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Histórias para ouvir lavando louça

Histórias para ouvir lavando louça

By ter.a.pia

Histórias reais, de gente como a gente, para você ouvir e se inspirar enquanto da uma geral na sua cozinha. Um podcast do ter.a.pia!
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Perdi minha filha em uma abordagem policial

Histórias para ouvir lavando louçaApr 16, 2024

00:00
30:39
Perdi minha filha em uma abordagem policial

Perdi minha filha em uma abordagem policial

A Joice perdeu sua filha, Mônica, em uma abordagem policial, na rua de casa. Mônica tinha apenas 23 anos e teve um mal súbito ao ser abordada. 

Mônica havia conseguido um bico como garçonete em um restaurante em sua cidade e foi buscar uma camiseta emprestada com um vizinho. 

Foi nesse momento em que ela foi abordada e pouca coisa se sabe do momento. Alguns minutos depois, um outro vizinho vai chamar Joice em casa, que estava no banho, para dizer que sua filha estava caída no chão, com policiais à sua volta.

Todos os fatos sobre a abordagem e a morte da Mônica são nebulosos, e abrem margem para muitos questionamentos. 

Qual o motivo que levou os policiais a abordarem ela? Será que ela foi confundida com uma outra pessoa? O que foi dito ou feito durante a ação? Apenas o susto seria capaz de levar uma jovem de vinte e três anos à morte?

A história completa você ouve no nosso podcast, Histórias para ouvir lavando louça, disponível no site historiasdeterapia.com/podcast

Links da pesquisa do episódio

Processo criminalhttps://www.jusbrasil.com.br/processos/485570367/processo-n-150XXXX-7920218260196-do-tjsp

Matérias na imprensa

Número de mortes durante ações da PM em SP em 2021 é o menor dos últimos oito anos https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/04/27/numero-de-mortes-durante-acoes-da-pm-em-sp-em-2021-e-o-menor-dos-ultimos-oito-anos.ghtml

Polícia de SP está proibida de socorrer vítimas de crimes https://veja.abril.com.br/brasil/policia-de-sp-esta-proibida-de-socorrer-vitimas-de-crimes

Jovem morre em Franca, SP, após passar mal e ter parada cardíaca em abordagem policial, diz PM https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2021/10/23/jovem-morre-em-franca-sp-apos-passar-mal-e-ter-parada-cardiaca-em-abordagem-policial-diz-pm.ghtml

Jovem de 23 anos morre ao passar mal com abordagem da PM https://www.srzd.com/brasil/sao-paulo-brasil/sp-jovem-de-23-anos-morre-ao-passar-mal-com-abordagem-da-pm/

Outros links https://soudapaz.org/o-que-fazemos/conhecer/pesquisas/policia/uso-da-forca/?show=documentos#6374-1 https://www.conjur.com.br/2013-jan-08/governo-sp-proibe-policia-socorrer-vitimas-crimes-graves/

STJ: Busca pessoal baseada em aparência suspeita é ilegal https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm

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O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse ⁠⁠⁠⁠historiasdeterapia.com⁠⁠⁠⁠.

Edição: Bergamota Filmes

Roteiro: Tais Cruz

Voz da vinheta: Liliane Rodrigues, apoiadora na Orelo.

Apr 16, 202430:39
O câncer me ensinou a viver

O câncer me ensinou a viver

A Ana Paula sempre quis em ser médica, mas achava que não era capaz. Ela ignorou o sonho até descobrir um câncer de mama, que a impulsionou a não adiar mais o seu sonho.

A visão distorcida de si mesma fez com que a Ana acreditasse que ela nunca seria capaz de ser médica e a levou para um caminho de autossabotagem.

Com isso, a Ana Paula tentou seguir outras profissões antes da medicina. Ela chegou a cursar moda e depois fez enfermagem, e apesar de ter amado os dois cursos, ela não estava completa.

Durante a pandemia, Ana atuou como enfermeira e acompanhou de perto a atuação dos médicos. Estar na linha de frente a fez enfrentar os seus medos e ir atrás da formação em medicina.

Mãe solo, morando longe da família, ela passou a buscar formas para estudar em casa sozinha. As coisas estavam caminhando quando em outubro de 2022, o mundo dela virou de cabeça para baixo: ela estava com câncer de mama.

Foi muito difícil encarar a doença. Ana precisou se afastar do trabalho e encarou esse momento de cuiado  como uma oportunidade para focar nos estudos. 

A notícia boa veio logo: no mesmo dia em que terminou a última sessão de radioterapia, ela se matriculou na faculdade. 🥳

Ana passou muito tempo se sabotando por medo, mas quando o maior desafio dela bateu à sua porta, ela entendeu que deixar de viver um sonho é o que pode acontecer de pior na vida dela. Perto disso, o câncer é fichinha. 

Recentemente, Ana recebeu a notícia de que o câncer avançou e se tornou metastático. Embora o obstáculo tenha dobrado de tamanho, ela não se deixará abater. Ana permanece na faculdade e encara esse estágio da doença como um novo desafio, não como o fim.

Ela segue em tratamento, feliz e realizada por ter seguido os seus sonhos. A doença existe, precisa ser tratada mas ela sabe que tem muita vida pra ser vivida e muito sonho para ser realizado.

Assista à história da Jussara: https://www.youtube.com/watch?v=7Zjmtp0hHt4

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Edição: Bergamota Filmes

Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: Neuma Coelho, apoiadora na Orelo.

Apr 09, 202431:28
Não ser mãe é meu direito de escolha

Não ser mãe é meu direito de escolha

Desde muito jovem, Thuanny decidiu que não queria ser avó. Sim, ela não desejava ser avó. Já adulta, ela soube elaborar esse desejo e compreender que, nesse caso, não queria ter filhos e seguir o mesmo caminho que sua avó.

O ponto aqui não era a admiração que Thuanny sentia por sua avó; pelo contrário, esta era um símbolo de força para a neta. Mas o fato de ter tido tantos filhos, cuidar deles e, ainda por cima, sustentar financeiramente sua casa, afastava Thuanny.

As coisas pareciam tender para isso: Thuanny cresceria e teria filhos, assim como sua mãe, avó, bisavó e assim por diante. Era um ciclo que todos naturalizavam, mas não era a escolha de Thuanny para sua vida. Ela não queria.

Thuanny começou então a deixar isso bem claro e nunca foi questionada pela mãe, por exemplo. Já adulta, decidiu, junto ao companheiro, que faria a laqueadura.

Decidir pelo procedimento fez com que ela descobrisse que, até 2022, muitos obstáculos eram colocados para que as mulheres não pudessem seguir com seu desejo de esterilização voluntária.

Até então, mulheres sem filhos e com menos de 25 anos só poderiam fazer a cirurgia com autorização do companheiro, o que, para Thuanny, era um absurdo que privava o direito de escolha de tantas mulheres jovens que não desejavam ter filhos, assim como ela.

A laqueadura de Thuanny ocorreu após a mudança das regras, mas não sem ela passar por algum estresse. Seu procedimento foi realizado pelo SUS e todo o atendimento foi conduzido com muito cuidado por outras mulheres.

No entanto, devido à pandemia, foi adiado. Quando ela retornou ao hospital para dar continuidade, foi atendida por um médico homem, que a questionava: “Você tem certeza disso?”.

E não foi só isso. Os olhares de reprovação de quem não aceita uma mulher optar por não ser mãe a acompanhavam sempre que ela expressava isso.

Não querer ser mãe, para muitas pessoas, ainda significa que a mulher é sem coração, egoísta ou até mesmo promíscua. O que muitos não entendem é que, às vezes, a mulher não quer ser mãe porque tem outras prioridades em sua vida.

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Edição: Bergamota Filmes

Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: Celia Melo, apoiadora na Orelo.

Apr 02, 202428:52
Como enxergar cor na vida depois de perder quem amamos

Como enxergar cor na vida depois de perder quem amamos

Saindo do hospital com sua mãe, o Thiago acabou batendo contra outro carro na estrada. No acidente, sua mãe faleceu e ele acabou ficando preso nas ferragens e bastante machucado. Desde então, ele teve que se reconstruir basicamente do zero.

A história começa em 2018: na época, ele estava recém-separado e se mudou para Portugal para experimentar novos ares, mas não demorou muito ele voltou ao Brasil porque descobriu que os pais, já idosos, estavam com alguns problemas de saúde. 

Voltar a morar com os pais aos 36 anos fez com que ele enxergasse os dois para além do papel de mãe e pai, e isso transformou sua perspectiva.

Na virada de 2022 para 2023, tanto a mãe, quanto o pai do Thiago, pegaram covid. Os dois ficaram internados e a mãe se recuperou antes do pai. 

Na saída do hospital, rolou o acidente que levou a mãe do @thiagovicente.me e o deixou por muito tempo internado. 

Uma semana depois do acidente, Thiago recebe alta e outra péssima notícia: seu pai, que continuava internado, também faleceu. Digerir as duas perdas tão repentinas foi extremamente difícil.

O processo foi longo, mas com a ajuda de amigos e outros familiares, ele foi se reconstruindo aos poucos. Ele ainda está se recuperando do acidente e nesse caminho todo, encontrou uma nova paixão: escrever livros para colorir.

Hoje o Thiago acredita que renasceu após isso tudo e que colorir seja o seu propósito de vida.

Apesar de todos esses pesares, ele pensa que "quando alguém se vai, aquela pessoa observa o mundo pelos nossos olhos." Por isso, ele resolveu encarar a vida com muita cor, tudo para manter os seus familiares vivos dentro dele.

Mar 26, 202427:39
Eu e minha mãe engravidamos ao mesmo tempo

Eu e minha mãe engravidamos ao mesmo tempo

Mãe e filha grávidas ao mesmo tempo! Essa é a história da Nice e da Milena que deixaram o laço de amizade e amor entre as duas ainda mais forte com a chegada do Noah e do Loui.

Vamos voltar lá pro começo pra contextualizar tudo: a Nice engravidou da Milena aos 19 anos de idade. Mais tarde, ela também teve outra filha chamada Isabelle.

A Milena e a Nice são muito ligadas uma na outra. As coincidências nas vidas delas já começam pela data de nascimento das duas: a Nice faz aniversário no dia 11 de abril, e a Milena, no dia 12. 

Elas não vivem uma sem a outra. A família é muito unida, mas a conexão entre a Milena e a Nice sempre foi inexplicável.

A Milena não planejou a gestação. Na época, ela estava prestes a terminar a faculdade e planejando seu casamento, mas acabou engravidando aos 23 anos. 

Logo que descobriu a gravidez, Milena ligou para a mãe para contar a novidade. De primeira, a Nice ficou surpresa e deu uma lição de moral na filha. Preocupação de mãe, né? ​

Mas mal sabia a Nice que, enquanto ela se preocupava com a gestação da Milena, ela também estava grávida! 😂

Nice descobriu a gravidez 5 dias depois da filha. Ela, que estava com sintomas de climatério, estava fazendo acompanhamento médico, decidiu fazer um teste de farmácia só por fazer… e descobriu a gravidez.

A surpresa foi enorme! Elas passaram a fazer todo o acompanhamento médico juntas e viveram intensamente todos os momentos das suas gestações. 

Como nem tudo são flores, elas ouviram algumas pessoas dizendo que elas "estavam fazendo aquilo para chamar a atenção."

Apesar dos comentários desagradáveis, as duas seguiram juntas e decidiram tentar ter os seus filhos no mesmo dia. Os médicos não sabiam se seria possível, pois as duas gestações eram de alto risco, mas elas decidiram tentar.

No final, deu tudo certo! Os bebês nasceram com poucas horas de diferença um do outro e as duas assistiram ao parto uma da outra. De lá pra cá, o vínculo entre elas aumentou ainda mais e o amor se multiplicou nessa família! 

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Edição: Bergamota Filmes Roteiro: Luigi Madormo Voz da vinheta: Renato Ber, apoiadora na Orelo.

Mar 19, 202421:52
Fui atrás do meu pai sabendo que poderia me frustrar

Fui atrás do meu pai sabendo que poderia me frustrar

A Adrieli cresceu sem saber quem era o seu pai. Aos 33 anos, ela decidiu questionar a mãe sobre a identidade dele e finalmente teve a resposta que esperava. Porém, quando foi atrás dele, nenhuma das suas investidas foram bem recebidas por ele ou pela família dele.

Lá atrás, a mãe da Adrieli engravidou de forma não-planejada e assim que descobriu, contou ao parceiro. Na época, ele não demonstrou muita reação, o que deu a entender que ele não queria essa filha e a mãe decidiu seguir com a gravidez sozinha.

Depois disso, a mãe escondeu a gestação da própria família e guardou a identidade do pai a sete chaves: ela nunca contou para ninguém quem era o pai da criança. 

Embora tenha vivido uma vida feliz, a curiosidade sobre quem era o seu pai sempre a perseguiu. Ela nunca confrontava a mãe sobre o assunto por medo, mas chegou a perguntar sobre a identidade do pai para outras pessoas e ninguém sabia a resposta. 

Conforme foi amadurecendo, a Adrieli deixou o assunto de lado. Ela casou-se, teve filhos, e os próprios filhos começaram a questionar sobre quem era o avô.

Por isso, aos seus 33 anos, a Adrieli finalmente decidiu confrontar a mãe para saber quem é o seu pai. Para a sua surpresa, a mãe começou a revelar alguns detalhes sobre ele e ela decidiu aproveitar a abertura para perguntar tudo o que sempre quis saber.

Passaram-se alguns meses até a Adrieli conseguir superar o choque e decidir o que faria com todas aquelas informações. Então, ela resolveu procurá-lo no dia do aniversário dele.

Ao ligar para ele, a esposa atual atendeu e poucos instantes depois, desligou o telefone na cara da Adrieli após ela não ter dito o assunto que gostaria de tratar.

