Para dar nome às coisas
By Natália Sousa
Para dar nome às coisasJun 05, 2024
S06EP233 - Nem tudo é sobre você
Esses dias, eu vi uma cena que me fez muito pensar naquele meme que é: uma mina casando toda feliz e o ex dela dizendo: “nossa, agora ela foi longe demais para me fazer ciúmes”.
Parece meio absurdo e tosco, mas quantas vezes o nosso lado menos consciente vai por aí? Colocando a gente como protagonistas em histórias em que a gente é quiçá figurante. E às vezes nem isso.
É por aí que vai o episódio dessa semana, cê vem?
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S06EP232 - Reencontrar o que faz bem
Às vezes a gente olha para um objeto, para uma pessoa, para uma casa. Às vezes a gente sente um cheiro, come uma comida, e é invadido por uma sensação boa. Uma sensação familiar, uma sensação de casa. Uma sensação de que aquela memória tem nome e endereço.
Mas às vezes não. Às vezes a gente olha para uma coisa e intui que aquilo vai nos fazer bem. Ou desconfia que aquilo já fez bem em um passado distante. Foi isso que aconteceu numa quinta-feira, anos depois daquela memória da revista. E tudo que aconteceu depois, vem disso também.
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S06EP231 - Deixa o teu corpo sentir
Esses dias eu conheci a história de um homem que conquistou coisas que a maioria de nós valoriza: reconhecimento, prestígio, aprovação, validação. Mas que, apesar disso, morria de medo do abandono.
Na cabeça dele é como se tudo que ele fosse viver, por mais diferentes que fossem as experiências, no final, ele sempre seria deixado, abandonado, esquecido, não gostado.
Esse medo estava em tudo praticamente. Sempre que um amigo cancelava um jantar em cima da hora ou quando mandavam uma mensagem e a resposta não vinha dentro de 24 horas, era com essa lente que ele via todas as coisas.
Daí que, depois de conviver com isso por muitos anos, algo que ele não esperava nem queria aconteceu. E o que parecia que ia destrui-lo, na verdade, teve outro efeito.
É um abraço quente o episódio dessa semana. Cê vem?
Nome do livro: “Quando as coisas não saem como você espera”
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S06EP230 - O que isso revela sobre mim?
Imagina que você vai ao cinema e escolhe um filme para assistir. Entra na sala, pega a pipoca, se ajeita na poltrona, cria várias expectativas sobre aquela experiência. Mas assim que o filme acaba você tem certeza de que foi o pior filme que você viu na vida. Nunca fizeram um filme tão ruim na história. Você detesta tudo: o roteiro, o diretor, os atores, o enredo, tudo.
Acontece que no dia seguinte, você vai lá no cinema de novo e, entre tantas opções, escolhe ver o mesmo filme. E, no final, reclama das mesmas coisas. No outro dia, o mesmo ritual: filme ruim, insatisfação, filme ruim de novo.
Até que uma hora uma boa alma pergunta: mas por que você não troca de filme? Por que não tira sua cadeira daí? Por que, entre tantos filmes, esse? O que em você tá engajado com isso? O que isso revela sobre você, no fim?
É por essa nossa frágil humanidade que a nossa conversa de bar segue essa semana, cê vem? Quarta-feira no @spotify
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S06EP229 - Ciúmes, apego e o deixar ir
Isso me lembra uma frase que eu vi tatuada no braço de uma colega de trabalho, e que tem muito a ver com isso: “O que você viveu ninguém rouba,” do Gabriel García Márquez. A gente pode perder muitas coisas, mas ninguém tira as experiências que eles nos trouxeram. Há algo das nossas relações com as coisas que é nossa. E que, mesmo que alguém use, replique, reproduza, não vai se repetir, porque o elemento ‘eu’ não se repete também.
É por aí que vai a nossa mesa de bar, cê vem?
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O filme citado chama Divã com a Lilia Cabral
S06EP228 - O que eu quero resolver com essa escolha?
Existe um paradoxo muito interessante nos dias atuais. Que é: a gente tem tantas possibilidades de escolha, do filme ao aplicativo de comida. Do aplicativo de relacionamento aos próprios modelos de relacionamento. . Que, muitas vezes, a gente acaba esquecendo qual é a necessidade que a gente tá querendo resolver com essa escolha. A gente tá abrindo o aplicativo, e é tanta coisa, que a gente esquece do que é a nossa fome. A gente esquece qual é a nossa necessidade. A gente se desconecta do que é mais nosso, que é o nosso desejo, né?
É por aí que vai o episódio dessa semana, cê vem?
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S06EP227 - Celebrar para relembrar das nossas potências
Como se minha vida fosse um livro e eu tivesse deixado aquele capítulo para trás. Coisa que seria natural e até razoável que acontecesse, se, junto com essa virada de página, não tivesse ficado para trás também toda sensação de que eu era uma potência. E eu não queria me esquecer que eu era uma potência.
