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TUTAMÉIA TV

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By Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena

Serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, jornalistas desde 1976, tendo atuado na imprensa sindical e de resistência à ditadura militar assim como na chamada "grande imprensa", com passagens por Zero Hora, Gazeta Mercantil e Folha de S. Paulo, onde Eleonora atuou por mais de trinta anos, tendo, por mais de dez anos, comandado a Redação como editora-executiva.
Vídeos de entrevistas transmitidas originalmente ao vivo, em sua maioria, com intelectuais, políticos, artistas e esportistas, pensadores do Brasil e do mundo.
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TUTAMÉIA entrevista Luiz Eduardo Soares

TUTAMÉIA TVOct 22, 2022

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TUTAMÉIA entrevista Luiz Eduardo Soares

TUTAMÉIA entrevista Luiz Eduardo Soares

Antropólogo comenta prisão dos acusados de terem mandado matar Marielle Franco e Anderson Gomes. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 26, 202401:16:21
“CAMPONESES FORAM LEVADOS PARA OS GALPÕES DAS USINAS, TORTURADOS E MORTOS”, DIZ CAJÁ

“CAMPONESES FORAM LEVADOS PARA OS GALPÕES DAS USINAS, TORTURADOS E MORTOS”, DIZ CAJÁ

Cajá lembra que viu indignação nos rostos das pessoas mais conscientes do alto sertão da Paraíba no dia do golpe. Tinha 14 anos. Um ano antes, participara da campanha pelo não ao parlamentarismo. Lá no distrito de Itaporanga, acompanhava seu pai, Felix, um pequeno camponês adepto do getulismo. “Entendi que o golpe era uma resposta à luta popular. Não aguentam a democracia. Na hora em que o povo decide recuperar os poderes do presidente Jango, eles vêm com essa retaliação”, afirma. Edival Nunes da Silva incorporou o “Cajá” ao seu nome por sugestão de dom Helder Câmara, de quem foi assessor durante a ditadura militar. Franzino, ele era um estudante de sociologia que viera de Cajazeiras, no extremo oeste da Paraíba. Dom Helder achou melhor chama-lo de Cajá, uma fruta que só existe no Nordeste, do que apelidá-lo com o nome de sua cidade de origem, como seus amigos e a namorada faziam até então. Coordenador do Movimento Memória, Verdade e Justiça de Pernambuco, presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa e integrante do comitê central do Partido Comunista Revolucionário, ele fala ao TUTAMÉIA sobre sua trajetória, a resistência ao golpe no Nordeste, a convivência com dom Hélder Câmara e a conjuntura atual. “Quando cheguei a Cajazeiras, para estudar, descobri a luta de classes, porque tem pobre, porque tem rico”, lembra. Era 1967 e Cajá conheceu um velho comunista, Sabino Rolim, sempre perseguido. “Era um homem de barba branca, que nos emprestava livros. Era preso toda vez que aparecia uma pichação de ‘Abaixo a ditadura’ na cidade”, conta. Em 1972, Cajá foi para o Recife, matriculado no Ginásio Pernambucano. Dali tinha partido, em primeiro de abril de 1964, a passeata dos estudantes para tentar impedir a derrubada do governador Miguel Arraes. “Foram recebidos a bala. Jonas José e Ivan Aguiar foram fuzilados, impunimente até hoje. Qual foi o crime deles? Reunir as pessoas que tinham sentimento patriótico, cívico, de liberdade, de impedir a derrubada de um governo eleito. Foram pacificamente, sem armas, e foram recebidos dessa maneira. E ainda têm a cara de pau de dizer que foi a esquerda que iniciou a luta armada, a violência! E o que diabo foi o golpe de 64? O que foi o ceifamento das vidas de Ivan e de Jonas, se não violência?”, pergunta. Nesta entrevista ao TUTAMÉIA, realizada em sete de fevereiro de 2024, Cajá fala da importância das ligas camponesas e da repressão que o movimento sofreu com o golpe: “Havia um processo de rebeldia em Pernambuco. Era o único lugar onde os camponeses faziam marcha pela cidade, desfilavam, iam até o palácio e negociavam com os usineiros cara a cara. Havia 47 ligas camponesas”. Cajá lembra do que ouviu de Clodomir Morais (1928-2016), sociólogo, comunista, deputado estadual, líder das ligas], quando ele voltou do exílio, sobre a dimensão da barbárie provocada pelo golpe de 64: “Trezentos, quatrocentos foram mortos só das ligas. Era no dedo que assinava. Esse pessoal era levado para o galpão da usina, nem processo abriu. Foram torturados para entregar seus líderes e apareciam no outro dia boiando no rio Uma [no sul de Pernambuco]”. “Era muito comum um militar chegar na casa de um deles e falar: ‘Se vocês forem em delegacia, em algum lugar, a gente vem buscar o resto da família. Prefere o quê? Ficar calado trabalhando?’. O cara ia embora para outro estado. Não temos como levantar o total dos mortos e desaparecidos das ligas camponesas. E quanto aos indígenas? Quanto você junta as ligas e as perseguições de indígenas chega a 10 mil mortos e desaparecidos. Esse inventário ainda não foi feito. Mas posso dizer que a conta é muito maior do que está aí”, afirma Cajá. “Foi uma grande frustração para as massas. As ligas eram um movimento de massas. Tínhamos um movimento estudantil de massas. Tinha o Gregório Bezerra, que foi arregimentar homens no campo para resistir, mesmo contra a vontade do seu partido, o PCB. Em Pernambuco, a resistência foi muito encarniçada. Acho que foi o estado em que o povo foi mais massacrado”. Cajá se tornou militante do Partido Comunista Revolucionário. Foi preso, torturado; ficou um ano em solitária, ainda quando estudante de sociologia. Último preso político libertado após a lei da anistia, recebeu apoio de dom Helder e de Elis Regina (que o homenageou em dois shows). Doze mil estudantes fizeram greve pela sua libertação. Sobre dom Helder, ele fala: “Foi terrivelmente perseguido. Sua casa foi metralhada. Eu vi os buracos. Fui assessor dele por seis anos e meio. Ele era um homem honrado”. O depoimento integra a série “O que eu vi no dia do golpe”, de entrevistas sobre o golpe militar de 1964, que está completando sessenta anos. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 25, 202401:33:26
PASSEI A NOITE FABRICANDO COQUETEL MOLOTOV, LEMBRA AQUILES DO MPB4

