Skip to main content
Navio dos Loucos

Navio dos Loucos

By Navio dos Loucos

Três professores de História se juntam com uma única missão: te fazer rir e descobrir os encantos da matéria mais incrível do mundo. Os integrantes são: Mateus Gusmão, um filósofo pavunense; Douglas Coutinho, o homem, uma máquina, uma besta enjaulada com ódio, ensina y ensina. E eu, autor dessa descrição, Matheus Viug, o blogueiro e fanfarrão do grupo. Nossas redes sociais são @naviodouloucos @mateusggusmao @coutinho92 e @viugdehistoria.
Available on
Apple Podcasts Logo
Castbox Logo
Google Podcasts Logo
Overcast Logo
Pocket Casts Logo
RadioPublic Logo
Spotify Logo
Currently playing episode

Cruzadas #65 | Navio dos Loucos

Navio dos LoucosDec 23, 2021

00:00
01:40:52
Cruzadas #65 | Navio dos Loucos

Cruzadas #65 | Navio dos Loucos

A terra é cruzada. O mar é cruzada. E o coração dos islâmicos, hereges e de toda sorte dos desviantes da moral cristã ocidental são cruzados pelas espadas e lanças dos cavalheiros. O mundo ocidental se debruça sobre o oriente, naquele que foi o maior embate religioso do mundo medieval, o de maior proporção. Que de tão grandioso mudou os rumos da história. Ponto de inflexão. Não triunfa o cristianismo sobre o islamismo. Mas muito se apropria, as moedas, o intelecto, os temperos e o comércio. Intolerante e transformadora. Ali fora reiventado e reavivado o olhar violento sobre o outro. Para o triunfo de um, a necessária queda do outro. Um sentimento reinterpretado historicamente mas que insiste em reaparecer a cada invasão sobre o Oriente Médio, Ásia, América, África. Uma cruzada imperialista. Uma cruzada ocidental. O navio mergulha em mais um tema com aquela assinatura que você já conhece.
Dec 23, 202101:40:52
1ª Guerra Mundial #64 | Navio dos Loucos

1ª Guerra Mundial #64 | Navio dos Loucos

Voa o homem. O homem liga e sua voz corre por distâncias, mas não grita. E molda o ferro como massa de modelar. O homem encurta o tempo. E parece que ele não terá limites.

Os burascos que rasgam o chão, acabam com as fronteiras. O limite é cavado a sangue, fezes e barro. As trincheiras são o limite humano e moral. E ela é recheada por um nacionalismo exacerbado. Homem sobre o homem. Não é um francês morto, não é um marroquino morto, é um homem morto. Mas os canhões parecem não ter sentimentos.

Versalhes não é um tratado de paz, é um armistício de vinte anos.

De um mundo que não terá mais onde se esconder. Não haverá mais trincheiras. Não haverá refúgio. E sobre os escombros de um mundo combalido se erguerá o Nazi-fascismo.

O Navio dos loucos apresenta aquela que foi a Grande Guerra. O marco do século XX. Solta o play!
Nov 28, 202101:41:43
Lovers Rock #63 | Navio dos Loucos

Lovers Rock #63 | Navio dos Loucos

Lovers rock é o dono do corpo. O samba é o dono do corpo. O blues é o dono corpo. A diáspora é a dona do corpo que insiste em resistir e não se entrega. A resistência é a dona do corpo. Steve McQueen em mais um episódio da série Small Axe desvela de uma maneira sútil e despretensiosa a sociabilidade negra na Inglaterra dos anos 70. O amor negro, a música negra, a amizade negra, a estética negra, as identidades negras. Longe de clichês, longe sobretudo de estereótipos, Lovers Rock é uma aula de cinema, história e militância. Viver e ser feliz na Inglaterra dos 70 era um ato revolucionário, ainda mais se fosse feito no transe de uma equipe de Dub ou num canto coletivo do refrão. Solta o play, o navio está de volta!
Nov 19, 202101:18:43
Sub-humanos, o capitalismo e a metamorfose da escravidão #62 | Navio dos Loucos

Sub-humanos, o capitalismo e a metamorfose da escravidão #62 | Navio dos Loucos

Meu nome é trabalho mas eu tô quebrado, afim de um cascalho vou pra todo lado, tem cinco pirralhos chorando um bocado, vê se quebra um galho doutor, tô desempregado, me arranja um trabalho doutor, tô desempregado. Através da poesia do grupo Fundo de Quintal podemos perceber que o trabalho na sociedade contemporânea antes de ser um direito é um privilégio. E que além de privilégio ele não se realiza de acordo com a vontade daquele que trabalha e sim com a oportunidade disponibilizada por um "mercado". Mas, afinal, o que essa expressão repetida a exaustão nos demonstra? Nós trabalhadores ficamos em prateleiras, nos enchendo de diferenciações profissionais para embelezar o rótulo no afã de sermos selecionados. E os trabalhadores que não são? E aqueles que são mas o mercado os contrata por um baixíssimo salário? Um salário que mal sustenta uma pessoa. No livro de Thiago Muniz Cavalcanti, Sub-humanos, o capitalismo e a metamorfose da escravidão, o autor descortina para nós como funciona esse mercado, quais as suas relações com os trabalhadores, como eles são classificados e como o trabalho é entendido e organizado na sociedade. Um livraço que nos faz compreender já no subtítulo como a liberdade supracitada em documentos oficiais de estado pode ser apenas uma ficção jurídica. Você que nos escuta, você que nos lê, é um semi-livre ou um sub-humano? Resistamos! Solta o play!
Oct 20, 202101:48:18
Mangrove #61 | Navio dos Loucos

Mangrove #61 | Navio dos Loucos

Já pensou em empreender? Mas empreender com a tua cara, levantar o teu negócio, colocar a tua origem, tua cultura, todo os seus sonhos num empreendimento? O Frank pensava. O Frank tinha um estilo meio Zé do Caroço, só que o cenário não era o morro do Pau da Bandeira, era a Inglaterra dos anos 70 e 80. O Frank era nascido nas antigas colônias inglesas do Caribe (não é possível que você depois de 60 episódios ainda ache que a Inglaterra só colonizou os EUA) e veio pra Inglaterra em busca de uma melhor qualidade de vida. Seu restaurante era fabuloso, a comunidade daqueles que como ele vinham do Caribe encontravam ali o familiar, a raíz, a diáspora. O problema para esse filme não ser uma ode a cultura e culinária caribenha está em outro Frank. Frank Pulley, policial inglês, representante, síntese individual do racismo produzido pela expansão marítima e comercial. Pulley odeia por odiar, estigmatiza, caricatura e reduz Frank a marginalidade. Os embates entre os Franks são embates raciais entre o norte colonial e o sul que busca a liberdade. The Mangroove é qualquer buteco nas periferias, favelas e bairros pobres do rio de janeiro e do Brasil. E estamos cheios de Franks por aí que incomodam por ascender e não se conformar com o papel atribuído pela branquitude. A resenha sobre Os Nove do Mangrove está ar. O filme, fabuloso, você encontra no globoplay. Solta o play, família!
Oct 04, 202101:30:02
Mesopotâmia #60 | Navio dos Loucos

Mesopotâmia #60 | Navio dos Loucos

O Navio dos Loucos resolveu inovar e como sempre agradar o nosso público. Escolhemos pra isso o melhor tema das aulas de história, aquele que você tem mais saudade. A famosa e querida MESOPOTÂMIA. Dos rios tigres e eufrates, do código de Hamurábi, da escrita cuneiforme, dos jardins da babilônia, do mito de Gilgamesh e de muitas outras referências. É claro que você não tem saudade da mesopotâmia, afinal como gostar de um assunto distante e complexo aos 11 anos? Por isso resolvemos fazer esse episódio, pretendemos superar esse mito de uma matéria chata e desinteressante. Falar de Mesopotâmia é falar do conceito de civilização, é desmistificar a superioridade ocidental, é compreender a teoria e produção da história, é descobrir a maneira como homens e mulheres se organizaram pela primeira vez em sociedades complexas no tempo e no espaço dominando a natureza. A mesopotâmia está longe de ser um dos temas mais amados, mas um olhar atento pode mostrar que é apaixonante. A história te proporciona o prazer de entender que uma sociedade de três milênios antes de nós é assustadoramente presente e próxima da nossa. O navio é pra isso, te fazer pensar e enxergar a história além do utilitarismo. Educação bancária é o c*r@%#, Viva Paulo Freire. E viva a Mesopotâmia!