Adrieli retornou a ligação e disse que iria até a residência do casal para conversar com ele. Lá, ela foi mal recebida por uma de suas irmãs e a família exigiu um exame de DNA.

A resposta veio 10 dias depois: o resultado era positivo. Mas mesmo assim, o pai mal conversou com ela e a Adrieli esperou que ele a procurasse por dois anos.

Depois desses dois anos, a Adrieli o procurou novamente para incluir o nome dele em seus documentos. Ela pagou por todo o processo, porém ainda assim, nada mudou. Ele não respondeu às tentativas de aproximação da filha e ela carrega somente o nome dele.

Apesar de ser uma história frustrante, a Adrieli não carrega nenhum peso vindo dela. Conviver com a dúvida teria sido muito mais doloroso e como ela mesma diz: "a vida real não é uma novela."

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Mar 12, 202435:45
Após 20 anos casada com um cara descobri que sou lésbica

Após 20 anos casada com um cara descobri que sou lésbica

A Patrícia foi casada com um homem por 21 anos, mas tudo mudou após ela ter tido um sonho que envolvia uma amiga. A partir desse momento, ela entendeu que a sua sexualidade poderia ser mais ampla do que ela pensava.

Ela é nordestina, saiu de sua cidade natal aos 7 anos de idade com a família e nunca tinha tido contato com alguém que não fosse heterossexual. Por isso, ela nunca teve referências de afeto que estivessem fora da caixinha da heterossexualidade. 

Aos 15, ela deu o seu primeiro beijo em uma menina. Porém, o beijo aconteceu em uma brincadeira entre adolescentes e logo depois, ela conheceu o seu ex-marido.

Com isso, ela já engatou um relacionamento com ele, casou-se e teve filhos mais tarde. Ser mãe era um dos seus desejos, mas aos poucos, os problemas no casamento começaram a aparecer.

Assim como muitas outras mulheres, ela passou por várias traições dentro do casamento. Devido a falta de independência financeira e a pressão das pessoas à sua volta, ela teve que permanecer em uma relação que não a satisfazia.

Se pararmos para analisar toda a trajetória da Patrícia, perceberemos que tudo aconteceu muito rápido: afinal, ela mal teve tempo de explorar a própria sexualidade, logo conheceu o seu ex-marido e se casou.

Porém, os indícios de que ela poderia gostar de mulheres sempre estiveram ali. Tudo mudou quando, em uma noite, ela sonhou que estava mantendo relações sexuais com uma amiga.

Ao acordar, ela se assustou ao se lembrar do que havia sonhado. A partir disso, ela entrou em uma crise existencial consigo mesma.

Depois de passar um mês reflexiva, a Patrícia começou a compreender que talvez a sexualidade dela não estivesse voltada para homens, como ela sempre havia acreditado. 

A aceitação foi difícil. Ela enfrentou milhares de questionamentos internos, mas dividir tudo o que estava acontecendo com os seus filhos facilitou um pouco o caminho.

A jornada para se assumir como uma mulher lésbica foi um tanto longa, mas hoje ela finalmente pode dizer que se aceitou. Aos 43 anos, ela se sente mais feliz do que nunca consigo mesma e com a própria sexualidade. 

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Edição: Bergamota Filmes

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: Cris Crosta, apoiadora na Orelo.

Mar 05, 202425:47
Inseminação caseira: o jeito que encontrei para ser mãe

Inseminação caseira: o jeito que encontrei para ser mãe

A Ingrid e a sua esposa decidiram ser mães. Mas elas não tinham condições financeiras para bancar uma inseminação artificial e decidiram fazer uma inseminação caseira para realizar esse sonho.

Em 2013, a Ingrid conhece e a Cecília, se apaixona, e a partir daí tudo acontece muito rápido: firmaram um compromisso, começaram a morar juntas… e essa brincadeira já dura 10 anos.

A vontade de ser mãe veio da Ingrid e ficou mais forte em 2015. Mas como um casal de lésbicas realizaria esse sonho? 

Foi aí que surgiu a ideia de fazer uma inseminação caseira. Este procedimento é feito sem a ajuda de médicos e consiste na coleta do sêmen do doador, que é colocado em um recipiente, e logo após, inserido no útero. 

A prática não é legalizada no Brasil, mas também não é ilegal. Vale ressaltar que a história da Ingrid relata apenas uma realidade que ocorre no país inteiro.

Com o tempo, alguns amigos souberam que o casal estava tentando e se ofereceram como doadores. A Ingrid até engravidou nas tentativas, mas acabou perdendo o bebê.

Ela se culpava muito pela situação, mas não queria desistir de tentar. 

Só que a busca por um doador também é complicada. Sem o processo clínico adequado, a inseminação caseira pode acarretar em problemas de saúde para a mulher e também para o bebê.

Quando finalmente encontrou um doador, a Ingrid fez exames de IST's e, vendo que tava tudo certo, prosseguiram com o processo. A Ingrid ficava no banheiro esperando a coleta e o doador entregava o recipiente para a esposa dela.

Mais uma tentativa foi feita e a Ingrid engravidou. Ela e o doador entraram num consenso de que ele não teria nenhuma responsabilidade com a criança.

Mas vale lembrar, mais uma vez, que não há nenhum respaldo legal nesses acordos. Falamos disso mais profundamente no episódio completo.

Essa tentativa deu certo e a Ingrid teve o Yan. Foram 4 longos anos neste processo e apesar dela ter recorrido a um método incomum, seu filho é um menino saudável e eles formam uma família muito feliz.  

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Edição: Bergamota Filmes

Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: Giannandrea Darques, apoiadora na Orelo.

Feb 27, 202424:01
Da dor à esperança: o sonho da maternidade pela adoção

Da dor à esperança: o sonho da maternidade pela adoção

A Tais sempre sonhou em ser mãe, mas descobriu, depois de muito sofrimento, que não poderia ter filhos biológicos. O caminho da adoção se fez a partir daí e ela decidiu não sofrer com adoção como sofreu tentando gestar.

Tais passou muitos anos indo a médicos que diziam que ela poderia engravidar com alguns tratamentos, mas esses mesmos profissionais a culpavam, dizendo que ela não conseguia por ser gorda e por estar ansiosa.

Aos 35 anos ela tem, finalmente, o diagnóstico de que ela não poderia mesmo engravidar. É claro que a notícia a abalou a princípio, mas ela logo sacudiu a poeira. 

O desejo de formar uma família permaneceu vivo e ela e o marido entenderam que queriam ter filhos, não importava se eram biológicos ou não.

Eles decidiram entrar na fila de adoção praticamente no mês seguinte e nisso, uma outra chave virou na cabeça deles: o casal compreendeu que a espera não precisa ser dolorosa e frustrante. Ao contrário, ela pode ser feliz e ser vivida da melhor forma possível.

A espera na adoção também é uma gestação. As famílias se preparam para a chegada da criança, arrumam a casa e fazem tudo o que qualquer outra família faria.

Não saber quando essa espera termina é a principal diferença em relação a uma gestação biológica. Mas nesse caso, a Tais e o marido até contam com o apoio de uma doula de adoção para que eles possam receber essa criança da melhor forma possível.

Ainda que a Tais e o marido tenham escolhido ter um olhar positivo sobre essa espera, não é fácil lidar com a ansiedade ou com o preconceito que existe de algumas pessoas. Mesmo assim, todo esse processo tem sido fundamental para o amadurecimento do casal. 

Embora as crianças ainda não estejam presencialmente na vida na Tais, ela sente o amor de mãe pulsando mais a cada dia que passa. E é esse amor que movimenta e que é maior do que qualquer preconceito ou negligência médica que ela tenha lidado ao longo da vida.

>> Episódio 'Adoção não é caridade': https://open.spotify.com/episode/6zMQ0jpNPaHLFi2nTWXos6?si=7ca8aaf4d9594ae1

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Edição: Manu Quinalha

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: Renata Rodrigues, apoiadora na Orelo.

Feb 20, 202427:31
Como uma criança lida com o luto?

Como uma criança lida com o luto?

O Lucas perdeu o pai quando tinha somente 3 anos de idade. Geralmente, os adultos acreditam que as crianças muito pequenas não entendem a morte, mas neste episódio, o Lucas reflete como a perda foi sentida instantaneamente e como a ausência o afetou ao longo dos anos.

Os pais do Lucas são de Caicó, uma cidade no interior do Rio Grande do Norte. Ao terem a intenção de construírem uma vida juntos, os dois se mudaram para a capital em busca de novas oportunidades.

Eles trabalhavam como comerciantes na capital, vendendo pastéis e alguns outros produtos regionais do interior. O pai do Lucas sempre fazia viagens ao interior para buscar suplementos e, em uma dessas viagens, ele sofreu um acidente fatal de trânsito. 

O carro em que ele estava colidiu com outro veículo e o pai faleceu quando estava no hospital. A morte do pai do Lucas foi repentina e extremamente sentida por todos os seus familiares. 

Com o passar dos anos, o Lucas passou a ter alguns comportamentos que eram considerados "estranhos" por algumas pessoas. Por exemplo, ele procurava estar sempre próximo da mãe e chorava com muita intensidade quando ela não estava por perto. 

A angústia que ele sentia era muito forte e o acompanhava em qualquer lugar. Ou seja, apesar dele não ter conseguido colocar em palavras todo o desespero que sentia, ele externou todo esse sentimento muitas e muitas vezes.

Para o Lucas criança, a perda do pai também trouxe a possibilidade de perder a mãe em qualquer momento. 

Embora tenha lidado com muita angústia, ao crescer, o Lucas encontrou na escrita uma maneira de colocar a sua dor para fora. Ele escreve poemas, crônicas e livros infantis.

No ano passado, a mãe do Lucas também faleceu. Com a partida dela, ele foi obrigado a confrontar todos os medos que sentiu ao longo da vida. 

Ainda assim, o Lucas acredita que teve a chance de lidar com o luto de uma forma diferente. Como ele mesmo disse reflete em suas poesias, a dor da ausência nunca passa, mas o amor que sentimos por aqueles que partiram os mantém vivos em nossas memórias e dentro do nosso peito.

>> Livro O dia em que o passarinho não cantou: https://amzn.to/3SAwJMz

>> EP. Falando de morte com as crianças https://open.spotify.com/episode/0PC5cNYzgCHdGrisIZJqze?si=bf3f898f0f864aaf

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Edição: Manu Quinalha

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: Raquel Lopes, apoiadora na Orelo.

Feb 13, 202436:09
Os traumas do abuso infantil

Os traumas do abuso infantil

Durante a infância, a Muryhelen foi vítima de diversos abusos sexuais cometidos pelo seu ex-padrasto. Ela, que era somente uma criança, o tratava como pai e só percebeu que algo estava errado conforme foi crescendo. 

A infância da Muryhelen foi marcada por algumas dificuldades. A mãe dela era uma mulher jovem, tinha cinco filhos e a família toda chegou a passar algumas necessidades.

Mas apesar disso, até os seus 6 anos, a Muryhelen teve uma infância normal. Quando ela tinha em torno de 8 anos de idade, a mãe conheceu o seu ex-padrasto. 

A relação entre eles também era considerada normal e o homem era bastante carinhoso com todos os filhos. As coisas começaram a mudar quando a mãe teve que ficar internada por alguns dias após ter enfrentado uma pré-eclâmpsia no parto do primeiro filho dos dois.

A mãe acreditava que o padrasto tomaria conta dos seus outros filhos. Contudo, o padrasto agiu de má fé e aproveitou a ausência da mãe para tirar vantagem da Muryhelen. 

Os abusos começaram de forma sutil, mas foram se tornando cada vez mais explícitos com o passar dos anos. 

De certa forma, a Muryhelen externou o incômodo que sentia. Ela foi uma criança que tinha ataques constantes de raiva e que cresceu acreditando que não merecia ser amada. 

Quando se tornou adulta, ela se casou e entrou em um relacionamento abusivo. Por conta de tudo isso, a Muryhelen também enfrentou a depressão e a ansiedade logo depois do nascimento do primeiro filho.

A gota que transbordou o copo foi quando ela foi agredida enquanto estava grávida do segundo filho. Nisso, ela decidiu terminar esse relacionamento e viveu uma fase bastante complicada. 

Ela estava desempregada, sem moradia e lidando com o abuso de substâncias. Nisso, ela começou a aceitar qualquer tipo de trabalho para fugir da fome.

 

A vulnerabilidade social a levou a aceitar um trabalho pontual como animadora de eventos. Porém, a Muryhelen nos conta que as 4h que ela passou trabalhando nessa festa foram as mais felizes que ela viveu em muito tempo. 

O afeto e a felicidade das crianças a trouxe de volta pra si mesma. A partir dali, ela decidiu construir a sua carreira na área e mais tarde, ela criou a @ZM, a sua própria empresa de eventos.

Hoje, aos 31 anos, a Muryhelen pode dizer que encontrou novos caminhos para ser feliz. Embora as marcas do trauma ainda existam, ela diz que encontrou a cura da sua criança interior ao se tornar animadora de eventos.

UNICEF - Panorama da violência letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil: https://www.unicef.org/brazil/media/16421/file/panorama-violencia-letal-sexual-contra-criancas-adolescentes-no-brasil.pdf

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Edição: Manu Quinalha

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: Neuma Coelho, apoiadora na Orelo.

Feb 06, 202433:45
Homem trans grávido: eu decidi gestar minha filha

Homem trans grávido: eu decidi gestar minha filha

O Léo é um homem trans que passou por uma gestação recentemente. Ele é casado com um outro homem, o Alexandre, e juntos, planejaram essa gravidez para que eles pudessem formar uma família.

Aos 19 anos, o Léo passou pela transição de gênero. Isso significa que ele nasceu com um corpo que é lido como feminino pela sociedade, mas que apesar disso, ele sempre soube que era um homem.

