Trincheira
By Guinter
TrincheiraJun 05, 2020
Trincheira 04: "'Comunavírus'? Anticomunismo no Brasil, do século XX ao século XXI"
A invenção do termo “Comunavírus” e a associação da pandemia da Covid-19 com um suposto “plano comunista” de caráter mundial é apenas mais um capítulo na longa história do anticomunismo no Brasil. Pródigo em manipular medos e em criar fantasmas que ameaçariam uma suposta harmonia social brasileira, e sua ordem moral, política, econômica e cultural – em suma, uma ordem do capital -, essa prática discursiva tem o poder de unificar setores da sociedade contra qualquer tentativa de transformação social. Nos dias de hoje, o anticomunismo é renovado por fake news e amplamente disseminado em redes sociais, alimentando o discurso bolsonarista contra qualquer de seus oponentes. Como entender o anticomunismo em termos históricos, percebendo as permanências e transformações em sua forma? Como diferentes conjunturas históricas ao longo do século XX e início do século XXI impactaram o anticomunismo no Brasil, e vice-versa? Por que é importante combater esse discurso? Neste novo episódio do podcast Trincheira procuramos problematizar o tema conversando com a historiadora Carla Luciana Silva (professora da UNIOESTE), buscando, a partir de uma perspectiva histórica, elementos-chave para compreender a questão, e enfrenta-la sem rodeios.
Para saber mais:
CASIMIRO, Flavio. A nova direita: aparelhos de ação política e ideológica no Brasil contemporâneo. SP, Expressão Popular, 2018.
PATSCHIKI, Lucas (ORG) et al. Tempos conservadores. Goiânia, Gárgula, 2016.
RIBEIRO, Marcos Vinicius. A história da confederação anticomunista latino-americana durante as ditaduras de segurança nacional (1972-1979). 2018. 323 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, 2018.
SILVA, Carla. Onda vermelha: o anticomunismo brasileiro (1931-1934). Porto Alegre, Edipucrs, 2000.
SILVA, Carla. VEJA: o indispensável partido neoliberal. Cascavel, Edunioeste, 2009.
Trincheira 03: "O vírus é mesmo 'democrático'? Desigualdade e racismo estrutural no Brasil em tempos de pandemia"
Apesar de algumas pessoas ecoarem uma ideia de que o novo coronavírus é “democrático” uma vez que pode infectar qualquer ser humano, independentemente de sua condição social, uma série de dados a respeito dos efeitos da Covid-19 sobre a população escancara que a crise provocada pela pandemia – inclusive seus reflexos econômicos – afeta desproporcionalmente os setores historicamente excluídos da sociedade (em especial no Brasil, marcado por uma profunda desigualdade de classe, raça e gênero). Como e por que esses condicionantes sociais estão assim estruturados em nossa sociedade? Como o racismo estrutural presente no Brasil atua para potencializar a ação da doença? Quais são as responsabilidades do Estado nisso? Como e quais estratégias de resistência esses setores da população têm desenvolvido ao longo da história, inclusive no que tange ao enfrentamento à atual pandemia? No terceiro episódio do podcast Trincheira, conversamos com a historiadora Fernanda Oliveira da Silva (professora da UFRGS, pesquisadora de temáticas como pós-abolição, racialização, raça, escrita da história e pensamento de mulheres negras, entre outras), a respeito dessas e de outras questões.
Para saber mais:
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista estudos feministas, v. 10, n. 1, p. 171-188, 2002.
GOMES, Nilma Lino et al. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal, v. 10639, n. 03, p. 39-62, 2005.
CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial. Editora Companhia das Letras, 2018.
PAIXÃO, Marcelo JP. A lenda da modernidade encantada: por uma crítica ao pensamento social brasileiro sobre relações raciais e projeto de Estado-Nação. Editora CRV, 2014.