PASSEI A NOITE FABRICANDO COQUETEL MOLOTOV, LEMBRA AQUILES DO MPB4

“No dia, eu fui para o Sindicato dos Operários Navais, que era onde a gente ia muito fazer apresentações do CPC, e lá era onde se concentrava o grupo que estava preparando a resistência em Niterói. Resistência do nível do nosso tamanho, que iria se somar à resistência vinda de alguns setores das forças armadas que se contrapusessem aos golpistas.” Assim Aquiles Rique Reis, o Aquiles do MPB4, conta ao TUTAMÉIA o que viveu naquele primeiro de abril de 1964. “No dia em que se soube que o golpe estava sendo deflagrado, a gente tinha uma expectativa muito grande de que haveria resistência. Imaginava desde o Brizola lá no Sul até notícias que nos chegavam de áreas das Forças Armadas que se contraporiam à chegada do que se esperava daquele general Mourão, que estava vindo de Juiz de Fora”. Na época, já atuando no cenário musical, Aquiles era militante do PCB e ativista do movimento estudantil. “Já mais próximo do golpe, em 1963, fui por um período curto, porque coincidiu com a chegada do golpe, fui presidente da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) em Niterói”, diz ele nesta entrevista realizada em sete de fevereiro de 2024, em que conversamos dobre os sessenta anos de carreira do MPB4. Sessenta anos que o grupo vocal tem esse nome. Sua gênese remonta a 1962: Ruy, Aquiles e Miltinho formavam um trio, que fazia o suporte musical do Centro Popular de Cultura, da Universidade Federal Fluminense (filiado ao CPC da UNE), em Niterói. No ano seguinte, com a adesão de Magro Waghabi, passou a atuar como Quarteto do CPC. Em 1964, com a extinção dos CPCs, Magro Waghabi e Miltinho, na época estudantes de Engenharia, batizaram o conjunto como MPB-4. Com 15 anos no dia do golpe militar, Aquiles tratou de achar alguma forma de contribuir para a resistência. “Eu passei a madrugada lá no sindicato numa sala, a gente tinha um galão de gasolina, e a gente fabricando coquetel Molotov. Naquele momento não se tinha muita notícia...” Ele segue: “Eu me lembro que eu saí de madrugada, junto com um outro companheiro, nós éramos estudantes, fomos à casa dele, que era no centro –o Sindicato dos Operários Navais era num lugar distante do centro de Niterói. E a gente começou a perceber que aqueles coquetéis Molotov todos que a gente fez não teriam utilidade, porque não se ofereceu resistência, os caras chegaram, dominaram, fizeram o que quiseram, e o resto é história.” Assim como não havia resistência organizada em 1964, não havia para muitos noção da profundidade e abrangência do que viria a ser a ditadura militar, diz Aquiles: “A gente padeceu, mas ninguém seria capaz de imaginar que aquilo era só o início, que o pior estava por por vir –e veio. Em dezembro de 1968, veio o golpe dentro do golpe, este, sim sanguinário, torturador, perseguidor, e ali começou um período, como disse o Chico, uma página infeliz da nossa história.” Que não ficou sem resposta, sem enfrentamento: “A gente conseguiu, de alguma forma, resistir –eu digo nós, o MPB4, que usou muito o palco como palanque, na medida do passível, indo sempre ao limite. A gente esbarrava sempre num limite, porque a censura vinha e cortava, proibia, tirava de cartaz. E a gente ficou sempre naquele limite máximo e sempre disposto a não se autocensurar. O que a gente imaginava, a gente fazia”. E foi num dos piores momentos da ditadura que Aquiles percebeu que aquilo poderia virar, como conta ao TUTAMÉIA: “Talvez, por incrível que pareça, seja depois da decretação do AI-5. Aí me ocorreu que aí não tinha jeito. Aí ou a gente fazia de fato, iniciava alguma coisa de fato... O depoimento integra uma série de entrevistas sobre o golpe militar de 1964, que está completando sessenta anos. Com o mote “O que eu vi no dia do golpe”, TUTAMÉIA publica neste mês de março mais de duas dezenas de vídeos com personagens que vivenciaram aquele momento, como Almino Affonso, João Vicente Goulart, Anita Prestes, Frei Betto, Roberto Requião, Djalma Bom, Luiz Felipe de Alencastro, Ladislau Dowbor, José Genoíno, Roberto Amaral, Guilherme Estrella, Sérgio Ferro e Rose Nogueira. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 25, 202414:48
MEU PAI FALOU PRÁ MIM: VEM PRÁ DENTRO, QUE O NEGÓCIO ESTÁ FEIO AÍ”

MEU PAI FALOU PRÁ MIM: VEM PRÁ DENTRO, QUE O NEGÓCIO ESTÁ FEIO AÍ”