Não queria me esquecer que era eu que estava lá, que fui eu que segurei os melhores e os piores dias desse processo, que fui eu que abri mão de um monte de coisa, que renunciei várias outras, que segurei a minha onda várias vezes, em momentos que tudo que eu queria era soltar.
Eu não queria deixar que isso virasse um borrão, porque seria esquecer que eu mereço coisas boas, justamente porque eu luto para que coisas boas aconteçam. Tenho certeza que você também.
É sobre celebrar e se sentir merecedor de coisas boas o episódio dessa semana, cê vem?
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S06EP226 - O que eu digo, o que o outro ouve
Esse dias, eu fui à padaria que eu sempre vou e pedi um suco de morango com laranja. Enquanto eu ainda olhava o cardápio, o garçom voltou com uma pergunta: “você quer açúcar?”. E eu respondi: pouco.
Tempos depois, o suco chegou. No primeiro gole eu fui transportada para semanas atrás em que a mesma cena tinha acontecido. Eu tinha pedido com pouco açúcar, mas veio exatamente como estava agora: muito doce.
Olhei em volta, procurando ele, e fui levantando meu braço para dizer: ‘moço, pedi com pouco, veio com muito’, mas, no meio do movimento, parei. Por que afinal, o que é pouco? Uma colher? Meia? Mas rasa ou cheia? O que é pouco para mim?
Às vezes a gente esquece que não há medidas universais de pouco e de muito. Tudo depende da nossa experiência, do nosso desejo, da nossa trajetória, da nossa expectativa, de tudo isso. É preciso, então, ir mais fundo para entender e se fazer entender. Vale para padarias, vale pra tudo fora dela.
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S06EP225 - Autocuidado, escolhas e ser melhor para si
Esses dias eu percebi que não eu queria ir num show que eu tinha comprado o ingresso já fazia alguns meses. Chegou o dia e a vontade não chegou. Fiquei pensando em todas as perdas que eu teria se eu não fosse, tentando encontrar um motivo pra ir, mesmo com preguiça.
Até que uma hora, eu me dei conta: por que eu to adiando uma decisão que eu posso simplesmente fazer? Não é isso a delícia de ser adulto? Poder olhar para as coisas, poder olhar para as vantagens e as desvantagens das coisas, e bancar a nossa decisão? Não é essa a parada que faz a vida ser boa, também?
Saber que você pode escolher, saber que você pode decidir, olhar para as linhas pequenas do contrato que é viver e pensar: ótimo, entendi, quero continuar. Ou ótimo, entendi, vou pular desse barco? Ou ótimo, entendi, vou fazer novas cláusulas nesse contrato?
Cara, tem um monte de coisa que a gente não pode escolher abrir mão. Tem um monte de coisa que tá dada, mas aí quando a gente pode escolher, a gente não escolhe? A gente não escuta?
É por aí que vai o episódio dessa semana, cê vem?
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S05EP224 - Como dar nome às Coisas?
Esse não é um manual, nem um guia, nem um tutorial sobre como dar nome àquilo que a gente sente. Mas é, certamente, uma lista com quatro coisas que eu faço e que me ajudam muito a entender o que se passa dentro do meu peito. É um episódio para você ouvir toda vez que você se perguntar: o que eu estou sentindo?
Espero que ajude você também.
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S06EP228 - O que eu quero resolver com essa escolha?
Existe um paradoxo muito interessante nos dias atuais. Que é: a gente tem tantas possibilidades de escolha, do filme ao aplicativo de comida. Do aplicativo de relacionamento aos próprios modelos de relacionamento. . Que, muitas vezes, a gente acaba esquecendo qual é a necessidade que a gente tá querendo resolver com essa escolha. A gente tá abrindo o aplicativo, e é tanta coisa, que a gente esquece do que é a nossa fome. A gente esquece qual é a nossa necessidade. A gente se desconecta do que é mais nosso, que é o nosso desejo, né?
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S06EP223- A vida se organiza no movimento
Esses dias, eu fui fazer uma viagem a trabalho e na volta perdi o voo. Andando pelo saguão do aeroporto fiquei pensando em tudo que eu poderia ter feito diferente para as coisas darem certo. Para acontecerem como o planejado. Um turbilhão de “e se". Foi então que uma parte de mim disse: o que eu tenho é o que foi, o que eu tenho é o que é agora, e a vida sempre se reorganiza no movimento.
É por aí que vai o episódio dessa semana, cê vem?
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S06EP222 - Intenção, propósito e sonho
Eu acho que amadurecer é também fazer as pazes com a vida prática. Dar conta de si, lembrar que a batata tá estragando na gaveta da geladeira e que a gente precisa comer mais fruta. É saber que é necessário pensar racionalmente mais vezes do que a gente gostaria porque cuidar de si é uma responsabilidade nossa.
Mas eu acho acho que a gente tem que manter acessa a reivindicação do sonho. A gente precisa reivindicar o lugar do sonhar. Da beleza. Do encantamento. Das listas que só tem uma finalidade: embriagar a gente de beleza. Fazer o nosso coração quase parar de tão bonito que é aquilo que a gente tá vendo. Fazer a gente sentir - no momento presente - que a gente e a vida tá no mesmo lugar.