Sep 23, 202101:46:13
Primeiro Reinado #59 | Navio dos Loucos

Primeiro Reinado #59 | Navio dos Loucos

Vai o pai e fica o filho. Cena cotidiana na política brasileira. Como ser diferente? Se no nascimento, na gênese do Estado brasileiro, largamos o posto de colônia e fomos entregues ao príncipe regente, filho do antigo algoz, e, por conseguinte, ele também algoz. Um país forjado na herança e na tradição, perceba que aqui essas palavras não tem nenhuma conotação positiva. Forjado pela elite colonial que via a manutenção da ordem colonial como um obstáculo ao seu desenvolvimento. Até que veio a noite da agonia. Até que veio a Outorgada, em 1824. Até que veio a morte de Dom João e a possibilidade de uma reunificação. Até que veio a Guerra da Cisplatina. Até que veio a abdicação. Gestado por 9 anos, o Brasil não nasceu no Primeiro Reinado, mas foi definitivamente marcado por ele. Solta o play!
Sep 13, 202102:12:57
Platão #58 | Navio dos Loucos

Platão #58 | Navio dos Loucos

Platão, aquele de ombros largos! Seguidor fiel, discípulo, encantado e enamorado pela figura de Sócrates. Autor de mais de 30 diálogos. Uma vida dedicada a reflexões filosóficas, muito devido a condição confortável de playboy/aristocrata. É incontornável pensar a intelectualidade do ocidente sem Platão. Desde a influência no cristianismo à grande parte dos filósofos e intelectuais do medievo e do mundo moderno. Se indigne na República, se apaixone no Banquete, só não se perca na Metafísica. O Navio segue suas navegações pela filosofia, e por essa Platão não esperava. Solta o play pra sair da caverna!
Sep 04, 202101:48:41
Civilização do Açúcar #57 | Navio dos Loucos

Civilização do Açúcar #57 | Navio dos Loucos

Como pode de tão inofensivo ser tão cruel, o cafézinho com duas colheradas de açúcar? O pastélzinho de Belém, que coisa esplêndida. E o chá inglês, sem o ouro branco? Seria só mais uma bebida amarga. Mas, como pode? Tão doce, que te faz sorrir, que te faz feliz, que te vicia como droga (aliás, é droga), produzir um mundo tão amargo? Tão violento! Tão hierarquizado! O açúcar invadiu mercados europeus, adoçou a boca da nobreza e encheu os bolsos da burguesia. E simplesmente destruiu as Américas. Um café adoçado era um braço de escravizado que ficava preso na moenda. Um confeito europeu valia o genocídio dos povos originários do sul ao norte da América. O Brasil não era açucareiro porque não existia Brasil. Mas a violência da açucarocracia, do alto escalão dos senhores de engenho que fizeram do Brasil sua casa grande forjou as bases da nossa sociedade. Violentada e violenta. Doce para pouquíssimos, amarga para milhões. É preciso experimentar um Brasil que tenha outro paladar. É preciso se indignar com o passado, não para um futuro, mas para um presente melhor. Solta o play
Aug 27, 202101:52:22
Education #56 | Navio dos Loucos

Education #56 | Navio dos Loucos

Uma mãe atarefada, afinal a jornada é tripla, dois empregos mais o trabalho doméstico. Uma criança que sonha em ser astronauta e pilotar foguetes. Um pai consumido pelo trabalho extenuante. Uma irmã talentosa que sonha em ser uma grande estilista. A história é de uma família inglesa nos anos 70. Na verdade a história é uma família negra inglesa dos anos 70, mais especificamente uma família negra inglesa vinda das antigas colônias do caribe dominadas pelo Império Inglês. A mãe é chamada no colégio porquê o filho não vai bem e recebe a notícia que o pequeno seria direcionado para uma outra escola, onde ele teria mais atenção. Uma escola para crianças "sub-normais". O que seu filho teria para ser considerado um sub-normal?? Uma rede de apoio de mulheres negras se organizam para movimentar a sociedade e demonstrar como o conceito de sub-normais era uma forma de controle dos corpos e da intelectualidade negra. O filme Education faz parte de antologia chamada Small Axe, do diretor Steve Mcqueen, e conta com cinco filmes que fazem reflexões sobre como era ser negro na Inglaterra do século XX e todas os desdobramentos na cultura, educação, violência. Education é o primeiro filme que analisamos da antologia, e seguiremos analisando os outros. Assistam e acompanhem junto conosco! Solta o play!
Aug 20, 202101:20:39
Estrela Vermelha #55 | Navio dos Loucos

Estrela Vermelha #55 | Navio dos Loucos

Escrevo no aniversário de Fidel Castro. E retomo a sua pergunta: fala-se tanto do socialismo, onde foi que o capitalismo deu certo, na África, na Ásia e na América Latina? E com a licença do comandante, acrescento, onde foi que o capitalismo deu certo dentro das próprias potências capitalistas? O livro de hoje, Estrela Vermelha, nos convida a fazer o caminho inverso, e imaginar como seria a sociedade organizada sobre as bases do pensamento comunista. Onde a organização do trabalho tem a finalidade de produzir uma vida feliz, digna e frutífera. Onde as máquinas obedecem aos homens, onde a terra em que se planta é a mesma em que se brinca, onde a água que se bebe é a mesma que se banha. Onde? Como? Alexander buscou nas estrelas, ou melhor, na estrela vermelha de marte, uma sociedade pós capitalista, igualitária e feliz. Tecnológica, organizada, livre nas suas escolhas. Alexander Bogdanóv, militante da pena, da ciência e do comunismo apontou um caminho possível quando nem as revoluções haviam irrompido. Alexander demonstra que os sonhos mudam a realidade. Sonhou com uma marte comunista em 1908, enquanto um certo empresário vai em 2021 em busca de colonização e lucros. Solta o play, pra conferir mais um episódio do navio em parceria com a Editora Boitempo!
Aug 13, 202101:52:07
Os sofrimentos do jovem Werther #54 | Navio dos Loucos

Os sofrimentos do jovem Werther #54 | Navio dos Loucos

Jovem Werther amou. Amou como se não houvesse amanhã. Mas não se engane, não se trata aqui de um amor qualquer. Primeiro ele amou a natureza, o clima bucólico e a maneira como as montanhas recortavam os céus. O camponês, que coisa linda, na sua simplicidade da lida e de mãos na enxada arando a terra. Quanta paz, quanta tranquilidade. Amou a cultura e a simplicidade do povo. Amou a escrita e a riqueza dos detalhes descrito nas epístolas ao amigo a quem amava. E sobretudo a amou. Um amor arrebatador, insadecido, intenso, apaixonado e apaixonante. Por vezes sufocante, até que sufocado. O primeiro grande sucesso da literatura que impactou e suscitou o debate de quanto a arte poderia influenciar a sociedade. Provocador, cientista e poeta, Goethe marcou a literatura alemã e mundial. Hoje analisamos sua obra em mais uma parceria com a @companhiadasletras. Solta o play!
Aug 06, 202101:44:44
Sangue Negro #53 | Navio dos Loucos

Sangue Negro #53 | Navio dos Loucos

Um mineiro no meio do deserto. Sujo e maltrapilho, sozinho com seu equipamento precário, a poeira e a vontade de achar a riqueza o movimentam. Uma queda quase abrevia suas chances, mas foi apenas uma perna quebrada. Na virada do século XIX para o XX, bem no auge tecnológico da segunda revolução industrial, a febre por descobrir poços de petróleo movimenta homens ávidos pela riqueza. O mineiro maltrapilho acha o ouro negro. De mineiro à empresário, uma escalada de sucesso, o self made man norte americano na sua essência. Na sua ganância, na sua matança, na sua arrogância. Como uma espécie de midas perverso, tudo que toca o capitalismo vira morte. E então o ouro negro passa a ser sangue. Sangue negro premiou Daniel Day Lewis com o Oscar de melhor ator, e nos premiou com um filmaço que descortina a violência do capitalismo. Um filme, uma história. Solta o play!

