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By Podcast Archai

Podcast da Cátedra UNESCO Archai sobre as Origens Plurais do Pensamento Ocidental - Universidade de Brasília
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3. Heráclito

Podcast ArchaiSep 18, 2020

00:00
36:23
86. Héracles

86. Héracles

Cristina Franciscato (USP) relembra o ciclo percorrido até os estudos clássicos e conta sua trajetória acadêmica. Em seguida, comenta como surgiu o “Canto das Musas” - um canal com mais de 7 mil seguidores - e antecipa para nós os próximos planos. Por fim, narra sua atuação como professora durante viagens para a Grécia. No segundo bloco, Cristina Franciscato nos apresenta a personagem Héracles, a partir do  nascimento deste herói. Destaca as fontes mais antigas a respeito dos 12 trabalhos de Héracles; explica as variações do mito e analisa a loucura de Héracles. Por fim, comenta a experiência de traduzir o Héracles, de Eurípides e partilha conosco a sua leitura desta tragédia.

Mar 01, 202435:40
85. Xenofonte

85. Xenofonte

Lucia Sano (Unifesp) relembra sua trajetória acadêmica nas Letras Clássicas até chegar a Xenofonte. Em seguida, conta para nós como foi ser finalista em um dos prêmios mais importantes do país - Prêmio Jabuti-  e como foi traduzir Xenofonte.  Por fim, comenta sobre o projeto de extensão Interlúdios Clássicos. No segundo momento deste episódio, Lucia Sano nos apresenta a personagem Xenofonte, conhecido por ter sido um pupilo do Sócrates. Explica o porquê de Xenofonte ser considerado um autor menos prestigiado do que Platão e Tucídides, apesar de também ter escrito sobre Sócrates e a Guerra do Peloponeso. Por fim, ressalta ser extensa a obra de Xenofonte (14 textos) e comenta sobre os temas que figuram na Anábase; Ciropédia e Helênicas. Analisa que Xenofonte preocupa-se com as relações humanas e a aplicação prática.

Sep 08, 202331:60
84. Neera
Aug 18, 202339:49
83. Apolônio Díscolo

83. Apolônio Díscolo

Fábio Fortes (UFJF) narra sua trajetória nos Estudos Clássicos que começou com o interesse pelo Latim. Em seguida, fala sobre o projeto "Letras Clássicas na Escola: Latim, Cultura Clássica e Ensino​​". Comenta sobre a importância da interface com a Educação Básica e analisa o espaço dos Estudos Clássicos nas escolas. No segundo bloco, apresenta a personagem Apolônio Díscolo: um gramático de Alexandria que viveu no séc II d.C. Ele teria escrito mais de 30 tratados gramaticais dos quais apenas 4 chegaram aos nossos dias. Conta sobre o epíteto Díscolo. Explica a gramática antiga e demonstra que a obra de Apolônio tem um caráter ao mesmo tempo descritivo e prescritivo: na medida em que o gramático/filólogo se debruça sobre a materialização de textos existentes e conhecidos em sua época, a partir desta pluralidade e diversidade de lições, textos e autores, Apolônio Díscolo propõe um modelo teórico unificante, a partir do qual, cria uma norma, sobretudo para quem está trabalhando com edições de textos grego. Comenta sobre a obra "Perì syntáxeos", uma síntese entre duas tradições de reflexão sobre a linguagem: a filológica e a lógica. Por fim, relaciona os fundamentos conceituais das gramáticas atuais com as antigas e mostra que temas como variação linguística e dialetos já estavam presentes.

Aug 04, 202329:17
82. Flautista do Banquete

82. Flautista do Banquete

Vicente Brazil (UECE) conta para nós a sua trajetória acadêmica até a filosofia antiga, comenta as pesquisas realizadas junto com a professora Maria Aparecida de Paiva Montenegro. Destaca a importância dos cursos de extensão de grego, ofertados aos sábados, pela professora Ana Maria César Pompeu e pelo professor Orlando Araújo, na UFC. Analisa os avanços a respeito do ensino de filosofia, relembra a atuação enquanto professor de filosofia na Educação Básica e a presença da filosofia nas avaliações externas.  No segundo bloco deste episódio, Vicente Brazil nos apresenta a personagem Flautista, do Banquete de Platão. Explica o porquê de a flautista não ser exatamente uma instrumentista de flauta, mas de um aulo. Interpreta os dois momentos em que a flautista aparece no Banquete: primeiro sendo retirada do ambiente e depois o seu retorno, apoiando Alcibíades. Por fim, demonstra que o feminino atravessa todo o contexto da obra e analisa que há outro personagem no Banquete que também é chamado de flautista, Sócrates, que encantava apenas com as palavras.

Jul 21, 202337:13
81. Fedro

81. Fedro

Patricia Lucchesi (UFMG/UFU) conta-nos sua trajetória que começou na área da saúde; passou pelo curso de Letras (e Grego) e alcançou a Filosofia no Mestrado e Doutorado. Em seguida, explica como surgiu o projeto cultural "Estação Filosofia" e destaca a importância da extensão e do compromisso social. Comenta sobre o recém-lançado "A Performance da Psicagogia no Fedro de Platão" e os temas centrais discutidos no livro. Na segunda parte deste episódio, Patricia Lucchesi apresenta a personagem Fedro. Salienta a dificuldade de precisar este personagem como histórico. Fedro seria do demo Myrrhinos e aparece, além do diálogo homônimo, em Protágoras; Mênon e Banquete. Patricia Lucchesi destaca os contextos em que Fedro aparece nos diálogos de Platão e relaciona o nome da personagem com o tema do diálogo. Junto de Monique Dixsaut, Patricia Lucchesi considera a alma, em Platão, uma espécie de ponto de convergência que vai unir a perspectiva epistemológica, ontológica, metafísica e política. Em seguida, relaciona a persuasão retórica e a psicagogia filosófica, no Fedro.

Jul 07, 202327:02
80. Ártemis

80. Ártemis

Juliana da Hora (UNISA) conta para nós sua trajetória interdisciplinar e como foi o caminho até a arqueologia, a partir das Letras. Em seguida, explica a relação entre os estudos do feminino e os projetos de extensão, voltados para pensar o presente.  No segundo bloco, Juliana nos apresenta a personagem Ártemis. Divindade múltipla, desde a origem, está no limiar entre o selvagem e o mundo civilizado. Ártemis está relacionada às mulheres nas várias esferas de suas vidas: rito de iniciação; rito de passagem da menina para a mulher; protetora das gestantes e no momento do parto. Divindade de muitos atributos, sua representação pode ser reconhecida por meio da vestimenta; aspecto da caça, ligada a animais ou representações apotropaicas. A representação de Ártemis, na materialidade, pode ser encontrada em epigrafias, inscrições, vasos, objetos encontrados em locais de oferendas votivas, em santuários, nos elementos imagéticos, representações iconográficas e em figuras de terracota. Por fim, Juliana da Hora explica a relação entre Ártemis e Hécate.

Jun 23, 202325:19
79. Euclides

79. Euclides

César Mathias de Alencar (UNIFAP) conta os caminhos que trilhou até chegar na filosofia. Explica a origem do grupo de pesquisa "Diálogo e Ação Humana", as atividades desse grupo e sobre os projetos de extensão. No segundo bloco deste episódio, César Mathias de Alencar nos apresenta a personagem Euclides de Mégara e o que se sabe sobre seus escritos. Explica sobre o qualificativo "socráticos menores", que parece ser depreciativo, mas decorre da quantidade de material. Analisa a possibilidade de Euclides ser um dos socráticos maiores. Conta a anedota de que Euclides, por conta do banimento de megarenses em Atenas, se vestia de mulher e entrava na cidade para ouvir Sócrates falar. Fazia de tudo para conviver com Sócrates. César comenta a relação entre a vida e a obra, a partir de testemunhos, fragmentos, fontes secundárias, textos que trazem intertextualidade e a preocupação com o âmbito anedotário. Por fim, aponta o surgimento dos diálogos socráticos, como um constante exercício de rememoração, ao transformar a oralidade da dialética socrática em texto.