É sobre intenção, propósito e sonho o episódio dessa semana, cê vem?
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S06EP221 - Quando me abro pros encontros
Era a história de uma comunidade que ficava entre duas grandes cidades. As pessoas sempre passavam por lá para chegar a algum lugar, ou para ir para algum lugar, nunca para ficar, exatamente, lá. Mas sempre tinha algum viajante que não sabia disso e decidia passar a noite ali.
Logo, então, indicavam a casa de uma família, onde ele poderia se hospedar desde que contasse o que tinha visto no mundo. Era esse o acordo. Ele teria sopa, uma lareira quentinha, uma cama aconchegante, mas precisaria contar dos maiores bichos que já tinha visto, das piores e melhores noites que já tinha passado na mata, de coisas que ele tinha tremido de medo.
Todas às noites, eles se reuniam em volta da lareira, comiam sopa e ouviam do que acontecia fora, e todo mundo ficava feliz, porque tanto as histórias, quanto a comida nutriam. E era essa a medida, para eles, que ali havia um encontro, Não havia desigualdade.
É sobre bons encontros o episódio da semana, cê vem?
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S06EP220 - Focar no que é possível
Desde que eu me mudei de casa, eu me pego pensando no tempo em que eu vou conseguir receber meu pai prum almoço toda semana. A gente sentaria pra almoçar com calma, falaria do passado e presente, e daríamos risada, como a gente faz. É um plano importante, para mim, porque ele diz sobre a minha necessidade de estar presente.
Mas corta para vida real e eu to almoçando na quinta, feliz porque sobrou arroz de segunda, e olhando pro relógio para não perder a hora de fazer a próxima coisa. E lá se vai o plano do almoço, de novo, para gaveta.
Daí que nessa semana eu me dei conta de uma coisa. Almoçar toda semana é o meu jeito ideal de fazer isso. Mas não o único jeito. Muito menos o jeito possível. Com isso em mente, eu consegui pensar em outra possibilidade. Uma forma que, inclusive, atende a mesma necessidade. É sobre fazer as coisas do jeito possível o episódio dessa semana, cê vem?
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S06EP219 - O mantra dos três I's
Isso não é tudo.
Isso não é sobre mim.
Isso também passa.
Esses dias, eu me dei conta de que as frases que mais me ajudam a sair de fluxos mentais negativos começam com “i”. E é por aí que vai o episódio dessa semana. Cê vem?
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S06EP218 - O vazio precede a mudança
Isso não quer dizer que o vazio é bom. Mas quer dizer que o vazio quase sempre precede a mudança. Toda mudança nasce de um esvaziamento. Um esvaziamento de identidade, de sentido, de olhar, de crença. Era isso, para deixar algo novo vir, eu tinha que me esvaziar do que era antes. Ou de uma parte do que era antes.
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S06EP217 - Mas antes respire
Minha cabeça tava a milhão quando eu decidi sentar no sofá, de pernas cruzadas e fechar os olhos por dez minutos.
Um silêncio profundo e quase palpável tomou conta de toda a minha casa. É como se tudo tivesse quieto. Como se eu pudesse ouvir direito pela primeira vez.
Nessa quietude de que eu me dei conta de uma coisa muito importante. A voz crítica que tava me perseguindo - desde ontem - era minha. Só minha. Tava dentro, não fora. E essa percepção mudou tudo.
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Livros citados: Conversas Corajosas - Elisama Santos e Os quatro compromissos - Don Miguel Ruiz
Música da meditação citada: https://youtu.be/ZVAIX_bDEso?si=pY3w23htbK1QUl-l
[Vídeo] #17 - Me vê dois copos? - Dúvida: aprender a lidar com as faltas.
Acho que a dúvida, muitas vezes, esconde um desejo de tomar a decisão perfeita. A escolha impecável. Acontece que a vida, muitas vezes, não é uma prova de uma única alternativa certa e verdadeira, mas de várias certas e verdadeiras. Então me parece que o desafio não é escolher a melhor decisão, mas escolher aquela que a gente toleraria menos a falta causada por ela.
Me vê dois Copos é o quadro quinzenal em vídeo do podcast Para dar Nome às Coisas. Você pode ver o episódio na íntegra no Spotify.
edição: @amandafogaca texto e apresentação: @natyops
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S06EP216 - Cuidar do que escapa e incomoda
Na minha família tinha uma coisa que envolvia lavar a louça que sempre me tocava muito profundamente Toda vez que alguém quebrava um copo sem querer, a primeira coisa que a minha mãe fazia era recolher os cacos. Ela pegava a pá, a vassoura e começava a puxar os pedacinhos de vidro.
Mesmo que a gente já tivesse quebrado muitos nos últimos meses, mesmo que só tivessem ficado dois copos de cada jogo no armário, mesmo que a gente tivesse errado na quantidade de sabão, fazendo ele escorregar, não importava a circunstância, ela sempre recolhia os cacos.