Jul 29, 202101:45:26
Contrarreforma #52 | Navio dos Loucos

Contrarreforma #52 | Navio dos Loucos

O que seria propriamente uma contrarreforma? Uma reação a reforma? Uma espécie de contra ataque católico sobre um mundo novo que se erguia com base numa releitura cristã? É interessante perceber como a maneira de ler o mundo europeu se constrói muitas vezes como um cachorro que corre atrás do próprio rabo. Se explica as transformações da igreja católica pela cisão operada dentro da igreja por padres católicos. É uma redução grosseira do mundo ao universalismo cristão. É uma redução e uma limitação do campo de visão à Europa centro ocidental e de sua cultura. No episódio de Contrarreforma te desafiamos a contextualizar mais essa Igreja Católica dentro de um mundo mais humano, de um mundo mais herege, mais islâmico, mais indígena, mais ortodoxo, mais africano. O mundo europeu vinha sendo atravessado por novos mundos que colocavam sua hierarquia e valores em xeque. A igreja ameaçada se reforma. A igreja através do tempo se reforma. Ortodoxa, protestante, ou mesmo católica, são várias as reformas. A partir do tempo, da cultura, da economia. O mundo mudou, o mundo é moderno, e a igreja Católica também quer sê-lo. Pela violência da Inquisição, pela violência da catequização, pela reforma intelectual, Trento dita as regras de um novo acordo e de um novo catolicismo. Solta o play!

Jul 24, 202101:59:50
Reforma Protestante #51 | Navio dos Loucos

Reforma Protestante #51 | Navio dos Loucos

Em 1517 o mundo cristão rachou! A rachadura foi providencial, profunda e jamais seria restaurada. Martinho Lutero até então padre, pensador de linhagem agostiniana, desafiara publicamente a igreja e a doutrina. Até aqui nenhuma novidade, outros desafiaram, foram mortos, queimados, excomungados. Lutero não foi queimado, embora a igreja tenha queimado as suas traduções da bíblia. Porquê? Se John Huss, John Wycliff e outros tantos foram perseguidos e subjugados pela Igreja Católica. O mundo havia mudado, os interesses também. Indivíduos, burgueses, reis, territórios, comércios, impostos, são fatores que passam a fazer parte da ordem do dia. Lutero, Calvino, Zwinglio e outros tantos fizeram parte dessa nova correlação de forças que mudou a história do mundo ocidental. No episódio de hoje o navio apresenta o pensamento reformado e o seu contexto histórico. Reforma e modernidade. Política e religião. Capitalismo e religião. Solta o play!
Jul 12, 202102:05:53
Sócrates #50 | Navio dos Loucos

Sócrates #50 | Navio dos Loucos

O que é a felicidade? O que é a honra? O que é a política? O que é o amor? Perguntar não ofende, mas causa uma sensação desconfortável ao nos fazer parar para pensar sobre temas, sentimentos e relações que normalmente não pensamos.

Na Grécia antiga, entre os séculos V e IV antes de Cristo, um filósofo grego chamado Sócrates perturbava a consciência da sociedade com perguntas contundentes. Eram os diálogos socráticos que revolucionariam o modo de pensar e conceber a filosofia no mundo ocidental. Divisor de águas na filosofia, Sócrates e seus discípulos constituem a base de grande parte do debate filosófico de pensadores posteriores. Controverso nos seus atos e homem de seu tempo, desafiou a tradição em nome da liberdade de expressão. Dizia em alto e bom som: "Só sei que nada sei!". Você ao contrário de Sócrates, já sabe pelo menos que vai dar play nesse episódio!

Jul 01, 202101:40:43
Raça, nação, classe #49 | Navio dos Loucos

Raça, nação, classe #49 | Navio dos Loucos

O que te faz brasileiro? O que te faz branco? O que te faz negro? O que te faz indígena? Você é proletário? E aquela culpa burguesa, te cabe? 

Num livro sensacional, Étienne Balibar e Immanuel Wallerstein em ensaios precisos, concisos e desconcertantes te convidam a repensar conceitos fundamentais para a compreensão do nosso tempo. Os conflitos que emergem com roupagens nacionais têm muitas vezes uma tensão intrínseca na própria construção do conceito.

O universalismo europeu é afinal de contas tão universal assim? O fascismo incomoda o liberalismo por uma questão de princípios ou por apenas desnudar a farsa liberal de que todos são tratado com igualdade de fato? Como se forma a burguesia, quanto ela ganha, o que é ser burguês? São perguntas levantadas nos ensaios, uma coletânea reunida nos anos 80 e 90, fruto do trabalho intelectual de ambos os autores.

Mais um livraço editado com o selo da Boitempo. Mais um livraço pra você ler e se indignar. Ler e se inconformar. Ler e sentir aquela vontade de mudar o mundo. Mas antes, aperta o play e vem pensar e se indignar com a gente!

Jun 26, 202101:37:08
Um Estranho no Ninho #48 | Navio dos Loucos

Um Estranho no Ninho #48 | Navio dos Loucos

Tudo aquilo que não é normal te choca. Na verdade, tudo aquilo que foge ao seu padrão te choca. Um sabor, uma imagem, uma cor, uma expressão facial. O que é normal? Uma convenção estabelecida socialmente. O que fazemos com o que não achamos “normal”? Excluímos! Exilamos! Matamos! É perverso, mas ao que queremos nos referir quando dizemos “todos somos iguais” é na verdade “todos que nós consideramos iguais a nós merecem a igualdade”, quem não se enquadra é enquadrado em tipificações legais.

Um estranho no ninho conta para nós a história de um detento que de tanto sofrer punições é enviado para um manicômio para averiguar o seu estado de saúde mental. Um filme de 1975 desnuda um manicômio norte americano e todo o pensamento médico sobre a “loucura”. Choques elétricos, violência física, violência psicológica e a tão falada e propagandeada lobotomia. Curioso como um marginal, um bandido, o que recebe a alcunha de mais perverso dos humanos é um dos únicos no filme a reconhecer a humanidade do internos, dos loucos, dos malucos. Busca fazer com que eles tenham uma vida mais leve, mais feliz.

Um estranho no ninho obriga a nos depararmos com aquilo que grande parte da sociedade tenta esquecer de uma maneira irreverente e contundente. Você se vê afeiçoado aos excluídos, você sente suas dores, você sofre com as injustiças. No país que produziu Nise da Silveira, como será que andam nossos manicômios? Como tratamos a saúde mental para além do hype sobre Setembro Amarelo na internet? Quanto o projeto de sociedade que compartilhamos não produz as disfunções da mente? São perguntas incontornáveis e que parecem ser feitas por estranhos no ninho de uma sociedade “saudável”. Solta o play, família!

Jun 21, 202101:21:46
New Deal #47 | Navio dos Loucos

New Deal #47 | Navio dos Loucos

De repente uma cena bizarra. Um carro, um ford, todo preto, lindíssimo. Ele cruza as ruas largas norte americanas. Não é tão veloz quanto antes. Parece ter menos glamour. Suas rodas não estão tão lustradas. Seu motor cheio de cilindros e com um ronco indefectível, já não ronca mais. O ford está sendo puxado por cavalos. Seu dono não tem dinheiro para gasolina e se recusa a vender seu bem por um preço que considera injusto. Também tem poucas ofertas, o antes aquecido mercado automobilístico está completamente retraído. Seja bem vindo a Nova York dos anos trinta, selva de concreto que assiste empresários falidos e pais de família passando fome e frio pelas ruas!

A crise de 29 gerou uma depressão que durou longos anos, culminando com quase 25% da população norte americana desempregada. O antigo estado liberal clássico falido. A liberdade econômica precisava de uma mãozinha, nem um pouco invisível.

O new deal mudou o paradigma norte americano na relação estado sociedade. Um novo acordo, uma nova política e velhos favorecidos.


Tudo isso e muito mais no nosso episódio sobre o New Deal. Solta o play, família!
Jun 12, 202101:32:14
Crise de 1929 #46 | Navio dos Loucos

Crise de 1929 #46 | Navio dos Loucos

Ah, o desenvolvimento, o crescimento econômico irrestrito... Vamos às compras. Seu Ford-T novinho, preto e clássico. Dançar um jazz aos finais de semana. Um sorvete depois do almoço. E aquela roupa nova que acabou de ser lançada, tem que ser aquela. Consumo desenfreado, compra e venda alucinantes.