Ele se sentia mal com o corpo que tinha e para que a sociedade pudesse o ver assim como ele já se identificava, o Léo optou por fazer a transição de gênero. Para isso, ele passou por um acompanhamento médico que proporcionou mudanças em seu corpo.

Com o tratamento, a voz dele engrossou, ele passou a ter pêlos pelo corpo, retirou as suas mamas, mas o seu sistema reprodutor permaneceu o mesmo. Dessa forma, ele tinha a possibilidade de engravidar mesmo sendo um homem. E foi isso que aconteceu.

Os anos se passaram e, mais tarde, ele conheceu o Alexandre. Os dois se apaixonaram e logo engataram um relacionamento. 

O Léo conta que já tinha tido vontade de engravidar, mas que essa expectativa tinha diminuído depois de ter ficado solteiro novamente. O desejo de engravidar voltou à tona quando o Alexandre surgiu e, com o tempo, se tornou um plano do casal.

Embora a gravidez tenha sido planejada, ela calhou de acontecer em um momento de fragilidade da vida do Léo. Nisso, o Alexandre procurou ficar ainda mais presente pro Léo para que eles pudessem criar essa criança.

A notícia da gravidez trouxe vários receios para o casal, principalmente para o Léo. Ele não sabia como as pessoas iriam reagir com o fato de um homem estar grávido. 

Para o alívio deles, a equipe hospitalar não foi transfóbica e os tratou muito bem durante todo o processo. A filha deles, Yumi, nasceu rodeada de apoio e amor.

O Léo questiona o porquê de tantas pessoas ainda terem preconceito. Ele diz que a gestação transmasculina é um acontecimento humano, ou seja, se há o desejo de ser pai e há a chance do corpo gerar uma criança, por que essa vontade deveria ser reprimida?

Vale lembrar que também contamos outra história parecida há algumas semanas: nela, falamos do Thales, que é um homem trans e que engravidou do seu parceiro, o Lukas.

Assim como eles, o Léo e o Alexandre confrontam o preconceito que existe na sociedade e estão felizes juntos da Yumi. 

Assista a história do Thales e do Lucas lá no nosso canal: https://www.youtube.com/watch?v=Zu_Yx24CKoQ

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Edição: Manu Quinalha

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: Patrícia Ferreira, apoiadora na Orelo.

Jan 30, 202416:06
A violência doméstica dentro das igrejas

A violência doméstica dentro das igrejas

A Simone cresceu em um lar evangélico, mas ao contrário do que prega a religião, não era um ambiente de respeito, harmonia e paz. Ao longo da vida, ela vivenciou alguns ciclos de violência e abusos, até conseguir pedir ajuda. Hoje, ela ajuda outras mulheres a identificarem e saírem de ciclos de violência doméstica.

Antes de viver na pele a violência doméstica dentro de um casamento, a Simone passou por situações abusivas em casa com a sua própria mãe.

Ela foi fruto de uma gravidez indesejada e isso fez com que a relação entre as duas fosse bastante difícil. Em paralelo, a mãe da Simone também havia passado por diversos traumas e nunca obteve a assistência necessária para tratá-los. 

Apesar de também ser uma mulher religiosa, a Simone se tornava cada vez mais questionadora conforme o tempo passava e a família a via como uma pessoa rebelde. Para escapar da violência vivida dentro da própria casa, ela decidiu buscar um casamento.

Simone se casou aos 27 anos e quando achou que finalmente teria um lar tranquilo e amoroso, ela se viu novamente em um ciclo de violência doméstica. 

Logo após o primeiro ano de casamento, o ex-marido passou a consumir álcool em excesso, a traí-la e a agredí-la fisicamente e psicologicamente. Além de tudo isso, ele também agredia os filhos do casal.

Foram anos de agressões até ela conseguir dar um basta. Depois de inúmeras tentativas de colocar um ponto final na relação, ela conseguiu sair de casa com a filha caçula e foi dormir no chão da casa da mãe dela.

Os capítulos seguintes foram ainda mais difíceis: ela estava desempregada, passando por uma depressão e enfrentou muito preconceito dentro da igreja por ter se divorciado do marido.

Já existem algumas pesquisas sobre a relação entre as igrejas evangélicas e a violência doméstica, mas a interpretação bíblica de submissão da mulher dificulta que mais denúncias sejam feitas.

Vale lembrar que tivemos um caso recente de violência doméstica contra uma figura pública: Ana Hickmann denunciou o seu ex-marido após ter sido agredida e relatou ter sofrido vários abusos durante o seu casamento.

Sair de um relacionamento abusivo é extremamente difícil, especialmente quando não há rede de apoio. No caso da Simone, ela se uniu a outras mulheres de uma comunidade de pescadores, enquanto ainda estava dentro do relacionamento, para se reerguer.

Hoje, a Simone é pastora e possui um projeto chamado @projetolibertaparamulheres, que ajuda outras mulheres a saírem de relacionamentos abusivos. 

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Edição: Manu Quinalha

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: Nayara Solano, apoiadora na Orelo.

Jan 30, 202434:43
Minha irmã se tornou mãe da minha filha

Minha irmã se tornou mãe da minha filha

A irmã da Andressa nunca pôde ter filhos. Já a Andressa, por outro lado, era mãe e por diversas coincidências do destino, acabou permitindo que a sua filha fosse criada pela irmã.

A irmã da Andressa sempre sonhou em ser mãe e enquanto isso não acontecia, ela se fazia bastante presente na gravidez da Andressa. 

Dessa forma, a irmã foi a maior parte da rede de apoio da Andressa, sempre auxiliando e cuidando da sobrinha, a Rafaela.

A chegada da Rafaela também conectou toda a família de modo geral, especialmente porque ela tinha um pai ausente. Então, a família se uniu para criá-la.

Apesar de muitas pessoas não acharem natural, para elas, as coisas sempre fluíram para que a Rafaela tivesse duas mães.

A Rafa se acostumou com essa rede de apoio, era comum ter a tia, que acabou se tornando madrinha também, sempre presente. Ela ia todo fim de semana e passava as férias na casa da irmã da Andressa. 

Um dia, a Andressa passou em um concurso público e seu trabalho era longe da escola da filha. Pensando no bem-estar da Rafaela, ela passou a deixá-la na casa da irmã durante a semana. 

A Rafaela tinha 10 anos e encarou aquela mudança com tranquilidade. Ela amava ficar na casa da tia aos fins de semana e nas férias. Morar lá não seria problema algum.

Pensar na qualidade de vida da filha e permitir que ela passasse a morar com a tia foi um divisor de águas e, consequentemente, a Rafaela passou a ter duas mães.

A história da Andressa nos faz questionar alguns pontos, afinal, para elas, o processo aconteceu naturalmente. Ainda assim, elas foram muito julgadas. “Que mãe não cria sua filha?”

Por isso, fica aqui o nosso questionamento: por que a nossa sociedade normaliza pais ausentes e estranha uma maternidade compartilhada?

A Andressa se casou novamente, teve uma outra filha e mesmo assim, nunca perdeu a conexão com a Rafaela, que hoje tem 22 anos e ainda mora com a tia. 

Pelo contrário, ainda que elas não morem juntas, as duas participam ativamente uma da vida da outra.

O laço de amor entre a Andressa, a Rafaela, a tia é eterno. Além do amor, há uma generosidade muito grande de todos os lados para compartilharem a vida da Rafaela.

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Edição: Manu Quinalha

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: Renato Ber, apoiador na Orelo.

Jan 22, 202423:46
Meu ex terminou um casamento de 15 anos com uma carta

Meu ex terminou um casamento de 15 anos com uma carta

Depois de 15 anos de casados, o ex-marido da Carla comunicou que estava terminando o relacionamento e saindo de casa através de uma carta. Ela só soube disso dias depois, quando retornou de uma viagem que estava fazendo. Ali, Carla se viu sozinha dentro de um casamento, sem ter a oportunidade de ao menos tentar entender o que aconteceu.

O ex-marido era 16 anos mais velho e despertou o interesse dela após perceberem que tinham interesses em comum. Além disso, eles namoraram por 9 anos.

Durante o namoro, eles moravam em casas separadas e mesmo sem a convivência extrema, a Carla percebia que o ex-companheiro era bastante ciumento. De qualquer maneira, ela conseguiu contornar esse comportamento por um bom tempo.

No décimo ano de relacionamento, eles fizeram uma viagem e, na volta, decidiram se casar e morar juntos. Eles fizeram um acordo de separação de bens e isso a deixou, de certa forma, dependente financeiramente dele.

Mesmo assim, ela sempre seguiu os próprios interesses e estudava sobre envelhecimento ativo na época. Com esse conhecimento, ela decidiu falar sobre o assunto junto de sua mãe, Sylvia, nas redes sociais.

A Carla já apareceu por aqui, contando sobre como é envelhecer junto da Sylvia. As duas lutam contra o etarismo e comandam o perfil @minhaidadenaomedefine.

Conforme o projeto crescia, Carla percebeu que o ciúmes do ex-parceiro crescia. Enquanto ela vibrava com a maturidade, o ex-parceiro se sentia cada vez mais inseguro.

Carla se incomodava, mas acabava cedendo por não querer acabar com a relação. Ela decidiu esfriar a cabeça em uma viagem e ao retornar para casa, se deparou com uma carta em cima do sofá.

Na carta, ele dizia que estava indo embora e que o casamento dos dois, que já durava 14 anos, havia chegado ao fim. Nisso, a Carla achou que a vida também havia acabado. 

Ela demorou um bom tempo para assimilar tudo o que havia acontecido. Para isso, ela teve que abraçar o luto do fim do relacionamento e reaprender a cuidar de si mesma.

Carla encontrou força no autoconhecimento, em redes de apoio, e é claro, no projeto. Apesar da experiência dura, ela acredita que há muita vida a ser vivida.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: Cris Crosta, apoiadora na Orelo.

Jan 09, 202424:16
Salvei uma garota raptada para fazer programa

Salvei uma garota raptada para fazer programa

O Marco viveu uma experiência complexa durante a sua adolescência. Aos 15 anos, ele estava a caminho de um bordel para perder a sua virgindade e no meio da rota, ele encontrou uma garota chorando. A partir dali, ele interrompeu todos os seus planos para ajudá-la.

Essa história aconteceu em Bauru, cidade do interior de São Paulo, no ano de 1976. Ele não se recorda mais do nome verdadeiro da garota, sendo assim, vamos chamá-la de Tamires.

A Tamires era de Corumbá, uma cidade que faz divisa com a Bolívia, e foi atraída para Bauru sob a proposta de trabalhar com crianças. Porém, quando chegou lá, foi mandada diretamente para o bordel.

Tudo mudou quando Marco ouviu o choro da Tamires. Quando ele a encontrou e perguntou o que havia acontecido, descobriu que ela estava vivendo sob regime de escravidão sexual neste lugar e que só queria encontrar com a sua mãe e a sua irmã.

Marco sabia que se ele seguisse determinado caminho, ele conseguiria voltar para a cidade. Nisso, ele pegou na mão da Tamires e os dois atravessaram um milharal para seguirem o caminho deles.

A Tamires quase desmaiou de medo no meio do trajeto e dizia que "o Genaro iria atrás deles." Mais tarde, Marco descobriu que Genaro era um capanga que trabalhava a mando do bordel.

Marco levou Tamires para a casa dele, ofereceu uma refeição para ela e a abrigou durante a noite. Ele estava decidido a comprar uma passagem de volta para a Tamires.

Enquanto ela se ajeitava, ele correu para falar com a avó dele e pediu um adiantamento da mesada que recebia na época. A avó topou antecipar a mesada e na manhã seguinte, eles seguiram para a rodoviária para comprar uma passagem de retorno para a Tamires.

Logo cedo, os dois foram para a rodoviária e ele conseguiu fazer com que a Tamires embarcasse no trem de volta para Corumbá. Ele não soube se ela conseguiu voltar para a casa.

Nós nunca vamos saber o que de fato aconteceu com a Tamires. Mas, essa história que nos dá uma lição de humanidade, será em breve contada no filme "Manga Curta", dirigido por Manu Quinalha, afilhada dele, e quem nos apresentou essa história e está produzindo esse filme.

A história do Marco também foi publicada na nossa coluna da Revista Claudia https://claudia.abril.com.br/coluna/deixa-te-falar-historias-de-terapia/o-que-te-faz-ajudar-alguem/

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: Gabriella Fonseca, apoiadora na Orelo.

Jan 02, 202425:34
A morte do meu marido e da minha filha de 10 meses

A morte do meu marido e da minha filha de 10 meses

No dia 28 de dezembro de 2018, um acidente de carro mudaria a vida da Adriana que, de uma vez só, perdeu o marido e a filha de 10 meses. Apenas a Adriana e uma prima sobreviveram. A partir disso, a Adriana enfrentou um processo muito longo e dolorido para entender e ressignificar o luto. 

Na época do acidente, a Adriana e o marido, André, tinham respectivamente 35 e 38 anos. Por isso, a morte era vista como algo distante e improvável.

O acidente aconteceu durante um passeio em família e foi tão grave a ponto da Adriana não ter lembranças do que aconteceu.

Ela foi levada para a UTI de um hospital e acordou bastante debilitada no dia seguinte. Ainda no hospital, ela passou a ter suporte psicológico. 

O processo de aceitação das perdas foi bastante lento e doloroso. O apoio médico, a família e os amigos foram fundamentais para que ela pudesse aprender a olhar para a morte.

Ela decidiu abraçar a dor e ao ter esse acolhimento consigo mesma, Adriana entendeu que sempre seria difícil, mas que o tempo faria com que o amor fosse mais forte do que qualquer outra coisa.

Dois anos depois, o pai da Adriana visitou o cemitério e comentou sobre como era triste se deparar com diversos túmulos abandonados. 