Nesse gesto era como se ela tivesse falando, sem dizer, que quebrar os copos é parte do risco de quem lava a louça. Portanto, não há acusações, nem alardes. A primeira coisa a se fazer, sempre, é juntar os cacos. Depois disso, se fizer sentido, pensar no motivo de ter escapado.
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O curso que eu faço: Roteiro para Cinema, TV e Games
S06EP215 - Calmo, fácil e simples também é bom
A real é que eu acredito que coisas boas dão trabalho muitas vezes. Muitas delas dependem de esforço, de construção, de tentativa e erro. Não tem nada de errado com isso. O problema é acreditar que para ser bom tem que ser difícil, porque aí a gente começar a se manter em situações horríveis, das quais a gente podia sair, porque tem uma lógica dizendo que quanto mais complicado, mais valor pras coisas e para gente. Tenho me repetido todos os dias, sem faltar um, que coisas boas podem e devem ser fáceis também. E é exatamente elas que eu quero.
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Livro que eu cito: Sem esforço: Torne mais fácil o que é mais importante - por Greg McKeown e Beatriz Medina
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[Vídeo] #16 - Me vê dois copos? - Apego: ocupar espaço não é presença
Apego é aquilo que apaga a diferença entre ocupar espaço e fazer presença.
Me vê dois Copos é o quadro quinzenal em vídeo do podcast Para dar Nome às Coisas. Você pode ver o episódio na íntegra no Spotify.
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S06EP214 - Emoções: acolher e reconhecer vai nos libertar!
Esses dias, enquanto eu almoçava, uma imagem me veio à cabeça. A imagem de uma piscina de prédio, aquelas que sempre lota quando tá calor. Na beirada da piscina tem um garotinho de, no máximo, sete anos. Ele tá vestido com uma sunga de super herói, com uma marca de protetor solar bem em cima dos ombros, e tá suando muito, porque tá muito calor.
O menino quer muito entrar na piscina - é o que ele mais quer há dias - mas tem um problema: ele não sabe nadar e não quer usar as boias. Usar as boias é reconhecer que ele não sabe fazer aquilo. E ele não gosta de parecer que não sabe fazer as coisas. Então ele não usa as boias, nem entra na piscina. A boia é aquilo que permite ele fazer o que quer, mas exige em troca que ele reconheça que é humano. Somos todos, em alguma medida, o menino.
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Episódio do Emanuel Aragão: https://youtu.be/ic_KDzQEeUw?si=xl1ZulKfdLps96Ap
HIstória do Eslen Delanogare: https://youtu.be/UZj9QJZxg40?si=U7x9MPK3l7A6Es7i
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S06EP213 - O que eu quero com isso?
No fim do ano passado, eu decidi que ia aprender mais sobre organização. A ideia era organizar a minha rotina para que eu pudesse fazer um pouco mais da coisas que eu gosto, inclusive nada. Mas de repente a intenção que tinha me movido para aquele compromisso comigo mesma se perdeu e eu comecei a perseguir o modelo ideal de organização. Ou seja, me descolei do “para que” eu tava fazendo aquilo”, que era deixa minha vida mais leve, e grudei no “o que”, que era organizar. E o que era para deixar mais fácil virou o oposto. Algo muito parecido com o que tinha acontecido naquele outro ano.
É por aí que vai o episódio dessa quarta-feira. (SIM, voltamos de férias, tava com saudade.
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S05EP212 - Atravessar para que seja possível superar
“Como eu faço para superar?”. Na última semana, eu recebi essa mesma pergunta, em diferentes contextos, e ela me levou para um dia em que eu tava presa num trânsito, pensando a mesma coisa. “Como eu faço para superar?”
Eu queria, assim como quase todos nós, deixar aquilo que dói para trás, como quem se suspende acima da realidade. Mas precisei de um tempo a mais de vida para entender que ‘superar’ não é algo que eu faço, é algo que acontece depois que eu me coloco para atravessar.
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S05EP211 - Paciência e autocompaixão: estamos em obras!
“Poderia falar sobre se sentir estagnado na vida? Eu vou fazer aniversário mês que vem, 33 anos, terminei recentemente um noivado, ainda moro com a minha mãe. Embora o nosso relacionamento seja incrível, meu sonho é morar sozinha. Resolvi investir num negócio assim que me formei e a instabilidade financeira deixa tudo muito difícil”
Recebi essa mensagem de uma amiga de bar. Deixei ecoar por dias essa pergunta até que me senti pronta para gravar esse episódio.
Te encontro amanhã na nossa mesa de bar, cê vem?
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[Vídeo] #15 - Me vê dois copos? - Insegurança: jogar a âncora para dentro
Nenhuma aprovação externa vai ser suficiente se eu não concordar com ela, assim como nenhuma desaprovação pode ser tão destrutiva, quanto é quando eu concordo com ela.
É sobre insegurança o “Me vê dois Copos” da vez. Episódio na íntegra no @spotify Cê vem?
