Horizonte Europa à vista

No último debate, que juntou Isabel Ferreira, Secretária de Estado da Valorização do Interior, António Vicente, Chefe adjunto da Representação da Comissão Europeia em Portugal, e Miguel Sousa da INOVA+, discutiu-se o alinhamento das prioridades europeias e nacionais, bem como as estratégias e fatores críticos de sucesso para que as entidades públicas nacionais possam potenciar a sua participação e tirar partido das oportunidades do Horizonte Europa.

Neste episódio, os oradores convidados desta mesa redonda esclarecem ainda de que forma é que o arranque simultâneo do mais recente programa de Investigação e Inovação da UE e da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia poderá contribuir para a visibilidade e promoção de iniciativas concertadas.

Foi convidado da última rubrica Horizonte Europa à vista Ribau Esteves, Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, cidade que tem tirado o máximo partido da participação no programa comunitário Urban Innovative Actions (UIA), desenvolvendo a área das Tecnologias da Informação, Comunicação e Eletrónica. Este desafio resultou no projeto Aveiro STEAM City, a decorrer desde 2019 na cidade.

De acordo com o Presidente do Município, a implementação do projeto beneficiou do ecossistema da cidade de Aveiro, envolvendo a Universidade e o tecido empresarial da região. As ações em curso têm permitido melhorar a vida urbana da comunidade através de tecnologias inovadoras, como é o caso do Aveiro Living Lab, que tornou Aveiro a única cidade portuguesa e das poucas na Europa com uma rede experimental de 5G ao serviço da I&D.

Nesta rubrica, Miguel Sousa explica de que forma os agentes públicos são privilegiados no teste e validação de novas tecnologias, dando como exemplo as cidades, que podem neste programa-quadro ter o papel de laboratório, bem como a oportunidade de adquirir soluções inovadoras para disponibilizar aos cidadãos e oferecer melhores serviços. Ressalva e explica, contudo, o quão fundamental é que as entidades públicas definam uma estratégia de participação no Horizonte Europa.

O COO da INOVA+ destacou ainda nesta rubrica os programas europeus URBACT, desenhado para criar redes de cidades europeias, e o Urban Innovative Actions que permite financiamento a projetos e cidades inovadoras.

Neste rubrica, Jorge Brito relata a importância dos agentes regionais para a mobilização de uma agenda de inovação alinhada com as oportunidades para cada território, que, segundo o próprio, são tão díspares na região Centro.

De acordo com o Vice-presidente desta CCDR, a região Centro tem já nos seus objetivos e prioridades um plano de internacionalização que permitirá ao tecido empresarial e centros de investigação da região, não só acompanhar as trends europeias, como captar conhecimento e financiamento. Garante, no entanto, que no que toca a um dos grandes tópicos do próximo programa quadro Horizonte Europa - a economia circular -  a região Centro leva vantagem com um plano já em marcha.

O convidado desta semana, Carlos Zorrinho, fala-nos sobre o papel decisivo que o Horizonte Europa representa na capacitação dos serviços e das entidades públicas, bem como na criação de contextos favoráveis à agenda climática e da transformação digital.

De acordo com o eurodeputado, a historial de Portugal em programas-quadro europeus é positivo, pelo que o próximo Horizonte Europa representa janela de oportunidade para um salto qualitativo na capacitação dos serviços púbicos, a par das universidades e centros de investigação e inovação, para serem não só beneficiários mas também atores de desenvolvimento.

Juntou-se em debate Alexandre Santos (Bright Pixel/SONAE IM), Maria Moura Oliveira (UPTEC), João Pedro Fernandes (BERD) e Nuno Soares (INOVA+) para discutir a transição de programas-quadro europeus no âmbito de I&I e o crescimento de oportunidades direcionadas para as startups europeias, cada vez mais com foco no acesso a capital e nas fases de demonstração para a aceleração na entrada no mercado. 

