorria até ao chão,e formava uma cruz. Só quis partilhar o trauma, vão lá à vossa vida.

Dec 14, 202102:02
Pareceres sobre hotéis

Pareceres sobre hotéis

Fui passar uma noite num hotel.

Chegámos ao quarto e os empregados deixaram uma mensagem escrita à mão a desejar-nos uma boa estadia. O meu primeiro pensamento foi imaginar um pobre coitado preso numa masmorra a escrever dezenas de bilhetinhos todos os dias, para todos os hóspedes. Depois pensei que está a ser pago para escrever, e isso é fixe.

E quando tiramos o cartão da ranhura e a luz vai abaixo? Fico sempre em pânico a pensar que me vai descongelar a carne.

Outra coisa que reparei, eles serviam água em pacote. Pacote. Dos do leite mas com água. Tetrapak. Quando abri o minibar pensei que tinha sido transportado para uma realidade alternativa. E se calhar fui, porque quando contei isto a um amigo, ele disse-me que no Canadá vendem leite em sacos. Leite. Em. Sacos!

A primeira imagem mental que tive foi de um gajo no supermercado a encher o saco das compras com leite. Bolachas, batatas, shampoos e uma poça de leite. Chega-se a casa e verte aquilo para um funil para encher uma garrafa. Mas afinal não é assim. São pequenos sacos pré-embalados cheios de leite. Eles não podem comprar ovos e leite no mesmo dia, não conseguem ter cautela com tudo numa só ida ao supermercado. Ter leite em sacos é o mesmo que usar papel vegetal como preservativo, demasiado arriscado.

Dec 09, 202101:40
Simpatia no trânsito

Simpatia no trânsito

Não odeiam quando as pessoas são simpáticas no trânsito? Prefiro mil vezes mais que me insultem por fazer mal um cruzamento ou entrar à papo-seco numa rotunda do que sejam simpáticos. O pior cenário é quando estamos numa faixa de acesso a uma auto-estrada ou via-rápida e quem já lá está, a circular pela faixa da direita, abranda a marcha para nos deixar passar. Odeio isso. Não me meto porque nunca sei se realmente me vão deixar passar ou se só estão a abrandar por receio que me enfie para lá á bruta. E mesmo quando percebem que não me vou meter, quase que param e fazem sinal de luzes para eu entrar. SE ELES TIVESSEM SEGUIDO SEMPRE NA VIDINHA DELES EU JÁ TINHA ENTRADO E ESCUSAVA-SE ESTE “Não, você primeiro. Não, por favor, você primeiro. Deixe estar, entre entre. Nã nã, você chegou primeiro”.

Já me enervei desnecessariamente. Só por falar de trânsito. Irrita-me tanto. Gostava que toda a gente fosse previsível em vez de quererem fazer boas ações. Malta que é porreira no trânsito, de que é que estão à espera? De uma absolvição quando morrerem? Chegam ao céu, está lá o S. Pedro à vossa espera e pergunta:

- Então, portou-se bem o menino? Deixe cá ver o seu histórico. Ah bom, você sempre foi uma besta mas deixava peões atravessar mesmo que estivessem fora da passadeira. Tome lá a pulseira, tem direito a 1 bebida branca e 3 cervejas.

Não vai acontecer, guardem a vossa simpatia para ocasiões em que realmente faça falta. Pá, sei lá, para quando estiverem a visitar um parente demente num lar ou assim. Se bem que aí até pode ser giro ser uma ganda besta, só para ver se o velho se passa e bate num enfermeiro.

Dec 07, 202101:53
Móveis de paletes

Móveis de paletes

Conhecem aquela malta que acha que tem jeito para a bricolage? E que decide que quer fazer móveis com paletes? Ya, já disse tudo.

Não disse, há mais. Tenho um amigo que além de querer fazer uma cama foleira de paletes, quer por tiras led por baixo, para aquilo parecer um carro tuning, só pode, e sensores para quando calcar o chão acender aquela merda. Isto para evitar espetar-se contra as paletes no escuro. É das piores ideias de sempre, não é Jesus? Foda-se.

Compra antes um saco cama e uma cadeira insuflável. Ficas melhor servido e já tens lugar sentado nos festivais.

Um dia também achei que tinha jeito e paciência e tentei reaproveitar um móvel antigo. Lixei aquilo tudo, comprei tintas e merdas. O gajo da CIN vendeu-me primários, ceras, esmaltes, trinchas, pincéis, tudo e mais um par de botas.  Lixei, limpei, pintei, fiz amor com as prateleiras e, para rematar o trabalho, deitei tudo fora e fui ao IKEA. Ficou perfeito.