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S05EP210 - Descansar pra não desistir do que importa
A gente tava nos últimos dias de um trabalho que tinha durado um ano inteiro e pro qual eu tinha me dedicado muito. Mas ali, nas últimas semanas, eu não aguentava mais pensar naquilo, nem ver aquilo, nem opinar sobre aquilo. Eu só queria, muito, que aquilo terminasse, então eu fiz uma coisa que eu nunca tinha feito nos onze meses anteriores, eu disse: “tanto faz” para uma decisão que mudaria o rumo de tudo que eu tinha construído até ali.
Na época, eu ainda não tinha construído pra mim uma imagem mental que me ajuda a não desistir, quando tudo o que eu preciso é descansar. Mas a vida é cíclica e, anos depois dessa cena, algo parecido aconteceu de novo. Eu estava quase abandonando algo muito precioso quando a imagem de uma gangorra veio na minha cabeça. Eu encontrei um novo jeito e entendi o que era preciso fazer.
É sobre lembrar de descansar, sem abandonar os nossos sonhos, o episódio dessa semana. Cê bem?
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Episódios citados:
Nomeie os seus incômodos
Quando acaba a coragem
Filme: Nyad (Netflix)
S05EP209 - Ansiedade, autocuidado e generosidade
É a história de um elefante que aparece no meio da cidade. Ninguém nunca
viu um elefante nesse lugar e o boato que tem um animal grande por ali
se espalha e chega na casa de uma menina que é muito curiosa. Ela vai até
lá, olha o animal, e quando chega em casa diz: 'ele tem uma barriga muito grande'.
O vizinho dela faz a mesma coisa e quando chega em casa diz: 'ele tem a pata muito grande'.
Duas ruas acima, uma senhora vai lá e constata: 'ele tem um rabo muito grande'.
Todo mundo viu o mesmo animal, mas cada pessoa viu um pedaço diferente dele. Meu processo de entender, acolher e cuidar da minha ansiedade se parece com isso. Com uma única diferença: eu sou todas essas pessoas, a depender da fase da vida, olhando e reconhecendo mais uma parte
desse bicho muito grande.
Nessa fase, nesse episódio, eu te conto mais uma parte dessa minha compreensão que passa por reconhecer a ansiedade e depois mergulhar num processo de autocuidado e generosidade.
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S05EP208 - Mas essa é minha história
Eu estava conversando com um rapaz sobre
um livro que ele tinha lido e que quase
todo mundo no meu ciclo leu também. Ele
me dizia que tinha amado e me perguntou:
você leu?" Eu disse que era o próximo que
eu leria.
Então ele falou: "tem gente que
ama e tem gente que odeia. Quem não gosta,
não gosta do final. Eu amo porque,
sobretudo, eu entendo que aquela história é
a história daquela autora. E eu acho que ela
só podia tomar as decisões que eram dela,
não as que eu achava que ela tinha que tomar."
Essa conversa colou no meu corpo e me levou
pela mão para sete anos atrás quando algo
parecido aconteceu comigo.
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Trilha sonora: The Wind - Cat Stevens
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S05EP207 - O que a inveja me ensinou
“Como lidar com a sensação de que todo mundo está avançando menos você? No fim, como lidar com a inveja?”
Dia desses uma amiga nossa de bar me fez essa pergunta. E entre todas as que eu recebi nos últimos tempos foi a que eu mais gostei.
Eu gosto de falar de inveja. Acho um sentimento genuíno, verdadeiro e que ensina muito quem quer aprender de si.
É uma pena, só, que a gente pare na vergonha e na culpa de sentir. É uma pena que a gente tenha tanto medo dele.
Reconhecer a inveja pode ser um caminho pra encontrar várias coisas escondidas dentro da gente. Há caminhos que surgem nesse momento. Não que não seja desconfortável, mas não qje não seja libertador também.
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[Vídeo] #13 Algo acontece quando você começa - Me vê dois copos?
É a história de uma mulher que, em determinado momento da vida, decide tentar realizar o sonho de ser musicista. A irmã dela, vendo esse movimento, pergunta: "mas e se você não conseguir tirar nada disso? E se o sucesso nunca vier? E se você passar a vida tentando e nada acontecer?" No que ela responde: "se você não consegue perceber o que eu já estou tirando disso nenhuma explicação será suficiente."
Há algo que acontece antes do acontecimento visível. Há algo que se transforma antes do resultado concreto. Há algo que cresce antes do fim. E esse algo importa tanto quanto a própria coisa.
O 'Me vê dois Copos' é um quadro em vídeo do 'Para dar Nome às Coisas'. Assista ou ouça inteirinho no @spotify
edição e captação de imagem @amandafogaca texto @natyops
o diálogo acima é do livro 'A grande magia' da Elizabeth Gilbert
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Teaser episódio
S05EP206 - Nomeie, ritualize e recomece
Eram duas pessoas sentadas numa muretinha de uma cidade praiana. Uma delas dizia que tinha terminado uma relação há algum tempo, mas ainda não conseguia fechar a porta. Aquela que existia do lado de dentro.