Jun 09, 202328:14
78. Alcibíades

78. Alcibíades

Guilherme Moerbeck (UERJ/UQAM) conta como surgiu o interesse pela História Antiga, a partir de uma interpretação aristofânica. Explica seu percurso e a dinâmica de que “a pesquisa nos escolhe”, ao falar sobre sua pesquisa em ensino de História Antiga e a fronteira com várias áreas de conhecimento: Filologia; Antropologia e Educação. Fala sobre o Didaskō - Grupo de Estudos em Ensino de História Antiga. Pondera sobre o que já avançou e precisa ser aprimorado no ensino desta disciplina no Brasil. No segundo bloco deste episódio, Moerbeck nos apresenta a personagem Alcibíades, figura intrigante da elite ateniense da segunda metade do séc. V AEC.Filho de Clínias e Dinômaca, Alcibíades foi educado por um pedagogo, na casa de Péricles. Guilherme Moerbeck explica a construção da ideia do homem excepcional e os grandes atos heróicos. Enquanto descreve esta figura ambivalente, cita as fontes históricas e literárias nas quais é possível ter acesso à história de Alcibíades. Por fim, recomenda aos interessados fontes e cuidados, no sentido de perceber a diversidade de retratos a partir da amplitude de autores que falam a respeito dessa personagem.

May 26, 202340:58
77. Protágoras

77. Protágoras

Maicon Reus Engler (UFPR) conta-nos sobre a sua história, relembra os professores e a sua trajetória até a filosofia. Fala sobre as experiências pedagógicas; comenta sobre a EAD e o ensino de filosofia. Opina sobre as atuais ferramentas de inteligência artificial para produção de textos e o que há de diferente entre a inteligência humana e artificial, destacando a sistematização de Topoi e Tropos de linguagem. No segundo bloco deste episódio, Engler nos apresenta Protágoras, um sofista que existiu de fato, além de ter sido caracterizado no homônimo diálogo de Platão. Explica as teses de Protágoras; analisa os fragmentos e a fama por dar forma ao relativismo e subjetivismo. Exemplifica a antilogia, a erística e o papel de Protágoras dentro da história da sofística. Destaca a inovação de Protágoras, ao fazer um estudo da linguagem e gramática. Comenta sobre o processo; os livros queimados e a morte de Protágoras. Por fim, demonstra a importância e relevância de se estudar a sofística e a retórica nos dias de hoje.

May 12, 202326:09
76. Mia

76. Mia

Gislene Vale dos Santos (UFBA) conta para nós as suas experiências e vivências na trajetória em filosofia antiga. Fala sobre ser mulher e filósofa; explica como surgiu o interesse em trabalhar com o pensamento das filósofas antigas. No segundo bloco, Gislene nos apresenta a personagem Mia, a filósofa. Filha de Teano e Pitágoras, nascida em Crotona, no séc V a.C., Mia fez parte do círculo de Pitágoras. Gislene dos Santos comenta e analisa como uma carta atribuída à Mia, endereçada a uma amiga que acabou de ser mãe, contribui para a compreensão do pensamento filosófico de Mia: filosofia, misticismo, matemática, ambiente doméstico, ambiente cósmico, pensar seu tempo e sua condição como mulher. Tudo isto aparece nesta carta: equilíbrio, trilha de formação de valores, um universo formativo. Gislene chama a atenção para o fato de que o ambiente doméstico é também filosófico. Sobre as fontes, comenta sobre a Epistolografia e um conjunto de cartas e fragmentos das autoras do circuito pitagórico. Estabelece conexões sobre o fato de haver diversas mulheres pitagóricas na tradição antiga com uma característica especial neste movimento filosófico. Finaliza destacando a importância de trabalhar com o pensamento destas autoras, nos dias de hoje.

Apr 28, 202335:20
75. Eurípides

75. Eurípides

Fernando Brandão dos Santos (UNESP-Araraquara) conta sua trajetória acadêmica e como se interessou pelo grego e teatro grego. Em seguida, comenta como foi trabalhar na confecção do Dicionário Grego-Português - no Brasil- e como este projeto evoluiu ao longo do anos. Por fim, fala sobre o nascimento e as atividades do Grupo de leituras dramáticas Giz-en-Scène. Na segunda parte deste episódio, Fernando apresenta a personagem Eurípides, um dos grandes tragediógrafos da Grécia Antiga. Demonstra como gosta de pensar a obra de Eurípides: o modo de compor a personagem; quem seria o herói trágico; como revela as paixões humanas e a tensão dramática explorada ao máximo. Analisa e mostra como se dá um dos elementos que mais encantam em Eurípides: a maneira pela qual ele registra os estados de alma das personagens. Comenta também sobre Eurípides ser considerado o menos religioso dos tragediógrafos e misógino. Finaliza com uma reflexão sobre a recepção moderna de suas obras.

Apr 14, 202328:53
74. Aquiles

74. Aquiles

Christian Werner (USP) narra as motivações e sua trajetória até o grego clássico. Em seguida, comenta sobre as suas traduções e como elas estão interligadas ao seu percurso acadêmico. Por fim, fala sobre o grupo de pesquisa e os projetos atuais. No segundo bloco deste episódio, Christian apresenta a personagem Aquiles, na tradição da guerra de Troia e no contexto da Ilíada e da Odisseia. Filho de Tétis (deusa marítima) e Peleu (herói), Aquiles é um dos grandes heróis que participa da guerra de Troia, mas que nem sempre está associado ao juramento feito em ocasião do casamento de Helena; um dos poucos grandes heróis gregos que morre (jovem) em Troia. Explica sobre o tornozelo de Aquiles. Cita passagens emblemáticas da Ilíada: as armas de Aquiles; o escudo feito por Hefesto; o grande amigo Pátroclo; a relação intensa entre os dois heróis; o luto; e da Odisseia: o diálogo entre Odisseu e Aquiles, no Hades. Werner compara como Aquiles é representado em cada poema e analisa Aquiles como um herói em busca da figura paterna. Personagens como Agamêmnon, Nestor, Fênix, Pátroclo, e até mesmo a deusa Atena, tentam ocupar este espaço. No último canto da Ilíada, Aquiles encontra a figura paterna em Príamo, o pai de Heitor. Por fim, Christian Werner tece comentários  sobre a recepção.

Mar 31, 202335:47
73. Possidônio de Apameia

73. Possidônio de Apameia

 

Mar 17, 202333:18
72. Nous

72. Nous

Celso de Oliveira Vieira (RUB) rememora seu caminho até os Estudos Clássicos: Letras; Literatura; Filosofia e como estas conexões refletem no seu trabalho. Em seguida, conta sobre a experiência no pós-doutorado, no exterior. Celso explica como surgiu o "Projeto Educacional Ninho" e descreve as oficinas pedagógicas e filosóficas que fazem parte deste projeto social. Na segunda parte deste episódio, Celso Vieira define e explica a noção polissêmica de Nous, o intelecto. Posteriormente, explora as peculiaridades a partir de contraposições: percepção/emoções; parte racional da alma/parte mais emotiva, em Platão; capacidade intuitiva/ conhecimento demonstrativo, em Aristóteles. Demonstra como o Nous aparece na poesia épica, em Homero, de forma imediata, como na passagem em que Menelau encontra Páris no campo de batalha ou demonstrativo, como quando Odisseu vai contar o plano para convencer Aquiles a voltar para guerra. Apresenta a diferença quando o Nous é retratado na poesia lírica e cita passagens de Teógnis. Por fim, analisa o papel  de intersubjetividade do Nous na filosofia pré-socrática, a partir de um fragmento de Heráclito e argumentos de Parmênides. Diferentes contextos moldando uma percepção.