De acordo com os representantes das startups e o centro de inovação, estes instrumentos de financiamento representam não só uma oportunidade de internacionalização, através da disseminação e visibilidade em canais comerciais, como de networking para venda de serviços e/ou produtos a outra empresas. Apontam-se, no entanto, como aspetos-chave de sucesso a importância da seleção das calls e montagem de projetos sólidos, assentes no envolvimento de organizações com reconhecimento europeu na fase de piloto. Alerta-se ainda que para as start-ups é vital que as candidaturas estejam alinhadas com a sua estratégia de curto e médio prazo.

Chiara Frencia explica neste episódio como o networking europeu pode resultar como peça-chave a construção de projetos candidatos a programas europeus, quer em casos de participação como startup promotora ou parceira. A responsável do SERN explica como a ação e ligação com diferentes ecossistemas desta rede europeia de apoio a programas para startups tem permitido incrementar a exploração de novos domínios de cooperação.

O convidado desta semana, João Pereira, vê o Horizonte Europa como uma oportunidade para as startups que procuram dar o salto para o mercado global, estimulando-as a atuar estrategicamente e com maior antecipação.

Ativamente envolvido nas oportunidades da área Digital, o Diretor de Investimento da Portugal Ventures defende um modelo em que as startups partilhem valor mas nao percam posição devido ao modelo de suporte financeiro.

Nesta rubrica, Carlos Cerqueira partilha que o novo Horizonte Europa se poderá assumir como um ecossistema de aceleração, que para além de garantir financiamento, poderá permitir às organizações obter apoio técnico e de negócio. 

De acordo com o Diretor de Inovação do IPN, as empresas poderão tirar partido deste ecossistema para evoluir o grau tecnológico (TRL), potenciando a entrada no mercado.  Acredita que Portugal tem cada vez mais empresas inovadoras, com recursos cada vez mais qualificados, capazes de apresentar projetos competitivos.  

Verónica Orvalho, umas das fundadoras da startup Didimo, fala-nos nesta rubrica da sua experiência na candidatura a financiamento europeu. Bem-sucedida nesta tarefa, realça a importância para a estratégia comercial do seu produto inovador MyDidimo que pretende revolucionar a comunicação digital. 

Segundo a CEO, o financiamento europeu arrecadado (1.8M€) permitiu à sua equipa focar no desenvolvimento da tecnologia e potenciou o acesso a investimento adicional. Acredita que o investimento da Comissão Europeia é direcionado a projetos competitivos e de alto risco, capazes de transformar a indústria e criar novos mercados.

Num debate que juntou Augusto Franco (Nomad Tech), Eduardo Soares (Amorim CC), Hugo Branquinho (EQS Global) e Catarina Azevedo (INOVA+), discutiu-se a evolução dos programas quadro europeus para a Investigação e Inovação e as oportunidades que surgem para as empresas de vários setores e dimensões neste contexto.

Os oradores convidados destacaram ao longo do debate os benefícios da participação ativa em programas de financiamento como o Horizonte Europa, entre os quais a reduzida carga burocrática, a celeridade na avaliação das candidaturas, as possibilidades de networking, e a avaliação e validação feita por entidades de excelência aos serviços, produtos, soluções ou modelos de negócios. Ressalvaram ainda a importância destes programas na alavancagem do conhecimento e desenvolvimento de tecnologias, independentemente da aprovação de financiamento. Contudo, para os empresários, a figura dos “brokers” em contexto de candidatura revela-se essencial para aumentar a probabilidade de sucesso e a visibilidade para o mercado.

Ana Leal fala-nos neste episódio sobre a reduzida carga administrativa nos programas europeus como o Horizonte Europa. Apesar da elevada competitividade ao nível da competência técnica exigida nestes programas, a digitalização e simplificação dos processos administrativos é uma realidade no contexto europeu, em contraste com os programas nacionais.