Dec 02, 202101:27
Guia para escolher bons vinhos

Guia para escolher bons vinhos

Nesta edição vou-vos ensinar tudo sobre vinhos. O nosso país é tão rico em vinho e poucas pessoas sabem como o escolher. Hoje todos os meus ouvintes vão ficar a saber como escolher o melhor vinho para as suas refeições extraordinárias. Então é assim: os anos ímpares são os melhores, com exceção de 2008.

Agora que já tiveram a vossa dose didática, vamos falar de universos alternativos. Conhecem a ideia de imortalidade quântica? Fui eu que inventei, mas depois procurei na internet e percebi que houve malta antes de mim a pensar nisto. Vamos dizer que sou coautor desta ideia. Se partirem do princípio que existem múltiplos universos, que são criados a cada ramificação das possibilidades, a cada pedaço de tempo mais pequeno, podemos inferir que somos imortais. Existe sempre uma versão da nossa consciência que nunca morre.

Vamos na autoestrada a 200 e espetamo-nos contra um camião. Num dos universos vamos escapar ilesos ao acidente, ficando só com a marca do cinto. E sempre assim em todas as situações de quase morte que enfrentarmos. Como nós não conseguimos não existir, a nossa consciência vai seguir sempre num dos ramos do universo em que estamos vivos. Assim, somos imortais.

Acho que estou a desvirtuar um pouco este podcast. Isto não tem nada de engraçado. Já sei! Como há infinitas versões do universo, existe uma em que os nossos mamilos apontam sempre para norte.

Nov 30, 202101:58
Rio v Rangel

Rio v Rangel

Hoje neste episódio especial do Cai Neve inauguramos uma nova rubrica, o Caralho. Neste espaço de entrevista, temos como primeiro convidado uma pessoa muito próxima dos dois candidatos à presidência do PSD, o senhor João Sousa.

“O Caralhoooooo”, programa onde se discutem temas

Entrevistador:

  • Boa tarde João, desde já muito obrigado pela sua presença.

João:

  • Boa tarde, sou amigo pessoal de Rui Rio. Sou amigo dele e de todos os amigos dele. Sou primo de um primo dele; até visto o mesmo número de calças. E do Rangel… do Rangel nem se fala. Tenho uma grande admiração por ele. Sou amigo dele desde o hi5, até aparecia nas minhas fotografias em calções de banho, quando íamos à praia. Portanto pode por ai ver que eu sou uma pessoa que me dou bem tanto com um como com o outro.

Entrevistador:

  • Boa, obrigado pela descrição pormenorizada da sua relação com eles. Diga-me uma coisa, quem é que acha que vai ganhar?

João :

  • Bom, isso é mais difícil de responder, gosto mesmo muito dos dois. Até já fui almoçar a casa deles, uma vez a casa de um e outra vez a casa de outro e gostei muito. O Rio, por exemplo, tem um cabide bastante jeitoso. Até lhe perguntei “onde é que compraste?” “Ai na loja do gato preto” e eu “Ah boa”. Por acaso nunca mais me lembrei de ir à loja ver se realmente ainda existe, se ainda há stock desse cabide, não é?. Mas a próxima vez que lá passar perto vou ver se tem. Ficava a matar na entrada do meu escritório. Mas talvez noutra cor, se tiverem.

Entrevistador:

  • Obrigado pelo seu depoimento mas não respondeu à questão que lhe fiz.

João:

Pois não.

Nov 27, 202102:14
Superliga e outras trends

Superliga e outras trends

Hoje estreio-me a falar sobre a atualidade. E esta polémica da superliga, hã? Sinceramente, no que se haviam de meter. Estavam tão bem sossegados. Não faziam mal a uma mosca e agora saem assim da casca. Já estou mesmo a ver que vão ser chamados à escola pelo director de turma.

Já devem ter apanhado que não percebo nada deste assunto. Nem deste nem de quase nenhum. Mas falo na mesma só para tentar andar nas ondas dos hashtags da superliga. Agora que vejo, já passou do trending.

Alguém que me ensine como é que isto das trends funciona por favor. Cada vez que vejo o que está no top do twitter fico mais confuso. Na terça-feira, além da Superliga, estava a Rita Pereira. Entrei lá e vi que afinal o dia dela era na quarta. Fiquei confuso. Lá para o meio tinha a Fátima Lopes a dançar. Ontem, na quarta-feira, estava realmente em trend máxima “Boa Rita Pereira”, seja lá o que isso significa. Fui ver o que era, e havia centenas de pessoas a desejarem um bom dia de Rita Pereira. A malta cansou-se do calendário dos santos e decidiu trocá-los por figuras públicas? Parece-me que isto do twitter é uma revista Maria esquizofrénica e em esteroides. E eu nem sabia.