“Nesses sessenta anos da ditadura, estou me sentido como um rei. Eu sou pobre, estou aqui dentro de casa, mas estou me sentido um rei. Porque valeu a pena tudo, valeu a pena lutar tudo. Todo o sofrimento que a gente passou, enfrentar as prisões e as mortes de nossos queridos camaradas, a guerrilha do Araguaia, o Marighella, o Carlos Lamarca, valeu a pena. Esses caras entregaram a sua vida pelo país, pelo povo, pela humanidade. Valeu a pena tudo. Valeu a pena absolutamente tudo. E, se tiver de fazer de novo, a gente faz.” Palavras do dirigente sindical Ubiraci Dantas de Oliveira, falando ao TUTAMÉIA sobre a resistência e as lutas do movimento dos trabalhadores contra a ditadura. Bira, como ele é conhecido, tinha onze anos no dia do golpe militar. “Meu pai falou prá mim: vem prá dentro, que a coisa está feia aí”, lembra ele nessa entrevista realizada em dez de fevereiro de 2024. “Quando o teve o golpe, eu fui prá dentro de casa. Fui chamado pelo meu pai. E as pessoas tristes. Eu não posso dizer outra coisa, porque eu era muito novo, e não tinha aprendido ainda o que era lutar pela democracia.” O aprendizado começou em casa mesmo: “Meu pai era um democrata, não tinha vinculação, mas meu tio Severino era do Partido Comunista Brasileiro. Ele trabalhava com técnico eletrônico na Phillips. Ele me ajudou muito, junto com meu pai, mostrando o que estava acontecendo no país e no mundo também’. Por incentivo do pai, Josué Dantas de Oliveira, o jovem Ubiraci foi estudar no Senai, no Brás. “Aprendi uma profissão, aprendi a jogar basquete, dama, futebol, xadrez, aprendi tudo lá no Senai. Lá era assim: seis meses no Senai e depois seis meses na fábrica que eles indicavam. E ali, meu amigo, foi onde eu aprendi a viver. Muita exploração, muita situação difícil.” Operário metalúrgico, conheceu grupos de resistência à ditadura militar, entrou para o Movimento Revolucionário Oito de Outubro. Em 1978, participou do comando de uma greve na Philco, onde trabalhava. Eis seu relato: “No dia da greve, a gente marcou uma assembleia no restaurante da firma. Foi legal, juntou lá o pessoal. Eu subi numa mesa e comecei a falar. Aí um segurança puxou um revólver. Eu falei com ele: ‘O meu, para com isso, sai daqui, se não vai dar problema’. Aí o povo começou a vaiar ele, e ele saiu em desabalada carreira. Foi embora. A gente conseguiu fazer a greve.” O movimento durou cinco dias. Em quatro de outubro, no meio do movimento, a repressão baixou firme: “A polícia me prendeu na porta da Philco. Me mandaram para a prisão, fiquei lá no Dops. Na hora em que foi ter o interrogatório, chegou lá o delegado, todo apavorado, e falou: ‘Você está livre, pode ir’”. “Quando cheguei na porta, estava lá o carro do sindicato para me levar. Quando eu chego lá, no sindicato, a comissão de fábrica toda estava lá e mais uma porrada de trabalhadores exigindo a minha libertação, lá na sede do sindicato. Aí eu compreendi que alguém fez as articulações, e eu fiquei livre. Se não, eu não estaria aqui para contar essa história.” Hoje vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e membro do Comitê Central e da Comissão Política do Partido Comunista do Brasil, Oliveira fala sobre a situação do país: “O sustentáculo da democracia é o bem estar do povo. Se o povo não estiver bem, se estiver desesperado, é uma beleza para os fascistas retomarem. Eu considero que o governo Lula está numa direção positiva. Fez uma série de coisas nesse ano e meio e lançou agora o plano da nova indústria. Está na direção correta. No entanto, tem outros obstáculos para serem ultrapassados, como a taxa de juros.” E continua: “Nós temos de ajudar o Lula a romper com isso, para poder ter recursos para a educação, para a saúde, para a indústria nacional, para o complexo industrial da saúde. É preciso jogar pesado nessa direção, porque é o seguinte: não adianta dourar a pílula. Se o povo está sentido firmeza, ele vai para a frente. Mas, se sentir enrolação, ele vai procurar um outro caminho. E aí, geralmente, são caminhos que podem trazer para nós muito desespero.” O depoimento integra uma série de entrevistas sobre o golpe militar de 1964, que está completando sessenta anos. Com o mote “O que eu vi no dia do golpe”, TUTAMÉIA publica neste mês de março mais de duas dezenas de vídeos com personagens que vivenciaram aquele momento, como Almino Affonso, João Vicente Goulart, Anita Prestes, Frei Betto, Roberto Requião, Djalma Bom, Luiz Felipe de Alencastro, Ladislau Dowbor, José Genoíno, Roberto Amaral, Guilherme Estrella, Sérgio Ferro e Rose Nogueira. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 24, 202455:14
“É MELHOR VOCÊ SAIR DO BRASIL, QUE VOCÊ ESTÁ MARCADO PARA MORRER” Esse foi o aviso que o economista Luiz Gonzaga Belluzzo recebeu em dezembro de 1975

“É MELHOR VOCÊ SAIR DO BRASIL, QUE VOCÊ ESTÁ MARCADO PARA MORRER” Esse foi o aviso que o economista Luiz Gonzaga Belluzzo recebeu em dezembro de 1975

Esse foi o aviso que o economista Luiz Gonzaga Belluzzo recebeu em dezembro de 1975 –na lista dos intelectuais visados pela ditadura estavam ainda Cesar Lattes e Hilda Hilst, como diz ao TUTAMÉIA o professor da Unicamp. O alerta veio menos de dois meses depois do assassinato de Vladimir Herzog, e Belluzzo não hesitou: depois da ceia de Natal, partiu para o exílio, que acabou durando cerca de um ano. Na época, o economista assessorava a direção do MDB, dava palestras em sindicatos, denunciava a política imposta pela ditadura. Aliás, tinha se colocado na oposição desde primeiro de abril de 1964, quando tinha 21 anos –formou-se no ano seguinte. Naquele dia, cruzou com o direitista filho de direitista Miguel Reale Jr. no pátio da faculdade de direito da USP, no largo São Francisco. Trocaram ideias de forma exaltada. “Por causa da discussão, fui dias mais tarde interrogado num IPM (inquérito policial militar), por um militar que se instalou na faculdade”, conta ao TUTAMÉIA nesta entrevista realizada em 22 de março de 2024. Na conversa, ele conta de sua ligação com Ulysses Guimarães, destacando a importância do “conciliador radical” no processo de resistência democrática e de derrubada da ditadura militar. “Conciliador radical” é também como ele caracteriza o presidente Lula. Para Belluzzo, “o bloqueio que estão fazendo contra as políticas desenvolvimentistas de Lula é muito grande. É como um time que está no ataque, mas precisa enfrentar uma forte retranca”. O depoimento integra uma série de entrevistas sobre o golpe militar de 1964, que está completando sessenta anos. Com o mote “O que eu vi no dia do golpe”, TUTAMÉIA publica neste mês de março mais de duas dezenas de vídeos com personagens que vivenciaram aquele momento, como Almino Affonso, João Vicente Goulart, Anita Prestes, Frei Betto, Roberto Requião, Djalma Bom, Luiz Felipe de Alencastro, Ladislau Dowbor, José Genoíno, Roberto Amaral, Guilherme Estrella, Sérgio Ferro e Rose Nogueira. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 23, 202401:41:60
Brasil, com Manuel Domingos Neto – Redemoinho, 22.03.24

Brasil, com Manuel Domingos Neto – Redemoinho, 22.03.24

Historiador analisa o quadro político e econômico do país. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 22, 202410:12
Jornalista analisa massacres cometidos por Hitler e Netanyahu
Mar 20, 202401:31:35
Trabalhadores da cultura se mobilizam contra políticas de Ricardo Nunes e Tarcísio
Mar 20, 202438:15
"Éramos poucos, mas éramos da pá virada", diz Greenhalgh, advogado de presos políticos na ditadura

"Éramos poucos, mas éramos da pá virada", diz Greenhalgh, advogado de presos políticos na ditadura

