Skip to main content
Mulheres em PoEHMaS

Mulheres em PoEHMaS

By MULHERES EM DISCURSO

Toda semana uma voz trazendo a força da poesia no aconchego da língua materna para conjurar tempos difíceis. Sujeitos, afetos e línguas enlaçados pela letra.
Esta é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Mulheres em Discurso e do Centro de Pesquisa PoEHMaS, UNICAMP. Produção: Tyara V. Chaves na edição de som e identidade visual, Lauro Baldini na locução, Mónica G. Zoppi Fontana na ideação e podcasting.
Trilha sonora: Meu tempo (Marília Medalha/Vinícius de Moraes)
Available on
Google Podcasts Logo
Overcast Logo
Pocket Casts Logo
RadioPublic Logo
Spotify Logo
Currently playing episode

Atravessei metade da China para dormir com você - Yu Xiuhua

Mulheres em PoEHMaSMay 04, 2021

00:00
01:43
Atravessei metade da China para dormir com você - Yu Xiuhua

Atravessei metade da China para dormir com você - Yu Xiuhua

Yu Xiuhua, poeta chinesa nascida em Hengdian (1976-). Na voz de Kun Wang.

Tradução do poema:

Na verdade, o sexo é a mesma coisa

Em cima ou embaixo

Nada mais é do que a força de dois corpos colidindo.

A força que impele a flor a desabrochar

A primavera falsa desta flor que nos faz acreditar erroneamente que a

vida foi reaberta.

Tudo está acontecendo na China:

vulcões estão em erupção, rios estão secando

Presos políticos e refugiados são ignorados.

Alce e garça-de-coroa-vermelha ameaçados por armas.

Passei pela chuva de balas para dormir com você

Eu tive que passar por inúmeras noites até o amanhecer para dormir com

você

Inúmeros eus correndo ao encontro de um eu para dormir com você

Claro que algumas vezes as borboletas irão me desvirtuar.

A prece confundida pela primavera

uma vila Hengdian por cidade natal

E essas são todas as razões essenciais por que eu preciso dormir com você

May 04, 202101:43
Vidala del Sol - Alicia Crest y Jorge Giuliano

Vidala del Sol - Alicia Crest y Jorge Giuliano

Alicia Crest y Jorge Giuliano. Na voz de Natacha Muriel López Gallucci.

Apr 20, 202103:22
Vietnã - Wisława Szymborska

Vietnã - Wisława Szymborska

Wislawa Szymborska (1923- 2012), poeta, crítica literária, ensaísta e tradutora polonesa, nascida em Bninie, Polônia. Na voz de Marina França.

Feb 23, 202101:44
Sonhar - Helena Kolody

Sonhar - Helena Kolody

Helena Kolody  (1912-2004), poeta brasileira, nascida em Cruz Machado, PR. Na voz de Gabriella Hollas.

Feb 14, 202101:22
Bonnes et Mauvaises Langues - Paul Eluard

Bonnes et Mauvaises Langues - Paul Eluard

Paul Eluard, poeta francês nascido em Saint-Denis (1895-1952). Na voz de Stéphanie Pahud.

Feb 08, 202103:46
 A vida na hora - Wislawa Szymborska

A vida na hora - Wislawa Szymborska

Wislawa Szymborska (1923- 2012), poeta, crítica literária, ensaísta e tradutora polonesa, nascida em Bninie, Polônia. Na voz de Luna Venarusso.

Jan 28, 202102:37
Coroação - Stefanie Roberta

Coroação - Stefanie Roberta

Stefanie Roberta, poeta e MC brasileira, nascida em Santo André, SP. Na voz de Fernanda C. Trindade Arioli.

Nov 24, 202002:39
A mulher tem um corpo que aborta - Rebecca Loise de Lucia Freire

A mulher tem um corpo que aborta - Rebecca Loise de Lucia Freire

Rebecca Loise de Lucia Freire, poeta brasileira, nascida em Dourados, MS. Na voz da própria autora.