Com essa conversa, a Adriana e os pais decidiram ressignificar os vasos de barro que eram descartados no cemitério. Nisso, surgiu o projeto @projetoflorevida. 

A ideia é a de lavar, pintar, e devolvê-los com flores de EVA feitas a mão. Além de enfeitarem, os vasos levam mensagens de amor, acolhimento e representam uma forma de ressignificação da dor. 

Adriana sempre sonhou em ser um motivo de orgulho para a filha. Hoje, ao olhar para a própria caminhada, ela acredita que a sua filha, Dara, teria muito orgulho da mãe.

Nós já contamos a história da Renata, que também lidou com o luto. Assim como ela, a Adriana acredita que seja fundamental não morrermos em vida. Assista aqui: https://youtu.be/edj2fbHH4mY

Ela diz que aqueles que partiram permanecem vivos enquanto nos lembramos deles. E essa é a principal mensagem do Flor da Vida: apesar das partidas, o amor fica. 

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: Giannandréa Darques, apoiadora na Orelo.

Dec 26, 202328:08
As oportunidades que perdi por ser preto e PCD

As oportunidades que perdi por ser preto e PCD

O Henrique é um homem negro, PcD, e lidou com a ausência do próprio pai durante toda a vida. O pai dele faleceu quando ele tinha apenas 5 anos e, apesar dele ter crescido em uma família repleta de amor, a orfandade trouxe diversas questões. Hoje, ele luta para ser o pai que não teve para a sua filha, Mariana.

Henrique é o filho caçula da família e na época do falecimento do pai, o irmão e a irmã tinham respectivamente 13 e 12 anos. Por isso, tanto o irmão mais velho, quanto o marido da tia se tornaram as referências paternas dele.

Devido a isso, o Henrique diz ter amadurecido muito cedo. Ele começou a fazer bicos aos 12 anos e aos 14, arrumou o primeiro emprego registrado.

Ele possui uma deficiência física congênita, isto é, mobilidade reduzida especialmente na sua mão direita. Os médicos suspeitam que tenha sido uma queda que a mãe dele sofreu durante a gravidez que ocasiou essa condição.

Assim como muitas outras pessoas, ele lidou com muito preconceito. Além do capacitismo, Henrique enfrentou muito racismo, mas só se deu conta do peso de tudo isso na vida adulta.

Mesmo assim, Henrique tem orgulho de ser um homem negro, PcD e periférico. Foi esse orgulho que o motivou a ir atrás de seus objetivos.

Entre muitos sonhos, um deles era o de ser pai. Ele teve alguns relacionamentos ao longo da caminhada, mas foi em 2016 que ele conheceu a mãe da filha dele.

Essa relação trouxe a Mariana ao mundo. Apesar de não estarem mais juntos, o casal se esforça para dar a melhor criação para a filha e ele espera dar muito orgulho para ela.

O episódio de hoje é uma parceria editorial do ter.a.pia com o time de Diversidade e Inclusão do Hospital M’Boi Mirim. Vamos contar 4 histórias de funcionários do Hospital que integram grupos minorizados.

Hoje, ele trabalha na parte financeira do hospital e se sente muito realizado em sua profissão. Além do Henrique, o M’Boi Mirim acolhe todas as pessoas, sejam elas pacientes ou colaboradores. 

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Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: Danuzia Marques, apoiadora na Orelo.

Dec 19, 202320:40
ENCONTREI O AMOR GRÁVIDA DE 8 MESES

ENCONTREI O AMOR GRÁVIDA DE 8 MESES

Aos 8 meses de gravidez, Júnior conheceu Michelle numa festa e se encantou por ela. Ela, que não estava com cabeça pra homem, começou a ver nas conversas que tinha com ele que algo estava nascendo - e não era seu filho (ainda), mas o amor.

Tudo começa na festa de formatura de uma amiga da Michelle. Ela estava lá curtindo com o barrigão de 8 meses, quando Júnior comenta pra amiga que a Michelle "era uma grávida linda".

Michelle nem deu bola porque ela não estava muito bem por conta do seu último relacionamento, fora que no final da gravidez não tinha nem cabeça pra pensar em nada.

Ela até brincava com as amigas que ficaria 2 anos sem beijar na boca por conta da maternidade solo. Mas o Júnior antecipou bastante esse beijo.

Antes disso acontecer, os dois ficaram conversando pela internet. Isso porque ele morava no Recife, ela em Petrolina. São 700 Km e uma gravidez de distância, mas para o amor nada é impossível.

20 dias conversando foram o suficiente pra Michelle ficar balançada, mas ainda não totalmente entregue.

Mas tudo já estava escrito: os dois gostavam de Carnaval - e até passaram vários no mesmo ano e lugar - ainda que não tivessem se encontrado. Os dois também eram apaixonados pelo cantor Saulo.

Só que a Michelle ficava pensando: quem se interessa por uma grávida?

O Júnior se interessava. Tanto que foi para Petrolina 20 dias antes dela ter o bebê para vê-la novamente. Assim que se encontram, o beijo acontece.

Depois do beijo, tudo é história. Uma história que completou 10 anos em 2023. Pedro Luca nasceu, Júnior ia visitar Michelle todo mês e pouco tempo depois se mudou para Petrolina pra ficar perto dela e do bebê.

Os dois começaram a namorar sério - num show do Saulo - depois noivaram e casaram em pouco tempo. Júnior e Pedro Luca têm uma relação de pai e filho, Michelle segue apaixonada e Júnior também.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Taís Cruz

Voz da vinheta: André Luiz, apoiador na Orelo.

Dec 12, 202323:32
MUDEI MINHA OPINIÃO SOBRE MATERNIDADE

MUDEI MINHA OPINIÃO SOBRE MATERNIDADE

A Gisele estava decidida em não ser mãe e ela sempre teve vários motivos fortes que embasaram a sua decisão. Porém, aos 27 anos, algo mudou dentro de si mesma e ela decidiu se tornar mãe.

Ela começou a formar a sua opinião ainda na infância, por ter crescido com pais separados, e seguiu firmemente com as suas convicções por bons anos.

Logo que conheceu o seu atual parceiro, o Jefferson, ela percebeu que eles tinham uma incompatibilidade: ao contrário dela, ele sonhava em ser pai.

Mesmo assim, os dois escolheram estar um com o outro. Ele respeitou a decisão dela e o casal se relacionou por longos anos ciente de que as vontades deles eram diferentes. 

Ao longo do relacionamento, tanto a Gisele quanto o Jefferson enfrentaram inúmeros questionamentos de pessoas à sua volta. Entre eles, um dos mais comuns era o de saber quem iria cuidar dela na velhice.

Ela conta que sempre achou esse questionamento injusto, pois filho nenhum deveria carregar qualquer tipo de responsabilidade, antes mesmo de vir ao mundo. 

Conforme o passar dos anos, Gisele começou a cogitar a possibilidade de sentir algum tipo de insatisfação pessoal com a escolha de não ser mãe. Foi essa a razão que a motivou a mudar de opinião.

Logo que decidiu ser mãe, ela notou que as pessoas invalidaram a escolha anterior dela. Esse ponto trouxe muito incômodo, pois a decisão de ter filhos não representa indecisão ao que ela costumava querer para si mesma. Foi apenas uma mudança de planos.

Ainda assim, é importante dizer que a história da Gisele não invalida de forma alguma a decisão de outras mulheres. Todo e qualquer motivo para não ser mãe é válido.

Embora seja mãe atualmente, a Gisele ainda acredita que não é justo colocar as próprias expectativas de felicidade na maternidade. Ela acha que a felicidade é um estado de espírito, e não um sentimento que pode ser depositado em alguém.

Hoje, ela se considera feliz com a sua escolha, mas não romantiza todas as responsabilidades que existem junto do papel de ser mãe. A Gi defende o direito de escolha das mulheres e destaca que a decisão dela condiz somente à ela.

Referências do episódio:

A bizarra história da laqueadura no Brasil https://www.youtube.com/watch?v=YKwFdSZNr7c&t=75s https://azmina.com.br/reportagens/a-historia-da-laqueadura-no-brasil/

Gravidez não planejada no Brasil está acima da média mundial, aponta pesquisa https://www.estadao.com.br/emais/ser-mae/gravidez-nao-planejada-no-brasil-esta-acima-da-media-mundial-aponta-pesquisa/ Carolina Dieckmann: “Não entendia mulheres que não queriam filhos” https://www.metropoles.com/celebridades/carolina-dieckmann-nao-entendia-mulheres-que-nao-queriam-filhos

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Dec 05, 202326:57
O LUTO PELAS IRMÃS QUE NÃO CONHECI

O LUTO PELAS IRMÃS QUE NÃO CONHECI

A Aline teve duas irmãs: a Mércia e a Márcia, e as duas morreram afogadas em um acidente quando foram à praia pela primeira vez. Tudo isso aconteceu antes da Aline nascer e, por conta disso, ela carregou uma enorme culpa ao longo da vida. 

Antes de tudo acontecer, a mãe das meninas morava no Rio Grande do Norte e decidiu se mudar com o marido para São Paulo em busca de melhores condições de vida.

Ela teve as duas primeiras filhas e após 15 anos morando em São Paulo, optou por voltar para o Rio Grande do Norte. Na época da mudança, Mércia e Márcia tinham respectivamente 14 e 11 anos.

Assim que chegaram, as irmãs pediram para irem à praia. A mãe não pôde ir, mas permitiu que as filhas fossem acompanhadas de outros familiares.

A praia era formada de muitas pedras e por falta de informação, as irmãs acabaram parando em uma área que impossibilitou a volta delas. Ao perceber o afogamento, o namorado da tia tentou salvá-las e também acabou falecendo no resgate. 

Além da dor do luto, a mãe das meninas foi consumida pela culpa, ainda mais com o marido a culpando também. Enquanto tudo isso aconteceu, ele estava em São Paulo.

Claro que tudo havia sido um acidente e não há culpados nessa história. Mas o pai da Aline não percebia que ele também não pôde ir à praia quando a tragédia aconteceu. 

As meninas partiram em novembro de 1993. Em fevereiro, a mãe descobriu que estava grávida novamente. Poucos meses depois, nasceu a Aline.

Por muitos anos, ela sentiu que sua vida servia para ocupar o vazio que as irmãs haviam deixado e isso fez com que ela carregasse uma enorme culpa. Além disso, ela diz ter tido uma infância mais restrita.

Aline só soube dos detalhes do acidente na vida adulta. Embora ela soubesse que as irmãs tinham falecido em um afogamento, ninguém na família tocava no assunto. Por conta disso, hoje, ela entende a superproteção da mãe.

A Aline só conseguiu ressignificar a culpa a partir do momento em que também se tornou mãe. Ela teve duas filhas e deu o nome de Mércia para a sua primeira filha, para homenagear a irmã que ela nunca conheceu.

Conheça o trabalho da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático pela página deles no Instagram https://www.instagram.com/sobrasa/

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: Patrícia Rodrigues e Manu, apoiadoras na Orelo.

Nov 28, 202320:34
ME APAIXONEI PELO MOTOTÁXI

ME APAIXONEI PELO MOTOTÁXI












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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: Renata Reis, apoiadora na Orelo.

Nov 21, 202326:02
AS CONQUISTAS PARA UMA MULHER PRETA REALIZAR SEU SONHO

AS CONQUISTAS PARA UMA MULHER PRETA REALIZAR SEU SONHO

A Rose percorreu um longo para ter mais dignidade e qualidade de vida. Ela é filha de nordestinos, preta, periférica e começou a trabalhar ainda aos 12 anos para ajudar em casa. 

Mesmo com diversos obstáculos, ela se tornou enfermeira e hoje coordena a área de Enfermagem da ala pediátrica no Hospital do M’Boi Mirim, em São Paulo.

A Rose nasceu em São Paulo e, durante a infância, se mudou para Pernambuco com os pais e os irmãos. Ela é a quinta irmã, de nove filhos.

Ela voltou para São Paulo aos 10, e aos 12, começou a trabalhar na feira para ajudar a complementar a renda familiar e levar algumas frutas gratuitamente para casa. Foram 2 anos nessa rotina, até que ela pôde assinar a carteira de trabalho aos 14 anos. 

Ela entrou em uma empresa de confecções, mas 6 meses depois de ter arrumado esse emprego, a mãe dela faleceu. Com a ausência da mãe, ela se sentiu ainda mais responsável por ajudar o pai viúvo a sustentar o restante da família.

Aos 20, ela casou, teve a sua primeira filha, e em razão disso, decidiu voltar aos estudos. Na época, o marido (que agora é ex) não gostou do retorno aos estudos, no entanto ela seguiu independente da opinião dele.

O casamento acabou logo quando ela estava no último ano de faculdade. Nisso, ela teve que equilibrar o tempo, o trabalho e o fato de ter se tornado mãe solo de duas filhas.

Foram muitas adversidades até ela arrumar o primeiro emprego como enfermeira. Alguns anos depois, em 2008, ela entrou na instituição em que trabalha até hoje, se tornou líder da área e se sente muito realizada.

Apesar da história da Rose ser muito bacana, é importante dizermos que também é uma exceção. De acordo com a Band News, mulheres negras representam apenas 3% das lideranças no Brasil. 

A luta por mais políticas públicas continua e a Rose se considera uma vencedora. 

O episódio de hoje é uma parceria editorial do ter.a.pia com o time de Diversidade e Inclusão do Hospital M’Boi Mirim. Vamos contar 4 histórias de funcionários do Hospital que integram grupos minorizados.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: Renata Ribeiro, apoiadora na Orelo.

Nov 14, 202322:59
MINHA MÃE ME ADOTOU MESMO SENDO FRUTO DE TRAIÇÃO

MINHA MÃE ME ADOTOU MESMO SENDO FRUTO DE TRAIÇÃO

A Jussara foi entregue nos braços da mãe da adotiva dela aos 3 meses de idade. Ela foi fruto de uma traição do seu pai. Mesmo assim, a Dona Maria Inês, que é quem a adotou, não hesitou em ficar com ela e a amou até o seu último suspiro de vida.