“Aldo chegou carregado, amparado por duas muletas humanas. Tinha o peito com feridas provocadas por queimaduras de cigarro. Por causa da tortura, não conseguia nem sentar direito.” Assim Luiz Eduardo Greenhalgh conta ao TUTAMÉIA seu encontro com o dirigente do PCdoB Aldo Arantes, preso em dezembro de 1976 no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa. A defesa de Aldo foi um dos momentos marcantes de sua carreira como defensor de presos políticos --uma trajetória que começou quando ainda era estudante de direito e ficou sabendo que o também advogado e diretor de teatro Idibal Pivetta (1931-2023) havia sido preso pela ditadura. Por causa da denúncia das torturas, teve um enfrentamento público com o então comandante do Segundo Exército, Dilermando Gomes Monteiro, que disse de Greenhalgh: “Mente o advogado. É mais subversivo do que seu cliente”. Pois quem mentia era o general. Quando Arantes enfim foi levado à auditoria militar, o advogado pediu a ele, no final de seu depoimento, que abrisse a camisa. Apesar dos meses já passados, lá estavam as marcas da tortura. Esse foi um dos casos lembrados na conversa com TUTAMÉIA pelo advogado, que tinha 15 anos quando houve o golpe militar. No dia exato, jogava bola num campinho perto de casa, no Tremembé, bairro da zona norte de São Paulo. Tudo normal, menos o fato de que, no meio da tarde, viu seu pai voltando para casa, ele que só costumava chegar ao final do dia. “Ele chegou, ligou o rádio Transglobe e começou a procurar a BBC, buscando notícias. Depois, nos disse: ‘Isso é coisa dos americanos’.” Vida que segue. Na faculdade de direito, anos depois, vota sempre com os grupos de esquerda e participa do movimento estudantil. Antes mesmo de se formar, atua como voluntário no escritório de Airton Soares, que estava na defesa de Pivetta. “O contato com os presos políticos mudou a minha vida”, conta Greenhalgh ao TUTAMÉIA nesta entrevista realizada em 19 de março de 2024. Ele relata o dia em que se apresentou aos detentos do Pavilhão Cinco, na Casa de Detenção, como estagiário que iria acompanhar a defesa deles. “Não tinha o que falar. Pedi que eles contassem a história deles. Comecei a ficar impressionado. E fui me aprofundando nos casos, saber quais eram as torturas, quem eram os torturadores”. Formado, seguiu a trilha. Numa madrugada, no início dos anos 1980, seu escritório foi metralhado em São Paulo por grupos de ultradireita –na época, fascistas incendiavam bancas de jornais e mandavam cartas-bomba para defensores da democracia; uma delas matou dona Lyda Monteiro, secretária da OAB do Rio. Já a OAB de São Paulo, a quem Greenhalgh denunciou o ataque sofrido, deu como resposta: “Mas vocês defendem presos políticos....” Defendia sim, assim como fazia um punhado de outros advogados, ativistas de direitos humanos, integrantes da Comissão Justiça e Paz, vários deles citados por Greenhalgh na entrevista ao TUTAMÉIA: “Éramos poucos, mas éramos da pá virada”, diz. Atuando na defesa do então dirigente sindical Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes grevistas, descobriu que a sentença do julgamento que seria realizado em uma segunda-feira já estava pronta da sexta-feira anterior. A denúncia da tramoia envolveu uma espécie de “greve” dos acusados e advogados, que não compareceram ao julgamento arrumado. Houve a condenação, mas instâncias superiores acabaram dando razão aos advogados. Um dos fundadores do PT, partido pelo qual foi quatro vezes eleito deputado federal, ele conta ao TUTAMÉIA sobre o trabalho de recolher informações sobre os desaparecidos no Araguaia e de responsabilizar o estado brasileiro por esses crimes da ditadura militar. “A sentença transitou em julgado, mas até hoje o estado brasileiro não forneceu as informações, não disse onde os corpos forem enterrados”, aponta ele, que foi um dos fundadores do Comitê Brasileiro pela Anistia. É uma questão que segue assombrando o país: “O governo Lula está, como diria Leonel Brizola, costeando o alambrado. Ele viu que, no dia 8 de janeiro, quase, quase... Se tivesse decretado a GLO, provavelmente ele estaria apeado do poder.” E segue o advogado: “Costear o alambrado vai até certo ponto. A gente está costeando o alambrado desde 1988, na Constituinte. E costear o alambrado não tem sido bom. A gente viu o impeachment da Dilma, a prisão de Lua, a Lava Jato... Então vai chegar o momento em que a gente vai ter de deixar de costear o alambrado. Eu sugiro que sem ódio e sem medo, sem nenhum tipo de provocação, mas também sem recuo”. O depoimento integra a série “O que eu vi no dia do golpe” --entrevistas com personagens como Almino Affonso, João Vicente Goulart, Anita Prestes, Frei Betto, Janio de Freitas, Guilherme Estrella e Sérgio Ferro. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 20, 202402:06:06
Mortes na Baixada são fruto da chegada da extrema direita e do bolsonarismo ao governo de São Paulo
Mar 19, 202401:11:25
Dragão da Independência enfrenta miliciano e salva estudantes em abril de 64
Mar 18, 202401:20:52
“Militares se instalaram na sala em que eu dava aula; mestre Artigas foi preso”, lembra Sérgio Ferro

“Militares se instalaram na sala em que eu dava aula; mestre Artigas foi preso”, lembra Sérgio Ferro

“Em primeiro de abril de 1964, acordei de manhã, liguei o rádio e havia uma notícia que um cidadão meio furioso tinha começado a descer de Minas Gerais e que um golpe estaria sendo dado. A primeira sensação foi de enorme frustração. Havia uma ascensão da esquerda, um movimento muito forte. Foi como uma ducha fria cair em cima de toda uma esperança que vinha crescendo. Foi uma grande tristeza desabando. Bolas! Estávamos indo e estamos voltando para trás!”. Palavras do arquiteto, artista plástico, professor Sérgio Ferro, 85, ao TUTAMÉIA. Um dos criadores do grupo Arquitetura Nova, ele relembra a brutalidade do golpe militar, fala de sua trajetória e do momento atual, em entrevista gravada em 13 de fevereiro de 2024. “Esse sentimento de recuo, de perda, de frustração aconteceu várias outras vezes na minha vida. Recentemente, tivemos um quase golpe, depois de um golpe real e institucional, e a minha sensação foi a mesma. Depois do governo do Lula e dos governos da Dilma, de repente, outra vez, a miséria, a perda o recuo, a burrice e a maldade e a violência. Infelizmente, como dizia o Marx, a história se repete e dessa vez se repetiu duas vezes na tragicomédia”, afirma. Conta, Sérgio Ferro: “Caímos dessa espécie de linha ascendente de esperança por um baque surdo, súbito no caminho inverso. A coisa foi meio surrealista. A gente sabia que havia um clima de direita bastante intenso, mas isso nos parecia vozes desesperadas. A direita era muito ridícula, mesquinha. Foi dia um momento bastante ruim de nossa vida, de toda uma geração”. “Nos dias 2, 3 de abril já havia casos de gente arrastada na rua, presa no Nordeste, já havia violência crua, gratuita, contra gente que eles prendiam. Já havia sido instaurado um regime da violência bruta mesma, militar crua, horrorosa. Isso foi imediato. Nos dias que tomaram o poder já tomaram o poder com violência descarada, escancarada destinada a ser conhecida. O conhecimento dessa violência atemorizava reagir”. “Uma das coisas que a gente menos imagina é que a revolução, primeiro, é súbita. Todo mundo sabia que ela seria imaginável. Mas, na prática, isso não se transformava em uma consciência clara, nítida. Nenhum de nós acreditava que um golpe fosse possível. E realmente o golpe aconteceu como uma palhaçada, o primeiro ato: o desfile do cretino do mineiro”. “O segundo ato, logo depois disso, inverte. Aquilo que começou como uma espécie de parada militar vira violência crua nojenta. É muito difícil você suportar essa ruptura, esse corte entre esperança viva, alegre, esperança de vida, seguida quase que sem interrupção, num dia, numa noite pelo inverso: crueza, maldade, tortura, desrespeito total à legalidade. Não foi fácil viver. E o Partido Comunista feito barata tonta, sem saber muito o que fazer”. “Pela primeira vez na minha vida eu senti medo. Você tem medo do seu igual do seu semelhante. Não é o diabo, uma coisa imaginária, é alguém que está na sua frente”. Sérgio lembra que rapidamente o golpe chegou à USP. A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) foi objeto de um inquérito militar. “Militares vieram à FAU, na rua Maranhão ainda. Entraram se instalaram na sala em que Flávio Mota dava aula e eu era assistente dele; então, na sala em que eu dava aula. E começaram a convocar professores para responder a perguntas totalmente idiotas: ‘Você é comunista? Tem contato com a Rússia?’. Coisas totalmente estapafúrdias. Nós, mais jovens, não tínhamos nenhuma posição hierárquica a defender. Menti à beça. Contei nada”. “Não foi o caso do [Vilanova] Artigas. Ele já era um membro do Partido Comunista muito influente. O Artigas fez face ao interrogatório com enorme dignidade. Deu o que ele era, o que ele fazia, o que ele pensava. E saiu da escola de arquitetura preso. Imaginem o choque, a violência, ver o seu mestre ser levado por aquelas pessoas que você tinha ouvido, aqueles militares imbecis de marca maior”.