Mar 03, 202336:10
71. Manílio

71. Manílio

 Marcelo Vieira Fernandes (USP) conta como chegou aos Estudos Clássicos, a partir do interesse pela Língua Latina, relembra o tempo da faculdade e sua experiência como bolsista da Fondation Hardt. Explica as transformações do projeto PLUSP, os conteúdos e banco de questões disponíveis no Moodle. Na segunda parte deste episódio, Marcelo  Fernandes nos apresenta a personagem Manílio, do séc I d.C. e sua obra Astronômicas. Dividida em cinco livros, o poema trata sobre: I. descrição do céu, fenômenos físicos e constelações ; II e III descrição das características dos signos masculinos e femininos; IV e V efeitos observados na vida humana como resultado da influência dos astros. Há um aspecto mitológico, ao estilo dos Catasterismos, de Eratóstenes, em Manílio, como pode ser observado na narrativa de Perseu e Andrômeda. Manílio pode ser visto como uma espécie de imitação/ emulação de Lucrécio e Virgílio, mas pode ser uma voz de resposta a tudo isto, a partir da convicção filosófica. Por fim, Marcelo comenta os desafios da leitura e tradução deste poema que não pode ser deixado de lado.

Dec 30, 202230:33
70. Tertuliano

70. Tertuliano

Alessandro Beccari (UNESP - Assis) conta seu percurso acadêmico e o que o atraiu para o Latim e Estudos Clássicos. Explica sobre o Mestrado Profissional, voltado para a prática docente, comenta acerca da aproximação dos estudos clássicos neste programa ao mencionar a disciplina Historiografia Linguística e a correlação entre as gramáticas e a tradição gramatical que remonta à Grécia Antiga. Por fim, conta sobre o Centro de Documentação em Historiografia Linguística e as possibilidades de pesquisa. Na segunda parte deste episódio, Alessandro nos apresenta a personagem Tertuliano a partir das fontes: Jerônimo (De Viris Illustribus) e Agostinho. Comenta sobre a obra de Tertuliano, o tratado De Anima, e como ele foi polemista e apologista. Explica o movimento Montanismo, também chamado de Nova Profecia, que aparece em Contra Marcião. Destaca a formação jurídica de Tertuliano e como as formas do discurso de Tertuliano são provenientes da retórica antiga, como pode ser visto em De spectaculis, visto que há argumentação lógica e psicológica. Alessandro Beccari exemplifica isto a partir da leitura de trechos de sua tradução. Em seguida, finaliza destacando a importância deste texto hoje.

Dec 16, 202227:56
69. Apolônio de Rodes

69. Apolônio de Rodes

Fernando Rodrigues Jr (USP) conta sua trajetória nas Letras Clássicas e apresenta o Grupo de Pesquisa Hellenistica, os eventos temáticos e as publicações. Comenta o que mudou no ensino de Letras Clássicas e contribuições para o futuro. Na segunda parte deste episódio, Fernando Rodrigues Jr apresenta a personagem Apolônio de Rodes, um dos principais poetas do período helenístico, e sua obra As Argonáuticas, poema épico organizado em 4 livros, focado na expedição dos argonautas. Os dois primeiros livros relatam a viagem de ida dos Argonautas da Grécia até a Cólquida; o livro 3 se passa na Cólquida e há o encontro entre Jasão e Medéia; o último é o livro do retorno. Explica que as três instâncias narrativas são marcadas por prefácios.Fernando Rodrigues Jr comenta sobre as traduções para o português d'As Argonáuticas, a relevância de estudar na contemporaneidade este texto de Apolônio e fala sobre as reminiscências, citando o exemplo da Eneida, de Virgílio que teria sido inspirada nas Argonáuticas de Apolônio. Reflete a influência de Homero a partir de aproximações e demonstra exemplos de elementos distintos. Fernando analisa que o nosso conhecimento da poesia épica antiga é fragmentado por conta da preservação lacunar dos textos. Por fim, elucida a suposta querela entre Apolônio e Calímaco.

Nov 25, 202238:37
68. Dioniso
Nov 11, 202246:00
67. Hipócrates

67. Hipócrates

Henrique Fortuna Cairus (UFRJ) conta como começou sua trajetória no mundo das Letras a partir do estudo de textos e da Poesia. Nunca poderia imaginar que fosse parar na área de Estudos Clássicos. Quando chegou na faculdade de Letras, se encantou tanto pelas línguas indígenas quanto pelos estudos clássicos. Mas foi a prova de Mestrado que selou o destino e foi preponderante em sua jornada. Henrique Cairus comenta ainda sobre a sinergia entre as línguas indígenas e as línguas clássicas e a pesquisa sobre "A natureza degenerante: o Brasil de Hipócrates". Relata sobre a história, os trabalhos e a dinâmica do Proaera. Analisa notadamente como estão os Estudos Clássicos no Brasil. Por fim, Henrique Cairus explica como o Grego Antigo está relacionado com sua atuação na Igreja Ortodoxa Grega. Na segunda parte deste episódio, Henrique Cairus nos apresenta o corpus hippocraticum, uma coletânea de sessenta textos. Explica a relação com a medicina e a ciência, o pensamento hipocrático sobre saúde e doença. Comenta sobre o impacto que as publicações e estudos modernos tem com a medicina contemporânea e o juramento de Hipócrates, como uma espécie de peça deontológica da medicina. Analisa a influência da medicina hipocrática para a questão da medicina no Brasil, a partir das leituras do séc. XVII. Por fim, conta uma anedota de bastidores sobre a publicação do livro best-seller. Imperdível.

Oct 28, 202237:33
66. Teodora de Bizâncio

66. Teodora de Bizâncio

Lyvia Vasconcelos (UFRN) conta como escolher História foi uma reflexão intuitiva e uma decisão feliz, visto que desde o primeiro momento na universidade, sempre foi algo que ela gostou de fazer. Em seguida, fala sobre o interesse pela museologia a partir de uma experiência em expedições na Turquia onde ela analisou a cultura material e relacionou com suas pesquisas anteriores sobre contextualizar objetos arqueológicos em museus. Lyvia Vasconcelos comenta sobre o contexto digital, o que significa apresentar um objeto material de uma forma virtual, como uma transferência e formas de pensar a museologia. No final da primeira parte deste episódio, Lyvia Vasconcelos reflete sobre o ensino de História Antiga e o desafio que envolve todo o sistema de ensino: repensar a forma como se ensina e aprende; vincular mediação de conhecimento em sala de aula; interação entre objeto e conhecimento. Na segunda parte deste podcast, Lyvia Vasconcelos nos apresenta a personagem Teodora de Bizâncio, uma mulher inspiradora, influente e constantemente recriada.Torna-se imperatriz de Bizâncio (527-548 d.C.) ao casar-se com o imperador Justiniano. As principais fontes sobre Teodora são o historiador bizantino Procópio de Cesareia e Miguel, o Sírio. Fontes contemporâneas ressaltam o caráter político e fontes tardias destacam o aspecto religioso. Após ressaltar a importância da Teodora nos estudos bizantinos, Lyvia Vasconcelos comenta sobre a recepção e como Teodora de Bizâncio aparece na Literatura, jogos, romances, teatro, filmes, fantasias e moda.

Oct 14, 202237:55
65. Filebo

65. Filebo

 Fernando Muniz (UFF) conta sua trajetória nas Letras Clássicas que começou com Filosofia, no auge dos "anos de chumbo". Comenta sua pesquisa sobre a questão do prazer e como isto influenciou sua Tradução de Filebo. Reflete a importância de existir uma tradução no vernáculo, por possibilitar vocabulário e formulação do problema na própria língua. Fernando Muniz explica como se deu o diálogo e a colaboração durante a tradução simultânea de Filebo, junto de George Rudebusch. Por fim, analisa como estão os estudos platônicos no Brasil. Na segunda parte deste Episódio, Fernando Muniz nos apresenta a personagem Filebo, que existe no mundo filebiano de Platão: é uma personagem inteiramente ficcional, não tem correspondente histórico. Explica que no drama filosófico tudo da personagem diz respeito à filosofia, ao considerar que encarna posições e atitudes filosóficas. O próprio nome indica uma conexão com a fruição do prazer que seria possível em uma juventude hedonista. Comenta sobre o título do Diálogo: enquanto dorme Filebo, o hedonismo radical dele está sendo substituído por um hedonismo filosófico, de Platão. Por fim, reflete sobre o sentido de ler Filebo e falar sobre Platão em nossos dias.