A Dona Maria Inês era casada com o pai biológico da Jussara, mas a própria Jussara descreve o pai como alguém que era infiel, agressivo e que enfrentava problemas com o álcool.

Em algum momento, o pai teve um caso com a mãe biológica da Jussara, que acabou engravidando. Quando a Jussara nasceu e completou 3 meses de vida, a mãe biológica dela foi até à casa da Dona Maria Inês e do pai biológico para entregar a criança à ele.

Foi a Dona Maria Inês que atendeu a porta. Nisso, ela teve dois choques: o de descobrir que havia sido traída, e que a traição havia gerado uma criança.

Ainda que tudo isso tenha explodido no mesmo momento, ao olhar para a Jussara, a Dona Maria Inês compreendeu que a bebê não tinha culpa alguma no que havia acontecido.

Devido a esse olhar de compaixão, a Dona Maria Inês decidiu ficar com a Jussara e registrá-la no cartório. A partir disso, mesmo que tenha lidado com maus comportamentos do pai, a Jussara teve uma vida bastante feliz.

Além de dar amor e uma vida digna à filha, a Dona Maria Inês não titubeou em aceitá-la por completo. Isso porque, apesar de ser muito religiosa e seguir a doutrina evangélica, ela nunca virou as costas para a Jussara, que é uma mulher lésbica.

Tanto a Dona Maria Inês, quanto a Jussara, presenciaram a Igreja que elas frequentavam pregando afirmações homofóbicas. Por conta disso, a história delas é uma prova de que o amor é capaz de vencer a desinformação, o preconceito e o ódio.

A Dona Maria Inês faleceu em 2013, mas o laço de amor entre as duas é infinito. Durante o episódio, Jussara destaca que, no final, a ligação sanguínea é somente um detalhe e que ter nascido do coração de alguém é a melhor coisa que poderia ter acontecido.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: Renata Ribeiro, apoiadora na Orelo.

Nov 07, 202316:48
NINGUÉM VAI INVALIDAR NOSSO CASAMENTO

NINGUÉM VAI INVALIDAR NOSSO CASAMENTO

Há 8 anos, a Thauana e a Aline se conheceram por meio de uma amiga e, em 2023, as duas se casaram com todo o apoio e acolhimento da família de ambos os lados. Mesmo com a ameaça de um projeto de lei que pretende proibir e anular casamentos homoafetivos.

A Thauana e a Aline se beijaram pela primeira vez em uma festa e depois disso, a relação das duas floresceu naturalmente.

Durante o episódio, a Thauana brinca sobre ser comum encontrar lésbicas que namoram e se casam rapidamente, mas que ela e a Aline fugiram um pouco dessa regra. Afinal, elas demoraram 8 anos para se casarem!

O amor delas também germinou nas pessoas ao redor. Tanto a família da Thauana, quanto a da Aline, as respeitaram e apoiaram desde o início.

Vale destacar que a mãe da Aline é bastante religiosa, e mesmo assim, está ao lado da filha. Isso só prova que o preconceito não está na religião, e sim, nas pessoas.

O casamento emocionou a todas as pessoas que compareceram. Na cerimônia, a amiga que foi a celebrante fez questão de lembrar que todos estavam ali por amarem muito as duas e por festejarem o amor que existe entre elas.

Por mais que pareça ser uma história comum, o amor da Thauana e da Aline tem muitos motivos para ser celebrado.

Recentemente, a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo.

O projeto foi criado por um depurado pastor e recebeu 12 votos favoráveis. Ele ainda será analisado em outras comissões, mas caso seja aprovado, passará para o Senado.

Mesmo que o projeto não seja aprovado pelas outras comissões, precisamos lembrar que a conquista de direitos não é permanente. Pessoas LGBTQIA+ sofrem ameaças aos direitos conquistados frequentemente.

Existem milhares de pessoas LGBTQIA+ sendo reprimidas diariamente. Por isso, estamos aqui para lembrar que assim como a Thauana e a Aline, nós e toda a comunidade LGBTQIA+ existimos e resistimos!

Ninguém vai nos tirar o direito de amarmos e sermos amados. TODA conquista deve e será comemorada! Assim como casamento da Thauana e da Aline.
Oct 31, 202332:58
DESCOBRI UM CÂNCER METASTÁTICO AOS 28 ANOS

DESCOBRI UM CÂNCER METASTÁTICO AOS 28 ANOS

O Douglas descobriu um câncer metastático aos 28 anos e convive com a doença há 5 anos. Embora seja um diagnóstico difícil de ser enfrentado, ainda mais em uma pessoa jovem, ele não permite que a doença o impeça de viver.

A descoberta aconteceu após ele ter tido uma queda e torcido o tornozelo. Ao fazer um tratamento de ligamento, ele constatou um caroço na perna e perguntou ao médico o que aquilo poderia ser. 

Nisso, o ortopedista que fazia o acompanhamento o encaminhou para outros exames até que ele chegasse a um médico oncológico. Lá, ele fez uma biópsia e soube que estava com câncer metastático.

A doença agiu de forma totalmente silenciosa. Mesmo assim, o Douglas se internou sozinho logo que recebeu o diagnóstico.

Antes mesmo de ser diagnosticado, o Douglas contava com a espiritualidade na sua vida. Ele, que é adepto do Santo Daime, acredita que a doutrina o ajudou no enfrentamento do câncer. 

Outro recurso que o Douglas pôde contar ao longo do tratamento foi conhecer Micaela, sua atual esposa. Eles se conectaram por conta da paixão pela música eletrônica e ela foi uma peça fundamental neste processo.

O Douglas destaca que existe uma diferença bastante grande entre se relacionar com alguém e enfrentar alguma condição de saúde no meio desse relacionamento, e conhecer alguém após o diagnóstico. 

É por esse motivo que a relação dos dois é tão valiosa para ele. Além disso, eles moram juntos há 3 anos. 

Ele também comentou sobre não gostar que as pessoas sintam pena dele. Para exemplificar essa questão, o Douglas contou duas situações que ele viveu com outras duas pessoas que também vivem com o câncer e que relatam o mesmo incômodo.

Apesar dele viver com a doença, ele considera que a vida é muito mais do que isso. Tanto o Douglas, quanto outras pessoas que estão na mesma situação, só querem viver e sonhar plenamente, independente do que esteja acontecendo.

No final, o Douglas não se deixou abater pelo diagnóstico e ainda tem muita história pra viver!

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Voz da vinheta: André Luiz, apoiador na Orelo.

Oct 24, 202327:12
NOVIDADES DO HISTÓRIAS PARA OUVIR LAVANDO LOUÇA

NOVIDADES DO HISTÓRIAS PARA OUVIR LAVANDO LOUÇA

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Edição: Felipe Dantas
Roteiro: Luigi Madormo
Voz da vinheta: Cris Crosta, apoiadora na Orelo.
Oct 20, 202302:52
A COCAÍNA ME FEZ TER UM SURTO PSICÓTICO

A COCAÍNA ME FEZ TER UM SURTO PSICÓTICO

Não havia nada que indicasse que o Rafo poderia passar por algum episódio de sofrimento mental. Até que ele experimentou uma única vez a cocaína e o efeito desencadeou um surto psicótico.

O Rafo é filho único e foi no intercâmbio que pôde ter liberdade muito maior do que estava acostumado.

Ele sempre foi um cara regrado, tranquilo e até mesmo “careta”. Além disso, ele nunca havia tido evidências de qualquer transtorno mental. Um dia, após ter bebido numa festinha, um colega lhe ofereceu cocaína e ele aceitou.

Depois de ter usado, o Rafo ficou sem dormir por 3 noites e os efeitos fizeram com que ele criasse alucinações e paranoias.

Nisso, ele teve uma queda na imunidade, ficou com sintomas gripais e uma colega de quarto o medicou com um antigripal.

Essa mistura piorou o quadro do Rafo, que por conta da paranoia achou que a moça havia o envenenado, e fez com que ele fosse internado em um hospital psiquiátrico.

Depois de alguns dias internado, ainda no Canadá, o pai do Rafo foi buscá-lo e o trouxe de volta para o Brasil. Aqui o sofrimento do Rafo com o que estava passando durou bastante tempo por falta de acolhimento médico e de um diagnóstico.

Alguns psiquiatras desenganaram o Rafo enquanto uma pessoa capaz de autonomia. Todos falavam que ele seria uma pessoa dependente por conta do quadro psicótico que a cocaína desencadeou nele.

Mas a família do Rafo não desistiu dele e através de uma médica com uma abordagem humana, encontraram um tratamento efetivo.

Hoje ele vive bem, tem sua autonomia, é professor universitário e convive bem com seu diagnóstico: transtorno esquizofreniforme, um quadro semelhante à esquizofrenia, mas com duração menor das crises.

O Escritório das Nações Unidas publicou um relatório que diz que 284 milhões de pessoas usaram drogas em 2020. Além disso, o SUS registrou mais de 400 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool.

Ainda que os números sejam alarmantes, devemos enfrentar o uso de substâncias como uma questão de saúde pública. Afinal, parte das pessoas que usam drogas buscam nelas um escape para algum problema que elas estejam enfrentando.

O Rafo destaca que, independente do que você esteja passando, um momento ou uma condição não definem quem você é. Por isso, é importante ressaltarmos que uma pessoa em sofrimento mental não é necessariamente incapaz de viver plenamente.

Romper o tabu sobre transtornos mentais, ter amparo das pessoas à sua volta, encontrar o diagnóstico e persistir no tratamento correto foram etapas fundamentais para que o Rafo pudesse viver de maneira independente e tranquila.

Aqui você ouve e assiste as histórias que comentamos no episódio:

Jéssica Tauane: https://www.youtube.com/watch?v=4ICqQEGSUS0

Gringo: https://open.spotify.com/episode/14SVp43lxjTvhRo8MbVBwP?si=aEbncOepQe6TK_SfAfCotQ

Liane Pereira: https://open.spotify.com/episode/2RPUzZBFzTLAEpv5XLsBZY?si=38a4e5aef9944e0d

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Oct 18, 202329:42
NÃO SABIAM LIDAR COM UM GAY NO TRABALHO

NÃO SABIAM LIDAR COM UM GAY NO TRABALHO

O Hugo começou a vida profissional na área da construção civil aos 16 anos. Ele, que é um homem gay, sempre encarou a orientação sexual com tranquilidade, mas foi no trabalho que ele percebeu o quão presente a homofobia é na nossa sociedade.

Em determinada época da vida, o @huugorodrigues enfrentou algumas situações delicadas dentro de casa e a tia dele o chamou para morar com ela. Nessa outra casa, o Hugo recebia bastante afeto da tia.

Além do carinho, a tia o aceitava e disse uma frase que o marcou: ”O importante é que você se aceite e seja uma boa pessoa.” 

Apesar do Hugo sempre ter se aceitado, ele não se sentia preparado para assumir a orientação sexual para as outras pessoas. Nesse sentido, a aceitação da tia o ajudou a abrir essa questão para todos à sua volta.

Em meio a tudo isso, ele teve que lidar com o falecimento do pai. O Hugo achava que o pai nunca havia falado nada sobre a sexualidade dele, mas depois descobriu que o pai gostaria que ele achasse um “parceiro bacana” para compartilhar a vida.

Ou seja, o pai não se importava com a orientação sexual do Hugo. Ali, ele percebeu que as pessoas mais importantes da vida dele só queriam que ele fosse feliz.

A auto aceitação foi fundamental para o Hugo porque permitiu que ele vivesse experiências novas e o libertou para seguir adiante.

Hoje em dia, ele vive com os seus bichinhos de estimação, que são 4 gatos e 4 cachorros (durante o episódio é possível escutar o ronco dos cachorros haha).

Além de tudo isso, ele saiu da área que trabalhava e virou auxiliar de manutenção no Hospital M’Boi Mirim, que busca cuidar de todas as pessoas, sejam elas pacientes ou colaboradores.

O episódio de hoje é uma parceria editorial do ter.a.pia com o time de Diversidade e Inclusão no Hospital M’Boi Mirim. Vamos contar 4 histórias de funcionários do Hospital que integram grupos minorizados.

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Roteiro: Luigi Madormo

Oct 10, 202322:43
A CORAGEM DA MINHA MÃE DE DEIXAR EU CRESCER LONGE DELA

A CORAGEM DA MINHA MÃE DE DEIXAR EU CRESCER LONGE DELA

Amar é fazer escolhas difíceis. Essa frase resume a história da Mary, que nasceu em um lar violento. Tão violento que sua mãe decidiu que o melhor para filha era crescer longe dela.

A Mary passou por momentos complicados no início da sua infância. Seu lar era muito violento, sua mãe vivia em situação de violência constante. Por isso, pensando no que era melhor para a filha, a mãe da Mary permitiu que ela saísse de casa aos 4 anos de idade.

Por um tempo, a mãe da Mary enfrentou um casamento abusivo e tentou se divorciar várias vezes, mas o marido sempre a impedia. Nisso, ela percebeu que fugir era a única maneira de se livrar desse relacionamento.

Ela conseguiu um emprego como faxineira e se mudou de São Paulo para o Rio. Tempos mais tarde, ela pediu à patroa para que a Mary pudesse acompanhá-la nas jornadas de trabalho.

Embora os patrões tivessem aceitado a ideia, eles se incomodavam com o fato da faxineira ter que dividir a atenção entre a filha e o trabalho.

Essa situação chateou bastante a mãe da Mary, afinal, ela não tinha condições de deixar a filha em outros locais enquanto ela trabalhava.

Na época, a mãe da Mary conheceu uma instituição que acolhia crianças em situação de vulnerabilidade fornecendo acesso à educação, moradia e alimentação, sem necessariamente cortar os laços familiares.