Assim nascia o American Way Of life, de um Estados Unidos que cansara de ficar restrito ao próprio continente. Era preciso exportar, mas, antes da cultura, o que exportava era trigo, aço, petróleo, carvão. Exportava também dinheiro para uma Europa completamente devastada pela Primeira Guerra Mundial.

Os Estados Unidos são o máximo! Algumas baixas na Primeira Guerra, mas vá lá, tudo compensado pelo crescimento econômico desenfreado, os famosos e loucos anos 20. Entre a euforia de um mercado auto regulado, liberal clássico e um estado interventor keynesiano, havia uma pedra no caminho. No meio do caminho havia uma pedra, chamada de crise de 1929.

O crash da bolsa de valores denuncia toda uma estrutura econômica catastrófica. A primeira crise de tamanho global. A lenha na fogueira nazifascista. Mas, para compreendê-la, precisamos recuar no tempo e no espaço.

Como os EUA puderam se tornar o principal império econômico? Como se chegou até a crise? Algumas interpretações sobre o processo, tudo isso e muito mais, em mais um episódio do Navio dos Loucos. Solta o play, família!
Jun 04, 202101:34:56
Conjuração Baiana #45 | Navio dos Loucos

Conjuração Baiana #45 | Navio dos Loucos

Por debaixo da porta da sua casa entrou um papel. Sorrateiro e meio amarrotado, ele está lá. As letras têm a delicadeza de estarem manuscritas. A sua casa é na Bahia, mais precisamente na cidade de São Salvador. O ano é 1798. A população é composta em sua grande maioria por negros. Negros livres. Negros escravizados. Negros comerciantes. Negros intelectuais. Negros alfaiates. Negros militares. Todos negros frente aos brancos. Você também é negro, e o papel diz:

“Animai-vos, povo bahiense, que está para chegar o tempo feliz de vossa liberdade; o tempo em que todos seremos irmãos; o tempo em que todos seremos iguais"

A forca amanhece queimada no Pelourinho, era agosto de 1798. Um símbolo de violência e opressão abertamente desafiado. Por quem? Quem seria o herói? E quem teria colocado aquele panfleto embaixo da sua porta?

A Salvador de 1798 cheirava a aracajé, vatapá e liberdade. A república que não foi e nos inspira no presente a ser a república que ainda não somos. Temos muito a aprender com a Conjuração Baiana. Solta o play, família! Quem sabe chega um panfleto na sua casa...

May 28, 202101:42:42
O Manifesto Socialista #44 | Navio dos Loucos

O Manifesto Socialista #44 | Navio dos Loucos

Será possível mesmo se conformar com o que se vê? Será possível não pulsar dentro do teu peito uma vontade de mudança? Não te assusta a fome? Não te assusta o homem moribundo e sujo que se deita no papelão e se cobre de frio? Não te assusta as 12, 13, 14, 15, 16 horas intermináveis de trabalho? O teu tempo que se esvai, não te assusta? Não te assusta não poder apenas viver? São perguntas que devem ser feitas. E são respostas que deveriam ser óbvias, mas não são.

No livro de Bhaskar Sunkara, O manifesto socialista: em defesa de uma política radical numa era de extrema desigualdade, o autor te convida a refletir sobre um mundo melhor. Através da social democracia, te apresenta a história do socialismo e as possibilidades sonhadas por trabalhadores no século XIX quando a revolução industrial desgraçava a vida do proletariado. Se não te assusta a desigualdade, Sunkara, tentará abrir os seus olhos a partir de uma linguagem pop e clara sobre o pensamento social democrata.

Escrito nos Estados Unidos este livro nos apresenta o pensamento da esquerda social democrata na terra do Tio Sam que ganhou certa proeminência política nos últimos anos na figura de Bernie Sanders. Analisamos com muito carinho pois trata-se de uma parceria com uma editora incrível. Nosso agradecimento à Boitempo pelo envio. Esperamos que gostem, família! Solta o play!

May 20, 202101:25:44
Scarface #43 | Navio dos Loucos

Scarface #43 | Navio dos Loucos

"SAY HELLO TO MY LITTLE FRIEND!"

Um clássico dos anos 80 e um Al Pacino esbanjando domínio sobre a atuação na sétima arte. Um filme latino nos Estados Unidos ou um filme Estado Unidense sobre os latinos? Quanto existe de latinidade na terra da liberdade?

Scarface nos desvela as facetas do crime, do poder e da política. É o American Dream de trás pra frente. Tem menos a ver com a perversidade de Tony Montana e de uma Cuba que todos querem fugir. E muito mais sobre um sistema falido e violento de uma pseudo república.

Na fala certeira do Douglas, quem assiste ao filmes de máfia 'glamourizando' a violência, precisa assistir de novo porque não entendeu nada. Solta o play, ou o Tio Tony vai te fazer uma visita!

May 13, 202101:26:38
A palavra que resta #42 | Navio dos Loucos

A palavra que resta #42 | Navio dos Loucos

A palavra que resta é o amor. A palavra que resta é preconceito. A palavra que resta é a luta contra a homofobia. A palavra que resta é a pobreza. A palavra que resta é a desigualdade. A palavra que resta é a esperança de que outras palavras não precisem restar, que elas possam apenas existir. Num romance de estreia com o pé direito, Stênio Gardel nos apresentar um livro encantador, que nos leva aos confins de um Brasil tão próximo e distante, de relações sociais que nos marcam cotidianamente.

Analfabetismo e o limite de usufruir a existência. Homofobia e o direito de viver. Um romance que te prende do início ao fim, e que nas suas pouco mais de cem páginas traz temas de enorme responsabilidade. Literatura cearense na veia, literatura nordestina na veia. Esse é mais um episódio em parceria com o #timedeleitores da companhia das letras. Solta o play, família!

May 06, 202101:04:46
Renascimento #41 | Navio dos Loucos

Renascimento #41 | Navio dos Loucos

As obras são encantadoras!!! Pense na Monalisa de Leonardo da Vinci, pense na criação de Adão (você já viu em diversos memes) de Miguel Ângelo, nas obras de Maquiavel, Thomas Morus, Erasmo de Rotterdam. Suprassumo do movimento artístico, literário, sinal de um novo tempo, o famoso e requisitado Renascimento Cultural. Política, arte, economia. Um mundo novo se descortinava sob a violência do novo mundo. Será possível renascer? O renascer de uma cultura? Renascimento cultural? Mataram a cultura anterior? Mataram a idade média? Se sustentou sobre os ombros de quem esse renascimento? Existe um perigo em olhar para História escolhendo aquilo que queremos enxergar. Neste episódio queremos te mostrar o Renascimento sem propaganda, sem o discurso de ocidente eurocentrado. Queremos falar em Renascimentos e um processo de trocas culturais de um mundo que cada vez mais se conectava entre Europa, África, Ásia e América. Solta o play, família!

Apr 30, 202101:30:15
Parasita #40 | Navio dos Loucos

Parasita #40 | Navio dos Loucos

Até onde o teu nariz alcança! Até onde o teu olho pode enxergar! No que acontece do teu lado a régua é sempre o que você vê. Pensando dessa forma, cai como uma luva a visão dicotômica de um mundo dividido entre bons e maus. Pessoas de empenho e vontade em contraposição aos vagabundos. Além, é claro, de também nos gerar um incômodo com quem está do nosso lado, um companheiro do trabalho, um amigo, um primo. Frases clássicas como "fulano não gosta de trabalhar", "é um vagabundo", são muito comuns na guerra de pobres e fudidos contra pobres e fudidos. São repetidas a exaustão pela elite e assimiladas por nós. O filme ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro é fabuloso pois nos demonstra essa disputa entre classe, trabalhador contra trabalhador, pobre contra pobre, e nos descortina uma análise sobre a sociedade sul coreana que muito nos é negada pela propaganda. A fome, a falta de emprego, a desigualdade, a Coreia está longe de ser a Samsung, ou talvez seja mesmo a Samsung com toda a exploração do seus trabalhadores e a substituição a passos largos do ser humano. Para onde vai o pobre, para onde nós vamos se continuarmos nesse ritmo de sociedade? Parasita parece trazer boas respostas!