Mar 18, 202401:23:29
Bispos brasileiros eram muito divididos ideologicamente em 1964, aponta Frei Betto

Bispos brasileiros eram muito divididos ideologicamente em 1964, aponta Frei Betto

“Eu participei da reunião da CNBB, em abril de 1964, onde se debateu se a CNBB deveria ou não apoiar o golpe militar. A maioria votou pelo apoio ao golpe. Acontece que as bases da igreja eram muito progressistas, principalmente o pessoal da ação católica. Havia bispos de extrema direita, como dom Vicente Scherer, no Rio Grande do Sul, e bispos de esquerda, como dom Helder Câmara, em Pernambuco. Havia uma tensão muito grande. Os bispos brasileiros eram muito divididos ideologicamente”. Palavras de Frei Betto ao TUTAMÉIA. Frade dominicano, jornalista e escritor, Carlos Alberto Libânio Christo, 79, fala de sua trajetória como liderança estudantil, de sua militância na igreja católica no enfrentamento à ditadura, de suas prisões e da conjuntura atual. “Bolsonaro foi eleito em 2018 porque nós, da esquerda, nós progressistas abandonamos o trabalho popular. Ou todos nós trabalhamos para semear um futuro melhor para as futuras gerações ou esse país corre o sério risco de voltar a viver sob uma ditadura, sob o tacão setores militares extremamente descomprometidos com a democracia”, afirma em conversa gravada em 13 de fevereiro de 2024. Em primeiro de abril de 1964, Betto estava no congresso latino-americano de estudantes em Belém, no Pará. “Eu era dirigente nacional da JEC, Juventude Estudantil Católica, hospedado na casa do arcebispo dom Alberto Ramos. Quando houve o golpe, o congresso foi literalmente desbaratado, cada um se mandou para onde podia. Saí da casa do arcebispo, porque ele começou a delatar padres como subversivos”, diz. Betto relembra: “Eu tinha ido para Belém com uma passagem concedida pelo Betinho. Nós éramos muito amigos, e ele era chefe de gabinete do ministro Paulo de Tarso dos Santos, da educação. Fui à agência da Varig para tentar retornar ao Rio, onde eu morava. A agência estava absolutamente lotada e um dos atendentes me disse: ‘Sua passagem não pode ser mais usada porque ela foi concedida pelo poder executivo anterior’. Ele carimbou a palavra “cancelado” na capa da passagem. Eu, um pouco desesperado, foi uma intuição, não raciocinei muito: rasguei a capa e estendi mão para outra atendente --e ela marcou a passagem com conexão no Recife. Uma enorme coincidência: era a posse de dom Helder Câmara como arcebispo do Recife”. Ele continua: “A JUC, Juventude Universitária Católica, tinha criado um braço político independente da igreja chamado Ação Popular. Betinho foi um dos fundadores desse movimento de esquerda que depois adquiriu um caráter marxista e chegou até a ter um segmento maoísta. A ditadura não fazia diferença entre Ação Católica e Ação Popular. Tanto que o apartamento que eu morava no Rio, que abrigava as direções nacionais da JEC e da JUC, foi invadido no dia 6 de junho de 1964 pelo serviço secreto da marinha, o Cenimar”. “Fomos acordados às 4 horas da madrugada com metralhadoras e levados todos presos para a Praça 15, onde ficava o Cenimar. Foi a minha primeira prisão. Fui preso duas vezes durante os 21 anos de ditadura. Fomos interrogados sob tortura. Fui confundido como sendo o Betinho”. “Depois, em 1969, já como frades dominicanos, formos presos Foi a primeira vez na história que frades católicos dominicanos, presos em São Paulo, foram acusados de terroristas”. Segue Betto: “A repressão, no início, ficou muito grata porque os bispos tinham dado apoio ao golpe. Mas logo começaram a desconfiar que a igreja fazia jogo duplo. Na verdade, a igreja era dividida. Havia sacerdotes, leigos, religiosas que eram progressistas, de esquerda. Sobretudo as comunidades eclesiais de base, que estavam se iniciando naquele período”. “A repressão começou a considerar que a igreja católica, na verdade, era uma estrutura de esquerda que alguns na cúpula faziam de conta que apoiavam a ditadura, mas estavam todos contra a ditadura. Até porque comparavam a igreja a uma estrutura de caserna. Achavam que uma instituição religiosa funciona como um quartel. Não é assim. Há muitas contradições dentro das instituições religiosas”. “Naquela época, a igreja católica tinha ampla hegemonia religiosa no Brasil. Era extremamente forte o peso da igreja católica. Incomodava a ditadura o fato de ter bispos, cardeais como dom Aloísio Lorscheider, dom Paulo Evaristo Arns, que eram abertamente críticos à ditadura abertamente”. “Hoje a igreja católica é um corpo conservador com uma cabeça progressista. É um ser esdrúxulo”. O depoimento integra a série O QUE EU VI NO DIA DO GOLPE, em que TUTAMÉIA apresenta depoimentos de figuras como Almino Affonso, João Vicente Goulart, Anita Prestes, Guilherme Estrella, Sérgio Ferro e Rose Nogueira. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 17, 202401:13:03
Brasil tem de romper com a forma em que está inserido internacionalmente, alerta Márcio Pochmann

Brasil tem de romper com a forma em que está inserido internacionalmente, alerta Márcio Pochmann

