Jabuticaba Sem Caroço

O dia 15 de maio marca 500 dias do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No primeiro ano, os índices econômicos foram satisfatórios, mas 2024 tem sido cada vez mais desafiador para o petista. Com a fuga de detentos do presídio federal de segurança máxima no Rio Grande do Norte, a crise de comunicação entre os ministérios e o atual estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul, Lula tem se articulado para tentar reverter e aumentar seus índices de popularidade. Quais são os principais desafios e as principais conquistas do governo neste período? O que mudou no Brasil de 2016 para cá, quando o Partido dos Trabalhadores (PT) assumiu a presidência do país? Para discutir o assunto, recebemos Ana Paula Lima, deputada federal (PT/SC) e vice-líder do governo na Câmara; e Rogério Baptistini, sociólogo, cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Após inúmeras quedas de braço entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e os governos estaduais, principalmente de São Paulo e do Rio de Janeiro, a utilização de câmeras nas fardas policiais durante operações ainda é tema de acalorado debate entre especialistas de segurança pública. Para discutir as principais questões em discussão, convidamos Carolina Grillo, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenadora de pesquisas do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI); e Paulo Storani, mestre em antropologia social pela UFF e ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio Grande do Sul, mais de 7 mil profissionais de saúde se inscreveram para atendimento voluntário no estado. Eles precisam lidar com a adversidade e a falta de medicamentos para atender aos milhares de atingidos pelas enchentes. Quais são os riscos de contaminação por doenças como dengue e leptospirose? Como as atividades de acolhimento às vítimas estão sendo coordenadas? Para explicar o impacto das cheias na área da saúde, convidamos Karla Durante, enfermeira que está trabalhando no atendimento às vítimas na região; Tayana Celeste, moradora de Canoas, que montou um grupo no WhatsApp, reunindo médicos e enfermeiros, para a prestação de serviço médico e arrecadação de medicamentos; e Rodrigo Lins, médico infectologista, professor do Instituto de Educação Médica (Idomed), consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro (SIERJ).

As crianças brasileiras estão mais obesas. É o que mostra o estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o University College London, que analisou o peso e a altura de crianças brasileiras durante 13 anos. De que maneira padrões de dieta e comportamento atuais impactaram esse resultado? Para discutir o assunto, convidamos Camila Cruz, influenciadora digital e professora; Lívia Lugarinho, doutora em endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora do Departamento de Obesidade Infantil da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso); e Dirce de Sá, psicanalista, professora do Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), doutora em psicologia clínica e presidente da Sociedade Brasileira de Transtornos Alimentares (SoBraTA).

Um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que indígenas de nove aldeias no território Yanomami foram contaminados por mercúrio, metal utilizado por garimpeiros para separar ouro de minério e terra. Déficits cognitivos e danos nos nervos das extremidades corporais foram algumas das consequências da contaminação. Outro problema que veio à tona, nos mananciais do Sudeste, foi o vazamento de tolueno, substância produzida através do refino de petróleo e usada em diversos segmentos da indústria. O vazamento paralisou o fornecimento de água do Sistema Imunana-Laranjal pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), que abastece diversos municípios do estado, afetando pelo menos 2 milhões de pessoas. Quais os riscos para a saúde diante da crescente contaminação de rios e bacias hídricas? Quais cuidados a população deve tomar? Para discutir o assunto, recebemos Ana Claudia Vasconcellos, pesquisadora em saúde pública da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), da Fiocruz; e Mario Moscatelli, biólogo e ambientalista, mestre em ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em gestão e recuperação de ecossistemas costeiros.

Diversos casos de prisões envolvendo influenciadores digitais têm vindo à tona. Recentemente, três influenciadoras usaram as redes sociais para fazer propaganda de entorpecentes. Esse caso se soma a golpes financeiros, relação com tráfico de armas e drogas, comercialização de produtos ilegais e inúmeras outras atividades ilícitas ligadas a personalidades digitais. Qual o impacto dos influenciadores na vida das pessoas? De que forma a popularidade nas redes contribui para a divulgação de práticas criminosas? No episódio de hoje recebemos Rafael Paiva, advogado criminalista, mestre em direito, especialista em violência doméstica e professor de direito penal, processo penal e Lei Maria da Penha; e Erick Felinto, professor de teoria da comunicação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O estado do Rio Grande do Sul vive uma situação de calamidade pública diante das enchentes e fortes chuvas, que começaram no dia 27 de abril e se intensificaram no dia 29. De acordo com especialistas, em apenas dez dias choveu cerca de um quarto do esperado para a região em um ano. As consequências das cheias, como já se sabe, são o luto, os desaparecimentos, as perdas e os deslocamentos forçados. Além do RS, outros estados já sofreram com os impactos de fortes chuvas, como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Como o Brasil pode se adaptar ao clima que vem mudando drasticamente a cada ano? Para discutir o tema, convidamos Eduardo Secchi, diretor em Porto Alegre do Instituto Multiplicidade, integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e voluntário no trabalho de acolhimento às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul; e Desirée Brandt, meteorologista e sócia-executiva da Nottus, empresa de inteligência de dados e consultoria meteorológica para negócios.