O amigo, depois de escutar a história, tirava um bloco de notas do bolso e pedia para ela escrever tudo que estava difícil de deixar pra trás. Ela fazia. Então eles iam para casa de um deles e colocava fogo no papel. Era um ritual de despedida.
Lembro de ver essa cena e primeiro achar bonito e significativo. Depois de alguns anos achar raso e superficial, porque ninguém desapega por queimar um papel. E por último achar que aquilo era a representação de um primeiro passo.
Ritualizar não muda o cenário, mas muda a intenção. Muda a clareza. Eu não percebi isso vendo o filme, mas ouvindo a minha intuição que um dia - anos mais tarde - disse: “escreve uma carta e guarda no fundo da gaveta. Só abre se isso que você teme
acontecer.” Naquele dia levantei do sofá com coragem.
edição @valdersouza1 identidade visual @amandafogaca texto @natyops
S05EP205 - Fins de ciclo, apego e se permitir sentir
Eu lembro da sensação de fugir do que eu tava sentindo, porque eu tinha um medo enorme de nunca mais conseguir sair daquele lugar.
Corta para anos depois, e eu tô ali percebendo que, paradoxalmente, a coisa só passou quando eu fui ao encontro daqueles sentimentos, quando eu os escutei, quando eu entendi o que meu corpo tava dizendo e quando eu dimensionei o que era. Quando eu dei o devido tamanho.
De tudo ficou o aprendizado que às vezes a gente foge das coisas porque acha que elas não vão passar. Vão. A vida é ciclo. A gente é ciclo. E passar por momentos ruins, não significa que a gente vai ter que morar lá. Não mesmo.
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[Vídeo] #12 Isso é um problema seu? - Me vê dois copos?
“Não é problema meu.” Isso é uma coisa que eu tenho treinado dizer o tempo todo pra mim mesma, depois de me pegar várias vezes engajando em coisas que não fazem sentido algum no fim do dia. Sabe?
Ah o que o outro disse, o que ela fez, o que fulano mostrou, aquela notícia medonha, aquela história bizarra, aquela conta no tik tok. Tanta coisa que não é problema meu, mas que eu tô lá dando minha energia, sem consciência e autonomia, e no final não sobra pros assuntos do meu cercadinho, que realmente importam, sabe?
Ando treinando essa frase de saída: “não é problema meu”, para sobrar tempo e energia pro que é.
Te vejo no “Me vê dois copos?” quadro em vídeo do podcast no @spotify
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S05EP204 - Frustração, expectativa e fantasia
Recentemente, uma amiga nossa de bar me perguntou se tinha algum episódio sobre sobre criar expectativas. Ela, na verdade, me dizia que era uma pessoa que criava expectativas demais e que achava isso nem sempre bom. Respondi para ela que não lembrava de ter gravado algo nesse sentido, trocamos algumas mensagens sobre esse assunto, e levantei do sofá para fazer arroz.
Acontece que na hora que o alho e cebola se juntaram no fundo da panela quente, meu corpo me transportou para os domingos dos anos 90 na casa dos meus pais. Quando minha mãe cozinhava demorado e eu ficava vidrada na frente da tevê, esperando o momento em que o Gugu, apresentador do programa da época, ia fazer aquela gincana que sempre terminava com um caminhão de brinquedos estacionado na frente do portão da pessoa.
Eu sonhava que um dia isso ia acontecer lá em casa. Sonhava que um dia seria comigo. Mas nunca foi, porque eu nunca mandei a carta me inscrevendo. Ele não sabia quem eu era, eu nunca me apresentei, não tinha fio nenhum me conectando aquela possibilidade. Era só uma fantasia. E passou. Até que essa memória voltou, quando eu pensava sobre aquela mensagem que tinha chegado mais cedo e me ajudou a lembrar que é fundamental diferenciar expectativa de fantasia para gente poder se movimentar e esperar coisas boas em paz.
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S05EP203 - A vida além do extraordinário
Dia desses eu tava lembrando de uma coisa que sempre acontecia na casa de uma amiga na adolescência. Sempre que ela ia sair e colocava uma roupa bonita, a mãe dela enfiava a mão dentro de uma gaveta da cômoda da sala e tirava de lá uma máquina de fotografar analógica.
Ela pedia para minha amiga se posicionar no meio da sala e tirava uma foto, porque sabia que aquele momento era, em alguma medida, um momento especial. Um momento extraordinário. Um momento que não acontecia sempre.
Anos depois, enquanto eu organizava meu guarda-roupa num sábado a noite, enquanto o bar da rua apelava com uma playlist maravilhosa, eu lembrei dessa história. E sei que lembrei porque uma parte em mim tava sentindo que tinha algo de errado com meu fim de semana. Alguma coisa errada em estar no chão, dobrando roupas, e não enfiada em alguma festa muito legal.
Foi, no entanto, uma sensação que durou pouco. Porque logo lembrei da minha amiga. Lembrei daquele hábito dela de se deixar fotografar num dia que era extraordinário porque logo depois viriam dias muito comuns. Lembrei, junto com isso, de como é feita a vida: extraordinária um tanto mas infinitamente mais cotidiana do que extraordinária. E fiquei em paz com a realidade e com essa liberdade de não precisar lutar contra isso.