Apr 22, 202101:49:14
O ar que me falta #39 | Navio dos Loucos

O ar que me falta #39 | Navio dos Loucos

Você recusaria um pedido do seu pai? E se o seu pai te pedisse pra pular? Pula desse trem e vai pra bem longe, André! Corre o mais rápido possível! André pulou,  André não negou o pedido do pai. Fugiu do trem que levava seu pai e milhares de judeus húngaros para os campos de concentração nazistas. Luis não negou nenhum pedido de seu pai, mas queria pedir pra ele parar de bater a perna de madrugada que atrapalhava seu sono enquanto ainda era um menino. Quando cresceu e tomou consciência do mundo e da história, jamais pediria que seu pai parasse de bater a perna. O barulho era pequeno perto da dor sem tamanho que seu pai sentia. Ali começava a sua curta infância, talvez ali as raízes da sua longa depressão. Uma adolescência judaica numa São Paulo da segunda metade do século XX. A paixão pelo futebol. A virgindade perdida. Completamente desnudo, Luis oferece a sua experiência de vida, a sua história para refletir sobre sua depressão. O ar que me falta, história de uma curta infância e uma longa depressão, é um relato emocionante, uma reflexão pertinente que vai te fazer ter empatia e solidariedade pelo ser humano.
Este episódio é fruto da participação no Time de Leitores da Companhia das Letras. 

Apr 15, 202101:11:04
Libertação dos Países Africanos #38 | Navio dos Loucos

Libertação dos Países Africanos #38 | Navio dos Loucos

Quando você vai pra Portugal? Já planejou a viagem só de ida pra Irlanda? Será que as condições econômicas são melhores na Inglaterra? Talvez na Itália seja melhor, um amigo está trabalhando como garçom lá, me disse que come NUTELLA, mora num apartamento com dois brasileiros e um angolano. Agora na pandemia as empresas e o estado estão pagando para os trabalhadores não saírem de casa. Todas as falas foram criadas por este que vos escreve, mas certamente já escutada ou lida por vocês. O episódio é sobre libertação dos estados africanos e eu começo fazendo referência a Europa. Eurocentrista desgraçado! Libertação dos países africanos de quem, cara pálida? Quisera eu poder contar sobre a rainha Jinga e o poderoso reino do Dongo sem nehuma interrupção. Sem que precisasse existir resistência. Recuperar o movimento de Libertação da Argélia, Patrice Lumumba, o movimento Mau Mau, a Organização da Unidade Africana, Thomas Sankara, são premissas inegociáveis. Mas apontar o dedo para o algoz se faz necessário para que a propaganda de uma Europa desenvolvida não seja vendida e comprada com facilidade. O preço foi alto. E continua sendo. O estado de bem estar social europeu cobra um preço caro das periferias.

Apr 08, 202101:58:32
Filosofia Pré-Socrática #37 | Navio dos Loucos

Filosofia Pré-Socrática #37 | Navio dos Loucos

Um fantasma ronda a Grécia antiga. O fantasma da "origem" e da "criação".
Durante muito tempo acreditavam serem os gregos antigos os inventores da filosofia, um povo escolhido, quase uma narrativa mítica para justificar a sua proeminência em um novo modelo de concepção da realidade. Entretanto, com o avanço das pesquisas e uma crítica cada vez mais forte ao eurocentrismo, hoje existe uma compreensão que embora a palavra tenha surgido na Grécia Antiga, esse sistema de pensamento sofreu com a contribuição de regiões do norte da África e do Oriente Médio.
O mar mediterrâneo que banhava a região da antiga Grécia era uma caldeirão cultural, econômico e social. É nesse cenário que surge a figura de Tales de Mileto, Anaximandro, Zenão de Eleia, Filolau de Crotona, Melisso de Samos, Pitágoras, Leucipo e muitos outros pensadores que vão romper com a explicação de um mundo através dos mitos e tentar encontrar na physys as explicações daquilo que seus olhos enxergam.
A ruptura entre o mundo Homérico e o mundo arcaico, a ruptura entre mito e filosofia estarão presentes neste episódio. Ou será que são as continuidades? As permanências? Afinal, tudo é água? É fogo? É ar? O que forma todas as coisas? Qual a origem de tudo na natureza? São muitas peguntas e muitas respostas. A única certeza é que você vai dar play nesse episódio! 

Mar 28, 202101:55:28
Judas e o Messias Negro #36 | Navio dos Loucos

Judas e o Messias Negro #36 | Navio dos Loucos

Em 1948, em Summit, Illinois, nascia Fred Hampton. Desponta como um meteoro, história fulminante. Não fosse o caráter do estado nação onde nasceu, possivelmente Fred teria sido presidente, ou continuaria como uma grande liderança. Marxista dono de um oratória eloquente, dura e encantadora Fred Hampton é uma inspiração.

Presidente da seção de Chicago dos Panteras Negras. Assassinado pelo FBI em 1969 com apenas 21 anos. O que o mundo lhe reservaria? Se Fred se foi, suas ideias permaneceram e são contadas magnificamente em Judas e o Messias Negro, filme com 6 indicações ao Oscar e analisado essa semana.

Trabalho de base, questão racial, capitalismo identitário ou socialismo e liberdade? Discursos arrebatadores, a velha nova truculente e racista política norte-americana. Tudo isso e mais um pouco nesse filmaço que nós trazemos para vocês. Esperamos que aproveitem o filme e o episódio! Solta o play, família!!

Mar 21, 202101:28:03
José Carlos Mariategui #35 | Navio dos Loucos

José Carlos Mariategui #35 | Navio dos Loucos

José Carlos Mariátegui para uns, Amauta para os mais íntimos. Peruano. Latino Americano. Sonhou que era possível uma América Latina maior, mais justa, mais feliz. Procurou na sua própria história o remédio para os males que a estrangulavam. Percebeu que as veias da América Latina poderiam pulsar um sangue indígena, heroico do grande Império Inca. Ousou em traduzir e fazer síntese do Marxismo. Se embriagou de Marx, Engels, bebeu na fonte. Pouco lhe importava o marxismo bolchevique. Mariátegui, fez do materialismo histórico um conceito quechua, da luta de classes uma epopeia Inca, para que o proletariado peruano pudesse sonhar. Para que os trabalhadores latino americanos pudessem sonhar. Marxista, heroico e Latino americano. José Carlos Mariátegui, solta o play!

Mar 13, 202101:40:40
O Nascimento da URSS #34 | Navio dos Loucos

O Nascimento da URSS #34 | Navio dos Loucos

Contra tudo e contra todos. Lutando contra o sistema. Expressões muito utilizadas no linguajar de certos atores políticos do presente. Dá um tom heroico à discursos conservadores e de extrema direita. Entretanto, se recuarmos no tempo perceberemos que após Outubro de 1917, quando os Bolcheviques conseguiram a partir de um golpe de estado tomar a frente da Revolução Russa essas falas façam algum sentido. O exército vermelho compostos pelos operários, camponeses, anarquistas, partidários da Revolução Bolchevique enfrentaram todos os contra revolucionários. Tropas francesas, tropas inglesas pois os capitalistas europeus tem medo de perder seus investimentos, partem em socorro dos Burgueses russos. Nobres ressentidos, saudosistas dos Romanov. O período do Comunismo de Guerra durou até 1921 quando finalmente a URSS consegue se consolidar frente aos adversários. A Rússia entrou na guerra em 1917 e só saiu dela em 1921. Cordão sanitário, cortina de ferro. Isolem esse estado nefasto que bradava paz, pão, terra e todo poder aos sovietes. A União das Repúblicas Soviéticas foi uma utopia, o sonho que se deparou com a realidade. As internas e as externas. No episódio de hoje te apresentamos a URSS pós Outubro, a afirmação da Revolução. Solta o play!

Mar 05, 202101:28:57
Revolução Russa - Parte 2 | Navio dos Loucos

Revolução Russa - Parte 2 | Navio dos Loucos

Entre Fevereiro e Outubro o mundo nunca mais seria o mesmo. Em Fevereiro, mais de 300 anos de Reinado dos Romanov vão por água abaixo. Era o fim da Santa Rússia Imperial. O gigante dos pés de barro demonstrava seus calcanhares de Aquiles.

O vácuo de poder, a ausência de liderança, uma revolução em disputa: quem vai levar o poder? Bolcheviques? Mencheviques? Socialistas revolucionários? Os Kadetes?