O azeite tem se tornado um artigo de luxo. Foi o que constatou uma pesquisa feita pela Horus, empresa que mede a inteligência de mercado. Saiu de uma média de R$ 20 em 2021 para R$ 30 em 2023, uma alta de 50% no período — e o maior patamar dos últimos sete anos. A produção nacional, mais concentrada no sul do país, foi impactada por fortes chuvas, impulsionando os preços e a dependência das importações europeias. Concentrando 75% da produção mundial de azeite, a Europa sofreu com secas, o que pode explicar a alta nos preços. Quais são as estratégias que a indústria tem adotado? O preço do azeite hoje é o novo "normal"? Para debater o assunto, convidamos Adilson Carvalhal Junior, presidente da Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (ABBA); Bruno Mota Lopes, economista, mestre e doutorando em desenvolvimento regional e urbano; e Carlos Henrique Pfaff, diretor comercial do Azeite Batalha, um dos maiores produtores do Brasil.

Os chatbots utilizados para terapia estão cada vez mais populares, ainda que profissionais de saúde mental enxerguem a opção com desconfiança: afinal, como robôs seriam capazes de seguir uma linha terapêutica especializada para o paciente? Esse atendimento feito pela inteligência artificial (IA) seria somente uma escuta passiva? Além da aplicação da IA à saúde mental, livros educacionais infantis vêm sendo criados por essa ferramenta. Especialistas apontam, porém, que a consequência pode ser uma rasa qualidade pedagógica e pouca diversidade. No episódio de hoje recebemos Augusto Baffa, doutor em informática, professor e pesquisador de inteligência artificial e coordenador do curso de engenharia da computação no Centro Técnico Científico (CTC) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); João Paulo Machado de Sousa, psicólogo, professor e pesquisador do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto; e Renata Silva Bergo, pedagoga, doutora em educação e professora do curso de pedagogia no Instituto de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Angra dos Reis (RJ).

No dia 3 de maio, é celebrado o Dia do Pau-Brasil. A data foi estabelecida em dezembro de 1978 pela Lei Federal nº 6.607, que instituiu a espécie como símbolo nacional. Explorado em larga escala desde os anos 1500 para a produção de móveis de luxo, violinos, entre outros objetos, o pau-brasil chegou a ser considerado extinto na natureza até ser redescoberto em 1928, em Pernambuco. Desde 1992, porém, a planta está na lista oficial da flora brasileira ameaçada de extinção. Para saber mais sobre o vegetal mais icônico do Brasil, convidamos Aline Roberta Polli, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e chefe da unidade Parque Nacional do Pau Brasil; e Yuri Tavares Rocha, doutor em geografia, professor da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Instituto de Botânica.

No dia 1º de maio de 1994, no GP de San Marino, na Itália, o Brasil perdia um ícone do automobilismo e uma pessoa extraordinária que cativou multidões: Ayrton Senna, considerado um dos maiores pilotos da Fórmula 1, morreu em um acidente na pista durante a disputa. Mais de 240 mil pessoas acompanharam o velório, que durou quase 24 horas. Senna é uma referência até hoje, mesmo para as gerações mais jovens que nunca viram uma corrida do piloto ao vivo. Qual é o legado de Senna para o Brasil? Que impacto ele deixou na sociedade? Para conversar sobre a trajetória do piloto, convidamos Ernesto Rodrigues, autor da biografia de Ayrton Senna; e Flavio Gomes, jornalista especializado em automobilismo, colunista do site Grande Prêmio, apresentador da Placar TV e autor do livro "Ímola 1994: a trajetória de um repórter até o acidente que chocou o mundo".

No Brasil, o voto torna-se obrigatório quando é atingida a maioridade e é facultativo para quem tem mais de 16 e menos de 18 anos. Para conscientizar sobre a importância do primeiro voto, que ocorre justamente nessa faixa etária, a Justiça Eleitoral promoveu o "Festival do Primeiro Voto — Sua voz vai fazer história". Afinal, qual é o papel do jovem na disputa eleitoral de 2024? No programa de hoje, recebemos George Marmelstein, juiz auxiliar da Corregedoria-Geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); Luiza Wosgrau, gestora do núcleo de comunicação da Politize! — organização da sociedade civil de educação política com atuação em escolas da rede pública de ensino; Tayná Paolino, cientista política, pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada (Lappcom), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e mestre em ciência política pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Cerca de 20% da população brasileira é beneficiária da Previdência Social. É o que indica levantamento do Ministério da Previdência: são mais de 30 milhões de cidadãos brasileiros atendidos por algum tipo de benefício, como aposentadoria e auxílio-doença, por exemplo. Com o aumento no número de idosos e a informalidade crescente nos postos de trabalho, há equilíbrio possível? Como fica a temida fila do INSS? Para responder essas e outras questões, entrevistamos, com exclusividade, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi; e o economista Ricardo Macedo, mestre em economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor do curso de administração de marketing da Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha) e do MBA em conjuntura econômica do Ibmec.

