Sobremesa

Fechamos a terceira temporada de Sobremesa a falar de um tema comum a (quase) todos os seus episódios: a Internet. A forma como nos comportamentos enquanto consumidores e enquanto criadores de conteúdos — seja qual for a nossa audiência.

Estaremos nós a perder tempo que podemos alocar a mil e uma outras coisas? A viver na superficialidade de consumir tudo o que nos é apresentado, sem sequer questionarmos a sua validade? E porque é que, de alguma forma, tudo isto é tão viciante e nos faz perder horas do nosso dia a fazer scroll em feeds alheios ou a querer alimentar esses scrolls? E sabendo que existem, quais são as vantagens da nossa vivência online?

Ao meu lado tenho o João Diogo que, ao contrário de mim, vive distante das redes sociais, mas com uma opinião bastante certeira sobre os nossos consumos de Internet. E, modéstia à parte (e com todo o pedantismo que me vão ouvir ter — desculpem), diria que é um bom episódio para resumir um pouco desta temporada.

E vemo-nos daqui a uns meses! :)

O Alex e a Maria são aquelas pessoas que me deixam sempre de boca aberta quando falam sobre livros. É incrível como passam dos mais clássicos ao mais contemporâneo da escrita popular em minutos, e como o fazem de uma forma cheia de conhecimento e cultura. E por isso, só fazia sentido tê-los a eles neste tema. 

Também fizemos algumas listas de livros, é certo — mas desenganem-se se acham que é esse tipo de episódio. Não é. Falámos sobre o encanto que a leitura tem e as viagens que isso nos dá, no quanto o ensino nos tolda a forma como lemos, na discussão dos livros em papel vs audiobooks e de um clube que vai dar que falar: o Millennial Society Literary Club. Curiosos? Vão ter de ouvir para saber do que falo.

PS: Sim, foi a segunda vez que gravámos este episódio porque eu fiz asneira no meu áudio — e são várias as referências que fazemos a essa asneira ao longo do episódio, so... bear with us. 

Política nunca foi o meu forte. Não cresci numa casa onde a política fosse tema à mesa de jantar, embora sempre me fosse passada a importância do meu voto e da minha cultura política. E cheguei a adulta como acredito que muitos de nós chegamos: com um desinteresse político onde sabia apenas o básico que me levava a votar em x ou y, sem nunca deixar de exercer o meu voto.

Mas a política é muito mais do que o nosso voto. E se é, porquê é que não há um maior interesse no seu ensino? Porque é que o pensamento crítico e político não nos é incutido? Porque é que chegamos a idade adulta com questões relativamente básicas e até a questionar a importância do nosso voto?

Convidei a Inês, a pessoa que eu conheço que mais sabe e mais estudou sobre ciência política, para me ajudar a perceber algumas destas minhas dúvidas. É um episódio mais sério, mas que eu acredito também ser muito rico. Até porque a Inês pode ser a minha amiga mais nerd, mas é sempre muito, muito bom aprender com ela.

Eu achava que íamos falar sobre Elogios. A Eduarda preparou-se para falarmos da Cultura de Cancelamento. O resultado? Um episódio mais descontraído onde questionamos várias coisas relacionadas com os dois temas: porque é que não elogiamos tanto quanto reclamamos? E será que o fazemos mais só nas redes sociais? Ou seja, que os elogios são todos falseados para viverem na plataforma? Será que é a internet que perpetua esta questão de cancelamento e a constante necessidade de atacarmos e reclamarmos com os outros? E porque é que nos custa tanto aceitar um elogio?

Chegámos a algumas conclusões, mas também elogiámos algumas coisas — só para percebermos que é realmente mais fácil reclamar do que elogiar. Vamos todos fazer o exercício de elogiar algo ou alguém hoje? Só porque sim? Alinham? :)

Parece que tudo se alinhou neste episódio. Chegamos a meio desta temporada no meu primeiro dia com 32 anos para falar sobre o que é ser adulto. Será que, com 32 anos, eu já sou adulta? Se sim, então porque é que eu continuo a achar que adulta é a minha mãe e as amigas dela? Ou os tios e os pais dos meus amigos? Onde é que alguém estabelece quando é que somos adultos? E porque é que ninguém nos avisou que isto é ser adulto? 

Trouxe a Anna (para mim, a Kikas) para falarmos sobre isto. Para falarmos sobre o que é ser adulto, o que é que nos faz sentir adultas e onde é que tudo mudou na nossa cabeça — com o alerta desde já que aos 45 minutos podem ter de baixar o som do episódio... é que eu exalto-me quando percebo que todos os meus amigos têm investimentos e, a mim, ninguém me explicou que não se pode sequer ter o dinheiro parado no banco. E que isto, faz parte do ser adulto. 