Governo provisório? Permanência na I Guerra Mundial? Meses que duram anos, e que rompem com o que o século XIX não havia feito. A revolução é levada até seu limite por um grupo de esquerda. Se outrora fracassara a Primavera dos Povos e a Comuna de Paris, Outubro de 17 não tem perdão. É paz, pão terra e todo poder aos Sovietes. Bolcheviques no poder. Solta o play

Feb 25, 202101:23:27
Malcolm & Marie #32 | Navio dos Loucos

Malcolm & Marie #32 | Navio dos Loucos

Um casal em crise; dois atores em ascensão; uma noite de premiação para o homem, diretor e ególatra; e um diretor que se esconde atrás do seu personagem. Malcolm e Marie é a metalinguagem. Diretor falando sobre diretor, diretor sendo interpretado discursando sobre a cena cinematográfica. Minha descrição também é metalinguística na medida em que se arrasta tal qual o filme. Discussões de casal, gritaria, drama. Uma cena de tensão incrível. Raça, cinema e política. E uma virada na compreensão do filme a partir da interpretação trazida pelo Douglas. O cinema é arte e ciência, tem suas escolas, suas escolhas.
Mais uma análise do Navio. Solta o play!

Feb 18, 202101:21:27
Revolução Russa - Parte 1 | Navio dos Loucos

Revolução Russa - Parte 1 | Navio dos Loucos

1917 viram 10 dias que abalaram o mundo, assim conta na sua obra descritiva e escrita no calor do momento o jornalista John Reed. Entretanto, para que seja possível a compreensão da Revolução que levou ao poder pela primeira vez ao poder os trabalhadores, organizados em um modelo de estado que até então não havia experimentado o poder, é necessário retornar ao contexto. O contexto de uma Rússia Imperial que assistiu 300 anos de uma mesma família, de uma mesma dinastia no poder, os Romanov. De um império multinacional, multicultural, com variações climáticas, variações culturais. Um poder extremamente centralizado, uma polícia política, um mundo rural em pleno século XX num mundo cada vez mais industrializado. Um império do século XIX que adentrava o século XX. Forças liberais, forças anarquistas, socialistas revolucionários, comunistas, bolcheviques, mencheviques. A busca por liberdade num mundo marcado por um absolutismo tzarista. 1905 e a Guerra Russo Japonesa. Domingo sangrento. Sovietes. Interregno. 1914 e a eclosão da 1ª Guerra Mundial. Greves, Greves e mais greves. Revolução de Fevereiro. Cai o Tzar. Interregno. Revolução de Outubro. A guerra faz a revolução? Os revolucionários fazem a revolução? Tudo isso e mais um pouco no nosso episódio sobre a Revolução Russa parte 1. Solta o play!

Feb 12, 202101:49:23
Soul #30 | Navio dos Loucos

Soul #30 | Navio dos Loucos

Em janeiro de 2021 estreou no Brasil a nova animação da Pixar, o filme Soul. Como de costume, existia muita expectativa pela alta qualidade das animações da empresa.
O filme conta a trajetória de vida, os sonhos, as aflições de Joe Gardner, um professor de música apaixonado por Jazz, que tinha como sonho ser uma grande referência no gênero. Não vou além disso para não dar 'spoiler' da película, tampouco do episódio.
Uma certa euforia em torno do filme nos fez escolhê-lo como objeto de análise. O protagonismo de um personagem negro em uma animação é um ponto extremamente positivo. Entretanto, o próprio desenrolar da trama apresenta alguns limites no reconhecimento desse protagonismo. Neoliberalismo comendo solto nas entrelinhas. Uma mensagem fofa de busca pelos seus sonhos, pela sua fagulha interior, sua essência, completamente lugar comum. E a valorização da vida como momentos, os pequenos momentos, as pequenas coisas.
Tudo isso talvez fosse completamente aceito e valorizado em outro lugar, mas vocês já conhecem a gente. Possivelmente, inclusive, vocês já estão bolados com a descrição do episódio. Mas pra concordar ou pra discordar, você só tem uma opção: Solta o play!

Feb 04, 202101:19:39
 Triste Fim de Policarpo Quaresma #29 | Navio dos Loucos

Triste Fim de Policarpo Quaresma #29 | Navio dos Loucos

Filho de professora e de um tipógrafo, o nosso autor de hoje não poupou críticas e jamais se furtou a uma boa polêmica. Com grande orgulho por ser suburbano, escreveu com carinho sobre o Rio de Janeiro que fica antes da central do Brasil, aquele Rio que o Cristo Redentor dá as costas, o Rio que não é cartão postal. Fazia isso numa época não tão comum, no início do século XX. Denunciou em uma das mais belas sátiras políticas toda a corrupção, canalhice e violência da República dos Bruzundangas. Ironizou as modas francesas, os bacharéis de anel no dedo. Desnudou por completo o racismo da sociedade carioca, a exclusão social, a dificuldade de ascensão daqueles que vinham de baixo. No livro de hoje, Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto discute o patriotismo, a classe média, a loucura. Coloca o Brasil ao avesso para que possamos enxergá-lo melhor. Por ser um clássico da literatura, confesso, caro ouvinte, não saber se vai te interessar muito. Talvez não faça muito sentido ler os clássicos, como disse aquele youtuber. Mas vocês sabem que aqui no Navio adoramos a contramão, o estudo, a teoria e a compreensão de mundo. Assim como Lima também adorava e contou em entrevista na época de lançamento de seu livro: "a obra de arte tem por fim dizer o que os simples fatos não dizem. É este o meu escopo. Vim para a literatura com todo o desinteresse e com toda a coragem. O fim da minha vida é as letras. Eu não peço delas senão aquilo que elas me podem dar: Glória. Não quero ser deputado, não quero ser senador, não quero ser mais nada senão literato." Trigésimo episódio está na pista, viva os clássicos, viva Lima Barreto! Solta o play!

Jan 28, 202101:05:32
Revolução Cubana - Parte 2 | Navio dos Loucos

Revolução Cubana - Parte 2 | Navio dos Loucos

Vai pra Cuba! Em Cuba não existe liberdade de expressão! Cuba não permite uma participação política! Os médicos cubanos são escravizados!

Essas e muitas outras ofensas foram proferidas a exaustão na sociedade brasileira em um tempo não muito distante. Correntes de whatsapp são especialistas quando o assunto é achincalhar a imagem da ilha. Entretanto, jornalistas, intelectuais, não se distanciam muito ao formular teses e teorias anti-cubanas. A Guerra Fria parece ter acabado, mas a guerra contra o comunismo e a sociedade cubana continua, não à toa o bloqueio econômico ao país segue sendo executado pelos Estados Unidos.

Neste episódio, a parte 2 da Revolução Cubana, continuamos a falar sobre a Revolução, a relação Estados Unidos e Cuba, mas também falamos sobre cinema, literatura e cultura cubana, ampliando um pouco mais a visão sobre Cuba. Hasta la victoria siempre, solta o play!

Jan 15, 202101:38:34
Revolução Cubana #27 | Navio dos Loucos

Revolução Cubana #27 | Navio dos Loucos

Os sonhos tomam o céu de Havana. Nada de pessoas de branco, nada de fogos. O dia 1 de janeiro de 1960, foi o primeiro dia de um ano novo completamente diferente. Civis, militares, fuzis, todos irmanados por um sonho. Não pediram mais dinheiro, não pediram sucesso profissional. Na ponta dos fuzis que rasgaram Cuba de Sierra Maestra até a capital, um único desejo: justiça social.  Pátria ou Muerte bradava o comandante em chefe da Revolução Fidel Castro.
De 1953 até 1959 uma epopeia guerreira construída com sangue, suor e utopia. O século XIX fora superado. A emenda Platt fora superada. Em busca da soberania, em busca da independência. Senhores de sua própria história, internacionalistas, jamais mercenários. Te apresentamos a primeira parte da Revolução Social que mudou a história da Guerra Fria, da América Latina e do Socialismo no mundo.
Hasta la victoria siempre! Solta o play!

Jan 08, 202101:08:43
Coringa #26 | Navio dos Loucos

Coringa #26 | Navio dos Loucos

.Why so serious? 

O vilão coringa ganhou grande relevância para os fãs das adaptações cinematográficas dos quadrinhos com a brilhante atuação de Heath Ledger, no filme Batman e o Cavalheiro das Trevas. O estilo provocante, niilista e transloucado do personagem junto a interpretação do artista formaram uma dupla potente. 