Também se encontram hashtags de “#ForaArtur” e “#ForaJoao”. Se não estivessem seguidas de “#BBB” (big brother brasil, suponho), achava que estavam a querer mandar embora treinadores de futebol. Já chega ter ido o Mourinho.

Enfim, nunca pensei em ter futebol e “o Social” como temas deste podcast. Ainda se chama “o social” ao cor-de-rosa? É que tenho uma casa de banho para pintar e nunca sei o nome dos tons.

Apr 22, 202102:24
Negócios na restauração

Negócios na restauração

A cena fixe dos mosteiros é terem mesas de matraquilhos.

Tenho uma ideia de negócio. Há tantos tipos de restaurantes diferentes, quase que existe um para cada gosto. Dos snack-bars às pizzarias, dos macrobióticos aos rodízios. Mas há um nicho de mercado por explorar. O dos canibais. Onde é que esta gente vai jantar fora? Não há um espacinho para eles. A minha ideia é fazer um restaurante para canibais.

“Ai e onde é que arranjas pessoas para comer?” perguntam vocês.

Pois bem, aí é que está a genialidade deste negócio. Só preciso de tratar de arranjar matéria prima para a primeira refeição. Depois disso, o negócio sustenta-se a si próprio. Transformo os clientes de um dia nas refeições do dia seguinte. Reduzo os custos ao mínimo e, ao mesmo tempo, faço serviço público, pois diminuo o número de canibais que andam para aí. Não tem como falhar.

Epá... isto é empreendimento para precisar de capital inicial. Senhores espectadores, se quiserem enveredar por este ramo de negócio, falem comigo e combinamos uma reunião para discutir sociedade. Juntamo-nos e discutimos percentagens. E, se não se importarem, façam uma alimentação à base de proteína e cereais na semana anterior.

Apr 20, 202101:45
Arrepios

Arrepios

Raspar com as unhas numa superfície áspera, como uma borracha ou uma pedra não polida. Só a ideia me dá arrepios. E, se arrepios a pedido fosse tão admirável como o choro, tinha uma carreira na representação.
Mas não é isso que me traz aqui hoje. Venho falar na série de livros Arrepios, ou Goosebumps no original. Aquilo é terror para crianças. Parece um contra-senso. Não se deve assustar as criancinhas. Tanto trabalho que pais em todo o mundo têm para apaziguar os filhos, convencende-os que os barulhos que ouvem de noite não passam de sexo escaldante dos vizinhos de cima.
É a introdução dos mais pequenos a temas que só deviam conhecer ao chegarem à idade de fumarem o seu primeiro cigarro. Estes livros são os charutos de chocolate da literatura.
O precedente aberto pelos Arrepios pode ser levado mais longe. Um IRS dos pequeninos. Uma aplicação para Android e IOS que simula o preenchimento dos formulários, mas de uma perspectiva infantil e divertida. Tem a vantagem de pôr os miúdos calados nas horas da refeição e ao mesmo tempo até pode ensinar o alfabeto, nomeando os anexos de palavras que a canalha conhece. Anexo A, de avião - rendimentos de trabalho dependente e de pensões. Anexo B, de balão - rendimentos do trabalho independente. Anexo J de Jazigo, para rendimentos no estrangeiro. E por aí fora. Já estou a imaginar a lengalenga na minha cabeça.
Há imensos temas que podem ser introduzidos mais cedo na vida dos pequenitos que irão facilitar o seu crescimento e impactar positivamente a sua vida adulta.
Um que me passa assim de repente pela cabeça: a morte de familiares. É um conceito simples de introduzir cedo. Naqueles packs de brinquedos de praia, que vem com um ancinho, balde e formas, adiciona-se um mini caixão. Os putos põem lá a foto do avô, enterram-no na areia e já ficam com uma ideia do que vai eventualmente acontecer.
Apr 15, 202102:38
Origem etimológica do caldo verde

Origem etimológica do caldo verde

Caldo - do latim caldus, que significa aquecido ou quente, e Verde que... É... A cor.

Gostava de vos dizer que o caldo verde tem uma história tão entusiasmante como a sopa da pedra. Mas parece que não. Não há padres trafulhas a cortar talos de couve neste conto.

Por falar nisso, como é que alguém se lembrou de fazer uma história sobre uma sopa? Estava um trovador drogado a beber um hidromel, olhou para a barraca do porco no espeto, viu que também tinha sopa da pedra e lembrou-se que o mundo precisava de saber a sua origem?

É, a minha imagética da idade média é muito baseada nas feiras medievais.