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Livro/tarô citado: Palavra de Criança (Patricia Gebrim)
[Vídeo] #11 Inteireza: permitir ser em tudo que sou - Me vê dois copos?
Dias desses, saí para tomar uma cerveja com alguns amigos uma pergunta começou rolar na mesa: “o que é inteireza para você?” Não lembro do que respondi na hora, mas se fosse hoje, certamente responderia: inteireza para mim é me permitir ser em tudo que eu sou. Me deixar ser ridícula, não admirável, tosca. Não precisa negar de mim
parte alguma.
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S05EP202 - Autoconhecimento 3 aprendizados recentes
No começo do ano, durante uma viagem de férias, eu descobri que eu amo coentro. Quero dizer, eu passei a vida inteira amando coentro, mas sem saber que o nome daquilo que eu gostava era, de fato, coentro. Fato é que eu voltei da viagem e passei a comprar coentro em quase toda minha ida ao hortifruti. E isso que poderia ser só uma experiência gastronômica, acabou virando muito mais do que isso, porque me lembrou que nomear as coisas não muda as coisas, mas muda o jeito que a gente pode se aproximar ou se afastar das coisas.
Enquanto eu não sabia o nome daquilo que eu gostava, eu não podia comprar aquilo. Ou pedir aquilo. Ou me aproximar daquilo. Ou falar: “coloca mais”. O contrário também vale, também é verdadeiro, quantos pratos a gente joga fora ou quantas experiências que poderiam ser boas se tornam ruins porque a gente não sabe o nome do que incomoda, do que faz mal? Nomear é importante não para definir, mas para libertar.
É por aí que vai a nossa mesa de bar, nessa quarta-feira, no @spotify Cê vem?
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S05EP201 - Coragem, vulnerabilidade e desconforto
Esses dias, depois de viver uma situação em que eu topei a vulnerabilidade de peito aberto, meu inconsciente trouxe a imagem do sofá branco que tinha lá em casa. Por anos ele foi um sonho da minha mãe. Daqueles que ela ficava olhando nas revistas de móvel, enquanto juntava dinheiro pra um dia, quem sabe, ter um igual.
Um dia esse grande dia chegou. Ela conseguiu entrar na loja e trazer o sofá branco para casa. Mas assim que ela segurou a porta pro montador colocar ele no meio da sala, o medo de manchar, de estragar, de perder o sofá sentou ali, com a gente, junto. Ao realizar o sonho, ao se abrir para aquela felicidade, ela também se abriu para a vida do jeito que ela é - um tanto incontrolável. E topou isso, porque minha mãe era dessas.
Mas passados anos dessa memória, fiquei pensando nesse cruzamento de informações e imagens - de sofá e vulnerabilidade - que o meu inconsciente estava trazendo ao passo que eu pensava se tinha valido a pena, mesmo, assumir meu peito aberto naquele dia.
Até que entendi: não existe felicidade sem vulnerabilidade. Viver aberto é ter algum nível de desconforto. Algum nível de risco. Abrir mão disso, é abrir mão, em alguma medida, da gente também. Era o que eu não queria. Fiz, então, o que eu precisava.
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[VÍDEO] #10 Calma e generosidade ao olhar para dentro - Me vê dois copos?
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”. Eu gosto muito dessa frase da Clarice Lispector. E gosto, porque ela me lembra uma conversa que eu tive com o meu sogro dias atrás sobre hortas. Sobre o processo de ter calma e generosidade ao olhar para as coisas, ao olhar para dentro, antes de decidir jogar fora. Antes de excluir o que nos disseram ser ruim. Qualidades e defeitos, muitas vezes, são a face de uma mesma moeda. E não coisas opostas. E é preciso atenção para não jogar tudo fora.
Me vê dois Copos é um quadro do Para dar Nome às Coisas, em vídeo, a cada quinze dias. Os episódios tradicionais de quarta-feira seguem sendo publicados semanalmente, as quartas-feiras.
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S05EP200 - Quando não sei como me encontrar
“Sabe quando a gente sente que se perdeu tanto de si que já não
sabe como voltar, ao que voltar? Quando chegamos naquele ponto do
processo em que entendemos que temos que voltar para nós, que é
impossível ser feliz fora, mas a gente não sabe mais quem foi, quem é?”
Semana passada eu recebi essa mensagem de uma pessoa que senta aqui na nossa mesa de bar. E a minha resposta para ela foi: já, já passei por isso. Nesse episódio 200 do “Para dar Nome às Coisas” eu te conto das vezes que eu me perdi e das minhas tentativas de me encontrar.
nessa quarta no @spotify
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S05EP199 - Controle, desejo e autoconhecimento
Eu estava esperando meu café chegar, quando uma cena na mesa da frente me chamou a atenção. Duas pessoas, que pareciam irmãos, estavam dividindo
um petit gateau. Perto de acabar o doce, uma das pessoas disse: "você sempre pega um pedaço grande quando o bolo tá no fim". No que o outro responde: "no lugar de me vigiar, pega um pedaço grande você também, ué". O que era quase a mesma coisa do que dizer: para de controlar o meu desejo e vai realizar o seu.