Embora fosse difícil pensar em abrir mão da criação da filha, a mãe da Mary viu na instituição a oportunidade que ela mesma não teve ao longo da vida. Por esse motivo, ela escolheu deixar Mary na casa de apoio.

A Mary recebia a visita da mãe mensalmente e voltava para casa nos períodos de férias escolares. Ela morou na casa de apoio dos 4 aos 18 anos e isso fez toda a diferença. Foi através desta oportunidade que ela pôde fazer escolhas durante a vida.

Apesar da dificuldade de crescer longe da família, a Mary foi muito feliz com a escolha de sua mãe. As duas sempre quiseram estar mais próximas, mas ambas entendiam que a distância faria com que Mary pudesse ter uma vida melhor.

Elas compreenderam que amar também é fazer escolhas difíceis.

A história completa da Mary você ouve no podcast Histórias para ouvir lavando louça, disponível no nosso site historiasdeterapia.com/podcast.

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Oct 03, 202319:16
MINHA MISSÃO É AJUDAR O PRÓXIMO

MINHA MISSÃO É AJUDAR O PRÓXIMO

Faz 10 anos que a Renata sai pelas ruas perguntando a pessoas desconhecidas “O que eu posso fazer por você agora?”. Esse questionamento surgiu após ela refletir sobre qual era a sua missão no mundo e sobre que mundo ela deixaria para os filhos. 

Lá atrás, a Renata contou sobre a sua ideia de ir às ruas para diversas pessoas ao seu redor, e com exceção de uma amiga, todas as pessoas acharam a ideia surreal. Ainda assim, ela seguiu em frente.

No primeiro dia, ela encontrou uma mulher em um orelhão na rua e ao fazer a pergunta, a mulher desconhecida disse que estava fazendo aniversário. Ali, a Renata comprou um bolo e fez uma mini celebração para a mulher.

Em uma outra ocasião, a Renata não tinha alimentos em casa e resolveu quebrar os cofrinhos dos próprios filhos para verificar quantas moedas eles tinham. Com aquele dinheiro, ela comprou alguns pacotes de biscoito e os dividiu entre a sua casa e um orfanato.

A Renata acredita que a partilha é muito importante. Para exemplificar esse conceito, ela lembra a história de Jesus Cristo, que partilhou o pão ao invés de dividí-lo.

Com isso, a Renata passou a conectar pessoas que precisavam de ajuda com outras pessoas que poderiam ajudá-las. Assim, surgiu o Instituto A Nossa Jornada, que ampara milhares de pessoas ao redor do mundo.

A ajuda sempre parte da pergunta “o que eu posso fazer por você agora?”. A Renata destaca que seria simples oferecer suporte com base naquilo que achamos que as pessoas precisam, mas que nem sempre é assim.

Ela acredita que oferecer o poder de escolha para as pessoas sem o olhar do julgamento é a coisa mais valiosa e genuína que você pode fazer por alguém. 

Além disso, ela também nos disse que a verdadeira compaixão está no ato de se entregar para o outro e compreender que todos somos um.

A Renata deu palestras e chegou a participar de um programa de televisão. Durante a participação, um historiador relembrou que São Francisco de Assis também fazia a mesma pergunta às pessoas.

Hoje em dia, a Renata cuida das parcerias que a ONG tem. Por exemplo, o Instituto A Nossa Jornada já realizou ações com o Padre Júlio Lancellotti, com a Instituição Alok, entre outros.

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Sep 26, 202321:28
MEU FILHO NASCEU UM ANO APÓS A MORTE DO MEU IRMÃO

MEU FILHO NASCEU UM ANO APÓS A MORTE DO MEU IRMÃO

A Hosana perdeu seu irmão, o Orlando, para a leucemia. Durante o luto, ela descobriu que estava grávida. Na época, ela prometeu que o bebê teria o nome do irmão caso fosse um menino. Um ano e um dia após a partida do irmão, a Hosana deu à luz ao Orlandinho.

A primeira vez que o Orlando recebeu o diagnóstico da leucemia foi em 2020 e, por isso, não pôde receber o apoio presencial dos familiares durante o tratamento por conta da pandemia. Ainda assim, ele se tratou e foi curado do câncer.

Com a cura, o Orlando seguiu a vida: ele era professor de dança e fazia parte da comissão de frente da escola de samba Rosas de Ouro. Até que em 2022 algumas alterações apareceram nos exames dele. Era uma reicidiva.

O Orlando não comunicou ninguém da família por receio de preocupá-los. A única pessoa que sabia dos riscos de volta do câncer era o seu marido.

Um dia, a Hosanafoi tomar um café da manhã com o irmão, mas ela nem imaginava o que estava acontecendo. Ela não esperava que aquele seria o último momento que dividiria com o irmão.

Orlando foi internado após fazer alguns exames e coisas escalonaram muito rápido em relação ao estado de saúde dele. Os médicos chamaram a família, que ficou surpresa com a informação, e infelizmente no mesmo dia o Orlando partiu.

Enfrentar o luto foi bastante difícil. Na tentativa de encontrar conforto, a Hosana continuou enviando mensagens de texto para o irmão pelo Whatsapp.

Três meses após a partida do irmão, ela descobre que estava grávida. Em uma das mensagens que ela enviou, ela prometeu que o bebê se chamaria Orlando caso fosse menino. 

O Orlando faleceu no dia 14 de maio de 2022. No dia 15 de maio de 2023, o filho da Hosana nasceu. Ele carrega o nome do tio como forma de homenagem. 

A Hosana viu o irmão pela última vez no dia 15 de maio de 2022, durante o sepultamento dele. Um ano depois, ela viu o Orlandinho, filho dela, pela primeira vez. Destino ou coincidência? O importante é que a memória do Orlando tio vai ser sempre lembrada com muito carinho.

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Sep 19, 202320:41
EU SEMPRE FUI UMA MENINA

EU SEMPRE FUI UMA MENINA

A Thalita é uma mulher trans, passou pelo processo de transição e enfrentou diversas dificuldades para ser aceita, especialmente no âmbito familiar. Por isso, ela tentou acabar com a própria vida e somente após esse episódio trágico, ela foi aceita pelos próprios pais.

Desde a infância, a Thalita sempre soube que era diferente das outras pessoas que ela conhecia. Para ela, essas diferenças se tornaram nítidas quando ela perguntou à mãe se ela não poderia ser uma menina, aos 4 anos de idade. 

A Thalita entendeu o que era ser uma mulher trans durante a puberdade. Devido a descoberta, ela tentou comunicar as suas necessidades aos pais, mas no caminho, se deparou com muita resistência da parte deles.

Conforme o tempo passava, ela assistia o próprio corpo passar por mudanças que ela não desejava. Por não se sentir compreendida, a Thalita caiu em uma depressão profunda. 

A partir de tudo isso, a Thalita tentou suicídio. Quando foi internada, o médico disse aos pais dela: “Ou vocês acolhem a sua filha trans, ou irão perdê-la.” Nisso, assim que ela acordou do coma, os pais passaram a tratá-la como mulher. 

Apesar da transição de gênero não ter sido fácil, ela se deu conta que os pais dela estavam tentando respeitá-la e isso foi muito importante. Dessa maneira, ela juntou forças para lutar por respeito e dignidade. 

Depois disso, ela se deparou com uma oportunidade como jovem aprendiz no Hospital Municipal M’Boi Mirim, em São Paulo.

Ela transicionou, evoluiu profissionalmente e fugiu das estatísticas. A Thalita é uma mulher jovem, que está cursando uma faculdade e está sendo acolhida em uma empresa pública, que busca cuidar de todas as pessoas, sejam elas pacientes ou colaboradores.

O episódio de hoje é uma parceria editorial com o time de Diversidade e Inclusão no Hospital M’Boi Mirim e nós contaremos 4 histórias de funcionários do Hospital que integram grupos minorizados.

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O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse ⁠historiasdeterapia.com⁠.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Sep 12, 202324:58
EX-MILITAR ENCONTRA NA ARTE A SAÍDA PARA A DEPRESSÃO

EX-MILITAR ENCONTRA NA ARTE A SAÍDA PARA A DEPRESSÃO

O Robson serviu ao exército e trabalhou em fábricas. Após ter sido demitido um pouco antes da pandemia, ele entrou em uma depressão profunda e somente uma coisa o salvou: o artesanato. 

Desde pequeno, o Robson gostava de observar as mulheres da família fazendo artesanato. Além disso, ele também se recorda de brincar de fazer pulseiras com fios de telefone enquanto era criança. 

Contudo, como tudo não passava apenas de uma brincadeira, o Robson seguiu diferentes jornadas profissionais. 

Quando ainda era jovem, ele entrou para o exército. Ali, o Robson aprendeu a tecer diversos tipos de nós e amarrações.

Depois de 4 anos no exército, o Robson trabalhou em fábricas por mais de 15 anos. Porém, em 2019, houve uma demissão em massa e ele perdeu o emprego.

Nisso, ele tentou vários outros trabalhos extras: abriu uma barraquinha de churrasco de rua, virou motorista de aplicativo, mas devido a pandemia, nada evoluiu. O desemprego e as dificuldades fizeram com que ele entrasse em depressão.

Um dia, a esposa do Robson mostrou para ele uma peça de macramê, mas eles não tinham dinheiro para comprá-la. Por isso, ele decidiu fazer uma surpresa e confeccionou o artesanato.

A esposa do Robson amou o presente e publicou uma foto nas redes sociais. Logo em seguida, as pessoas começaram a perguntar se eles vendiam aquele artesanato e sem pensar duas vezes, ela disse que sim! Desde então, o Robson se tornou artesão.

Nesse caminho, o Robson ouviu milhares de críticas, incluindo de pessoas próximas a ele. 

Os comentários de mal gosto o desmotivaram e ele cogitou desistir do artesanato. 

Entretanto, foi o macramê que o tirou de uma crise financeira e o ajudou a superar o episódio depressivo. Por isso ele continuou e passou a incentivar a todos que gostaríam de seguir o mesmo percurso.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Sep 05, 202319:02
COGITEI A PROSTITUIÇÃO PARA PODER ESTUDAR

COGITEI A PROSTITUIÇÃO PARA PODER ESTUDAR

Ruben é um jovem de Luanda, capital da Angola, e teve um de seus direitos mais básicos negado: o de estudar. Filho de pais alcóolatras, ele lidou com outros diversos obstáculos ao longo da sua vida. Mesmo com a falta de oportunidades, ele conseguiu concluir o ensino primário e hoje é formado em Psicologia Clínica.

Ele cresceu em uma família de origem humilde e possui mais 6 irmãos. O a dependência química por parte dos pais acabou traçando um destino sem nenhuma estrutura ao Ruben e aos irmãos dele.

Nem Ruben, nem os irmãos frequentaram a escolam, mas ele sonhava em estudar. Depois de ter visto que alguns jovens da idade dele estudavam, ele pediu para que esses colegas o ensinassem a ler e assim ele foi alfabetizado. 

Assim como o Brasil, o sistema de ensino em Angola mescla instituições públicas e privadas. Por conta da colonização e da independência tardia, Angola passou por muita instabilidade em seu desenvolvimento e o país lida com uma enorme desigualdade social.

O Ruben teve que desembolsar uma taxa para se matricular na escola e para pagar o que precisava, ele chegou a vender o único par de sandálias que ele tinha.

Por conta da falta de estrutura financeira, ele estudou por 2 meses e logo em seguida, foi expulso por não poder financiar a sua jornada estudantil. 

A caridade das pessoas foi o que ajudou o Ruben a retornar aos estudos. Porém, nem todos estavam interessados em ajudá-lo sem querer nada em troca: quando ele tinha 17 anos, um homem ofereceu dinheiro para que ele estudasse em troca de favores sexuais.

Ele recusou, mas por conta de todas as dificuldades encontradas, o Ruben chegou a cogitar a prostituição para que pudesse continuar estudando.

De acordo com a UNICEF, Angola possui uma parte de suas crianças fora do sistema escolar e sem concluir o ensino primário. Também vale ressaltar que a desigualdade de gênero é grande no país. Veja mais aqui.  

Atualmente, o Ruben se formou em Psicologia Clínica. Ele espera que a história dele seja um exemplo a ser seguido e que outras pessoas acreditem que podem estudar e buscar melhores condições de vida.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Aug 29, 202324:52
EU SABIA QUE IRIA PERDER MINHA IRMÃ

EU SABIA QUE IRIA PERDER MINHA IRMÃ

A Raisa e a Daniele são irmãs e sempre foram muito ligadas uma na outra. Mas Raisa, que é a mais velha, começou a pressentir que perderia a Dani… e infelizmente isso aconteceu. 

Durante o ano anterior à partida da Daniele, a intuição da Raisa dizia algo. A Raisa nunca soube explicar a origem desse sentimento, mas estava certa de que sentia agonia quando o assunto era a sua irmã.

Por conta dessa sensação, a Raisa passou a ser ainda mais carinhosa com a irmã. Ela pediu perdão por todas as brigas bobas da adolescência e a Daniele retribuía todo o afeto enviando mensagens de áudio dizendo que a amava todos os dias.

Ainda que Daniele estivesse presente, a Raisa sentia que havia algo errado. Isso pode ter ocorrido pela Raisa ter abraçado a responsabilidade de proteger a irmã, ou por ter visto a Daniele encarar algumas barreiras ao longo da vida.

Aos 6 anos, a Daniele foi diagnosticada com epilepsia. Embora seja uma condição conhecida, ela lidou com diversas situações preconceituosas, como ser demitida de um emprego após uma crise. A situação passou a afetar a saúde mental da Daniele.

Por outro lado, a Daniele era faixa azul em jiu-jitsu e chegou a ganhar o primeiro lugar em um torneio no ano de 2015. Em 2016, o namorado estava preparando uma festa para celebrar as conquistas dela e a vida parecia estar fluindo normalmente.