Sep 30, 202236:30
64. Apolo

64. Apolo

Lidiane Carderaro (MAE-USP) conta sua trajetória acadêmica multidisciplinar que começa com o curso de Letras e o Grego Antigo. Mas foi na especialização em Estudos Clássicos (UnB) que Lidiane vivenciou por completo este campo e ampliou sua pesquisa em dois Mestrados (ao mesmo tempo!) em Estudos Clássicos e História, ao analisar a iconografia clássica e estabelecer relação com a música, paixão antiga. Em seguida, no Doutorado, Carderaro estuda Arqueologia e expande sua pesquisa para 21 personagens que têm relação com a música e esta relação é expressa na cerâmica. Ao encerrar a primeira parte deste Podcast, ela comenta também sobre os desafios metodológicos ao transitar por diferentes áreas. Na segunda parte deste Episódio, Lidiane Carderaro nos apresenta a personagem Apolo, deus de muitos epítetos. Deus da música, das batalhas e protetor dos jovens, se mostra presente temporalmente e espacialmente em todos os locais que os gregos chegaram em sua expansão, por ser o deus da instituição de novas cidades. Lidiane explica as representações iconográficas de Apolo; as cerimônias com execução instrumental e coral; os festivais; os Jogos Délios - nos quais os vencedores eram coroados com palmeiras - e os Jogos Píticos - coroados com louro - tudo  em honra a Apolo. Carderaro finaliza sua fala com a relação de associação entre Apolo e as Musas e posteriormente com a relação de oposição entre Apolo e Dioniso.

Sep 23, 202228:53
63. Nefertiti

63. Nefertiti

Gisela Chapot (FSBRJ) conta para os ouvintes sua trajetória, atuação no Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional (Seshat) e como chegou aos estudos sobre Egito e Iconografia egípcia. Gisela Chapot comenta também sobre o impacto do incêndio no Museu Nacional e o trabalho feito pela equipe interdisciplinar de resgate e tratamento das coleções. Ao finalizar o primeiro bloco, Gisela Chapot descreve como foi sua experiência in loco no Projeto de Pesquisa e Conservação da Tumba de Neferhotep, missão arqueológica que atua no Vale dos Nobres, Lúxor. Na segunda parte deste episódio, a professora Gisela Chapot apresenta a personagem Nefertiti, uma mulher de grande protagonismo durante a Reforma de Amarna, mudança de capital e de indicações religiosas. Nefertiti, a grande esposa real, a mais bela, teve uma grande participação política, um templo dedicado a ela em Tebas e as filhas levaram o nome dela. Neste episódio, aprendemos sobre o papel, o protagonismo e as várias representações da Nefertiti, para além do famoso busto de Berlim.

Jun 03, 202236:54
62. Heliogábalo

62. Heliogábalo

 Semíramis Corsi (UFSM) conta para nós sua paixão por História a partir de uma forte influência da Mãe, a começar pelo nome. Filha de Pedagoga, Semíramis cresceu ouvindo muitas histórias, reais e fantasiosas, contadas pela Mãe. Seu avô sempre a levava para passear no cemitério da cidade, aos domingos, e ele ia contanto as histórias das pessoas que estavam enterradas ali. A tudo isto soma-se o gosto pela matéria escolar "História", na 5ª série. Cursar História foi uma forma de vivenciar a paixão pela docência e pela escrita. Semíramis Corsi destaca que a paixão pela História Antiga foi um percurso menos imediato, mas seu interesse por religiosidade e a participação em um minicurso sobre magia e poder na Roma Antiga foram decisivos em sua trajetória: pesquisou desde representações da magia e poder no Império Romano a partir da poesia de Horácio; até os filósofos Apuleio e Apolônio de Tiana. Semíramis fala também sobre o Podcast Diálogos Olimpianos que começou a ser produzido em 2020, por causa do isolamento social, como um material didático para os estudantes das disciplinas em que ela lecionava. Os primeiros episódios tratam de temas do Oriente Antigo e Religiosidade. Até agora somam-se 59 episódios com textos comentados, entrevistas e materiais sobre as pesquisas também dos seus orientandos. Semíramis Corsi analisa que Podcasts são instrumentos bons para divulgar conhecimento e que atinge um público amplo. Outro assunto muito aguardado que a Semíramis Corsi também comenta é sobre o grandioso projeto do Compêndio Histórico de Mulheres da Antiguidade, que será uma importantíssima contribuição para a temática de gênero no Brasil. O Compêndio terá 02 tomos sobre personagens femininas literárias e históricas. Na segunda parte deste episódio, Semíramis Corsi nos apresenta a personagem Heliogábalo, um jovem imperador, de origem siríaca, que governou Roma de 218-222, dos 14 aos 18 anos. As principais fontes são Dião Cássio e Herodiano. A historiografia tradicional representa-o com uma imagem negativa, por falta de moderação e uma vida hedonista. A imagem hiperbólica e exagerada de Heliogábalo por estas fontes senatoriais pode ser uma construção retórica, por causa do posicionamento político desses homens com a imagem que eles fazem de Heliogábalo. Há  questões de gênero envoltas nas representações textuais dele. Heliogábalo chegou ao poder a partir de uma linhagem matrilinear. Além disso, Heliogábalo é compararado a Dioniso, pela ambiguidade. As vestimentas bárbaras, tidas como femininas pelas fontes e os olhos pintados fizeram-no ser represetado com exotismo, como pode ser lido também na sátira III de Juvenal. Outro aspecto que foi visto de forma negativa pelas fontes senatoriais foram os casamentos de Heliogábalo: casou-se com 2 maridos e 3 esposas, dentre elas, uma vestal. Para Semíramis Corsi, os casamentos poderiam ser alianças políticas e o casamento com a vestal pode ser analisado como uma possibilidade de encontros culturais: ele um sacerdote de um deus sírio, ela uma sacerdotisa romana. Semíramis destaca que tem que ser cruzado o aspecto bárbaro e feminino ao mesmo tempo, além da presença forte da mãe e da avó, no cenário político. Por fim, Semíramis analisa que a intervenção na genitália, descrita em Dião Cássio, tem ligação com o culto, que envolvia intervenção real ou simbólica no corpo do iniciado. Há poucos trabalhos sobre Heliogábalo, mas depois de ouvir a Semíramis Corsi neste episódio, Heliogábalo passou de personagem esquecida pela historiografia para um dos mais interessantes jovem imperador.

May 27, 202241:09
61. Empédocles

61. Empédocles

Alexandre da Silva Costa (UFF) partilha conosco sua trajetória Polymathés que atravessa vários saberes: História, Filosofia, Teatro e Literatura. Alexandre Costa nos conta também sua travessia geográfica e linguística entre Alemanha e Brasil que entrelaça a sua formação pessoal e acadêmica. No segundo bloco deste episódio, Alexandre nos apresenta Empédocles, uma figura múltipla: poeta, filósofo e -sobretudo- um taumaturgo. Empédocles teria escrito dois poemas: "Acerca da Natureza" e "As Depurações". Alexandre Costa analisa a cosmogonia empedoclítica ao demonstrar que há uma concepção do que seja o cosmo, a descrição do cosmo e, internamente ao cosmo, a delimitação do ethos humano. E ao delimitar o ethos humano, pensar dentro da dinâmica do movimento como se destacam as questões que levam às depurações para a divinização do humano como as imagens que se tornaram fundamentais para a história do pensamento ocidental: as relações entre amor e ódio. Por fim, Alexandre Costa, ao citar versos, descreve o lugar do ser humano para Empédocles.

Apr 29, 202237:04
60. Estratônico

60. Estratônico

Fábio Vergara Cerqueira (UFPel) começou sua trajetória cursando História e escreveu seu TCC sobre música na Grécia Antiga. Logo no início de seu percurso acadêmico também demonstrou interesse sobre a questão das imagens como fontes. Fábio Vergara nos conta como se deu a aproximação no doutorado com a professora Haiga, a Arqueologia e a pesquisa. Também narra sobre como o gosto pela música perpassa sua vida particular e acadêmica. Vergara descreve as atividades do Laboratório de Estudos sobre a Cerâmica Antiga (LECA) e o curso de Introdução aos estudos sobre Cerâmica Grega Antiga. Por fim, é inspiradora a satisfação com que Fábio Vergara fala sobre Memória Social e Patrimônio Cultural, a Recepção e a Presença da Antiguidade no patrimônio cultural brasileiro. Na segunda parte deste podcast Fábio Vergara nos apresenta a personagem Estratônico, as principais fontes e a natureza destes testemunhos. Estratônico é apresentado de três formas: como aquele que ao mesmo tempo canta e toca cítara (modalidade musical mais prestigiosa da Antiguidade); solista instrumental e professor de música. A partir da trajetória e das muitas viagens de Estratônico também é possível apreender sobre a vida de músicos em seu tempo e perceber como era um ambiente competitivo. Teria sido o primeiro a ensinar no início a teoria de harmonia e a criação do diagrama, para fins didáticos, com as notas musicais.