Documentário citado: "Eu maior" - tem disponível no Youtube
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[VÍDEO] #09 Dor, términos e o recomeçar - Me vê dois copos?
Eu acho que o processo de dor é parecido com um quarto escuro, quando você tá num quarto escuro, o escuro suga tudo. Você não consegue ver a bola de basquete que te lembra o quanto você ama jogar, nem consegue enxergar o porta-retrato que te lembra o quanto você é amado. De repente tudo é dor. E escuro.
Mas o escuro, e a dor, não duram para sempre. Porque a cura é tipo um quarto que amanhece gradativamente. Vai entrando luz e alívio devagar e aos poucos, até que a gente se sente pronto pra mudar daquele lugar - dentro e fora.
É por aí que vai esse episódio do “Me vê dois Copos” - um quadro em vídeo e sem roteiro do “Para dar Nome às Coisas”.
S05EP198 - Amor, encontro e solitude
A gente vem de uma construção e de uma narrativa histórica que vende o amor e as relações como um encontro entre duas almas que se completam.
E aí dentro dessa narrativa não existe solitude, não existe eu casal e eu sozinha, você casal e você sozinho, porque tudo o que eu preciso eu encontro em você, e tudo que você precisa você encontra em mim.
E aí acho que o amor começa quando a gente sai dessa idealização. Sai dessa ideia irreal de completude. E vê o outro. E vê a gente. E vê o encontro como aquilo que é suficientemente bom, apesar do que falta. Porque vai faltar.
Me parece que é só saindo da lógica da completude que dá pra pensar no amor, no encontro e na solitude assim - junto. E, portanto, a gente também.
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S05EP197 - Respeite o seu cansaço
É fácil não reconhecer e não validar nossos cansaços nos tempos atuais, porque nos tempos atuais a gente se sente cada vez mais devendo. A gente sente que tá sempre falhando em alguma coisa. E se a gente tá o tempo todo com a sensação de que tá falhando em alguma coisa, de que a gente podia tá fazendo mais, ou que alguma coisa ficou pra traz, descansar parece imerecido. E aí vira um ciclo vicioso, porque se eu sinto que eu tô sempre devendo, eu tô sempre olhando pro que falta, e como meu olhar tá na dívida, eu me desconecto completamente do que eu já fiz e, portanto, não valido e nem reconheço o meu cansaço. E aí é isso, apagão. Contra essa lógica, uma das coisas que o meu corpo mais tenta me mostrar nos últimos anos é que: se tem cansaço, tem um histórico. Melhor ouvir.
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[VÍDEO] #08 Aceitar o seu lugar na vida - Me vê dois copos?
“Em bons roteiros, em boas histórias, o personagem principal parte rumo a um lugar em que ele, finalmente, se torna o personagem principal da própria história”. Ouvi essa frase esses dias. Nesse episódio, te conto como ela me bateu e como me levou para uma reflexão sobre alguns aspectos da minha própria vida.
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S05EP196 - Qual é o teu desejo?
A Juliana acha que as pessoas sempre gostam dela por um fio, por um triz, por um descuido. Ela tem a sensação ser ligada às pessoas por uma espécie de um laço de cetim que, a qualquer momento, pode se desfazer.
Ela não vai ter essa sensação para sempre, depois de um tempo ela vai mergulhar num processo de autoconhecimento profundo, que nada mais é do que se abrir pra vida e pra as experiências se fazendo perguntas, tolerando a busca por respostas e sendo honesta consigo. E isso vai mudar. Essa sensação do laço de cetim vai mudar.
Mas por enquanto a gente tá naquela sala dos anos 90. E guiada por um desejo inconsciente, ela vai fazer uma coisa que ela só vai entender, de verdade, anos mais tarde.
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S05EP195 - Você tem tempo para viver?
Era um lambe grudado na parede. um entre vários, mas meu olhar parou ali. ele era todo branco com um figura no meio e uma pergunta: tem tempo para viver?
Na época eu trabalhava demais, sempre correndo de um lado pro outro, e achei que era sobre isso aquela pergunta. Respondi do jeito que pude e segui vivendo. Mas hoje sei que não. Na verdade, naquela época mesmo, eu já estava construindo uma outra resposta.
Te conto o fim dessa história no episódio dessa quarta no @spotifybrasil cê vem?
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[VÍDEO] #07 Antídoto pro apego - Me vê dois copos?
“ninguém rouba aquilo que você viveu.” A primeira vez que vi essa frase foi numa tatuagem no braço de uma colega de profissão. Anos depois ela virou um antídoto pro meu apego.
Chegou mais um episódio do Me Vê dois Copos? Um quadro do Para dar Nome às Coisas exclusivo pro Spotify.
imagem e captação: @amandafogaca
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