Rede CoVida: https://covid19br.org/
Trincheira 02: "Outras pandemias: a Peste do século XIV"
Enfrentar surtos pandêmicos não é algo novo na história da humanidade. Nesse sentido, a ocorrência da Peste Bubônica em meados do século XIV é lembrado como um episódio com significativo destaque nessa história. Que sociedade era essa que teve que enfrentar a Peste? Em que condições sociais e sanitárias as pessoas se encontravam? Como a medicina da época concebia a doença, que tratamentos eram buscados para dar conta dos enfermos? Como os poderes constituídos – Igreja e Estado – reagiram? Como as pessoas concebiam as origens da doença, e a quem procuravam responsabilizar? Que medos e angústias assolavam o conjunto da população? O que veio depois da Peste, que sociedade dali emergiu? Que paralelos podemos traçar com o cenário que enfrentamos? No segundo episódio do podcast Trincheira, conversamos com o professor Edison Bisso Cruxen, especialista em História Medieval, a respeito dessas e de outras questões.
Para saber mais:
Leituras
BASTOS, Mario Jorge da Motta., O Poder nos tempos da Peste (Portugal, Séculos XIV/XVI). Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense-Eduff, 2009. Disponível em: http://www.eduff.uff.br/index.php/livros/481-o-poder-nos-tempos-da-peste-portugal-seculos-xiv-xvi
DELUMEAU, Jena., Tipologias de comportamentos coletivos em tempos de Peste. In. História do Medo no Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. pp.: 154-220.
FOLLADOR, Kellen Jacobsen. A Relação entre a Peste Negra e os Judeus. In. Revista Vértices. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, nº 20, 2016. pp.: 25-46. Disponível em: http://revistas.fflch.usp.br/vertices/article/view/2903/2610
GINZBURG, Carlo. Leprosos, Judeus, Muçulmanos. In. História Noturna: Decifrando o Sabá, São Paulo: Companhia das Letras, 2008. pp.: 43-67.
MONTEIRO, João Gouveia., A Peste Negra e suas consequências. In. Lições de História da Idade Média. Coimbra: Coleção Estudos da Editora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2006. pp.: 208-215.
POUCHELLE, Marie-Christine., Medicina. In LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Org.) Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru: EDUSC, 2006. pp:151-165.
QUIRINO, Tamara. Peste Negra e Escatologia: Os efeitos da expectativa da morte sobre a religiosidade do século XIV. In. Revista Mirabilia nº 14, Mística e Milenarismo na Idade Média, 2012. pp.:135-155. Disponível em: file:///C:/Users/reand/Downloads/283109-Texto%20del%20art%C3%ADculo-389356-1-10-20141118.pdf
WOLFF, Philippe., As Epidemias. In. Outono da Idade Média ou Primavera dos Novos Tempos? Lisboa: Edições 70, 1988. pp.: 25-39.
SOUSA, Jorge Prata de.; COSTA, Ricardo da., Regimento Proveitoso contra a Pestilência (c. 1496) - Uma Apresentação. In. Revista História, Ciência e Saúde. Manguinhos/Rio de Janeiro, Vol. 12, nº 3, 2006. pp.: 841-851. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v12n3/16.pdf
Filmes
- O Sétimo Selo, Ingmar Bergman, Suécia, 1959. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FS4QoM5JDUQ
- O Incrível Exército de Brancaleone, Mário Monicelli, Itália, 1966.
- Decameron, Pier Paolo Pasolini, França/Itália, 1971.
- Conquista Sangrenta, Paul Verhoven, EUA/França/Itália, 1986.
- Morte Negra, Christopher Smith, Reino Unido, 2010.
Trincheira 01: "Pandemia do novo coronavírus: economia de guerra, Estado e população"
Estaríamos vivendo uma situação de "economia de guerra" a partir do estabelecimento da pandemia do novo coronavírus? Vai haver desabastecimento? Quais são as responsabilidades do Estado para com a população nesse cenário de crise? No primeiro episódio do podcast Trincheira, os historiadores Fernando Pureza, Guinter Leipnitz e Nauber da Silva procuram responder a essas e outras questões, a partir de uma perspectiva histórica.