Apr 22, 202239:14
59. Parmênides

59. Parmênides

Bruno Conte (PUC-SP) nos conta sobre sua trajetória e como abandonou Toga e Vade Mecum para se tornar filósofo.Conselheiro da Areté, um Centro de Estudos Helênicos, descreve o espaço agradável, as atividades, os grupos e a vasta produção cultural: Filosofia, Teatro, Música, Dança, História, Mitologia e Culinária. Bruno Conte comenta ainda sobre a revista Hypnos e a proposta interdisciplinar.Na segunda parte deste episódio, Bruno nos apresenta Parmênides. Nascido em 545 A.C em Eléia, filho de Pires e proveniente de uma família influente. Parmênides, além de filósofo, foi médico e legislador. Bruno explica o problemático termo “pré-socrático” como uma nomenclatura de conveniência e comenta as citações fragmentárias.Bruno, ao explicar o contexto filosófico de Parmênides, destaca que ele escreveu em versos, na forma do épico, e dialogou com a tradição nos fragmentos de caráter cosmológico. Bruno destaca que há uma consciência epistemológica e proto-distinção nomos physis em Parmênides. Por fim, menciona a teoria da percepção e a teoria de identidade sexual e como elas podem ser atribuídas a Parmênides. Para mais informações sobre o Centro de Estudos Helênicos: http://www.arete.org.br/

Apr 15, 202236:28
58. Epicuro

58. Epicuro

 Maria Cecília Gomes dos Reis (UFABC) nos conta sua trajetória que perpassa a semiótica, semiologia, literatura, filosofia, artes plásticas e tradução. Nos encanta com a descrição das Iluminuras, caligrafia e pintura a lápis de cor e explica que funcionava como trânsito da vida corriqueira para elevar-se ao abstrato e o trabalho com "De Anima". Cecília narra para nós seu processo criativo e produção literária de "O Mundo segundo Laura Ni" ao nos apresentar sua concepção: a linguagem é uma matéria plástica e precisa ser manuseada pela imaginação. Na segunda parte deste podcast, Cecília nos apresenta Epicuro, filósofo grego do período helenístico que viveu de 342-270 A.C. Ele escreveu muito, mas poucos textos chegaram aos nossos dias: três cartas e um conjunto de 40 máximas. Cecília descreve o contexto histórico, a recepção, as críticas e polêmicas na Antiguidade, e o prestígio na Modernidade sobre a filosofia de Epicuro: buscar a tranquilidade da alma.

Apr 08, 202232:55
57. Elpenor

57. Elpenor

Lorena Lopes (UFRJ) nos conta sua travessia (geográfica e acadêmica) entre o Mundo Antigo, Literatura e História a partir do diálogo, recepção e atualização. No segundo bloco deste episódio, Lorena nos apresenta a personagem homérica Elpenor, descrito como nem muito corajoso na guerra nem muito seguro de entendimento. Ele morre na ilha de Circe, após beber em excesso, dormir, acordar e cair do palácio. Elpenor ganha voz quando Odisseu o encontra no Hades, célebre passagem da katabasis, a descida aos infernos, no Canto XI da Odisseia. Elpenor pede a Odisseu que seus ritos fúnebres sejam cumpridos. Odisseu narra o retorno à ilha de Circe e a tripulação finalmente sepulta o corpo de Elpenor e fixa o remo na sepultura, como fora pedido. Lorena Lopes analisa o aspecto cômico da morte de Elpenor e a relação com a bela morte, na guerra. Por fim, Lorena Lopes menciona uma releitura odisseica de Jean Giraudoux (Elpénor) em um contexto pós- primeira guerra. Nesta releitura francesa, Elpenor narra - ele mesmo - suas desventuras.

Apr 01, 202233:48
56. Quintiliano

56. Quintiliano

 Charlene Martins Miotti (UFJF) cursou Letras e se interessou pelos Estudos Clássicos a partir do Latim. Neste episódio, Charlene Miotti nos encanta com seus projetos: metodologia de ensino de línguas clássicas e literatura. Descreve sobre as Metodologias Ativas de Aprendizagem e como utilizou o Team Based Learning (TBL - Aprendizagem Baseada em Equipes) nas disciplinas de Estudos Fundamentais de Literatura Latina e Literatura Grega. Miotti ressalta como as práticas ativas possibilitam a aprendizagem significativa. Sobre a Literatura, destaca a importância de não fugir de trechos difíceis e falar sobre isto em sala de aula com franqueza e criticidade. Por fim, Charlene Miotti nos conta sobre sua  atuação na SBEC e na Classica, patrimônio dos Estudos Clássicos no Brasil. No segundo bloco do Podcast Archai, Charlene Mitotti nos apresenta a personagem Quintiliano, sua grande obra Institutio Oratoria e explica a designação Pseudo-Quintiliano e as Declamações Maiores. Quintiliano foi um rhetor, gramático latino e professor do séc I EC (30-96 EC). Miotti mostra como as declamações são um gênero discursivo novo, híbrido que envolve literatura e retórica na mesma medida, além de incluir também a performance. Charlene reflete sobre a importância de os classicistas, falantes de Língua Portuguesa, trabalharem por uma biblioteca de fontes em acesso livre e traduzida em português.

Mar 25, 202232:02
55. Aristodemo

55. Aristodemo

 Alice Bitencourt Haddad (UFF) sempre gostou de Literatura. Começou cursando Psicologia, mas sentia falta do debate: foram nas disciplinas de sociologia e filosofia que ela encontrou esta possibilidade. Após um ano, fez o vestibular novamente e foi para a Filosofia. Alice nos conta sobre sua formação e destaca a importância da Literatura: ler Homero e Hesíodo para ler Platão. Alice Haddad fala sobre o grupo de pesquisa Aporia, os pesquisadores e os grupos de estudos. Em seguida, narra como os Podcasts tornaram seus dias na pandemia mais leves e como isto a estimulou a criar o Podcast Matéria Phi e posteriormente o Leitura Compartilhada. No segundo bloco deste episódio, Alice Haddad nos apresenta  Aristodemo, personagem do Banquete de Platão e das Memoráveis de Xenofonte. Em Platão, Aristodemo era uma figura pequena no diálogo, não oferece discurso, mas rememora tudo para Apolodoro. Era erastés de Sócrates, o mais fervoroso. Em Xenofonte, Aristodemo é um dos diálogos das Memoráveis. Ele fala sobre Sócrates ser piedoso, útil à cidade, aos amigos e a si mesmo. Mostra que ele dialogava também para exortar seus discípulos à virtude. O Aristodemo seria o discípulo que Sócrates tentou converter à piedade. Finaliza mencionando argumentos que também aparecem em Cícero (De Natura Deorum) e Sexto Empírico (Contra os Físicos).