Uma pesquisa da Fundação Itaú identificou que 48% dos estudantes brasileiros não conseguiram concluir o ensino fundamental na idade prevista, até os 15 anos de idade. Os principais obstáculos detectados foram evasão, abandono, reprovação escolar e entrada desses jovens no mercado de trabalho, geralmente informal. Os dados revelam uma trajetória irregular e desigual, sendo expressiva entre os alunos mais pobres, com deficiência, indígenas, negros e do sexo masculino. Para discutir o assunto, convidamos Elaine Ferreira Rezende de Oliveira, professora do Departamento de Educação na Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); e Esmeralda Macana, coordenadora do Observatório da Fundação Itaú.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é um velho conhecido dos brasileiros. Criado oficialmente em 29 de maio de 1936, o instituto tem como principal missão "retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania". Na última edição do Atlas Geográfico Escolar, o instituto trouxe o território do Brasil no centro do mundo, com a novidade de visualização das representações diplomáticas do Brasil no exterior e das nações que integram o G20. Prestes a completar 88 anos de existência, o instituto tem procurado se atualizar frente às novas realidades, cada vez mais tecnológicas, além de propor relações com a Rússia e a China, com o objetivo de modernizar seu método de pesquisa. Para falar sobre os novos planos do instituto, conversamos com Marcio Pochmann, presidente do IBGE; e Jacob Binsztok, professor titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Somente 16% da população brasileira disse ter comprado livros em 2023. Outros 84% não compraram nenhum exemplar desde novembro de 2022. Os dados são do levantamento Panorama do Consumo de Livros, da Nielsen BookData em parceria com a Câmara Brasileira do Livro (CBL). De acordo com a pesquisa, o preço alto e a falta de livrarias físicas são os principais impeditivos para a compra de livros. A percepção de que o livro é um item caro perpassa todas as classes sociais. Ao mesmo tempo, em meio ao colapso de gigantes do setor e à explosão do comércio eletrônico, especialmente após a pandemia, o mercado de livrarias de rua resiste no Brasil. Atualmente, o país conta com mais de 2,9 mil livrarias. Para conversar sobre o assunto, recebemos Valdeci Boareto, escritor e gari, que lançou o livro "Comportamento que te salva" na Bienal do Livro de 2023; Caio Camargo, palestrante e consultor especialista em inovação no varejo; e Fernanda Garcia, diretora-executiva da CBL.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu a atualização do Marco Civil da Internet na tentativa de adaptá-lo à realidade de avanços tecnológicos constantes no setor. A discussão ganhou ainda mais força nos últimos dias, diante do embate entre o ministro do STF Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter). O Marco Civil da Internet dita as regras para o uso da Internet no Brasil e foi publicado em 23 de abril de 2014. Com o surgimento de diversas redes sociais nos últimos dez anos e o uso massivo da população, como fica a regulamentação? De que maneira a norma pode contribuir para resguardar a integridade do processo eleitoral brasileiro? No episódio de hoje convidamos Alberto Goldstein, advogado do GMP & GC Advogados Associados; e Nycolle Araújo Soares, advogada, sócia e CEO do Lara Martins Advogados e presidente do Instituto Goiano de Direito Digital (IGDD).

Em janeiro, o total de desligamentos por justa causa chegou a 39.511, o maior patamar desde 2004. Um levantamento produzido pela LCA Consultores, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontou que o total de demissões por justa causa em janeiro foi 25,6% maior do que os desligamentos desse tipo em janeiro do ano passado. O que esse aumento representa para a economia? Para discutir o assunto, convidamos Daniel Duque, mestre em ciências econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador na área de mercado de trabalho do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV); Juliana Inhasz, economista, professora e coordenadora do curso de economia do Insper; e Rafael Humberto Galle, advogado especialista em direito do trabalho, sócio proprietário do escritório GMP & GC Advogados Associados.

Celebrado no dia 19 de abril, o Dia dos Povos Indígenas foi instituído com o objetivo de lembrar a importância da diversidade cultural e histórica dos povos nativos do Brasil e de combater o preconceito contra as populações originárias. Outros desafios ainda se impõem contra os indígenas, como a crescente mineração ilegal e o desequilíbrio climático. Afinal, quais políticas públicas são eficazes para a proteção dos direitos dos povos indígenas? No episódio de hoje, recebemos Joenia Wapichana, presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); Célia Xakriabá, deputada federal (Psol-MG); e Ariene Susui, jornalista e ativista indígena.