Quando falei de saúde mental, lá na primeira temporada, sabia que, eventualmente, iria voltar a falar de algumas questões dentro do mesmo tema — e o Síndrome do Impostor teria sempre de ser um tema. Sabiam que, segundo o International Journal of Behavioral Sciences, 70% das pessoas sente isto pelo menos uma vez na vida? Sendo “isto” acharmos que não somos tão competentes quanto os outros acham — e erradamente, na maioria das vezes.

Voltei a trazer a Joana ao Sobremesa e, desta vez, para falarmos sobre as nossas experiências enquanto impostoras de nós mesmas. Falámos sobre as áreas em que o sentimos, como isto por vezes nos limita e de como podemos combater estes pensamentos — com algumas dicas também do Ben lá no final do episódio.

Há uns anos, eu e a Ana relatávamos todos os nossos feels depois de cada episódio de Girls que víamos e desde então percebi que ela é uma mestre no que toca a ver (e a perceber de) séries. Este foi um tema pedido várias vezes pelo meu Instagram e sabia que, trazendo-o para a realidade, a Ana tinha de ser a minha parceira neste episódio — com direito a uma lista super organizada.

Desde clássicos como Sexo e a Cidade e Gilmore Girls, a séries mais recentes como Ted Lasso ou Euphoria, este é daqueles episódios que só termina porque senão seria um audiobook. Mas acreditem, havia tema para muito mais episódio. Ana, vamos ao take 2?

Eu sei... estamos todos fartos deste tema. Mas regressar para a terceira temporada do Sobremesa sem falar da pandemia que estamos a viver, não me fazia sentido. Entre a febre do papel higiénico nos supermercados, às pessoas que fogem as regras, ao privilégio que sentimos na pele, falámos de tudo neste episódio. E, a meu lado, tenho a Maria Rita — que, além de ter sido das pessoas que mais me aturou nestes confinamentos que parecem nunca mais terminar, é uma fotógrafa incrível que todo o mundo deveria conhecer! 

PS: Vacina, estamos prontas para ti! 

Para fechar a segunda temporada de Sobremesa, decidi que queria ter um episódio onde falo de tudo, sem falar de nada. Confuso? Eu explico. Como contestatária que sou, sinto que tenho de deitar para fora o que sinto sobre o Coronavirus, o movimento Black Lives Matter, a morte da Beatriz Lebre, o que aconteceu em Santo Tirso... Mas, ao mesmo tempo, é tanta coisa e tanto que eu preciso de aprender e assimilar antes de falar que não sei bem por onde começar. E pensei que isso podia ser um bom começo: a minha vontade de falar.

Sempre tive opinião sobre tudo. Há 31 anos que a minha mãe se queixa disso e a verdade é que isto já me trouxe dissabores. Se mudava e me tornaria inerte por isso? Não creio — se não o fiz, não seria agora. Mas será que temos todos de ter opinião? Será que devemos cobrar aos outros que tenham opinião? E porque é que ter opinião (especialmente quando se é uma mulher) é visto de forma depreciativa? A Inês é como eu — sempre com opinião. E eu sabia que seria a sidekick perfeita nesta conversa tão importante como impaciente. 

Sabiam que a mulher pode ter até 14 tipos de orgasmo, todos diferentes e todos provocados em zonas diferentes do nosso corpo? E que a vagina e a vulva são coisas diferentes? Que o clitóris é mínimo quando comparado com um pénis, mas tem mais de 8000 terminações nervosas (e por isso, deve ser tratado com muito amor e carinho!)? De uma forma muito despreocupada (e como deve ser), eu e a Catarina conversámos durante 1h40 sobre sexo no feminino.

Falámos da importância de nos educarmos, de como é complicado assumir uma posição sexual enquanto mulher e de como precisamos de quebrar tabus. Falámos também sobre conhecermos o nosso corpo, saber comunicar com os nossos parceiros e até sobre como a vulva se deve parecer (spoiler: não existe uma forma ideal, todas são bonitas, ok?). 

Nesta altura em que não nos é possível viajar tanto quanto queremos, resolvi trazer um episódio mais leve e falar sobre isso mesmo: sobre viagens. Convidei a minha amiga Rita que, como eu, ama viajar e me dá 15-0 em boas experiências pelo mundo fora. E acreditem, há provas disso neste episódio. 