Continuando, para vos explicar mesmo como aconteceu o marco histórico da invenção do caldo verde. Estava o sapo Cocas a fazer chá quando precisou de ir à prateleira, por cima do fogão, tirou um chouriço, desequilibrou-se e caiu na panela.

Apr 13, 202101:42
#CarinhoParaComOFunicular

#CarinhoParaComOFunicular

Funi, fnnii, fniclar. Funi-colar. É realmente uma palavra engraçada. E o próprio machimbombo é caricato. É um gênero de nave espacial dos pobres. Um space-x de subir ruas íngremes.

Este meio de transporte tem sido, desde sempre, relegado à segunda categoria. Não tem a ele associado o sentido de perigo e aventura de um avião, nem a praticidade de um automóvel. É, no fundo, uma cadeira elevatória para idosos que partiram a bacia, em ponto grande.

Não se vêm modelistas a construir intrincados percursos de funicular nem há voltas ao mundo de funicular. É o cruzamento infértil entre o elevador e o comboio.

Com esta reputação sombria, é difícil arranjar argumentos que ponham as pessoas no modo "#carinhoparacomofunicular". Mas pensem bem, quantas vezes o funicular já vos salvou o dia? Daquela vez em que estavam a mostrar a cidade aos vossos familiares franceses e a vossa cunhada torce um pé por insistir em usar saltos altos em plena calçada. O funicular estava lá para vos levar aquele ponto turístico que vocês já não podem ver mais mas que, enfim, tem de estar incluído na rota turística.

E deve ter sido só aí, de resto sobem a rua, né? Não vão pagar 2 euros para andar 200m.

Apr 12, 202101:60
8 dicas para ajudar a escolher o nome do seu electrodoméstico

8 dicas para ajudar a escolher o nome do seu electrodoméstico

A escolha de um nome para o novo eletrodoméstico lá de casa é, muitas das vezes, uma decisão difícil. Além do gosto pessoal, queremos dar um nome que tenha algum significado, sem nos deixarmos influenciar demasiado pelas sugestões de familiares e amigos próximos. Vou ajudá-lo a resolver esta questão de uma maneira suave, de modo a não lhe causar ansiedade nestes momentos desafiantes da vida.

Trago-lhe as top 8 dicas para ajudar a escolher o nome do seu eletrodoméstico.

Para parecer que são muitas e ajudar ao suspense, vou fazer contagem decrescente, a partir do 8, de 2 em 2, tirando a última que será o número 1 em vez do 0.

Número 8: o nome será chamado em público

Deve ter a noção que o nome que dará ao novo ajudante será, possivelmente, público. É provável que o mencione em momentos que tenham convidados em casa. Se não for uma preocupação desde o início, pode causar situações desagradáveis. Chamar um robô aspirador de javali pode ser ofensivo para os amigos vegetarianos, por exemplo.

Número 6: não deixe para a última hora

Às vezes não pensamos, antes de o adquirirmos, que aquele aparelho em específico precisa de um nome. Com a correria, o espaço de tempo entre o clique de adicionar ao carrinho e a chegada da encomenda, pode não ser suficiente para escolher o nome mais adequado. Tente saber de antemão que o novo device irá precisar de um nome e ter pelo menos uma lista de possibilidades antes de efetuar o pagamento.

Número 4: descubra o significado do nome.

Pesquise nos motores de busca ou naquelas folhas A4 que se vendem em feiras de artesanato o significado do nome. Não deve passar da primeira página de resultados, isso aí já é perder demasiado tempo com uma coisa idiota.

Número 2: verifique se o nome não está amaldiçoado

É muito comum as pessoas escolherem nomes que têm sobre eles algum tipo de mau-olhado ou macumba. Para ter a certeza que tal não acontece, dirija-se a um espelho e repita 3 vezes o nome enquanto segura numa clementina sem sementes. Se não aparecer nenhum demónio ou anti-cristo no reflexo, pode seguir.

Número 1 : pense no encurtamento

É provável que, se o nome for longo, como Bielorrusso, por exemplo, irá começar a usar uma alternativa mais curta para se dirigir a ele. É bom ter isto em mente desde cedo, pois quando começar a chamar Biló ao robot de cozinha, pode ser tarde demais.

Apr 12, 202103:14
O feijão como indicador de personalidade

O feijão como indicador de personalidade

Qual é o vosso feijão preferido? Nunca pensaram nisso, aposto. O feijão que cada pessoa elege como seu favorito diz muito sobre a sua personalidade. E isto está estudado. É ainda mais certeiro que aquele teste da pomba, da coruja, da águia e do papagaio. Há mais do que 4 tipos de feijões diferentes, só por aí já dá para ver que este teste é muito mais legítimo.