Seis projetos que podem impactar negativamente a agenda ambiental estão em discussão na Câmara dos Deputados. Um já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o Projeto de Lei nº 364/2019, que remove a proteção de vegetação nativa em áreas consideradas "não florestais". De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, a medida deixaria 48 milhões de hectares no Brasil em risco. Os demais projetos discutem: a autorização do licenciamento ambiental de garimpos em reservas extrativistas e parques nacionais; a classificação de obras de irrigação como "utilidade pública", o que pode agravar a segurança hídrica em diversas áreas do país; e a redução de fiscalização ambiental. Para debater o assunto, convidamos Nilto Tatto, deputado federal (PT-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista na Câmara; e Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima e ex-presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Após oito anos do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, seis anos da prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dois anos de uma eleição apertada, que dependeu de uma coalizão nacional de várias frentes políticas para a vitória de um terceiro governo Lula em 2022, tudo indica que a fase de demonização do petismo junto à população arrefeceu. A representação do partido no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas e nos governos estaduais cresceu, assim como o número de filiados à legenda. No terreno político, por outro lado, os desafios se acumulam: Lula continua a trabalhar para trazer seus opositores para o debate e as crises do passado parecem não ter sido totalmente superadas. Após anos de embate, como estão as relações com o centrão? Para discutir o assunto, recebemos João Feres Júnior, cientista político, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Reimont Otoni, deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT-RJ); e Teresa Leitão, senadora pelo PT-PE.

Há 60 anos, foi instalado no Brasil o golpe civil-militar que controlou os rumos do país durante 21 anos. Nesse tempo, não tivemos eleições diretas e o Congresso Nacional permaneceu fechado, mas a população não ficou inerte. Um exemplo é o movimento popular das Diretas Já, fundamental para a proposição da Emenda Constitucional Dante de Oliveira, em 1983. Esse movimento reuniu, desde os primeiros comícios (em março do mesmo ano) milhões de pessoas — também aglutinando estudantes, autoridades políticas e personalidades — em diversas cidades do Brasil. Para debater a importância da data, convidamos Eduardo Suplicy, deputado estadual (PT-SP), que participou ativamente dos comícios das Diretas Já; Charleston Assis, professor de história da Universidade Federal Fluminense (UFF); e Paulo D'Ávila, cientista político e professor do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Entre 2012 e 2022, a quantidade de benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi de 0,7% ao ano e a quantidade de pagamentos triplicou. Na tentativa de equilibrar as contas, uma nova reforma da Previdência seria o ideal? Para discutir essa e outras questões, recebemos Pedro Eduardo Spitzner, diretor adjunto do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP); Rogério Nagamine, doutor em economia, especialista em políticas públicas e gestão governamental e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); e Washington Barbosa, advogado especialista em direito previdenciário, mestre em direito das relações sociais e trabalhistas pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) e CEO da WB Cursos.

De acordo com um levantamento realizado pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde, em 15 anos houve aumento no consumo abusivo de bebida alcoólica entre mulheres jovens. Em relação ao tabaco, a pesquisa revelou que o percentual de brasileiros fumantes caiu de 14,8% para 9,3%. Recentemente, um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou a ação do Brasil, que se tornou o segundo país a implementar integralmente todas as medidas sugeridas pela OMS para diminuir o consumo de tabaco. Para discutir o assunto, recebemos Mariana Thibes, coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) e doutora em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP); e Vera Lúcia Gomes Borges, especialista da Divisão de Programas de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer (Conprev) do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Estudo feito por pesquisadores do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP) apontou o aumento no volume de lixo na costa marinha e no fundo do mar brasileiros. Diversos detritos foram encontrados entre 200 metros e 1.500 metros de profundidade e a 200 km da costa entre os estados de São Paulo e Santa Catarina. Sacos plásticos, restos de tinta de navio, latas de refrigerante e latas de óleo para motor foram alguns dos materiais coletados. De acordo com os cientistas, 80% dos resíduos que chegam ao mar vêm do interior, por meio de 600 'portas de acesso' como rios. De que forma a contaminação prejudica o ecossistema e a sociedade como um todo? Como esse lixo afeta as espécies que vivem no mar? Para responder essas e outras questões, convidamos Fábio Matos, professor e pesquisador no Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC); e Filipe Pedroso de Oliveira, fundador da ONG Eco Local.