A Area Manager da INOVA+ realça a criação do número de identificação único, que permite centralizar toda a informação e projetos de uma determinada organização, bem como a desburocratização no reporte de despesas e custos associados aos projetos europeus.

Nesta rubrica, Luís Vale Cunha explica a evolução dos programas-quadro europeus, a importância e o cuidado na seleção dos projetos a integrar. Refere que o sucesso passa por desenvolver projetos de alta qualidade e com ambição, que tragam valor para o negócio, para os consórcios, e para a sociedade.

Para o Diretor de políticas e projetos europeus da EDP Distribuição, o ponto-chave nas candidaturas a programas europeus está no alinhamento tanto do consórcio, como da proposta. A competitividade do mercado europeu faz com que muitas das candidaturas não sejam aprovadas, no entanto, para Luís Vale Cunha é possível retirar deste processo mais-valias como as redes de contacto criadas e o reaproveitamento da abordagem sistemática.

Nesta rubrica, Norma Rodrigues apresenta o Horizonte Europa como uma porta aberta para a internacionalização do conhecimento e das empresas. Vê nas candidaturas europeias uma oportunidade de investimento em inovações disruptivas, cujo risco associado na maioria das vezes não é assumido por investidores privados.

A Diretora-Geral da AIP reforça ainda que, para atrair mais empresas para as candidaturas europeias, é importante continuar a criar pontes entre a rede de experts nacionais e os stakeholders intermédios, como é o caso das associações empresariais.

Nesta rubrica Nuno Silva fala-nos do papel do novo programa Horizonte Europa na aproximação da indústria à academia e exploração da propriedade intelectual conjunta. Afirma que para os próximos sete anos (2021-2027) a competitividade industrial vai estar em foco na Europa, situação que se reflete no orçamento previsto para este pilar. 

Para o CTO da Efacec, a participação em programas europeus é uma garantia de risco calculado ao permitir explorar e articular novas soluções, que são validadas por um consórcio que preenche toda a cadeia de valor.

Como está a investigação científica a responder aos desafios globais? Qual o posicionamento nacional para aumentar a competitividade na captação de fundos europeus? E de que forma a diplomacia científica e económica pode ajudar a alavancar o sucesso da participação portuguesa no HEU? Elvira Fortunato, Vice-Reitora e Investigadora da Universidade Nova de Lisboa, Amílcar Falcão, Reitor da Universidade de Coimbra, Maria da Graça Carvalho, Eurodeputada, e Eurico Neves, CEO da INOVA+, respondem em debate na TSF.

Eurico Neves revela neste episódio algumas estratégias para se conseguir uma candidatura vencedora a Programas Europeus, sublinhando que a abordagem a este “mercado” deverá ser encarada tal como a entrada em qualquer novo mercado internacional. Para o CEO da INOVA+, o Horizonte Europa representa o maior mercado público de inovação e uma oportunidade única para o tecido empresarial português.

De acordo com Subdiretor da NOVA Information Management School, Portugal reúne todas as condições para ser um laboratório vivo de teste de soluções tecnológicas. Recomenda que para isso deve existir um trabalho de proximidade das instituições científicas com os governos locais, bem como junto de organizações capazes de identificar oportunidades e apoiar na constituição de consórcios vencedores.

Neste episódio a eurodeputada Maria da Graça Carvalho, relatora do programa-quadro de Investigação e Inovação Horizonte 2020 (2014-2020), fala-nos sobre a premência do reforço de investimento na Ciência e Inovação, revelando que as negociações sobre prioridades e orçamento do Horizonte Europa têm gerado divergências no trílogo.

O Professor Doutor Adélio Mendes, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, marca o arranque da rubrica Horizonte Europa à vista. Sob a temática da Ciência, fala-nos da nova agenda científica e da importância que a submissão de projetos aos fundos europeus tem para as universidades e politécnicos na projeção junto da rede mundial de investigação.