Podcast Leitura Compartilhada de Alice Bitencourt Haddad

https://open.spotify.com/episode/61WDOEPYLYRiVTsX10dSvw?si=IGydhXElRcClwW4Zwvyl3g&utm_source=whatsapp

Mar 18, 202234:26
54. Naqi'a

54. Naqi'a

 Katia Pozzer (UFRGS) nos conta neste episódio como abandonou o curso de Química e, no início do curso de História, apaixonou-se pelas aulas de História Antiga Oriental. Essa paixão a levou a uma bela trajetória, em que se destacam as aulas de língua acádica por correspondência com o professor Emanuel Bouzon, o doutorado na Universidade de Sorbonne e a criação do LEAO, o Laboratório de Estudos da Antiguidade Oriental, que congrega pesquisadores de todas das regiões do Brasil (site: www.ufrgs.br/leao; instagram: @leao.ufrgs). No segundo bloco, Katia Pozzer apresenta Naqi’a (e nos ensina, primeiramente, a pronunciar seu nome: a sílaba tônica é “qi’a”!), rainha assíria do século VI-V AEC. Esposa, nora, mãe e avó de reis – dentre os quais o mais conhecido é seu neto Assurbanipal –, foi sempre muito atuante e esteve ligada a questões de política interna. A Rainha-Mãe, como era designada, foi uma mulher de poder, que mandou construir um palácio em homenagem a seu filho, o rei Assarhadon – caso único na história da Mesopotâmia, visto se tratar de uma prerrogativa do poder masculino –, para o qual convidou todo o panteão dos deuses assírios. Não sem razão, em sua representação pictórica, Naqi’a traz à mão um espelho, instrumento não de sua vaidade feminina, mas metáfora de sua condição de ser um reflexo dos deuses na terra.

Mar 11, 202242:44
53. Paulo de Tarso

53. Paulo de Tarso

Pedro Paulo Abreu Funari (Unicamp) nos conta sua trajetória na História Antiga e como - por causa de uma pesquisa sobre o estudo do azeite na Antiguidade - foi levado às ânforas e à arqueologia romana. Comenta as mudanças e ampliações da arqueologia - enquanto área específica e interesse - além de como se desenvolve a pesquisa e o treinamento neste campo hoje no Brasil. Pedro Paulo descreve também como se deu a relação entre as áreas de história, arqueologia e estudos da religião em seu percurso acadêmico e nos faz refletir sobre como diferentes povos em diferentes momentos pensaram a espiritualidade. Ao final do primeiro bloco, Funari ainda inspira a todos os interessados em iniciar uma carreira em Arqueologia /Estudos Clássicos com excelentes conselhos. No segundo bloco, Pedro Paulo Funari nos apresenta a figura histórica de Paulo de Tarso, a partir das fontes: as cartas autênticas, as cartas pseudo-epigráficas e a narrativa romanceada do Ato dos Apóstolos. Analisa as ambiguidades e contradições de Paulo de Tarso como a metánoia (mudança de ideia / conversão), a relação com a Paz Romana, a Diáspora judaica e o aspecto de viajante e missionário. Comenta ainda sobre o perigo da utilização de temas e trechos descontextualizados, interpretados na contemporaneidade com distorções para fins destrutivos.

Mar 04, 202244:27
52. Hatshepsut

52. Hatshepsut

Thais Rocha da Silva (USP) nos conta como os filmes épicos “Quo Vadis”, “Cleópatra” e mais tarde “Indiana Jones” despertaram um interesse apaixonado pela Antiguidade. Relembra a importância do pai e do avô, que, ao perceberem o interesse genuíno que ela tinha pelo Egito, compraram livros e não trataram o tema como uma fase de criança. Com naturalidade e leveza, Thais nos brinda com a narrativa de sua trajetória (História, Antropologia, gênero, cultura material) e nos conta como a fase de “egiptomania” transformou-se em profissão: a de egiptóloga. Na segunda parte do Podcast, Thais Rocha nos apresenta - com muita propriedade - Hatshepsut, Rainha egípcia da XVIII Dinastia, descrevendo como ela teve um papel fundamental na consolidação do Egito (Séc XVI a.C.) e na manutenção da ordem. Comenta como ela ficou conhecida para nós como uma mulher subversiva e a primeira trans da história. Explica que não se trata de uma figura trans, mas que essa personagem marca as duas identidades, uma masculina ao assumir o de representante política, e a outra na forma de se identificar. Hatshepsut incorpora as representações visuais enquanto Faraó, representada por atributos masculinos, mas mantém em suas titulaturas e textos a indicação ao feminino.

Feb 25, 202246:39
51. Hipátia

51. Hipátia

Para Nathalia Monseff Junqueira (UFMS), o interesse pela Antiguidade esteve presente desde pequena: no gosto pela arquitetura das casas antigas - especialmente da casa da bisavó -, na paixão pela Grécia despertada nos primeiros anos de estudo, no fascínio pelo Mundo Antigo alimentado pelas notícias em recortes de jornais trazidos pelo pai. Assim, Nathalia abandonou seu interesse por outras disciplinas - como Física e Biologia - e uma possível carreira como jogadora de vôlei profissional para se dedicar ao curso de História na Unicamp. A disciplina de História Antiga, ministrado pelo Prof. Pedro Paulo Funari, despertou-lhe o fascínio pelo Egito e as páginas de Heródoto chamaram-lhe a atenção para as mulheres na Antiguidade. Suas pesquisas sobre o Egito levaram-na a Europa, de onde voltou para atuar como professora de História Antiga e Medieval da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Neste episódio, Nathalia nos fala de Hipátia, filósofa neoplatônica que viveu em Alexandria, por volta de 350 a 415 d.C., onde lecionou astronomia, matemática e filosofia. Hipátia, que participava das assembleias e era uma figura ativa no caldeirão cultural, religioso e político que era Alexandria à época, acabou sendo vítima da intolerância de um grupo de cristãos, e morreu assasinada brutalmente por eles.

Feb 18, 202243:17
Mensagem de fim de ano

Mensagem de fim de ano

Caras e caros ouvintes, o Podcast Archai entrará em recesso. Voltaremos depois das festas com novos convidados e personagens. Desejamos a todas e todos um excelente final de ano. Até a volta!

Dec 03, 202100:48
50. Serápis

50. Serápis

Joana Campos Clímaco (UFAM) passou por uns dilemas entre cursar Psicologia ou Relações Internacionais. Mas o gosto por estudar História na época do Terceiro Ano foi mais forte. Na UnB encantou-se com as disciplinas de História Antiga e interessou-se pela escrita e pesquisa. Joana nos conta sobre sua experiência em Brasília, São Paulo e Manaus e como a pesquisa perpassou sua vida por onde passou. Ressalta o quanto o debate teórico contemporâneo parte da Antiguidade. Na segunda parte do podcast, Joana nos apresenta - de forma fascinante - a personagem Serápis: um deus híbrido/sincrético. Ela explica como o culto teve origem na Alexandria, no contexto dos Ptolomeus e como ele incorpora elementos gregos e egípcios. Descreve a representação, as peculiaridades do culto e o deus como uma metáfora da própria Alexandria.

Nov 26, 202131:33
49. Agripina

49. Agripina

Sarah Fernandes Lino de Azevedo (USP) cresceu em Santa Luzia, rodeada por livros e discos com narrativas bíblicas. O interesse pela História Antiga surge destas duas vivências: crescer em uma família evangélica e morar em uma cidade histórica. Na época do doutorado, Sarah criou o Messalinas - com o incentivo do professor Norberto - Grupo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade na Antiguidade. No segundo Bloco deste episódio Sarah descreve quem foi Agripina Menor e sua descendência: filha de Agripina Maior; bisneta de Augusto; irmã de Calígula; esposa de Cláudio e mãe de Nero. Portanto, Agripina era bisneta, irmã, esposa e mãe de imperadores. Há uma  vasta documentação da cultura material e  literária sobre esta personagem.  No entanto, os documentos mostram o olhar específico de um grupo de homens da aristocracia. Portanto, estes relatos sobre Agripina e mulheres imperiais que ocupavam a posição de poder, pelo teor das menções, mostram uma percepção negativa dos homens com relação às mulheres que tinham um papel ativo na política romana. Retratam Agripina como símbolo de desordem, deslegitimando a atuação dela. Agripina escreveu seus feitos, mas este livro de Memórias não chegou aos nossos dias. Sarah nos apresenta neste podcast Archai a importância da cooperação acadêmica, de fortalecer a pesquisa e os pesquisadores com produções coletivas e como a teoria de gênero aplicada aos estudos da Antiguidade é uma revolução epistemológica.