Desde concertos do Emanuel em Nova Iorque, geckos no quarto, uma saída errada e ultrapassar-se a fronteira dos EUA com o México, uma vinda de Londres para Lisboa de táxi, chorar no Monument Valley e na Grand Central Station, deixar o portátil um autocarro em Praga (e conseguir recuperá-lo!)... há-de tudo neste episódio! 

A arte de fugir da vida de alguém. O nunca mais responder às mensagens. O fazer combinações e simplesmente não aparecer. O tornar-se um fantasma numa relação a dois. Tudo isto explica o que é o ghosting. Só não nos explica porque é que acontece constantemente nos tempos modernos. 

Depois de falar de amor e de traições, este episódio não podia ficar esquecido. Trouxe a Ana Félix para falar comigo, na primeira pessoa, sobre isto de não ter coragem de terminar uma relação e simplesmente... desaparecer. Quais os motivos que estão por trás de tudo isto, se é que pode ser evitado e ainda qual a diferença de ghosting e de orbiting.

Mês de junho é mês de Orgulho Gay. Orgulho por tudo o que já se viveu e para que nunca nos esqueçamos de todas as lutas que a comunidade viveu (e vive) há tantos anos. Não sabia como abordar este tema, mas sabia que o queria fazer. Falamos de direitos humanos, acima de tudo. E eu mover-me-ei sempre pela igualdade. Sempre. 

Convidei o Alex D'Alva Teixeira para falar comigo sobre este assunto. Numa conversa onde eu estava super nervosa e sem saber bem o que dizer, o Alex ensinou-me bastante, sempre no seu tom calmo e ponderado. E sei que também irão aprender algo com ele. 

Uma conversa que surgiu literalmente sobre uma mesa. Depois de um almoço juntas, eu e a Eduarda percebemos que até tínhamos algumas questões relevantes para o podcast sobre isto de trair e ser traída — tanto nas relações amorosas como nas amizades. E resolvi trazê-la novamente para mais uma (boa) conversa. 

Desde a nossa experiência ao que achamos ser a grande problemática de tudo isto, está tudo aqui condensado numa hora de vinte do vosso domingo (ou de quando estiverem a ouvir isto, vá!). 

Foi um dos temas pedidos para esta segunda temporada de podcast: falar sobre tatuagens. E eu chamei a minha amiga Sara para falarmos da nossa experiência. Sobre a dor de tatuar, o significado dos desenhos que temos, se nos arrependemos ou não de alguma e até quais as tatuagens que julgamos nos outros. Mas vá, também vos damos algumas dicas se forem tatuar pela primeira vez. 

Embora ambas sejamos bloggers, influenciadoras, criadoras de conteúdo — you name it —, também trabalhamos já há alguns anos no meio digital. E, inevitavelmente, isso torna-se muitas vezes no nosso tema de conversa, com conclusões bem interessantes, até. 

No segundo episódio desta temporada, volto a trazer alguém que já por aqui passou. Se na primeira temporada chamei a Maria Clara para falarmos de amizades, hoje falamos de algo mais pesado: o luto. E a morte. É capaz de ser o episódio mais pesado e mais pessoal das duas temporadas. 

E também o mais trapalhão — com direito a três falhas de som e algum choro. E por isso, aceitem desde já as nossas desculpas. 

A segunda temporada do Sobremesa começa com um episódio super recheado. Convidei o Conguito para continuarmos a nossa conversa sobre música e, acreditem: está ainda melhor que a primeira. 

Falámos de Frank Ocean, de Childish Gambino, do Coachella, de festivais de verão, Harry Styles, Da Weasel, BROCKHAMPTON... e até de como o Conguito conheceu o Tyler The Creator — YA, isso aconteceu! 

É a cidade da minha vida e é a forma perfeita de fechar esta primeira temporada de Podcast. Chamei uma das minhas pessoas favoritas para falar sobre este grande amor, a Eduarda. Ela viveu lá 5 anos e contou-me o que a fez voltar para Portugal, as pérolas secretas da cidade e rimo-nos de tudo e mais alguma. Afinal, o amor é assim: por ela e pela cidade. 

As amizades que temos aos 30 não são iguais às que tínhamos aos 18. E se nessa altura íamos em romaria para o Sudoeste e ocupávamos quase meia dezena de carros, hoje em dia contamos pelos dedos das mãos os que estão do nosso lado dos os dias e os que realmente dão pelo nome de amigos. 

Custou-me muito entender isto nos últimos anos, mas acho que finalmente estou em paz com isso. Com o perceber que, com a nossa evolução, também as amizades evoluem. Embora existam sempre aquelas que ficam... como a da Maria Clara, que tinha mesmo de ser a pessoa com quem falaria sobre isto. 