é um problema, mas, sem a complementação, do ponto de vista de internalizar a capacidade produção de bens manufaturados e, sobretudo, de bens e serviço digitais, o país não tem capacidade de gerar empregos decentes. Não há dúvida de que estão sendo criados empregos no Brasil. Isso está permitindo que nós reduzamos a taxa de desemprego. É ótimo o que está ocorrendo. O problema é que o perfil de emprego gerado é um emprego em geral de salários muito contidos, porque está sendo gerado em setores de baixa produtividade. Se houver uma pressão crescente para elevação do salário mínimo, nós podemos voltar à situação que ocorreu na metade do governo da presidenta Dilma, há dez anos, em que você elevava a taxa de salários e comprimia a taxa de lucros, porque são setores de baixíssima produtividade. Esse é um problema. Para que o Brasil possa gerar empregos de melhor qualidade, ele precisa romper com a forma com que hoje está participando da divisão internacional do trabalho. Porque esse tipo de emprego não dá uma perspectiva de que o futuro possa ser melhor. Lembra que hoje 40% da população vive de transferência de renda --ou seja, depende diretamente de políticas governamentais e que a população está estagnada para decrescente: "O Brasil pode chegar a 2100 com população menor do que a que tinha no ano 2000". O economista Marcio Pochmann também diz que o país precisa construir sua soberania de dados e apresenta os planos do IBGE para esse processo assim como para disseminar as informações que produz. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 17, 202401:20:46
“Éramos muito mais preparados para morrer do que para matar”, diz Genoíno“

“Éramos muito mais preparados para morrer do que para matar”, diz Genoíno“

"No primeiro de abril de 64 fui assistir a uma assembleia no Sindicato dos Ferroviários em Fortaleza. Saí dali e passei pela Praça José de Alencar. A praça foi cercada. Eu e vários do povo fomos presos na então Faculdade de Odontologia. Ficamos ali algumas horas. No dia seguinte ao golpe, Fortaleza parecia um cemitério. A cidade ficou vazia. A movimentação era só no 23º BC, Batalhão de Caçadores, que era para onde iam os que estavam sendo presos”. Memórias de José Genoíno, 77, contadas ao TUTAMÉIA. Militante estudantil, guerrilheiro, preso político torturado pela ditadura, fundador do PT, deputado, nesta entrevista ele fala de sua trajetória, das utopias de sua geração e dos desafios atuais. “Sou de uma geração foi que bebeu a água, respirou o ar e se alimentou de um dos maiores movimentos que a história da humanidade registra. Foi uma ebulição, uma revolução em todos os terrenos: na cultura, na política, na música. A gente é filho de uma era de revolução”, afirma. Ele segue: “Isso produziu uma militância muito engajada. Quando veio a porrada com o AI-5, aquela geração não iria se conter. Era quase natural que ela fosse para o tudo ou nada. E, de certa forma, fomos. Era uma geração muito mais preparada para morrer do que para matar. Era uma geração da utopia, do sonho, do ‘é proibido proibir’, que gostava do risco. Porque ela se libertava de tudo, da família, da formação, dos valores do conservadorismo. Era a quebra de todos os muros’. ‘‘Aquela geração foi violentamente reprimida, morta. Se você pega o álbum de Ibiúna [Congresso estudantil reprimido pela ditadura em 1968], praticamente a metade, já nos anos 70, em 79, tem um xis. É uma geração que foi eliminada. Não é brincadeira para um país”. Nesta entrevista ao TUTAMÉIA, gravada em 10 de fevereiro de 2024, Genoíno relata a efervescência cultural nos primeiros anos após o golpe, da criação de um grupo de teatro, dos trabalhos na periferia de Fortaleza. Estudante de filosofia, seu primeiro emprego foi na IBM. “Eu, como presidente do centro acadêmico, dirigi uma passeata que por acaso passou em frente da IBM. A IBM me viu. Eu tinha falado ao trabalho e estava dirigindo uma passeata. Ela me chamou e disse: ‘Você tem uma escolha. Para ser executivo, você vai para o Rio fazer um curso de computador barra 360. Assim, vai ser complicado’. Eu disse que ia continuar no movimento estudantil. Fui demitido por justa causa. Aí, entrei na militância para valer”, conta. Fala Genoíno: “Vivi no limite todas as minhas escolhas. Quando fui para o movimento estudantil, quando fui para a clandestinidade, quando fui para a guerrilha, quando sai da guerrilha e fiquei cinco anos preso, quando participei da fundação do PT, quando fui para o parlamento, quando tive que me defrontar com as ilusões institucionalistas do parlamento, quando enfrentei o mensalão. Enfrentei a tortura por dois ângulos: a tortura física, que mexe na alma, e a tortura na alma, que mexe no físico”. “Sempre vivi intensamente, não vivi pela metade. Tive lições muito fortes. A principal é que, no sistema capitalista, quando a gente baixa a cabeça, morre. E quando a gente luta, a gente tem chance de ser vitorioso ou de viver com dignidade. Vale a pena a luta. A luta tem uma mística, tem um sentido de sublimação, de eternidade. A gente deixa de ser uma coisa para ser sujeito. A gente deixa de ser número. A gente passa a ser agente transformador. Vale a pena sonhar. Sem sonho, a vida fica muito sem graça”. O depoimento integra uma série de entrevistas sobre o golpe militar de 1964, que está completando sessenta anos. Com o mote “O que eu vi no dia do golpe”, TUTAMÉIA publica neste mês de março mais de duas dezenas de vídeos com personagens que vivenciaram aquele momento, como Almino Affonso, João Vicente Goulart, Anita Prestes, Frei Betto, Roberto Requião, Djalma Bom, Luiz Felipe de Alencastro, Ladislau Dowbor, José Genoíno, Roberto Amaral, Guilherme Estrella, Sérgio Ferro e Rose Nogueira. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 15, 202449:39
Brasil, com Manuel Domingos Neto – Redemoinho, 15.03.24

Brasil, com Manuel Domingos Neto – Redemoinho, 15.03.24

Historiador analisa o quadro político e econômico do país. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 15, 202413:56
A luta por memória e justiça, com Victória Grabois
Mar 14, 202401:14:02
Mídia corporativa envolvida no Golpe de 64 hoje faz campanha contra a Petrobras, diz Angela Carrato
Mar 14, 202426:18
Não sabíamos que o golpe era programa dos EUA para todo o continente, diz filho de Jango
Mar 13, 202401:20:18
"Seu Nigro foi preso, a cidade toda ficou em ebulição", lembra Inêz Oludé
Mar 12, 202401:06:34
Nas ruas, servidores públicos põem dedo na ferida da péssima administração de SP, diz Adriano Diogo
Mar 12, 202433:06
"Atestado de bom moço não leva a esquerda muito longe", alerta Cid Benjamin
Mar 11, 202401:10:59
"Eu aderi à rebelião dos marinheiros em 64", conta o fuzileiro naval Paulo Coutinho