Nov 19, 202139:36
48. Lívio Andronico

48. Lívio Andronico

Isabella Tardin Cardoso (Unicamp) nos conta neste Episódio sua trajetória e nos apresenta o personagem Lívio Andronico. Quando Isabella cursava Filosofia (Unicamp) escolheu as matérias de Latim. Mas por causa de um problema na matrícula do Latim 2 precisou fazer todas as disciplinas de Latim novamente: assim surgiu sua paixão. Isabella nos relata ainda sobre o Estico de Plauto e como esta obra polêmica a aproximou da Universidade de Heidelberg (Alemanha). Em seguida, nos encanta com a experiência que teve sobre Metodologia e Ensino da Língua Latina, no Brasil e na Alemanha. Por fim, Isabella explica os pressupostos da Teoria da Filologia enquanto ciência e arte. No segundo bloco, Isabella Tardin nos impressiona com a versatilidade de Lívio Andronico, produtor de vários gêneros. Ele era grego, de Tarento e teria sido levado para Roma como escravo de guerra, depois liberto. Escrevia e ensinava grego e latim. É considerado entre os romanos o primeiro poeta. Sobre a tradução da Odisseia para o latim, há 40 fragmentos e muitos estudos comparando com partes da Odisseia. Ele tenta adaptar não apenas o grego para o latim mas também alguns aspectos da mitologia e da religiosidade grega e latina. Isabella finaliza perpassando versos, fragmentos, aliterações, tragédias e comédias de Lívio Andronico.

Nov 12, 202135:42
47. Hera

47. Hera

Haiganuch Sarian (USP) nos conta neste episódio sua belíssima trajetória de formação como classicista que começou ainda no Secundário (Ginásio e Colegial). Aos 18 anos Haiga ingressou em Letras Clássicas (USP) e seguiu seus estudos no Mestrado em Antiguidade Clássica e Doutorado em Arqueologia (Université de Caen, França). Em seguida, na Ecole Francaise D'Athenes trabalhou em arqueologia, escavações e produção de relatórios e artigos. No Brasil, Haiga contribuiu de forma notável como liderança acadêmica na área de Estudos Clássicos: pesquisadora; formadora de novos pesquisadores; foi a Presidente Fundadora da SBEC e Editora Fundadora da Revista Classica. Na segunda parte deste podcast Archai, Haiga nos apresenta Hera e os textos mais importantes da poesia grega para a caracterização desta deusa irascível: Hino Homérico a Apolo; Hino a Delos de Calímaco. Em seguida, nos conduz  - em um belo passeio - ao santuário de Hera em Delos (Herarion) e nos conta sobre as pesquisas e escavações. As oferendas, depósito votivo, podem indicar elementos para caracterizar a natureza, prática cultual e identidade da deusa. Ao cotejar a representação na estatueta de terracota com a representação na poesia, Haiga nos mostra a beleza da arqueologia e da poesia: Hera protetora do casamento e símbolo de fecundidade.

Nov 05, 202147:35
46. Eros

46. Eros

Jovelina Maria Ramos de Souza (UFPA), nossa próxima presidente da SBEC, nos fala neste episódio sobre Eros. Por estudar Francês, Inglês e Alemão, prestou vestibular inicialmente para Turismo. Mas foram as aulas de Filosofia - junto com amigos - e um curso como ouvinte de Filosofia da Arte ministrado pelo professor Benedito Nunes que despertou uma paixão fulminante em Jovelina por estudar Platão, filósofos e poetas. Trocou Turismo por Filosofia e desde então pesquisa filósofos e poetas gregos: o modo como Platão recepciona os poetas na escrita de seus diálogos (UFMG) e como Platão ressignifica as representações poéticas de Eros na série de elogios a Eros no Banquete (UFRN). Coordena o grupo de pesquisa POIESIS que envolve Filosofia Platônica e Poesia Grega, além da Recepção dos clássicos na filosofia e na literatura moderna e contemporânea. Embora falar de Eros possa parecer ser uma missão quase impossível, Jovelina nos fala como as representações poéticas de Eros se entrelaçam com a dimensão filosófica em Cármides, Fedro e Banquete, sempre a citar os versos de cada fonte. Explica que do período arcaico ao helenístico há no imaginário grego o efeito arrebatador de Eros sobre alma e corpo. Após explicar a etimologia, destaca os sentidos e as representações de Eros, nos possibilitando uma visão completa de como o conhecimento é impulsionado por Eros.

Oct 29, 202138:04
45. Sócrates

45. Sócrates

Roberto Bolzani Filho (USP) narra sua trajetória acadêmica que começou em casa, na Biblioteca do pai. Após ler livros de Filosofia e verbetes sobre filósofos nas famosas Enciclopédias daquele tempo, cursou Filosofia, fez pós-graduações e tornou-se professor: tudo isto na USP. Orientado por Oswaldo Porchat pesquisou o Ceticismo e Sexto Empírico; posteriormente o Ceticismo na Academia Platônica. A partir da obra Academica de Cícero, demonstra uma ligação teórica entre estes céticos da Academia e a figura socrática. Com muita propriedade, Bolzani nos mostra neste episódio Sócrates como paradigma filosófico. Nos apresenta o espírito da filosofia socrática e platônica. Explica o problema do Sócrates histórico e o fato de ele ser personagem de três grandes fontes: Aristófanes, Platão e Xenofonte. Ressalta que é mais fácil responder quem foi o Sócrates de Platão; o Sócrates de Aristófanes e  o Sócrates de Xenofonte, que não são completamente compatíveis entre si. Em seguida, destaca a Poética de Aristóteles na qual os Socratikoi Logoi aparecem como exemplo de Mímesis: não é realidade nem ficção. São imitações que visam a verossimilhança e não a verdade. Fala também sobre como as concepções de sábio e sabedoria, o ethos heróico socrático e a filosofia como estilo de vida - ligação visceral entre prática e teoria - tornam Sócrates um paradigma/modelo para a Filosofia. Sócrates influenciou várias correntes filosóficas. As chamadas famílias socráticas: Platão; Aristóteles; Cirenaicos; Megáricos; Estóicos; Epicuristas... Todos encontraram em Sócrates um núcleo inspirador. Por fim, Roberto Bolzani comenta ainda sobre livros didáticos e o ensino de Filosofia nas Escolas. Imperdível!

Oct 22, 202148:10
44. Medeia

44. Medeia

Maria Regina Cândido (UERJ) começou sua trajetória na Engenharia, depois Matemática, mas foi uma palestra da professora Neyde Theml de História que mudou tudo. Cursar História era no começo uma questão de busca da identidade enquanto estudava a negritude. Regina iniciou o curso de História para falar de escravidão e terminou perdidamente apaixonada pelo teatro de Eurípides, Medeia, Magia e agora, Katádesmos. Regina comenta os desafios de ser negra, o apoio que recebeu da orientadora Neyde Theml e destaca que é preciso ter conhecimento para quando estiver diante de um desafio, responder à altura e enfrentá-lo. Regina conta ainda como conheceu Jean Pierre Vernant ao buscá-lo no aeroporto para um evento: o trajeto do aeroporto para a Universidade, apesar de curto, foi infinito.

Na segunda parte do podcast, Maria Regina nos traz a Medeia, uma narrativa mítica, com variantes: são muitos autores e uma vasta documentação.  Embora a versão mais conhecida seja a de Eurípides, Regina nos conta outra vertente mais antiga, e ressalta que muitas podem não ter chegado aos nossos dias. Comenta ainda sobre as imagens iconográficas: Medeia, o caldeirão e o carneiro, como cura. O interesse em pesquisar ritual e magia começou com este mito. Sempre incomodou Maria Regina a simplificação do senso comum: "Medeia matou os filhos". Ela nos mostra como como a questão da Magia, os rituais estão presentes neste mito, mas que somente no original é possível perceber, daí a importância do grego. Quando Medeia pede que saiam é para que seja feito um ritual, a tentativa de transformar as crianças em divindades. E foi assim que Maria Regina encontrou Katádesmos, o não dito que aparece mais tarde em Platão. Por fim, em uma conversa muito despojada, nos traz a recepção da Medeia Romana, a relação com a imagem comprada por César e os epigramas.

Agora, com quase mais de 100 Katádesmos para traduzir, Maria Regina Cândido nos brinda neste episódio do podcast Archai, com suas histórias de vida, com Medeia e muito ânimo para os Estudos Clássicos.