Ainda em 2016, a Dani tirou a própria vida e a perda súbita foi um grande choque para toda a família.

Enfrentar o luto foi bastante difícil. Nos meses seguintes, a mãe das duas irmãs se tornou o pilar da família e, aos poucos, todos foram ressignificando as memórias.

Depois de um tempo, a Daniele apareceu em um sonho da Raisa e disse: "Com você estarei sempre."

Desde a partida da irmã, todo ano, no dia do aniversário dela, a Raisa compra flores e acende uma vela para celebrar a vida que a irmã teve. Elas sempre estarão ligadas uma na outra, seja onde for.

Outras histórias que comentamos no episódio:

História da Vivian: https://www.youtube.com/watch?v=XoSjCeh8wSQ

História da Ofélia: https://www.youtube.com/watch?v=6mk4jdVFeAw

História da Virag: https://open.spotify.com/episode/0FztogdVM3Mpq65Yjyrhf3?si=91a08e60674d430e

História da Cibelle: https://open.spotify.com/episode/5wk9nbBpusXYVcYmnxMfBZ?si=GT5szSUaSu-eNMKQcF31kA

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Roteiro: Luigi Madormo

Aug 22, 202321:47
4 IRMÃS CASARAM COM 4 IRMÃOS

4 IRMÃS CASARAM COM 4 IRMÃOS

Você acredita em coincidência ou destino? A história deste episódio poderia ser uma de amor como qualquer outra, mas com um detalhe super significativo: quatro irmãs casaram com quatro irmãos e, no final, viraram uma grande família! 

Para facilitar, vamos contar essa história por partes: as irmãs, que são de Minas Gerais, se chamam Cláudia, Silvana, Vilmena e Fátima. Já os irmãos são da Bahia e se chamam Idelson, Ivanilton, Ivonildo e Ivonaldo. 

A Cláudia foi quem começou essa grande relação. Na época, ela era noiva de um rapaz e uma outra irmã dela, a Zara, namorava o Idelson. A Zara só tinha 16 anos e não queria mais estar naquela relação, por isso, pediu para que a Cláudia ligasse para o Idelson e a ajudasse a terminar o namoro. 

A Cláudia topou ajudar a irmã e para a surpresa dela, o Idelson respondeu dizendo que era com a Cláudia que ele gostaria de ter namorado desde o começo. A Cláudia, por sua vez, achou tudo aquilo uma loucura e disse que estava noiva de outra pessoa. Porém, isso não foi o suficiente para impedir Idelson. 

Ele paquerou a Cláudia por muito tempo até que ela se apaixonasse por ele. A partir dali, ela terminou o noivado dela, começou a namorar o Idelson e eles decidiram se casar. 

Depois disso, um dos irmãos do Idelson, o Ivanilton, veio pra São Paulo e se apaixonou pela Silvana, outra irmã da Cláudia. Com a vinda para São Paulo, os irmãos decidiram abrir uma oficina mecânica e precisavam de mais gente para trabalhar lá. Nisso, surge o terceiro irmão, o Ivonaldo. 

Quando o Ivonaldo chegou em São Paulo, não demorou muito para que ele se apaixonasse pela Fátima, uma das irmãs da Cláudia e da Silvana. Ao contrário das irmãs, a Fátima não se apaixonou rapidamente pelo Ivonaldo. 

Com todo esse vínculo acontecendo, uma irmã dos rapazes também veio para São Paulo e trouxe uma fotografia de um outro irmão da família: Ivonildo. Nisso, a Vilmena, que é irmã das meninas e também estava em São Paulo, viu a foto e se apaixonou pela foto de Ivonildo.

A Vilmena e o Ivonildo ficaram em um relacionamento à distância, enquanto a Cláudia e o Idelson, e a Silvana e o Ivanilton estavam firmes nas suas relações. Só a Fátima e o Ivonaldo que não estavam juntos, mas o Ivonaldo não estava preparado para desistir. 

Tempos mais tarde, a Fátima pensou e decidiu entrar em um relacionamento com o Ivonaldo. Mas ela impôs uma condição: que eles se casassem junto de todas as outras irmãs dela, no mesmo dia e na mesma igreja. E foi isso que aconteceu! 

Em 24 de abril de 1999, todos disseram sim! Cláudia e Idelson estão juntos há 35 anos; Silvana com Ivanilton, Vilmena com Ivonildo há 25; e Fátima com Ivonaldo há 23 anos.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Aug 15, 202324:05
A AMIGA DA FAMÍLIA ERA MINHA MÃE

A AMIGA DA FAMÍLIA ERA MINHA MÃE

A Nagila foi criada pela Dona Maria e descobriu aos 17 anos que era filha biológica de uma outra mulher, amiga da família. Apesar do espanto, a descoberta trouxe conforto para Nagila, pois aora ela sabia o porquê de sempre ter amado tanto a Teresa, que é a sua mãe biológica.

Nos anos 80, a Teresa engravidou de forma não planejada e o parceiro não quis assumir. Na época, ele até havia pedido para que a Teresa interrompesse a gravidez, mas ela não quis fazer isso e seguiu com a gestação.

O período da gravidez foi bastante difícil. Por conta da falta de apoio, ninguém podia saber que a Teresa estava grávida. Nisso, a Dona Maria, mãe adotiva da Nagila, que era amiga de Teresa, se ofereceu para adotar a criança. 

A Nagila foi adotada, mas sempre teve contato com a Teresa, sua mãe biológica, mas sem saber a verdade. Ela era uma amiga da família por quem a Nagila tinha muito afeto. 

A Nagila relata que o amor que sentia pela Teresa era inigualável. Tanto nos momentos bons, quanto nos ruins, era para a Teresa que a Nagila corria. 

Aos 17 anos, algumas pessoas da família resolveram contar que ela era adotada e sua mãe biológica era a Teresa. Apesar do choque da descoberta, a Nagila não questionou os motivos da adoção. Ela sentiu muita gratidão pela família adotiva.

Nessa época, Nagila estava grávida e cinco meses depois de dar à luz ao seu fillho, a Dona Maria, sua mãe adotiva, faleceu devido a um câncer. Em seguida, a Teresa também acabou falecendo por conta de uma complicação nos rins. 

A Nagila ficou com um sentimento doce e amargo ao mesmo tempo. Doce pois havia descoberto que o elo que havia entre ela e a Teresa era, na realidade, a conexão entre mãe e filha, e amargo por ter perdido as duas mães em um período super curto de tempo.

Embora o luto tenha sido difícil, ela continuou cuidando do filho e seguindo com a própria vida. Hoje, ela lembra das duas mães com muito carinho e sabe que o amor que as une é incondicional. 

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Aug 08, 202318:27
A HISTÓRIA DO MEU PAI GAY

A HISTÓRIA DO MEU PAI GAY

Após a separação dos seus pais na infância, Anahi descobriu que o pai dela, o Juan, era gay e HIV+. As duas revelações aconteceram entre o final da década de 80 e o início da de 90 e apesar dos tabus da época, a Anahi nunca teve problemas em aceitar o pai como ele era.

A Anahi cresceu achando que o seu pai era um pouco diferente dos outros homens que ela conhecia. As diferenças entre o Juan e os outros homens que a Anahi conhecia eram sutis, porém, desde criança, ela percebia que havia algo incomum.

Um dia, aos 9 anos de idade, a Anahi perguntou ao pai se ele era gay. O pai, por sua vez, ficou surpreso com a pergunta, mas após alguns segundos, respondeu com naturalidade que sim. E a Anahi compreendeu com a mesma simplicidade da resposta dada pelo pai.

A relação dos dois floresceu a partir do momento em que ela soube quem o pai era. Contudo, tempos mais tarde, a Anahi também soube que o pai era HIV+.

O pai da Anahi tinha bastante receio de que a filha se tornasse em um motivo de chacota por ele ser gay e por ser uma pessoa vivendo com HIV. Por isso, ele sempre pedia para que a Anahi não contasse esses detalhes da sua vida para ninguém.

E assim, a vida seguiu.

Aos 24 anos, a Anahi sentiu que precisava alcançar a própria independência: ela se mudou da Argentina para o Brasil, casou e engravidou do primeiro filho. E o pai dela veio ao Brasil para acompanhar o parto!

A vida continuou seguindo para os dois: a Anahi estava vivendo aqui no Brasil, enquanto o Juan permanecia na Argentina. Quando ele fez 60 anos, a Anahi viajou para comparecer a uma comemoração de aniversário dele. Ali, ela viu o pai pela última vez.

O segundo filho da Anahi nasceu exatamente 6 semanas depois da partida do Juan. Por conta da morte do pai, ela optou em voltar para a Argentina, embora ela já tivesse uma vida estruturada aqui no Brasil.

Hoje, a Anahi honra a vida e a memória do pai ao viver com muito amor e intensidade. A escolha de contar a história do Juan no podcast é, inclusive, um ato de celebração à vida que ele viveu.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Aug 01, 202325:36
NÃO MONOGAMIA: HÁ 10 ANOS O RELACIONAMENTO DELES FUNCIONA ASSIM

NÃO MONOGAMIA: HÁ 10 ANOS O RELACIONAMENTO DELES FUNCIONA ASSIM

Namorar e ter outros namorados é possível? A Angélica e seu companheiro mostram que sim! Os dois estão em um relacionamento não-monogâmico há 10 anos e nesse meio tempo, tanto a Angélica quanto seu companheiro estiveram com outras pessoas.

Apesar disso, os dois entendem que isso não afeta a relação deles e que não irão perder um ao outro.

A Angélica e o parceiro se entendem como duas pessoas livres, sem sentimentos de posse de um pelo outro. Além de se relacionarem afetivamente, eles são melhores amigos e conversam sobre qualquer coisa.

Mas, nem tudo são flores: lidar com o julgamento alheio também é bastante desafiador. A Angélica nos conta que muitas pessoas acreditam que eles são “cornos”, traidores ou que não se amam.

O julgamento é ainda mais pesado para Angélica, afinal, ela é uma mulher que está desafiando tudo aquilo que consideramos normal em um relacionamento.

Ainda que existam esses obstáculos, os dois optam por um relacionamento sem amarras e sem hipocrisia.

A Angélica ressalta que você não deixa de amar o(a) seu parceiro(a) ao se permitir conhecer outras pessoas, pois existe espaço para vários tipos de relações.

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Roteiro: Luigi Madormo

Jul 25, 202332:32
ELA FAZ BUQUÊS DE FLORES PARA IDOSOS EM ASILOS

ELA FAZ BUQUÊS DE FLORES PARA IDOSOS EM ASILOS

A Carmen coleta arranjos de flores que foram utilizados em eventos e os reutiliza na confecção de buquês que serão entregues a idosos que residem em casas de repouso. 

Há alguns anos, os pais da Carmen faleceram e após passar um tempo deprimida por conta do luto, ela decidiu que gostaria de ser útil para outros idosos que, por vezes, são invisíveis para a sociedade. 

Antes da morte dos seus pais, a Carmen passou um tempo cuidando deles. Ambos lidavam com doenças degenerativas, como o Alzheimer e Parkinson, e faleceram nos anos de 2002 e 2005. Por conta disso, ela passou a enxergar a velhice com outros olhos.

Tudo começou no final de 2015. Quando a Carmen estava pesquisando o que poderia fazer, ela descobriu o projeto “Flor Gentil”, de São Paulo, que reaproveita flores que seriam descartadas para levarem carinho a idosos em lares assistenciais. 

Nisso, a Carmen juntou-se à filha, à sobrinha e a outras duas amigas para seguirem com a mesma proposta no Rio de Janeiro. O projeto ganhou o nome de “Flor Generosa”.

O objetivo da Flor Generosa é o de recolher arranjos de flores usados em festas e reutilizá-los confeccionando buquês que serão oferecidos para idosos em lares de repouso. A entrega dos buquês acontece uma ou duas vezes por mês, e conta com diversos voluntários. 

Para a ação, a Flor Generosa convoca voluntários que façam diversos papéis, como os de motoristas noturnos para recolherem e entregarem as flores após os eventos, artesãos para selecionarem e confeccionarem os buquês e fotógrafos para registrarem o momento.

A Flor Generosa hoje está de pé somente com a ajuda de voluntários. Ou seja, desde o começo, o projeto não possui recursos próprios. 

O projeto Flor Generosa passou a conseguir pessoas dispostas a se voluntariar pelo site Atados e, desde então, o projeto conta com mais de 180 voluntários.

Ao todo, a Flor Generosa já distribuiu mais de 18.000 buquês e visitou mais de 200 casas de repouso. 

O projeto proporciona duas sensações muito boas: a de sentir que está sendo útil e a de fazer alguém feliz. Além de tudo isso, a Flor Generosa também contribui com a sustentabilidade ao reaproveitar materiais que seriam jogados no lixo.

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Roteiro: Luigi Madormo

Jul 18, 202322:02
RUBEM ALVES: O AMOR POR SUA FILHA O TRANSFORMOU EM ESCRITOR

RUBEM ALVES: O AMOR POR SUA FILHA O TRANSFORMOU EM ESCRITOR

Jul 11, 202337:11
AVÔ AJUDA NETA COM PARALISIA CEREBRAL A SER INFLUENCER

AVÔ AJUDA NETA COM PARALISIA CEREBRAL A SER INFLUENCER

Aos 84 anos, o Seu Ulysses aprendeu a fazer maquiagem para realizar o sonho de ser influencer da sua neta, a Paulinha, que nasceu com paralisia cerebral.

A paralisia cerebral da Paulinha aconteceu por conta da falta de oxigênio durante seu parto e hoje ela vive com sequelas motoras e na fala.

Quando a menina tinha 5 anos, seu avô se aposentou de seu cargo na prefeitura da cidade e começou a tomar conta dela. Os dois vivem juntos no interior de São Paulo.