"Eu aderi à rebelião dos marinheiros em 64", conta o fuzileiro naval Paulo Coutinho

“Os marinheiros cantaram o Hino Nacional, e a gente em posição de sentido, mesmo tendo sido destacados para reprimir aquela assembleia. Em determinado momento, eles começaram a fazer o chamamento para que nós aderíssemos ao movimento, que não fizéssemos qualquer tipo de agressão contra os marinheiros, porque estávamos todos nós no mesmo barco. Nós então começamos a pegar nossas metralhadoras, colocá-las no chão e pulamos o muro e passamos a apoiar a manifestação.” Assim Paulo Coutinho relata ao TUTAMÉIA o momento em que ele e outros fuzileiros navais, convocados para debelar a manifestação da Associação dos Marinheiros em 25 de março de 1964, decidiram enfrentar as ordens do comando da Marinha. “O pensamento meu é que, sendo camponês e tendo assistido, uma semana antes, no dia 13 de março, o comício das reformas na Central do Brasil, nós estávamos francamente apoiando o programa do presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas. E eu, como filho de camponês lá do Nordeste seco da Bahia, não podia deixar de estar firme e forte com o presidente da República.” Por causa daquela atitude, o então jovem de 18 anos foi preso depois do golpe e tratado com extrema violência pela Marinha, que chegou a jogar dezenas de prisioneiros no porão de um navio adernado. Solto demais de quase dez meses de cadeia, voltou ao estado natal e voltou a atuar no PC, lá dirigido por Carlos Marighella. Com ele, Coutinho mais tarde se integrou à ALN. Hoje, segue na luta pela democracia: “Não devemos economizar recursos e forças para continuar lutando pela soberania nacional e na afirmação do Brasil como um gigante que tem autonomia, apoiando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa postura de recuperar, resgatar a importância do Brasil, sem receio de que possamos ter retrocessos.” O depoimento integra uma série de entrevistas sobre o golpe militar de 1964, que está completando sessenta anos. Com o mote “O que eu vi no dia do golpe”, TUTAMÉIA publica neste mês de março mais de duas dezenas de vídeos com personagens que vivenciaram aquele momento, como Almino Affonso, João Vicente Goulart, Anita Prestes, Frei Betto, Roberto Requião, Djalma Bom, Luiz Felipe de Alencastro, Ladislau Dowbor, José Genoíno, Roberto Amaral, Guilherme Estrella, Sérgio Ferro e Rose Nogueira. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 11, 202401:21:30
Brasil, com Manuel Domingos Neto – Redemoinho, 8.3.24

Brasil, com Manuel Domingos Neto – Redemoinho, 8.3.24

Historiador analisa o quadro político e econômico do país. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 08, 202421:29
Com o golpe, encabecei a lista de jornalistas impedidos de trabalhar, conta Janio de Freitas

Com o golpe, encabecei a lista de jornalistas impedidos de trabalhar, conta Janio de Freitas

“No dia 31 de março e no dia primeiro de abril, a posição [da mídia] em geral aqui no Rio foi de um golpismo descarado. Rasgaram a fantasia e, com ela, se foram os cuidados”. É o que afirma o jornalista Janio de Freitas ao TUTAMÉIA. “Eu não tive emprego nesse período. Encabecei uma lista apresentada pelo Juracy Magalhães, ministro da Justiça, numa reunião dos donos de jornal, aqui no Rio no Ministério da Justiça. Dessa lista constavam cerca de dez ou doze jornalistas que o Juracy informava que não deveriam ser postos nas redações ou mantidos nas redações. Eram pessoas que os haviam incomodado de alguma maneira ou tinham posições muito claras”. Aos 91 anos, Janio rememora o dia do golpe militar em 1964, o papel da mídia e dos militares. Analista político, ele revolucionou as redações da revista Manchete, do Jornal do Brasil e do Correio da Manhã. Foi colunista da Folha; hoje escreve no Poder 360. Sobre a mídia e o golpe, fala Janio: “Os jornais inicialmente eram censurados. Depois que acabou a censura explícita, havia a censura pelo telex ou pelo telefone. Foi sempre muito obedecida, aqui no Rio, sem nenhum incidente. Porque, no fundo, as chefias daquelas redações concordavam plenamente com o golpe. E, portanto, acharam a censura útil, embora fizessem um certo jogo de cena --que ficava bem, não é? Mas concordavam, aceitavam muito bem. Foi mais ou menos a mesma coisa no país todo, com exceção do Estadão, que deixou espaços em branco; depois, publicou receitas”. MORTE ENGAVETADA NO DIA DO GOLPE Janio lembra dos seus passos no dia do golpe. Em dado momento, resolveu coletar panfletos que eram jogados nas calçadas: produzidos pelo IPES, uma central de conspiração, eram propaganda “vulgar, sem originalidade e nenhuma veracidade”. Um caso ficou marcado em sua memória: “A morte na calçada do clube militar foi testemunhada por muita gente. O tiro veio efetivamente da sacada do clube militar para manifestantes que ali em frente agitavam. Esse incidente da morte foi fotografado. Houve fotografia de uma pessoa morta em frente ao clube militar na Cinelândia. O Jornal do Brasil teve essa fotografia e decidiu que não a publicaria. E depois passou a informar que no dia 31 não tinha havido nenhuma morte no Rio. Essa, pelo menos, houve”. Avaliando a cobertura jornalística daqueles dias, diz: “Os jornais, quase todos, até o dia 30 de março foram muito cautelosos, muito dúbios. Antigoverno, anti-Jango, anti-PTB, antirreformas. Mas com muito cuidado na exposição dessa posição, que, afinal, não representava nenhuma novidade na imprensa brasileira. Com poucas exceções, movimentadas com pessoas como Brizola, que aqui no Rio dispunha da rádio Mayrink Veiga, que foi fechada. E em algumas capitais. No Rio Grande do Sul havia alguma coisa”. E, então, mudou, assinala Janio: “No dia 31 de março e no dia primeiro de abril, a posição em geral aqui no Rio foi de um golpismo descarado. Rasgaram a fantasia e, com ela, se foram os cuidados.” OS MILITARES, 60 ANOS DEPOIS Fala Janio: “A concepção que os militares têm do seu papel num país como o Brasil e é mais ou menos a mesma na América Latina toda, não mudou. Seguiu aquele be-a-bá que os americanos impingiram”. “Então, um Bolsonaro não é um fenômeno. É um capítulo a mais de um correr de fatos que foram passando à história e que continuam passando. Esse processo está longe de terminar. Como ele vai prosseguir, eu não sei. Não tenho nenhuma expectativa. Para pior nem para melhor”. “O 8 de Janeiro é uma parte do capítulo Bolsonaro. Ficou muito claro que o Bolsonaro era um testa-de-ferro das Forças Armadas. Ainda é. Só isso. Um pobre de cabeça, paupérrimo de cabeça, de caráter. Muito rico de ambição e sem nenhum respeito pelo próprio país. Nenhum. Quando Geisel disse que Bolsonaro era um mau militar ele foi muito generoso. Ele é mau tudo”.