Não sei explicar (nem precisar) quando comecei a interessar-me por estas coisas da astrologia — ou do além, como lhe quiserem chamar. Mas lembro-me que a Ana (ou a Krausz, para os amigos) foi a primeira pessoa que me abriu os olhos para este mundo. As nossas químicas, as relações com quem nos rodeia e tudo o que vai muito além das previsões que nem sempre acreditamos. 

Falamos de tudo isso e muito mais, sem nunca deixar de vos dizer que somos apenas uma geminiana e uma aquariana que se deixam sempre levar pelas boas conversas. 

Os photoblogs, o mIRC, os mp3 da Creative, as modas de ganchos fluorescentes e sapatos horríveis, a nossa paixão pelo Seth Cohen e como eu passava o tempo nas minhas aulas de biologia no primeiro ano da faculdade. Falámos de tudo isto e muito mais. Até porque o episódio de hoje é uma verdadeira trip down to memory lane. 

Se como eu foram crianças nos anos 90, acho que este episódio vai ser bem nostálgico... E depois não digam que eu não avisei! Trouxe uma das minhas melhores amigas para falarmos sobre como foi crescermos juntas nos últimos 15 anos. Ela é a Inês e será para sempre a minha nerdzinha favorita que liga zero a internet. 

Desde que surgiu a ideia de ter um podcast que este tema esteve em cima da mesa. Falar de saúde mental é algo que mexe com o meu interior e que me faz querer sempre dizer mais e mais e mais... E sabia que era com o Ben que queria falar sobre este assunto — e irão perceber o porquê neste episódio de Sobremesa. 

Ah e sim: o Ben é o autor da música lindinha que ouvem no começo de todos os episódios. 

Há uns meses dei por mim a perceber que, à minha volta, tenho demasiadas amigas solteiras. Amigas que eu considero bem interessantes. Miúdas giras, inteligentes e determinadas. E dei por mim a pensar no porquê e se realmente estamos todas ok com isso. A Verónica é uma delas. Um mulherão independente que, tal como eu, vive bem com o facto de estar sem namorado. 

Se será um estado permanente? Não sabemos. Mas se é possível ser trintona e estar solteira? Hell yeah — e é disso que falamos no quinto episódio desta temporada do Sobremesa. 

Falar do feminismo de forma descomplicada não é tarefa fácil. E eu gosto de o fazer — gosto de mostrar aros meus amigos que não é um bicho papão como se pinta. Que não somos "nós contra eles", que não somos feminazis e que, na verdade, é uma questão que afeta todos os géneros. É um tema sensível, mas importante de se falar. É um tema muitas vezes abordado no meu núcleo de amigos, de pessoas. E que não podia ser falado com outra pessoa. 

A Lígia é a minha amiga que eu sei que vai sempre caminhar a meu lado nesta luta e a pessoa com quem fazia sentido falar sobre isso — até quando se fala sobre o período e o copo menstrual. É too much information? Talvez, mas se for, é por isso mesmo que precisamos desta conversa. 

Não consigo conceber a minha vida sem música. Não consigo imaginar um dia sem ouvir, pelo menos, uma hora de música. Quando acordo, quando como, quando tomo banho, quando vou para o trabalho, quando treino... Sou a pessoa que se emociona com músicas, que associa as músicas a momentos e que faz kms para ver a banda favorita. Sou a pessoa que chora nos concertos e não sabe como nunca apareceu num ecrã gigante. 

E embora a música seja algo universal, nem toda gente a vive assim — de forma quase carnal. O Conguito é dos meus. Dos que respira música em todos os poros. Daqueles que tem um gosto musical que é surreal e com quem eu adoro trocar cromos. E claro, é com ele que falo sobre este meu maior amor: a música. 

Há dez anos, estava numa dieta totalmente vegetariana. E assim me mantive, durante uns 4 anos — até perceber que não estava a compensar como deveria ser e ficar doente. Mas lembro-me de ser uma raridade e de ser sempre a amiga chata que nunca comia nada nos restaurantes a não ser omeletes e saladas. Hoje em dia, felizmente, esta mentalidade mudou. 

Já não tenho dedos para contar quantos amigos meus são vegetarianos, quantos têm cuidado com a alimentação e com o que consomem diariamente, quantos se forçam por reduzir o consumo animal. E atenção, esta é uma judge free zone, mas hoje falamos do que é não consumir produtos animais e do quão importante isso é para nós — e para o planeta. Com quem? Com a minha amiga Catarina Perez.