Desde muito jovem, a Paula sempre gostou de maquiagem e ajudava suas colegas da escola a escolher os melhores produtos e as maneiras de usar tudo. Ela aprendia vendo grandes influencers como Boca Rosa e Nina Secrets, que foram fundamentais para a escolha de carreira da Paulinha, que hoje tem seu canal e fala sobre maquiagem lá.

Mas por conta da suas sequelas motoras ela precisava de uma ajudinha, e é aí que entra o Seu Ulysses, que junto com a neta começou a ver tutoriais na internet e aprendeu tudo (do seu jeitinho, como a Paulinha gosta de lembrar) para poder ajudar a maquiá-la. O que o amor de um avô não faz, né?

Depois de conseguir ajuda financeira em uma vaquinha online para investir em sua profissão, hoje a Paulinha espera ajudar outras meninas com deficiência a realizar seus sonhos através de sua história.

Siga a Paulinha nas redes: @paulanascimentogo

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Roteiro: Luigi Madormo

Jul 04, 202311:23
ME TORNEI MÃE DO MEU ENTEADO

ME TORNEI MÃE DO MEU ENTEADO

Quando a Ana Maria começou a se relacionar com seu atual marido, ele já tinha um filho, o Pedro, e a Ana sabia qual era o limite da sua responsabilidade e dever com aquela criança enquanto madrasta. Mas o amor maternal em relação ao menino começou a florescer dentro dela quando ele passou a morar com os dois e a chamá-la de mãe.

Foi nesse momento que o elo entre os dois se fortaleceu e a Ana passou a se responsabilizar por todas as demandas do Pedro: alimentação, escola, terapias, consultas médicas, tudo! Abraçar todas essas demandas não era, nem nunca foi um problema.

A questão é que, apesar de tudo, ela não tinha direito legal nenhum sobre a criança. E se ela se separasse? E se quisesse viajar com o menino? A relação dos dois já era sólida o suficiente para ela ter esse apego, mas no papel ela não tinha garantia nenhuma.

A mãe biológica do Pedro não tinha condições de cuidar do garoto e por isso não era tão presente na vida dele. Numa conversa muito franca com a Ana, que expôs suas intenções de adotar o menino legalmente, a outra mulher respondeu que tudo bem. "Tudo que você precisar para que o Pedro fique numa condição saudável, você pode contar comigo".

E assim a Ana se tornou, oficialmente, a mãe do seu enteado. Na última sexta, (23/06), saiu a sentença e este episódio comemora a oficialização desse elo entre mãe e filho.

Como dissemos no episódio, é importante nos lembrar sempre da sobrecarga que as mulheres têm quando o assunto é maternidade. A história da Ana é linda e ela, conscientemente, decidiu abraçar todas as responsabilidades do Pedro. Mas sabemos que há muitas outras mulheres que não têm escolha sobre as demandas do cuidados por não terem apoio dos pais e genitores de seus filhos.

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Roteiro: Luigi Madormo

Jun 27, 202321:35
O EMPREGO DOS SONHOS VIROU PESADELO

O EMPREGO DOS SONHOS VIROU PESADELO

Ganhar bem, ter benefícios, participação nos lucros da empresa... tudo isso ainda aos 22 anos? Esse pode ser o sonho de muita gente. E com certeza era o da Thais, até ela adoecer por conta do seu trabalho.

Insônia, ansiedade e alergias pelo corpo foram alguns do sinais que ela ignorou por quase 5 anos trabalhando como bancária, afinal como ela poderia largar um emprego bom desses? O que ela iria fazer?

As coisas mudam para a Thais quando ela foi ao médico depois de noites sem dormir e ele diz para ela: "você está escolhendo ter um salário e não ter uma saúde". O conselho do médico para ela pensar melhor em sua saúde física e mental foi essencial para ela se cuidar antes que fosse tarde demais.

Ainda assim houve resistência dentro de casa. A família da Thais dizia que ela estava fazendo algo sem pensar, que ela iria se arrepender, mas ela não deu ouvidos. Estava cansada demais. Doente demais.

Assim que ela sai do banco, as coisas começam a mudar em sua vida. Ela entendeu que tem que desacelerar mesmo. Um CNPJ não vale um AVC ou, como diz a Izabella Camargo, no vídeo que comentamos durante o episódio: "Trabalho você pode ter vários. Crachás você pode ter vários. Mas vida é uma só".

O vídeo você assiste aqui: https://www.youtube.com/watch?v=oCOGYyHB9HU

Hoje a Thais passou pelo processo de transição de carreira e trabalha com marketing digital. Uma área que tem bastante demanda, mas que faz bem para ela. O que nos mostra que não é a quantidade de demandas que você tem, mas o tanto que aquele trabalho te tira as demandas da sua vida pessoal.

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O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse historiasdeterapia.com.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Jun 20, 202324:05
ELES DANÇARAM JUNTOS NO PRÉZINHO E 16 ANOS DEPOIS SE REENCONTRARAM

ELES DANÇARAM JUNTOS NO PRÉZINHO E 16 ANOS DEPOIS SE REENCONTRARAM

Tem história de amor que tá escrita nas estrelas, como no caso da Bianca e do Ariano. Eles não se conheciam, não eram amiguinhos mas o destino deu um jeito de colocar os dois juntos para dançar na formatura do prézinho da Bianca, lá em 2003.

Mas depois da dança, cada um seguiu sua vida de criança. Nunca mais se viram, nunca mais se falaram, nem nada. A Bianca só sabia quem era o Ariano porque sua família se juntava sempre pra ver fotografias e lá estava a da formatura dela.

Em 2012, numa festinha de 15 anos de algum colega, os dois se reencontram. Na verdade, a Bianca vê o Ariano e vai falar com ele. Mas ele não sabia do que ela estava falando, não lembrava daquela dança. Ainda assim, adolescentes, os dois começam a se seguir nas redes sociais e acompanhar o que o outro fazia mas ainda não haviam se tornado amigos, nem tinham interesse um no outro.

O que muda em 2019, quando do nada o Ariano manda uma mensagem super estranha pra Bianca, um "iai" à meia-noite em um dia aleatório. Mas essa mensagem sem nexo nenhum abre as portas para os dois começarem a se falar e, em três meses, engatar um namoro que virou casamento em 2022.

O pedido de casamento foi tão inusitado quanto a história de amor do casal e nasceu dentro de um jogo de mímica, o Imagem e Ação, em que Ariano planejou com os amigos em uma viagem, fazer com que Bianca (que é bem competitiva) o pedisse em casamento. O vídeo do pedido você assiste lá no nosso Instagram @historiasdeterapia.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Jun 13, 202320:37
OS CUIDADOS PALIATIVOS DERAM A ELA O PRIVILÉGIO DE SE DESPEDIR DO PAI

OS CUIDADOS PALIATIVOS DERAM A ELA O PRIVILÉGIO DE SE DESPEDIR DO PAI

Em 2018 o pai da Ana Cláudia começou a sentir dor ao engolir. Foram muitos meses procurando uma resposta até que descobriram um câncer de garganta que resistiu ao tratamento durante dois anos até que se esgotaram as alternativas e a família, junto à equipe médica, optaram pelos cuidados paliativos para o Seu Luiz. 

Há um tabu muito grande a respeito do que são os cuidados paliativos. Muita gente acredita que a família que opta por eles, está deixando o ente querido morrer, ou melhor, não está mais lutando pela vida dele. Mas como a Ana Cláudia conta na sua história, não é bem assim. 

Os cuidados paliativos trouxeram uma nova visão sobre esse momento crucial, que é a partida de alguém que a gente ama, para a Ana e a família. Já que a morte é tirada de um contexto frio, com máquinas fazendo o que o corpo já não faz mais, e levada para um ambiente de amor e acolhimento 

A escolha por esse tipo de abordagem médica não é feita porque não se tem mais o que fazer, mas pensando na qualidade de vida da pessoa. O papel dos cuidados paliativos é que a pessoa viva bem, confortável. 

Para a Ana e sua família, optar pelos cuidados paliativos foi fundamental nos momentos finais do Seu Luiz. O processo todo durou 17 dias, onde ele recebeu amigos, familiares, assistência religiosa, tudo em sua casa.

Claro que se despedir de quem a gente ama é doloroso, mas no caso da Ana foi também reconfortante poder expressar todo seu amor e dizer: “pode ir, sua vida foi importante, você é amado e sua partida não fará você sumir de nossas vidas”. 

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo


Jun 06, 202330:18
ELA TRANSFORMOU A DOR DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA EM AJUDA PARA OUTRAS MULHERES

ELA TRANSFORMOU A DOR DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA EM AJUDA PARA OUTRAS MULHERES

O sonho da maternidade perfeita foi por ralo a baixo quando a Cris entrou no hospital no dia do nascimento do seu filho. A violência obstétrica da equipe médica a traumatizou a ponto dela, já em casa, ficar apática, triste por não ter tido um parto dos sonhos.

Toda essa dor foi se tornando uma bola de neve porque a amamentação da Cris, que ela idealizava também, não foi do jeito que ela queria e todo esse processo de desilusão foi vivido sozinha, sem ninguém para compartilhar. A Cris é casada, o marido sempre esteve muito próximo dela, mas quando ele chegava do trabalho, ela estava tão esgotada que nem conseguia dividir as coisas com ele.

Foi aí que a Cris decidiu procurar outras mães nas redes sociais para poder achar algum conforto. Infelizmente, na época, o que ela achou foram grupos que mostravam apenas a parte boa da maternidade. Aquela ideia romantizada que todos temos, nunca os desafios e perrengues que as mulheres passam. O sentimento de solidão ficou mais forte com isso.

Mas mesmo desamparada, a Cris entendeu que se não havia um grupo, uma comunidade falando sobre isso, acolhendo essas mulheres, era hora de criar. Nasce a partir dessa necessidade de uma mãe desolada a Comunidade Ohana, um grupo no Facebook, inicialmente para mulheres (mas que hoje foi expandido para todos que estão envolvidos na parentalidade) que não encontravam esse ombro amigo e informações concretas sobre suas dúvidas e dores.

Como todo projeto, o grupo nasce pequenininho mas hoje já conta com mais de 18 mil membros, todos dispostos a ajudar e ser ajudados por uma comunidade acolhedora, porque nenhuma pessoa precisa passar por situações como as que a Cris passou sozinha.

Desde 2019 a Cris vem transformando sua experiência nada romantizada com a maternidade com outras pessoas que também precisa de apoio. Por mais Cris no mundo, né?

Histórias do ter.a.pia que comentamos no episódio:

História da Malu: https://youtu.be/_Jcfdze6jNM

Podcasts que comentamos no episódio:

"Ajuda a mãe" do É nóia minha: https://open.spotify.com/episode/2GBtDYHbqRtGKLENXfvp8d?si=ce48b00b712246f6

"Maternidade real pra quem?" do Mil e uma tretas: https://www.google.com/url?q=https://open.spotify.com/episode/2iGO3kxBz62bCEfskxVpHB

O Grupo Ohana no Facebook: https://www.facebook.com/groups/comunidadeohana/

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Apr 25, 202327:54
ELA PERDOOU O PAI QUE A ABANDONOU NA INFÂNCIA

ELA PERDOOU O PAI QUE A ABANDONOU NA INFÂNCIA

Quando a Valéria nasceu, o pai dela não quis ficar com sua mãe, nem assumir sua paternidade. Mas aos 15 anos as coisas mudam e em uma viagem de volta À sua cidade, ela se depara com ele ajoelhado pedindo perdão por ter negligenciado a filha.

A Valéria naquele momento não titubeou e aceitou o perdão do pai. Sua ausência sempre foi muito dolorida pra ela, mesmo tendo um padrasto super atencioso ao lado desde pequena - padrasto esse que sempre apoiou sua aproximação do pai e de quem ele virou amigo com o passar dos anos.

Depois de ter sido perdoado, o pai da Valeria conseguiu redimir seus anos longe da filha e eles tinham uma relação muito boa. A Valeria não poderia ser mais feliz! Tanto que ela sempre reforçou que tinha dois pais: um que a fez e o outro que a criou, e amava os dois.

Anos mais tarde, já adulta e com filho, ela separou do ex-marido e decidiu voltar para sua cidade natal, no interior de São Paulo. De volta, ela vai morar no sítio do pai com seu filho e tem os melhores 10 meses da vida dela.

E são 10 meses porque o pai da Valéria, um homem idosos, pega Covid e acaba falecendo em decorrência da doença. Aquele sonho que ela estava vivendo acabava ali, mas não foi em vão.

A Valeria continuou morando na casa do pai e até hoje quando olha para os pés de manga no quintal e vê o chapeuzinho que ele usava na roça pendurado na parede (os da foto no carrossel), sabe que fez a escolha certa, para ela, para a sua história, de ter o perdoado e ter vivido tudo que eles viveram juntos após esse reencontro.

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Edição: Felipe Dantas

Roteiro: Luigi Madormo

Apr 18, 202322:01
ELA ENTENDEU QUE NÃO É MENOS FEMININA POR SER LÉSBICA E TER CABELO CURTO

ELA ENTENDEU QUE NÃO É MENOS FEMININA POR SER LÉSBICA E TER CABELO CURTO

O que é ser mulher? A Lorany passou anos questionando e sendo questionada por isso por conta do jeito que ela cortava o cabelo ou pela forma como ela se vestia. Mas por que uma mulher lésbica precisa seguir um padrão masculino? Ou por que uma mulher que corta o cabelo curto precisa ser vista como masculinizada?

Todas essas questões fizeram a Lorany chegar ao consenso de que não precisava seguir padrão nenhum para ser ela mesma. Ser feliz. Afinal, não existe padrão pra ser quem se é.

A história da Jupat você assiste aqui: https://youtu.be/ocYtwZfiq_Q

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Apr 11, 202317:21