pau viola: filosofia, cinema e literatura
By Marcio Pereira
pau viola: filosofia, cinema e literaturaDec 26, 2021
# 2 Errantes: uma análise sobre o documentário Stray (2020), de Elizabeth Lo
Acompanhar o cotidiano de cães errantes em uma metrópole pode produzir que tipo de transformação em nosso olhar (quase sempre tão demasiadamente humano)? O que uma experiência como essa pode nos ensinar sobre a perspectiva desses animais (se é que podemos ter alguma ideia sobre a perspectiva deles)? O que deixar-se guiar por essas criaturas pode dizer sobre nós mesmos: sobre o modo como erguemos nossas sociedades e cidades; sobre nossa relação com as demais espécies; sobre, em última análise, a nossa forma de estar no mundo? Pois o documentário Stray, de Elizabeth Lo, levanta questões desse tipo.
# 1: Uma resenha sobre o livro "Caminhar, uma filosofia", de Frédéric Gros
Nesse primeiro episódio do podcast Pau viola, apresento uma resenha sobre o belo “Caminhar, uma filosofia”, de Frédéric Gros.
Lançado em 2009 na França, o livro logo tornou-se um best-seller naquele país, tendo sido traduzido para diferentes idiomas. No Brasil, a mais recente tradução da obra foi publicada em 2021 pela UBU.
Diante de um mundo cada vez mais conectado e veloz, quais significados a elementar atividade de posicionar um pé após o outro, sem finalidade imediata, pode assumir? Seria o ato de caminhar um gesto de descompressão frente a um cotidiano inundado pelo tarefismo? Uma forma de nos livrarmos de nossas máscaras sociais? Um ato de desobediência? Tudo isso? Certa feita, o filósofo Friedrich Nietzsche, em seu habitual estilo mordaz, preveniu: “não acredite em nenhuma ideia que não tenha nascido ao ar livre e em circulação desimpedida”. É sobre esse tipo de questão que o presente episódio deseja se debruçar.