Criado em abril de 2004, com a Lei nº. 10.861, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) completa 20 anos este ano. Inserido no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), o Enade tem como objetivo avaliar e acompanhar o rendimento acadêmico dos estudantes em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação. Além disso, mede o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade do Brasil e do mundo. No episódio de hoje, conversamos com Claudia Costin, professora da Faculdade de Educação da Universidade de Harvard, fundadora do movimento Todos Pela Educação e presidente do Instituto Singularidades, referência na formação de professores e especialistas em educação; Clarissa Rodrigues, segunda vice-presidente da Regional Leste do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN); e Wagner Andriola, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).

O empresário bilionário Elon Musk voltou a acusar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em publicações na sua rede social, X (antigo Twitter). Nos últimos meses, Moraes determinou que redes como o X bloqueassem perfis que atuaram na organização do 8 de Janeiro e em grupos de milícias digitais, disseminando conteúdos falsos e discurso de ódio, tendo a democracia como principal alvo. Em uma atualização feita no último domingo (7), o ministro do Supremo incluiu Musk na investigação sobre as milícias digitais, após o empresário anunciar que iria descumprir as decisões judiciais impostas pela Justiça brasileira. Para debater o assunto, convidamos Afonso de Albuquerque, cientista político e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF); e Marcelo Crespo, coordenador do curso de direito da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e especialista em direito digital.

Apesar de ser considerado um entrave para a produção agrícola, o fenômeno natural El Niño ajudou o Brasil a conquistar um marco na produção e na exportação de frutas em 2023: o país atingiu o faturamento histórico de US$ 1 bilhão (R$ 5,04 bilhões). Ao mesmo tempo, o fenômeno impactou negativamente os países concorrentes do Brasil, o que contribuiu para que atingisse esse patamar recorde nas exportações. No episódio de hoje, convidamos Andrea Rachel Sousa, secretária-executiva da Área de Irrigação e Operações da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba); Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas); e Hugo Garbe, professor de ciências econômicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

O dia 7 de abril é conhecido como o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. A data foi implementada após o Massacre de Realengo, o maior ataque já registrado contra uma escola brasileira, que ocorreu na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), em 7 de abril de 2011. Qual o papel da escola na prevenção ao bullying? Como pais, mães e responsáveis podem ficar alertas? As redes sociais podem contribuir para uma postura mais agressiva dos jovens? Para responder essas e outras questões, convidamos Adriana Silveira, presidente da associação Anjos de Realengo e mãe da adolescente Luíza, de 15 anos, uma das 12 vítimas do massacre; e Benjamim Horta, pedagogo, especialista em prevenção ao bullying, criador do "Programa Escola Sem Bullying" e diretor-geral da Abrace - Programas Preventivos, organização reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) em 2017 como programa de referência no combate e na prevenção ao bullying no Brasil.

Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) descobriram um novo tipo de formação geológica: uma espécie de recife que abriga uma grande biodiversidade de peixes, corais e até tubarões. A região foi batizada de Colinas Coralinas devido ao seu formato de monte. De acordo com especialistas, a diversidade na fauna e na flora pode ser explicada pelo isolamento geográfico do local. Para desbravar as Colinas Coralinas, convidamos Hudson Pinheiro, biólogo, pesquisador e um dos coordenadores do estudo realizado pela UFES, pelo Centro de Biologia Marinha (CEBIMar), da Universidade de São Paulo (USP), e pela Academia de Ciências da Califórnia; e Ronaldo Francini, pesquisador associado do Projeto Coral Vivo e professor do CEBIMar da USP.

Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007, o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo foi instituído para promover conhecimento e defender os direitos das pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo possuem algum grau dentro do TEA. Para discutir a importância da data e os direitos das pessoas com autismo, recebemos Astrid Lages, jornalista e mãe de duas crianças com autismo; Leo Akira, criador da empresa Parkour Brazil e de um canal no YouTube em que fala sobre sua vida com o autismo; e Marina Almeida, neuropsicóloga especialista em TEA e diretora do Instituto Inclusão Brasil.

Três diferentes instituições de pesquisas, Quaest, AtlasIntel e Ipec, apontam uma queda de popularidade na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente tem se articulado na tentativa de reverter a situação. Como conciliar as pautas políticas com o centrão? Assessores avaliam que Lula está acertando no mais difícil, fazendo crescer a economia e baixando os índices de inflação e desemprego, e errando no mais fácil, ao adotar uma postura à esquerda em um país conservador. A postura crítica a Israel e as falhas em instituições federais de segurança podem ter contribuído para essa queda na popularidade? Com as eleições municipais chegando, o governo conseguirá articular uma estratégia eficaz para melhorar sua imagem? Para discutir o assunto, recebemos Paulo Henrique Cassimiro, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); e Paulo Loiola, estrategista político, professor de marketing político, mestre em gestão pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e sócio-fundador da BaseLab, empresa especializada em marketing político.