Nov 12, 202003:02
Arquitetura - Clareanna V. Santana

Arquitetura - Clareanna V. Santana


Clareanna V. Santana, poeta brasileira. Na voz da autora.
Oct 31, 202001:03
Instalação sonora

Instalação sonora

Instalação sonora, de Mariana J. Cestari, Mónica G. Zoppi Fontana e Tyara Veriato Chaves. Na voz de Mariana J. Cestari, Mónica G. Zoppi Fontana, Tyara Veriato Chaves e Lauro Baldini. Participação especial: Erasmo Veriato Baldini e Raul Cestari Pereira. 

In: BIZIAK, Jacob; GALLI, Fernanda e Mónica ZOPPI FONTANA. O não-sentido como espaço de (r)existências: processos de subjetivação na pandemia. São Carlos: Pedro & João editores, 2020.

Créditos das citações lidas.

BALDINI, Lauro e RIBEIRO, Thales . “O que é a língua se a Psicanálise e o Materialismo Histórico existem?” Línguas e Instrumentos Linguísticos, Nº 38 – jul-dez 2016.

BARROS, Manoel de. “Experimentando a manhã nos galos” In: Compêndio para uso dos pássaros. São Paulo: Leya, 2012.

BARROS, Manoel de. “Sabiá com trevas”. In: Gramática expositiva do chão: poesia quase toda. Introd. Berta Waldman. 3° ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996

BIZIAK, Jacob; GALLI, Fernanda e Mónica ZOPPI FONTANA. “O acaso entre o céu e o inferno”. In: ______. O não-sentido como espaço de (r)existências: processos de subjetivação na pandemia. São Carlos: Pedro & João editores, 2020.

CALVINO, Ítalo. “Um rei à escuta“. In: Sob o sol-Jaguar. Trad. Nilson Moulin São Paulo: Cia. Das letras, 1995, p.27-56.

CHAVES, Tyara Veriato. Entre a escrita e o olhar: uma poética da violência. Tese (Doutorado em Linguística), Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2018.

DELEUZE, G. (1987) O que é o ato de criação? In: DUARTE, R. (Org.) O belo autônomo: textos clássicos e estética. Belo Horizonte: Autêntica Editora ; Crisálida, 2017.

MARQUES, Ana Martins. "Poema sem título". In: ______ ; JORGE Eduardo. Como se fosse a casa: uma correspondência. Belo Horizonte: Relicário edições, 2017, p.12-13.

MELO, Tarso de. “gomapseumnida”. In: Íntimo desabrigo. Santo André: Dobradura Editorial e Alpharrabio Edições, 2017, p.40-42.

ORLANDI, Eni. Interpretação. Autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis: Vozes, 1996.

PÊCHEUX, Michel. Análise Automática do Discurso (AAD-69). In: GADET, F. e T. HAK (orgs.). Por uma  Análise Automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux.  Trad. E. Orlandi et al. Campinas: Editora da Unicamp, 1990. p. 61-162.

PÊCHEUX, Michel. O Discurso: estrutura ou acontecimento. Trad. Eni P. Orlandi. Campinas: Pontes, 1990.

SOUZA, Pedro de. Michel Foucault: o trajeto da voz na ordem do discurso. Campinas: ed. RG, 2009.

Créditos das Músicas parcialmente usadas na trilha sonora:

Metáfora. Intérprete: Gilberto Gil. Compositor: Gilberto Gil. In: Luminoso, 2006. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=71-rTYEJyRs>.

Meu tempo. Intérprete: Marília Medalha. Compositor: Vinícius de Moraes. In: A Canção e a voz de Marília Medalha na poesia de Vinicius de Moraes, 1972. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eLVk0r0BbgM>

 Oração ao tempo. Intérprete: Caetano Veloso. Compositor: Caetano Veloso. In: Cinema transcendental, 1979. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Xcpf473RJ3E>.

Oct 29, 202009:44
Tenho quebrado copos - Ana Martins Marques

Tenho quebrado copos - Ana Martins Marques

Ana Martins Marques, poeta brasileira nascida em Belo Horizonte, MG (1977-). Na voz de Patrícia Camargo.