É bem verdade que os anos 2000 e a nossa década viram a ascensão dos filmes de super heróis: Homem Aranha, Batman, Homem de Ferro, Hulk, Pantera Negra, Capitão América, X-men, Wolwerine. Os universos dos quadrinhos adaptados para a grande tela por ora até reuniam todos os super juntos. Curiosamente, os filmes de super heróis trazem consigo um discurso que espelha a realidade da sociedade, um discurso dualista entre o bem e o mal. Um discurso moralista entre o que deve ser e o que é. O mundo de Deus versus o mundo dos homens. Lá estão sempre, de maneira incansável os super heróis prontos a defenderem a sociedade, ora homens comuns com grandes trajes, ora seres sobrenaturais. Mas, justamente por refletir um discurso social, os filmes de heróis deixam ou deixavam uma pergunta em aberto: como surgem os vilões? De onde vem o sorriso diabólico do Coringa e toda sua maldade? Por que Gotham é tão violenta que a polícia precisa de um Batman?

Todas essas respostas ou parte delas vocês encontram em Joker (Coringa). Com uma atuação estupenda de Joaquim Phoenix (MUITA ATENÇÃO NA PRONÚNCIA DE DOUGLAS E GUSMÃO) o filme traz discussões sobre desigualdade social, saúde mental, e sobretudo, nos mostra o lado dos vilões, homens de carne e osso, sem superpoderes. Produtos de uma sociedade doente? Talvez.
O resto a gente te conta no nosso 26 episódio, solta o play!

Dec 17, 202001:26:20
Contra-História dos EUA #25 | Navio dos Loucos

Contra-História dos EUA #25 | Navio dos Loucos

Em 1621 o navio Mayflower chegava ao seu destino. Algumas centenas de religiosos protestantes de diversas orientações e católicos a bordo, com a intenção de construir uma nova Inglaterra. Uma Inglaterra livre da opressão e da intolerância que eles conheciam tão bem. Na busca por sua terra prometida enfrentaram dificuldades, o clima, a colheita, as doenças. Iniciaram o seu destino manifesto, a colonização.

Heróicos e predestinados, suportaram as adversidades. No século XVIII, mais precisamente em 1776 deram um basta. A Inglaterra sufocava demais a liberdade daquelas terras, as treze colônias unidas não podiam ser reprimidas dessa forma. Caso quisesse a Inglaterra e as treze colônias unidas, Deus não haveria de colocar um oceano entre elas. Mais uma vez, contra a opressão se fez a justiça: 4 de Julho, o dia da Independência.

No século XIX protegeu a América Latina da opressão europeia. Tentou comprar Cuba para protegê-la de seu futuro trágico. No século XX ajudou o México no seu processo revolucionário. Nos anos 50, 60 e 70 somou seu discurso democrático na América Latina.

Sempre em busca da liberdade lutando contra a opressão.

Neste pequeno texto te  apresentamos sem nenhum equívoco a propaganda histórico e nacionalista norte americana. Mas se você gosta de pensar e de estudar te apresentaremos a contra-história norte americana. Repleta de violência, genocídio e opressão. Eles oferecem a oferecem a propaganda histórica, nós te oferecemos a contra-história. Solta o play!

Dec 07, 202001:20:16
Amor #24 | Navio dos Loucos

Amor #24 | Navio dos Loucos

Não se afobe, não, que nada é pra já. E o episódio 23 está apaixonante. Mas não se apresse até porquê o amor não tem pressa.

Ele pode esperar em silêncio/Num fundo de armário/Na posta-restante/Milênios, milênios 

Quem inventou o amor? Se perguntaram poetas, historiadores, filósofos. Ainda que falássemos a língua dos homens e a língua dos anjos sem amor  nada seríamos. Se nos perguntarem o que é o amor, não saberemos responder, não saberemos explicar, mas sabemos que o amor nasceu dentro de nós. Quem ama não busca saber as razões do seu amor, a chama só deve arder e nada mais. Nós podemos  te dizer do amor (que tivemos): que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure.
O episódio 23 tá no ar! Amor e história, história do amor, amor histórico. É pra escutar escutando, é pra amar amando, solta o play!

Nov 24, 202001:52:39
Admirável Mundo Novo #23 | Navio dos Loucos

Admirável Mundo Novo #23 | Navio dos Loucos

O que esperar do futuro? Grandes avenidas? O fim da fome? Hospitais sem fila? Um mundo sem exploradores e explorados? Quantas interrogações cabem no futuro? Entre a década de 30, 40 e 50 o futuro parecia tenebroso. As utopias dos séculos XV e XVI foram substituídas. A Utopia de Thomas Morus, o lugar nenhum, o lugar que não existe e que portanto poderia ser construído, o norte de um mundo melhor, parece ter sido estrangulado pela realidade da modernidade. George Orwell, Ray Bradbury e Aldous Huxley sentiram esse peso. O peso do 'entreguerras', a ascensão nazifascista, a propagando liberal contra um ameaçadora URSS, as transformações tecnológicas. Tudo isso assombrava os autores e dava vida as suas penas.

No episódio de hoje, analisamos a obra de Aldous Huxley, O Admirável Mundo Novo que, com o perdão por ser óbvio, não tem nada de admirável. O controle de natalidade, a interferência na criação da vida, a desigualdade institucionalizada biologicamente, as drogas como ferramenta de escape de uma realidade cruel. E um casal inconformado com a realidade que se desnuda na sua frente. A distopia nesse sentido emergiu da realidade, opressiva, cruel e pessimista. Antiutópica. Substituindo o sonho por pesadelo.

Neste episódio te convidamos a refletir sobre essa bela obra, e como podemos reconstruir a utopia na busca de um mundo novo mais admirável. Solta o play!

Nov 11, 202001:14:30
Cidade de Deus #22 | Navio dos Loucos

Cidade de Deus #22 | Navio dos Loucos

"Dadinho é o caralho, meu nome agora é Zé Pequeno, porra!" Uma das falas mais famosas do cinema nacional e que faz parte do nosso imaginário social, assim como tantas outras falas presente no filme de Fernando Meirelles, Cidade de Deus. Malandro não para, malandro dá um tempo, outra clássica num dos diálogos mais descontraídos do filme.
Entretanto, para além das falas marcantes, Cidade de Deus é um clássico do nosso cinema. Ao descortinar a realidade social de uma das principais favelas do rio de janeiro, o filme desnuda o descaso do estado, a violência policial, a pobreza e a falsa meritocracia da democracia brasileira. Desnuda também os possíveis estereótipos e a possível romantização da realidade. É um filme duro, sobre uma realidade dura. A recuperação de uma estética cinematográfica que denuncia a realidade social, que coloca o dedo na ferida. Cenoura, Mané Galinha, Buscapé, Bené, Berenice, Cabeleira, Marreco, Alicate, Angélica, Filé personagens de um drama cotidiano, insistente, repetitivo e que parece não ter fim no Rio de Janeiro.
Quase vinte anos depois e o filme continua atual. Se choca o início do filme com um menino assassinando pessoas dentro de um quarto de motel, choca também o final quando esse mesmo menino é assassinado por crianças. A gramática da violência que Buscapé narra de maneira brilhante do início ao fim.  Um filmaço! Estamos no ar com mais uma análise de filme. Solta o play!

Oct 29, 202001:37:43
Anos JK #21 | Navio dos Loucos

Anos JK #21 | Navio dos Loucos

50 anos em 5. Plano de metas. Desenvolvimentismo. Brasil, o país do futuro que se recusa a encarar o seu passado. O país que recusa o conflito. E que na era JK voou na Bossa Nova turbulenta das alianças improváveis, impossíveis.
O país campeão mundial de futebol com o rei menino. A capital que trazia a vanguarda arquitetônica de  Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. As telas que destacavam o Cinema Novo e a crítica social contundente. Os carros chegaram, nacional e importado, tem para todos os gostos. Só não chegaram os direitos trabalhistas para o homem do campo. Só não chegaram as punições para os militares golpistas de Jacareacanga e de Aragarças. Lacerda também não foi punido. A desigualdade social também não foi punida, ao contrário iniciou sua expansão. O PIB crescia nos chamados anos dourados, mas a inflação rasgava o bolso do trabalhador da cidade e do campo.
Entre um suicídio e um golpe militar, JK acaba sendo lembrado mais pela "normalidade" burocrática do seu governo do que propriamente pelas suas realizações. Na verdade não recebe um olhar crítico sobre as  realizações. No episódio de hoje desnudamos os 5 anos do presidente Bossa Nova e suas contradições. E fica tranquilo, não vão ser 50 anos anos em 5 minutos... Solta o play!