A economia da longevidade ou "prateada", uma referência aos fios grisalhos característicos da terceira idade, engloba serviços e produtos voltados para pessoas com mais de 50 anos. O conceito parece novo, mas essa é a terceira maior atividade econômica do mundo, movimentando cerca de US$ 7,1 trilhões (R$ 35,97 trilhões) anualmente. Com os brasileiros envelhecendo, a economia "prateada" está prestes a dominar o mercado? No episódio de hoje recebemos Aline Pacheco, jornalista e ex-apresentadora, que estuda a tendência e comenta a importância do empreendedorismo feminino para o segmento e os preconceitos que a população mais velha ainda enfrenta.

Entre os dias 31 de março e 1º de abril de 1964, o Brasil vivenciou um golpe orquestrado pelas Forças Armadas e por grupos da sociedade que implicou na deposição do presidente João Goulart, pondo fim à Quarta República e iniciando uma ditadura militar no Brasil. Com duração de 21 anos, o período registrou um grande número de desaparecidos e mortos políticos, restrições à liberdade de expressão e violência excessiva por parte das autoridades. O governo militar contou com a fixação de 16 atos institucionais, mecanismos legais que eram sobrepostos à Constituição, tendo o apoio de países como os Estados Unidos. Para discutir esse importante momento de nossa história, convidamos Carlos Fico, historiador, doutor em história social pela Universidade de São Paulo (USP), professor titular do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em história do Brasil República, com ênfase em temas como a ditadura civil-militar.

Sob a justificativa de frear o desmatamento no país, o governo federal vai apostar em um programa de recuperação ambiental, que tem gerado controvérsias entre especialistas. O projeto pretende resgatar áreas de pastagem degradadas em todos os biomas brasileiros, incluindo a Amazônia e o Cerrado, através da criação de gado, do cultivo de culturas como soja e milho e até da produção de madeira para corte. Ambientalistas têm se manifestado contrariamente à medida, uma vez que vai ajudar produtores de pequeno e grande porte a obterem financiamento externo para investir em áreas que foram exploradas ao limite pela própria pecuária e agricultura. Segundo dados de mapeamento da Universidade Federal de Goiás (UFG), a área total de pastagens com alguma degradação no Brasil é de cerca de 109 milhões de hectares. O programa terá suas regras e diretrizes divulgadas até o fim de maio. A medida será eficaz? A política de reflorestamento ainda é incipiente no Brasil? Participam da conversa Laerte Guimarães Ferreira, professor e coordenador do núcleo de postagem do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da Universidade Federal de Goiás (UFG); e Luiz Oliveira, presidente do Instituto Espinhaço.

Somente duas em cada dez mulheres se sentem bem informadas em relação à Lei Maria da Penha, criada em 7 de agosto de 2006. Os dados fazem parte da décima edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada pelo Observatório da Mulher contra a Violência (OMV) e pelo Instituto DataSenado. Após 18 anos de sua implementação, a legislação foi pensada para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. De que forma a falta de conhecimento e de letramento sobre a legislação prejudica o trabalho de combate à violência? Para debater essa importante questão, convidamos Isabela Lima, chefe do Serviço de Pesquisa e Análise do Instituto DataSenado; e Fernanda Fernandes, delegada de polícia, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias, município do Rio de Janeiro.

O Senado Federal passou a existir, com a outorga da Constituição imperial, em 25 de março de 1824. Considerada a Casa alta do Congresso Nacional, o Senado é o protagonista dos principais eventos da vida democrática nacional. O que mudou desde a sua implementação na República até os dias atuais? Quais são os desafios para a proteção e manutenção da democracia? Para celebrar os 200 anos da Casa e debater a sua importância, recebemos Marcos Magalhães, historiador, doutor em história social pela Universidade de São Paulo (USP) e consultor legislativo do Senado; Ricardo Ismael, cientista político, professor e pesquisador do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); e Rogério Carvalho, senador (PT-SE), primeiro-secretário do Senado e presidente da Comissão Curadora dos 200 anos do Senado.

Os últimos desdobramentos da investigação sobre a morte da ex-vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes levaram às prisões do deputado federal Chiquinho Brazão, do seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, acusados de serem os mandantes do crime que ocorreu no dia 14 de março de 2018. Depois de seis anos de busca pela verdade, esse crime bárbaro está mais próximo da justiça? Participam do episódio Cidinha Campos, jornalista e ex-deputada estadual; Ceres Rabelo, advogada especialista em direito penal e professora no Centro Universitário de João Pessoa (Unipê); e Daniel Veloso Hirata, sociólogo, professor do Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI), da UFF.