Temos o feijão branco, feijão frade (dentro deste, existem também dois subgrupos: o feijão frade arroz e o feijão frade cara verde), feijão catarino, feijão encarnado (ou vermelho), feijão manteiga, feijão papo de rola e o feijão preto. Ah, já me ia esquecendo do feijão verde. Mas quem escolhe o feijão verde nem merece ter personalidade.

Eu, por exemplo, sou muito apreciador do feijão frade. Logo por aí consigo desenhar um perfil psicológico detalhado.

Uma pessoa do signo, perdão, da personalidade feijão frade caracteriza-se por:

  • Ser um pensador abstrato;
  • Ter mente aberta;
  • Ser objetivo;
  • Ser tímido;
  • Ser insensível;
  • Ser condescendente;
  • Colocar bolachas belgas inteiras na boca.

Muitos de vocês devem estar a pensar que estas classificações são redutoras. Pois bem, a ciência não pára e já estão a ser preparadas iterações sobre isto. Está atualmente em ensaios clínicos a definição de personalidade com base em toda a família das Fabaceae, o que permite um espectro ainda maior de categorias. As pessoas que se identificam mais com favas, ervilhas, grão de bico ou, no limite, com o tremoço, vão, finalmente, estar representadas.

Enquanto essa evolução não sai, deixo-vos o desafio de encontrar o vosso feijão favorito. Contactem-me nas redes sociais e farei os possíveis para vos ajudar a deslindar a vossa personalidade.

Apr 12, 202102:36
Bungee Jumping com um cão morto

Bungee Jumping com um cão morto

A pergunta do momento: já tiveram sede? Para quê? Veio de lá um torniquete cheio de ferodo a mandar vir com o Passeio dos Alegres?

Não é fácil responder a isto. Nem a isto nem a outra coisa qualquer. Quando se enfia uma pedra pomes entre o anelar e o intestino, começa a cozedura em lume brando para não fazer farinha com o Telmo.

Nem me aquece nem sai de cima. Ou passa por aquele lado e, sem cumprimentar, espelha a resolução misteriosa do fim do dia na praia. Ai que é só mais uma e vou para casa. Até que enfim que decides arranjar maneira de te livrares da merenda. Se não gostavas dizias logo, não ias para o recreio com fatias de beiços enjaulados recebidos por ditadores.

Foi para isso que vim hoje. Fazer-vos a vontade. Mas não será sempre assim, um conjunto de disparates. Tudo isto bem analisado fará sentido e revelará, até, uma espécie de viagem astral à hipotenusa da consciência humana.

O tegumento é um disfarce. Pode calhar bem na medida certa. Não abusem dos lençóis de água, quem vos deu estes não vos dá outros.

Apr 12, 202101:50
Comparação de genitália com bens alimentares

Comparação de genitália com bens alimentares

Já repararam que a vulva de uma cadela é igual a uma cebola pérola? Nem sabia que se chamava pérola. Mas são aquelas cebolas que ficam mesmo bem nos assados. Assim pequeninas e tal. Caramelizadas são bem docinhas. Gosto.

Não tenho muito mais a dizer em relação a este tema. Hm… Posso falar de tipos de chinelos.

O chinelo de dedo. É só a mim que acontece estar sempre a estragar os penduricalhos dos chinelos? Não tenho um par que passe de um ano para o outro. E acabo sempre por comprar uns novos no ano seguinte. Sempre que procuro dos outros, aqueles que têm uma banda por cima, nem sei como se chamam, nunca há. Desconfio que existe o lobby dos chinelos de dedo. As lojas perto da praia nunca têm chinelos de outros tipos. Isto perpetua um ciclo de obsolescência programada dos chinelos de dedo. Andam a preocupar-se com as lâmpadas e eletrodomésticos mas a indústria do calçado passa impune ao escrutínio.

E talvez este mal se estenda a outro tipo de calçado. Os pantufos. Quantos deles continuam a agarrar-se ao calcanhar passado um ano? Poucos ou nenhuns. Passam rapidamente de pantufos a chinelos de quarto. Tudo bem se não tiverem escadas em casa, agora experimentem levar um assado de um andar para outro com pantufos que não agarram ao calcanhar.

Apr 12, 202102:18
Trailer

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Cai neve é um conjunto de pensamentos aleatórios, uma tentativa de fazer humor absurdo. Neste podcast vão encontrar uma série de curtos episódios com temas que vão desde a análise da consciência humana ao chinelo de dedo. Novos episódios às terças e quintas.

Mar 11, 202100:45