Oct 21, 202002:57
1964 - Lívia Natália

1964 - Lívia Natália

Lívia Natália, poeta brasileira nascida em Salvador, BA (1979-). Na voz de Mariana Paiva.

Oct 13, 202002:17
Não vou mais lavar os pratos - Cristiane Sobral

Não vou mais lavar os pratos - Cristiane Sobral

Cristiane Sobral, poeta brasileira nascida em Rio de Janeiro, RJ (1974-). Na voz de Águeda Borges.

Oct 05, 202004:09
O reizinho gay - Hilda Hilst.

O reizinho gay - Hilda Hilst.

 Hilda Hilst, poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira nascida em Jaú, SP (1930-2004). Na voz de Maíra Freitas.

Sep 29, 202002:42
(Des)caminhos - Geanne Lima

(Des)caminhos - Geanne Lima

Geanne Lima, poeta brasileira, nascida em Cajazeiras, PB. Na voz da própria autora.

Sep 20, 202001:14
Hora - Sophia de Mello Breyner Andresen

Hora - Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen, poeta portuguesa (1919-2004). Na voz de Gislaine Ferreira-Widmer.

Sep 13, 202001:35
Lavanda - Raquel Medeiros

Lavanda - Raquel Medeiros

Raquel Medeiros, poeta e redatora, na voz de Tyara Veriato.

Sep 07, 202001:48
Minha culpa - Florbela Espanca

Minha culpa - Florbela Espanca

Florbela Espanca, poeta portuguesa (1894-1930). Na voz Júlia Lourenço Costa.
Aug 30, 202001:25
Acordando no inverno - Sylvia Plath

Acordando no inverno - Sylvia Plath

Sylvia Plath, poeta e romancista estadounidense (1932-1963). Na voz de Valéria Mota.

Aug 22, 202001:42
Mulher vestida de gaiola - João Cabral de Melo Neto

Mulher vestida de gaiola - João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto, poeta e diplomata brasileiro, nascido em Recife, PE (1920-1999). Na voz de Elisa Mara do Nascimento.

Aug 16, 202002:46
Ainda assim eu me lavanto - Maya Angelou

Ainda assim eu me lavanto - Maya Angelou

Maya Angelou, pseudónimo de Marguerite Ann Johnson, escritora e poetisa dos Estados Unidos. Na voz de Alexandra Figueiredo.
Aug 08, 202002:28
Aventura na casa atarracada - Ana Cristina César

Aventura na casa atarracada - Ana Cristina César

Ana Cristina Cesar, poeta e tradutora brasileira, nascida em Rio de Janeiro, RJ (1952-1983). Na voz de Mariana Cestari.

Aug 01, 202001:21
Duas margens - Lúcio Lins

Duas margens - Lúcio Lins

Lúcio Lins, poeta brasileiro, nascido em João Pessoa (1948-2005). Na voz de Regina Baracuhy.

Jul 25, 202001:09
Ser criança - Tatiana Belinky

Ser criança - Tatiana Belinky

Tatiana Belinky, autora, tradutora e adaptadora nascida em Rússia e naturalizada brasileira (1919-2013). Na voz de Maria Luíza Noronha Bonança.

Jul 18, 202001:08
Fagulha - Ana Cristina Cesar

Fagulha - Ana Cristina Cesar

Ana Cristina Cesar, poeta e tradutora brasileira, nascida em Rio de Janeiro, RJ (1952-1983). Na voz de Pedro de Souza.

Jul 10, 202001:58
"Onde mora a pele" - Vanessa Reis

"Onde mora a pele" - Vanessa Reis

Vanessa Reis, poeta brasileira nascida em Santos, SP. Na voz de Laise Diogo. 

Jul 04, 202001:11
Anjos mulheres VI - Maria Teresa Horta

Anjos mulheres VI - Maria Teresa Horta

Maria Teresa Horta, poeta portuguesa, nascida em Lisboa (1937-). Na voz de Raquel Noronha.

Jun 26, 202003:08
Vozes-Mulheres - Conceição Evaristo

Vozes-Mulheres - Conceição Evaristo

Conceição Evaristo, escritora e poeta brasileira, nascida em Belo Horizonte, MG (1946-). Na voz de Fábio Oliveira.