Oct 17, 202001:33:34
Contra-História do Liberalismo #20 | Navio dos Loucos

Contra-História do Liberalismo #20 | Navio dos Loucos

A história é certamente  uma das ferramentas mais fabulosas para a compreensão do passado. O poderoso discurso histórico consolida concepções de mundo, crenças religiosas, ideologias políticas, culturas e paixões. A disputa pela sua narrativa é muito mais que uma disputa apaixonada pelo passado, é uma disputa pelo presente. Revolução Gloriosa, Revolução Americana e Revolução Francesa parecem ser intocáveis, tamanha sua exuberância e transformação. O mundo nunca mais foi o mesmo depois da declaração dos direitos do homem e do cidadão, diriam alguns. O triunfo do liberalismo.
Tirando alguns delírios como 1917, 1949, 1959, o mundo conheceu o verdadeiro ápice do desenvolvimento e progresso. Uma história ilibada. Sem manchas, sem marcas, sem vida. Uma propaganda. A história do liberalismo é sua maior propaganda. A Inglaterra redentora que acabou com a escravidão no Brasil, não? Para tanto, muitas vezes a história de tão poderosa torna-se ineficiente, a tal ponto que temos que subverte-la para que ela possa descortinar a propaganda e mostrar sua face concreta. Para isso nós te apresentamos a "contra-história", sem lacunas, sem justificativas, sem medo de mostrar a história tal como ela foi.
Domenico Losurdo, um dos maiores marxistas, nos deixou essa preciosidade que vai sacudir as suas convicções. Liberalismo e escravidão. Liberalismo e sistema prisional. Liberalismo e exército. Liberalismo e Imperialismo. Liberalismo e muito mais. Em Contra-História do Liberalismo, Losurdo te convida a refletir sobre o que está diante dos seus olhos e te convida a estranhar. Nosso vigésimo episódio te indica uma leitura fabulosa, aniversário de gala do navio, solta o play!

Oct 09, 202001:14:10
HIV #19 | Navio dos Loucos

HIV #19 | Navio dos Loucos

"Se você quer saber como eu me sinto, vá a uma laboratório ou um labirinto. Seja atropelado por esse trem da morte." Assim cantava Cazuza no seu último ano de vida. Aos 32 anos. Um dos maiores cantores da música brasileira morreu no meio de uma epidemia. Mais precisamente 9 anos depois do início dessa epidemia. Em 1981 os cientistas descobriram o HIV, vírus causador da AIDS. Uma doença avassaladora que chocou o mundo nos seus primeiros 15 anos. Pegar o HIV entre os 1981 e 1995 era praticamente sinônimo de morte. Morte física pois o corpo não resistia ao ataque das doenças oportunistas. Morte social, pois a AIDS era chamada de a "peste gay" ou "Cura gay". Ninguém queria ficar perto de um HIV positivo. A ignorância e a desinformação sobre as formas de contágio criavam uma atmosfera perversa em torno dos contaminados. Não bastasse isso, o preconceito contra os homossexuais e transexuais era violento. Pastores, padres, todos se pronunciando sobre os "culpados". Como de costume nas epidemias os médicos são sempre os menos ouvidos. Hoje no Brasil são quase 1 milhão de pessoas com HIV positivo. Diferente do início da doença e graças a avanços incríveis da medicina hoje as pessoas conseguem ter uma vida normal e saudável, porém que exige uma série de cuidados e de remédios. Atualmente por estimativa do ministério da saúde existem cerca de 135 mil pessoas que tem HIV e não sabem. Num momento da nossa história onde políticos canalhas falam em KIT GAY nos debates para prefeitura do Rio de Janeiro, a nossa juventude cresce cada vez mais desinformada no presente, e sem nenhuma dimensão do significou a AIDS no auge da crise. No episódio de hoje apresentamos um pouco dessa história triste, mas necessária. Aqui não tem fundamentalista religioso e nem canalha negacionista. A história é pedagógica e espero que esse episódio possa conscientizar vocês. Usem camisinha!

Oct 02, 202001:30:52
Destacamento Blood #18 | Navio dos Loucos

Destacamento Blood #18 | Navio dos Loucos

Uma pergunta nos intriga por sua recorrência: "Professor quando vamos ter aula de segunda guerra mundial? Falta muito? Eu adoro segunda guerra!". As crianças não adoram as guerras. As crianças não adoram 60 milhões de mortos em 5 anos. Não adoram os prédios destruídos, os colégios destruídos, as fazendas e campos destruídos. As crianças não adoram os corpos mutilados. Elas também não adoram os adultos traumatizados, muito menos os que se jogam no chão ao escutar um estalinho e lembrar de uma granada. De onde vem tanto interesse e aparente fascínio pelo tema? Todo mundo quer ser John Rambo. Todo mundo quer ser o atirador de elite norte americano destemido. Todos parecem querer o poder infinito que transcende a vida. Sem falar na geração formada por Call of Duty. "Vamo jogar um CODzinho?"
Em Destacamento Blood, de Spike Lee, a guerra se desnuda, revela a violência e o impacto sobre aqueles que a lutaram e agora retornam ao Vietnã. A guerra nunca acabou! Chadwick Boseman, um verdadeiro pantera negra, nas palavras de Douglas Coutinho, nos situa no contexto histórico dos vinte anos de Vietnã e concomitantemente de luta por Direitos Civis dos negros no Estados Unidos. Mesmo com alguns pontos positivos e o gabarito de Spike Lee, Destacamento Blood erra. Um erro que também está nesse texto. Um erro crasso. O etnocentrismo permanece, a guerra fria e o olhar ocidental também. Mas para saber mais só dando play mesmo. Bom episódio!

Sep 25, 202001:17:42
Independência #17 | Navio dos Loucos

Independência #17 | Navio dos Loucos

Quem escolhe a data? Quem dá a canetada? Quem controla as massas? O Maraca tá lotado? Não é estranho as datas nacionais não terem apelo nenhum da nação? E olha que eles passaram 21 anos tentando com a tal da moral e cívica... 

No episódio de hoje superamos os mitos, as cenas pitorescas. Não importa se Dom Pedro estava se cagando antes de proclamar independência. 

Através dos debates teóricos e historiográficos te convidamos a um olhar mais sério sobre o processo de Independência. Começou quando? Terminou quando? Continuidade? Ruptura? 

Também não te daremos essas respostas. Elas estão em disputa. Mas uma delas segue calorosa e ensurdecedora. Seja 7, 21 ou 15. As ruas seguem vazias. E dizem que a Independência aconteceu num Flamengo X Vasco na década de 20....

Sep 18, 202001:21:02
Brasil Holandês #16 | Navio dos Loucos

Brasil Holandês #16 | Navio dos Loucos

Entre flechas e tacapes, facas, fuzis e canhões, brasileiros irmanados. A senhora dos prazeres transformava pedra em bala. Nassau já foi embora, fez-se a Revolução. Quem dera a história do Brasil fosse tão bela e tão acolhedora quantos os versos de Martinho da Vila.  O samba "Guararapes, onde o Brasil aprendeu a liberdade" conta um dos episódios centrais da nossa história colonial: a expulsão dos holandeses do nordeste. Foram 24 anos de controle dos Países Baixos. Maurício de Nassau talvez personifique a experiência, talvez seja o seu expoente mais famoso. Trouxe ao Brasil a primeira missão artística, projetou milimetricamente a primeira cidade e emprestou dinheiro aos senhores de engenhos quebrados. Mas colônia é colônia, pouco importa se for domínio holandês, domínio inglês ou domínio francês. Colonização tem a ver com violência, exploração e genocídio. No episódio de hoje revisitamos um ponto de inflexão do Brasil Colônia, o Brasil Holandês. Já fomos de todos: Portugueses, Espanhóis, Franceses, Holandeses, até os ingleses se aventuraram por aqui, mas nunca fomos nossos. Nunca fomos livres. Sobre mitos, distorções e equívocos, vos  apresentamos a história. E com direito a show off, uma verdadeira aula sobre a pintura e a produção artística do século XVII com o nosso especialista em história moderna, Douglas Coutinho.

Sep 09, 202001:53:36