Um gesto inusitado tem sido cada vez mais comum nas redes sociais: gravar a própria demissão. Os internautas compartilham o momento em que são dispensados de seus trabalhos, normalmente em uma reunião on-line. O que antes não era dividido com ninguém agora parece sofrer uma "espetacularização". Quais são as consequências para o funcionário? Vale tudo por uma curtida? Quando uma tendência extrapola os limites? Para conversar sobre o assunto, recebemos Alana Vetroni, designer que gravou seu processo de demissão e o publicou no TikTok; Giovana Fonseca Madrucci, psicóloga e psicanalista, professora universitária e doutoranda em filosofia da psicanálise pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); Wanderson Lago Vaz, advogado com atuação em direito do trabalho, vice-presidente da subseção de Paranavaí da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Paraná e professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

De acordo com um relatório publicado neste mês pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, organismos como o mosquito Aedes aegypti, caramujos africanos, pombos e algas, entre outros que não são nativos da fauna e flora do país, estão causando um prejuízo de pelo menos US$ 3 bilhões (quase R$ 15 bilhões) por ano à economia brasileira. O levantamento destaca que o prejuízo real pode ser muito maior, uma vez que o cálculo considera apenas 16 das 476 espécies invasoras identificadas no território brasileiro. Qual é o impacto do mosquito da dengue na economia? Como essas invasões biológicas afetam também a nossa saúde?  Para discutir o assunto, recebemos João Gabriel Pio, economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), responsável por um estudo sobre o impacto da dengue e de outras arboviroses na economia brasileira; e Mário Luis Orsi, professor da pós-graduação em ciências biológicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e um dos coordenadores do relatório publicado em março.

Entre 2013 e 2023, o número de policiais militares na ativa caiu 6,8%, de acordo com um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo o estudo, essa redução está relacionada a dificuldades fiscais dos estados e a determinadas características da atividade. Em resposta à diminuição dos agentes, os municípios têm investido cada vez mais em guardas municipais, no entanto, pela Constituição, as guardas têm outro tipo de função: proteger bens, serviços e instalações locais. No episódio de hoje, recebemos André Sales dos Santos Cedro, mestre em sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), membro do Grupo de Estudos sobre Violência e Administração de Conflitos (GEVAC), da UFSCar, e do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (Ineac), da Universidade Federal Fluminense (UFF); e Michel Misse, sociólogo, fundador e coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (NECVU), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ e do Programa de Pós-Graduação em Justiça e Segurança da UFF.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o projeto de lei que regulamenta os direitos do trabalho aos motoristas que atuam com transporte de passageiros por aplicativos. O texto, que segue para avaliação no Congresso Nacional, possui como principal objetivo a garantia de direitos trabalhistas e previdenciários aos motoristas, sem que haja interferência nas autonomias durante a jornada de trabalho. A proposta vale apenas para transportes de pessoas, como Uber e 99. Ainda não houve acordo em relação aos entregadores de mercadorias, vinculados a empresas como iFood e Rappi. De acordo com dados do IBGE, há ao menos 778 mil pessoas trabalhando no Brasil como motoristas de aplicativo — 52,2% do total de prestadores de serviço em plataformas digitais, ou 1,5 milhão de trabalhadores. Para entender mais sobre o projeto e discutir o assunto, recebemos Carina Trindade, presidente do Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo do Rio Grande do Sul (Simtrapli RS); e José Eduardo Chaves Júnior, advogado, doutor em direitos fundamentais, professor do programa de pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador da uberização do trabalho.

Com a aprovação do projeto de lei dos "combustíveis do futuro", que possibilita a criação de programas para o uso de combustível sustentável, entra em discussão na Câmara dos Deputados uma nova mistura de etanol e biodiesel na gasolina e no diesel. A proposta ainda será submetida ao Senado e, se aprovada, a nova margem de mistura de etanol na gasolina vai aumentar, podendo chegar a 35%. Atualmente, a mistura pode atingir 27,5%. A ideia dos parlamentares é solucionar dois problemas de uma só vez: reduzir a importação de gasolina e acelerar a transição energética. É viável? E qual será o impacto para o consumidor? Para discutir o assunto, recebemos Carlos Augusto Arentz Pereira, professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Meio Ambiente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (DESMA/UERJ); Florian Pradelle, professor do Departamento de Engenharia Mecânica do CTC/PUC-Rio e diretor do Instituto de Mobilidade e Energias Sustentáveis da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (IMES/Puc-Rio); e Lucimar Amaral, doutora em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professora do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG).