Mar 08, 202401:02:38
Minha geração decidiu não se submeter, diz Franklin Martins
Mar 08, 202401:14:03
MST, quarenta anos de luta pela reforma agrária e pela democracia

MST, quarenta anos de luta pela reforma agrária e pela democracia

TUTAMÉIA entrevista João Pedro Stedile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 07, 202401:38:07
Big techs conseguiram implementar um sistema de dominação muito sofisticado, diz cineasta
Mar 07, 202455:28
Tubarões da mídia querem desgastar e destruir governo Lula, diz Angela Carrato – Redemoinho, 7/3/24
Mar 07, 202425:54
"Os milicos não gostavam de nós", conta Margarida Genevois
Mar 06, 202401:12:37
As mobilizações populares de março, com João Pedro Stedile – Redemoinho, 05.03.24

As mobilizações populares de março, com João Pedro Stedile – Redemoinho, 05.03.24

Dirigente nacional do MST comenta mobilizações populares. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 05, 202414:16
64 foi golpe do imperialismo, aponta Del Roio
Mar 04, 202401:11:55
Entrevista com Almino Affonso abre série sobre os sessenta anos do golpe militar

Entrevista com Almino Affonso abre série sobre os sessenta anos do golpe militar

Uma conversa de duas horas com Almino Affonso, ministro do governo João Goulart, marca a estreia da série de entrevistas que TUTAMÉIA realiza sobre o golpe militar de 1964. Como o mote “O que eu vi no dia do golpe”, TUTAMÉIA publica neste mês de março mais de duas dezenas de vídeos com personagens que vivenciaram aquele momento, como João Vicente Goulart, Anita Prestes, Frei Betto, Roberto Requião, Djalma Bom, Luiz Felipe de Alencastro, Ladislau Dowbor, José Genoíno, Roberto Amaral, Guilherme Estrella, Sérgio Ferro e Rose Nogueira. Ao remoer a história, os depoimentos trazem ensinamentos e alertas para o presente. Na entrevista que vai ao ar neste domingo, 3.3, às 18h, Almino Affonso conta como foram aqueles dias na virada de março para abril sessenta anos atrás: os debates no Congresso, as traições, as ações golpistas de militares e políticos. Na noite de primeiro de abril, na Granja do Torto, em Brasília, encontrou um Jango vestindo branco, “amarfanhado, barba por fazer”. Com Tancredo Neves, participou da elaboração da última mensagem de Goulart à nação. Na base aérea, viu o presidente embarcar num jato que se recusou a partir. Na madrugada, no Congresso, testemunhou a abjeta ação que declarou “vaga” a presidência enquanto Jango viajava a Porto Alegre. Estava ao lado de Tancredo quando, naquele instante, ele gritou para a história: “Canalhas! Canalhas! Canalhas!”. Comemorou as “cusparadas cívicas” de que Rogê Ferreira disparou contra Auro Moura Andrade, presidente da ignóbil sessão (anulada em 2013). Aos 94 anos, Almino mostra como o golpe demoliu a democracia brasileira, cassando, prendendo e matando políticos, lideranças dos movimentos populares, dos sindicatos, dos estudantes. Lembra dos percalços da vida no exílio. Lá, conviveu com Thiago de Mello e Pablo Neruda. Numa reunião de pais e mestres na escola onde seus filhos estudavam, no Chile, viu Pinochet descaradamente defender Allende três meses antes do golpe de setembro de 1973. Na conversa com TUTAMÉIA, o ministro do trabalho de Jango declama poesias e desabafa sobre lições de sua extraordinária trajetória: “Como as folhas caem rápido. As folhagens na vida política caem mais rápido”. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Mar 04, 202402:23:57
Entidades da imprensa protestam contra o assassinato de jornalistas por Israel em Gaza
Feb 26, 202445:40
Fala de Lula deve ter repercussões na política de defesa, aponta historiador – Redemoinho, 23.02.24

Fala de Lula deve ter repercussões na política de defesa, aponta historiador – Redemoinho, 23.02.24

Historiador analisa o quadro político e econômico do país. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Feb 23, 202425:44
Consequências geopolíticas do conflito

Consequências geopolíticas do conflito

TUTAMÉIA entrevista professor Gilberto Maringoni, da Universidade Federal do Grande ABC. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Feb 23, 202401:11:10
Polícia mata, políticos restringem direitos
Feb 21, 202459:20
Crise humanitária em Gaza e desdobramentos dos ataques de Israel

Crise humanitária em Gaza e desdobramentos dos ataques de Israel

TUTAMÉIA entrevista a ativista de direitos humanos Rula Shadid, codiretora do Instituto Palestino para Direitos Humanos. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Feb 20, 202442:31
Povo na rua, com João Pedro Stedile – Redemoinho, 20.02.22

Povo na rua, com João Pedro Stedile – Redemoinho, 20.02.22

Dirigente nacional do MST comenta mobilizações populares. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Feb 20, 202413:36
"O eixo fundamental da moralidade internacional está hoje no Sul global", diz filósofo
Feb 20, 202401:14:19
Esporte e sociedade, racismo, saúde mental e um pouco de futebol
Feb 19, 202457:60
A resistência palestina e o ataque genocida de Israel
Feb 15, 202401:41:29
O golpismo e o autoritarismo seguem vivos e presentes nas Forças Armadas e no Congresso, diz Genoino
Feb 09, 202401:07:03
A Hora da Palestina - boletim #002

A Hora da Palestina - boletim #002

TUTAMÉIA traz para você informações sobre a situação em Gaza. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Feb 08, 202417:23
"Amigo é prá essas coisas", canta o MPB4
Feb 08, 202401:21:04
Caminhos e descaminhos do governo Lula

Caminhos e descaminhos do governo Lula

TUTAMÉIA entrevista o ministro da Ciência e Tecnologia no governo Lula 1, jornalista Roberto Amaral. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Feb 07, 202401:30:08
Quatro meses de bombardeios na Palestina

Quatro meses de bombardeios na Palestina

TUTAMÉIA entrevista Emir Mourad, secretário-geral da COPLAC- Confederação Palestina Latino-americana e do Caribe. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Feb 05, 202453:10
"A pátria não se vende", grita o povo argentino
Feb 05, 202401:13:36
A Hora da Palestina - boletim #001
Feb 02, 202431:27
Antropóloga analisa massacre realizado por Israel na Faixa de Gaza

Antropóloga analisa massacre realizado por Israel na Faixa de Gaza

TUTAMÉIA entrevista professora da USP que coordena o Gracias, Grupo de Antropologia em Contextos Islâmicos e Árabes Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Jan 24, 202401:18:47