Oct 15, 202151:37
43. Hécuba

43. Hécuba

Tereza Virgínia (UFMG) é professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Minas Gerais e diretora de tradução da Trupersa - Trupe de Tradução e Encenação de Teatro Antigo, uma experiência que resultou na publicação de três livros - Medeia, Electra Orestes) e em diferentes encenações. Outro importante campo de sua atuação é a sua tradução “por imagens”, ou intersemiótica, das épicas de Homero para os quadrinhos.

Neste episódio, Tereza Virgínia conta como foi, na verdade, um erro de matrícula que a levou para os Estudos Clássicos e como nunca se considerou uma classicista típica. O amor pelo teatro surgiu na infância, quando assistia a espetáculos na cidade de Congonhas, no interior de Minas Gerais, e sua incursão na carreira de atriz foi breve, tendo preferido se dedicar aos estudos teatrais. Foi igualmente na infância que surgiu o fascínio pelas histórias em quadrinhos, que lia às escondidas da vigilância do irmão.

Hécuba foi uma rainha troiana, esposa de Príamo e mãe do herói Heitor, morto às mãos de Aquiles na guerra de Troia. Seu trágico destino após a tomada da cidadela troiana pelos gregos foi imortalizado nos versos da tragédia Hécuba, de Eurípides, em que Hécuba figura como protagonista e, juntamente com as demais cativas troianas, vinga o assassinato de seu filho Polidoro.

Oct 13, 202137:09
42. Estácio

42. Estácio

Leni Ribeiro Leite é Professora do Departamento de letras clássicas e moderna da Universidade de Kentucky. Graduada em Letras pela UERJ, mestra e doutora em Letras pela UFRJ. Neste episódio, Leni nos conta o começo de sua trajetória como professora na UFES, da proposta desafiadora para lecionar na Universidade Kentucky, das experiências de lecionar nos Estados Unidos e diferenças culturais e acadêmicas. O interesse pelo latim a fez desenvolver uma metodologia local para a aprendizagem da língua, ou seja, um estudo que necessitava ser compreendido a partir da realidade do estudante.  

Estácio foi um poeta da Roma antiga. Nascido por volta de 45 EC, descendente de gregos, viveu grande parte de sua vida durante a dinastia flaviana. Na juventude, Estácio se destacou na poesia, vencendo diversos concursos. Sua poesia tem fortes traços encomiásticos, ou seja, uma poesia por encomenda, geralmente com a finalidade de enaltecer ou de louvor a alguém.

Oct 01, 202149:47
41. Petrônio

41. Petrônio

Renata Garraffoni (UFPR) é professora do departamento de História. Graduada, mestra e doutora em História pela UNICAMP, neste episódio Renata fala sobre o interesse pelas sátiras romanas despertado no início de sua trajetória como pesquisadora, estimulada pelas aulas do Professor Pedro Paulo Funari. Seu primeiro contato com a personagem de hoje, Petrônio, foi através da obra Satíricon, traduzida pelo poeta curitibano Paulo Leminski.

Petrônio foi um membro da corte de Nero, que teria escrito a obra Satíricon, por volta do séc I EC. Pouco se sabe sobre este autor, nem mesmo se ele escreveu o Satiricon. Renata articula várias narrativas a respeito da misteriosa existência de Petrônio e como a obra deixada por ele ridiculariza os costumes romanos. Descrita como ficção em prosa, entretanto são encontrados da obra diversos trechos escritos em versos, o que faz com que o Satiricon seja enquadrado como uma satira menipéia, ou seja, em que existe uma liberdade de composição e uma mistura de gênero.

Instagram:  @antigaseconexoes

Sep 24, 202101:00:20
40. Isócrates

40. Isócrates

Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio (FEUSP) graduou-se em Filosofia pela USP. Durante sua trajetória no mestrado apresentou seu projeto a professora Gilda Maciel de Barros que realizava pesquisas em Filosofia Antiga e Educação. Marcos lembra, comicamente, que a professora certa vez insinuou “teu projeto é muito ruim mas você tem potencial”. 

O interesse por Isócrates nasce por um completo acaso, de uma ligação recebida por uma tia que o perguntou quem era um tal Isócrates, para uma disciplina de sua especialização. Marcos, que não imaginava que disso iria iniciar uma longa jornada com esse tal Isócrates, respondeu: 'Não tia, não é Isócrates é Socrates”. 

Nas aulas da disciplina do Professor Roque Spencer Maciel de Barros, Marcos tem finalmente a chance de responder à pergunta da tia sobre quem foi Isócrates.  O professor, atento à pergunta, dá a ele um capítulo de livro sobre Isócrates. Inicia aí, o estudo de Marcos sobre o orador e retórico ateniense, muito conhecido por ser o “Pai da retórica”, já que foi o primeiro a escrever discursos. 

Isócrates se coloca como um adversário de Platão, Aristóteles, além de outros mestres da educação. Logógrafo e Professor, Isócrates escreveu o texto intitulado: “Contra os Sofistas”,  em que apresenta a superioridade de seu método pedagógico em relação ao que os outros métodos vigentes.

Sep 17, 202133:50
39. Górgias

39. Górgias

Maria Aparecida de Paiva Montenegro (UFC) inicia sua vida acadêmica no curso de Psicologia, no entanto, nos primeiros períodos do curso, um arrebatamento pela Filosofia a toma, a ponto de mudar sua trajetória. Filha de professor universitário, seu pai aconselha a finalizar o curso de Psicologia para depois percorrer outros caminhos pela pós-graduação. Inicia o mestrado em Psicologia Clínica pela PUC - Campinas (1990), posteriormente ingressa no doutorado em Filosofia pela UNICAMP (1999), estágio pós-doutoral em Filosofia Antiga na University of Notre Dame (2003-2004) e pós-doutorado em Filosofia na Università degli Studi di Milano (2011). 

Nos estudos de Cida, a linguagem na Psicanálise desempenha um papel fundamental, inclusive na persuasão. Tratar a relação analista/paciente a conduziu num aprofundamento em suas pesquisas, que segundo suas próprias palavras: “se atentou para esse aspecto singular das experiências humanas”, ponto crucial que a motivou a se dedicar à personagem Górgias. 

Cida fala de Górgias, originário de Leontinos, colônia grega na Sicília. Nascido em  480 a.c, séc V. oriundo de uma família abastada. Górgias obteve vasta popularidade por seu estilo de oratória. Era embaixador na sua cidade e fez diversas visitas a Atenas, para pedir ajuda contra Siracusa, dado que o povo de Siracusa queria invadir Leontinos. Bem sucedido em sua missão, Górgias logo depois teria vivido em Atenas e influenciado figuras como Alcibíades e Crítias.  

Atualmente, Cida é  professora da Universidade Federal do Ceará, onde trabalha desde 2001. Nessa instituição, foi chefe do Departamento de Filosofia (2003-2006), coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (2006-2008).

Sep 10, 202139:35
38. Símaco

38. Símaco

Carlos Augusto Ribeiro Machado (University of St Andrews) nos conta sobre sua trajetória acadêmica que se inicia cursando Administração de empresas a noite na UFRJ, pra acalmar os ânimos da família, e História na parte da manhã na UFF. A paixão por história prevaleceu fazendo com que Administração de Empresas fosse jogada para escanteio. No mestrado em História Econômica na USP, estudou a aristocracia senatorial romana no Baixo Império período que estimulou seu interesse por história material e arqueologia no doutorado em História Antiga na Universidade de Oxford (2006), experimentou um pouco da tradicional vida num college. Tempos depois, fez um curso sobre Arqueologia de Roma na British School at Rome. Símaco, personagem não muito conhecida entre estudiosos do mundo clássico, sempre esteve presente nos estudos de Carlos. Quinto Aurelio Símaco foi um senador romano que viveu no final do séc IV. No desenrolar da ascensão política e econômica da Igreja católica, Símaco não só assiste, bem como participa intensamente dessa conjuntura, como prefeito de Roma inclusive, num cenário enigmático e cheio de peripécias, nossa personagem, um pagão pragmático, afirma que “mais de um caminho pode nos levar à verdade”, sua obra tive papel muito importante na preservação da cultura clássica.


Twitter: @amianomarcelino

Sep 03, 202134:29