Jun 19, 202001:30
Desenho - Cecília Meireles

Desenho - Cecília Meireles

Cecília Meireles,  jornalista, pintora e poeta brasileira, nascida em Rio Comprido, RJ (1901 - 1964). Na voz de Mônica de Oliveira Santos.

Jun 12, 202002:16
Le bonheur - Paul Fort

Le bonheur - Paul Fort

Paul Fort, poeta e dramaturgo francês, nascido em Reims, França (1872-1960). Na voz de Marylise Guilbert. Tradução de Sheilla M. Resende. 

A felicidade (Paul Fort)

A felicidade está no campo. Corra rápido, corra rápido. A felicidade está no campo. Corra rápido. Ela vai escapar.

Se você quer pegá-la, corra rápido, corra rápido. Se você quer pegá-la, corra rápido. Ela vai escapar.

Na serralha e no tomilho, corra rápido, corra rápido, na serralha e no tomilho, corra rápido. Ela vai escapar.

No chifre do carneiro, corra rápido, corra rápido, no chifre do carneiro, corra rápido. Ela vai escapar.

Na pequena nascente, corra rápido, corra rápido, na pequena nascente, corra rápido. Ela vai escapar.

Da macieira em cerejeira, corra rápido, corra rápido, da macieira em cerejeira, corra rápido. Ela vai escapar.

Pule a cerca viva, corra rápido, corra rápido, pule a cerca viva, corra rápido. Ela escapou!

Jun 06, 202001:16
Alcoólicas, Poema 5 - Hilda Hilst

Alcoólicas, Poema 5 - Hilda Hilst

Hilda Hilst, poeta brasileira, nascida em Jaú, SP (1930-2004). Na voz de Jacob Dos Santos Biziak.

May 29, 202001:39
Aviso da lua que menstrua - Elisa Lucinda

Aviso da lua que menstrua - Elisa Lucinda

Elisa Lucinda, poeta brasileira, nascida em Cariacica, ES (1958-). Na voz de Sheilla Maria Resende.

May 22, 202002:51
Com licença poética - Adélia Prado

Com licença poética - Adélia Prado

Adélia Prado, poeta brasileira, nascida em Divinópolis, MG (1935-). Na voz de Laís Medeiros.
May 15, 202001:20
Tú me quieres blanca - Alfonsina Storni

Tú me quieres blanca - Alfonsina Storni

ALFONSINA STORNI- Poeta argentina (1892-1938). Na voz de Mónica G. Zoppi Fontana.
TU ME QUERES CASTA... Tradução ao português de Osvaldo Orico.
Tu me queres alva,
me queres de espuma,
me queres de nácar,
que seja açucena
mais casta que todas.
De perfume suave;
corola fechada.
Nem raio de lua
filtrado me toque.
Nem a margarida,
seja minha irmã.
Tu me queres nívea,
tu me queres branca,
tu me queres casta.
Tu, que as taças todas
já tiveste à mão.
Os lábios corados
de frutos e mel.
Tu, que no banquete
coberto de pâmpanos,
as carnes gastaste
festejando a Baco.
Tu, que nos jardins
escuras do engano,
lascivo e vermelho
correste ao abismo.
O’ tu, que o esqueleto,
não sei por que graça
ou por que milagre
conservas, intacto,
só me queres branca,
(que Deus te perdoe!)
só me queres casta,
(que Deus te perdoe!)
só me queres alva.
Foge para o bosque,
vai para a montanha,
purifica a boca,
vive na humildade.
Segura com as mãos
a terra orvalhada.
Alimenta o corpo
de raiz amarga.
Bebe a água das rochas
dorme sobre a geada,
renova os tecidos
com salitre e água.
Conversa com os pássaros,
lava-te na aurora.
E já quando as carnes
ao corpo te voltem.
E quando hajas posto
nos carnes a alma
que, pelas alcovas,
ficou enredada.
Então, homem puro,
pretende-me nívea,
pretende-me branca,
pretende-me casta.
May 08, 202002:07