Após a pandemia de COVID-19, a saúde mental do trabalhador passou a ser uma pauta constante nas empresas. Tanto que dinâmicas antes impensadas, como a semana de quatro dias de trabalho, entraram em discussão: experiências mostram que essa prática pode gerar menos faltas, maior produtividade e otimização de tarefas. No Brasil, o projeto-piloto da "4 Day Week Brasil", parceira da "4 Day Week Global", uma organização sem fins lucrativos que faz pesquisas sobre trabalho ao redor do mundo, vem cativando empresas a adotarem a ação. O experimento pode influenciar mais empresas brasileiras a aplicarem a semana de quatro dias? O mundo corporativo ainda é resistente a mudanças na rotina do trabalhador? Para debater o assunto, convidamos Anselmo Luis dos Santos, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e Cosme Peres, conselheiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Espírito Santo (ABRH-ES), professor e coordenador do MBA em gestão de pessoas da Universidade Vila Velha (UVV).

"Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida." É o que afirma o artigo 225 da Constituição Federal, ou seja, o acesso ao saneamento deveria ser um direito básico. Entretanto, mais da metade da população brasileira vive em lares sem descarte adequado de esgoto. O Marco Legal do Saneamento Básico (Lei nº 14.026/2020) prevê a universalização dos serviços até 2033. O que falta para que toda a população tenha acesso ao saneamento básico? Para discutir essa e outras questões, recebemos Aline Passini, professora do Departamento de Engenharia e Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); e Emanuel Alencar, jornalista especializado em meio ambiente e gestão ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em engenharia ambiental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Em uma década, quais foram os impactos da operação que mudou os rumos da economia e da política do Brasil? Qual o saldo que a operação Lava Jato deixou para a democracia brasileira? Para discutir os desdobramentos e a influência das investigações na arena política, recebemos Fábio Kerche, doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Departamento de Estudos Políticos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e coautor do livro "A política no banco dos réus: a Operação Lava Jato e a erosão da democracia no Brasil".

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou a regulamentação do uso de inteligência artificial (IA) para as eleições municipais deste ano. Uma das regras prevê a obrigação de identificar conteúdos manipulados por IA e a proibição absoluta do deepfake, técnica que permite a alteração da voz e do rosto de uma pessoa. Em caso de descumprimento da determinação, poderá haver cassação do registro de candidatura. Com a finalidade de conscientizar sobre os perigos da circulação de informações falsas e manipuladas, o TSE planeja oferecer um treinamento especializado para juízes eleitorais e mesários em todo o Brasil. O uso de inteligência artificial nas eleições pode ser feito de forma responsável? Para entender melhor esse cenário, recebemos Alexander Coelho, advogado especializado em direito digital, membro da Comissão de Privacidade e Proteção de Dados da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB SP) e sócio do escritório Godke Advogados; João Mendes Miranda, empresário digital e fundador do método "Tudo pela Inteligência"; e Henrique de Castro, doutor em ciência política, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política e do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Os serviços de entrega de comidas prontas não param de crescer no Brasil. De acordo com a empresa de consultoria Kantar, o brasileiro fez um pedido a cada 15 dias em plataformas de entrega. Em uma entrevista à Folha de S.Paulo, Fabricio Bloisi, CEO do iFood, identificou a tendência de as pessoas cozinharem menos em casa e pedirem mais comida feita fora, destacando que daqui a dez anos não descarta por completo o fim do ato de cozinhar em casa. A fala está relacionada a outros dados, como a queda na produção e no consumo de arroz e feijão, citados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De fato, essa tendência deve se tornar um hábito? Participam deste episódio Mônica Levandoski, estrategista da Consumoteca, empresa de consultoria especializada em consumo e tendências; Paulo Jager, economista, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Rio de Janeiro; e Renan Silva, professor de Economia do Ibmec Brasília.

Hoje, no Dia Internacional da Mulher, recebemos Martha Rocha, deputada estadual e ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Primeira mulher a comandar a Polícia Civil no Rio, ela se deparou com muitos desafios, derrubando preconceitos em um ambiente predominantemente masculino: as delegacias. Sua gestão foi marcada pelo projeto de criação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), pela intensificação das ações de prevenção à violência de gênero e pela ampliação do serviço de registro de ocorrência on-line, entre muitos outros projetos. Em uma conversa exclusiva, a atual deputada estadual, que está em seu terceiro mandato pelo PDT, fala sobre sua trajetória na corporação, a vivência política dentro da família, a importância de leis específicas no combate ao feminicídio e a reivindicação de direitos das mulheres na sociedade.

Os casos de dengue no país não param de crescer, e a doença já vitimou mais de 1 milhão de pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde. É o sétimo pior ano em número de casos desde 2000, o que vem preocupando as autoridades brasileiras. Além da vacinação, a principal recomendação para se proteger do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, continua sendo evitar a água parada. Entretanto especialistas indicam medidas complementares, como o uso de plantas que funcionam como um repelente natural dos insetos. Para falar sobre o assunto, convidamos Kleber Luz, médico infectologista, coordenador do comitê de arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI); e Sarah Christina Caldas Oliveira, professora do Departamento de Botânica da Universidade de Brasília (UnB).