POP OUT

Neste último episódio da série, vamos tocar em pontas soltas de outros episódios — desde a questão do Antropoceno e de uma história romântica da natureza vista por uma sociedade capitalista e extrativista, que se vai refletir na produção artística (Land Art), passando também pelo questionamento dessa atitude por artistas contemporâneos, a sobreposições e desdobramentos de temas abordados presentes em artistas na coleção. E concluímos que é impossível «dar nó» a estas conversas.

Desde que a sociedade se transformou numa sociedade de consumo e espetáculo, as preocupações ecológicas têm andado de mãos dadas com a cultura visual, servindo em alguns pontos como crítica ou denúncia das transformações ambientais. Neste episódio, abordaremos as questões ambientais, o valor do mundo que habitamos e como, através da arte, podemos pensar a nossa ligação ancestral com a terra, com a Natureza.

As experiências do mundo da produção artística serão universais? Quando os artistas trazem na sua subjetividade o outro racializado, como é que isso existe no seu trabalho? Neste episódio, exploramos como pode o museu trabalhar as questões racializadas, as ausências visíveis destes artistas e a importância de estarem no museu, dialogando com as obras de Jean-Michel Basquiat, Mariko Mori (patentes na coleção) e Mickalene Thomas.

Neste episódio abordaremos como a arte explora as feridas históricas, centrando o debate em como a cultura visual nos dá a ver essas feridas e como o mundo estruturado na colonialidade moldou a leitura que temos do outro. Através destas visões, vamos pensar as questões de existir e produzir nas periferias do mundo e a forma como os temas coloniais são tratados por três artistas patentes na coleção — Ângela Ferreira, Gabriel Orozco e Adriana Varejão —, bem como de que modo estes se posicionaram politicamente.

Em 1986, Ronald Reagan fala pela primeira vez sobre o vírus do HIV no Congresso Americano. Devido ao vírus e aos medos a ele associados, alteraram-se noções de proximidade, intimidade e comunidade. Iremos falar de como artistas e membros da comunidade artística foram afetados pelo HIV/SIDA e de como esta doença mudou o panorama do mundo, e com ele o mundo das artes e dos afetos.

Como vimos no episódio 4, as lutas sociais e de emancipação influenciaram a nova visão do mundo, tanto a nível económico, como científico e cultural. As manifestações artísticas que se sucedem exploram os limites da representação, começando a utilizar o corpo como instrumento, médium. Neste episódio exploramos a performance e como esta mudou a relação com o objeto artístico e com as identidades individuais e coletivas.

Mostraremos como a arte pode trazer corpos outros para o museu, quebrando com o imaginário instituído e normativo dos corpos. Para isso falaremos de artistas que usam o corpo como janela para uma comunidade, para os estereótipos impostos, ou histórias e memórias pessoais. Artistas que trazem e fazem comunidade ou artistas em que o seu próprio corpo já é matéria que espelha uma crítica social. A título de exemplo falaremos dos trabalhos de Nan Goldin, Cindy Sherman e Francesca Woodman.

Neste episódio falaremos sobre o conceito de male gaze, que construiu a ideia que se tem da representação feminina. Os cânones da arte, vindos de séculos passados, foram contrapostos por novos olhares que observam o corpo como identidade, ponto de agência ou como objeto de desejo atípico. Aqui, o corpo é visto como um objeto, mas aos olhos de quem?  Problematizaremos como esta pode ou não ser desconstruída e como o que vemos enforma a nossa relação social e corporal.

Conversaremos neste episódio sobre o papel da arte enquanto veículo político e sobre a forma como os artistas que se assumem de modo não normativo são encarados, criando termos de reflexão. Numa década conturbada de guerras e mudanças sociais, vamos ver como, por exemplo, as greves estudantis dos anos 60 e os movimentos contracultura influenciaram as práticas artísticas a usarem a sua voz e a sua realidade, e como estas práticas influenciam a sociedade — e esta a arte.

Neste episódio vamos entender o porquê de uma forte presença de mulheres nas vanguardas não significar uma grande presença das mesmas na história da arte, passando pelas faltas de acesso deliberadas na sua formação (Bauhaus), por exemplo, e pelo problema da escolha de críticos que as relegam para papéis secundários.

Pretendemos refletir sobre as influências do objeto de arte a partir do séc. XX, nomeadamente a partir do cubismo. Utilizaremos como referências Pablo Picasso e Modigliani para iniciar a discussão acerca de questões coloniais. Porque é que a arte tradicional africana foi considerada menor e foi vista como veículo de inspiração de um génio, mas os trabalhos feitos a partir dela foram considerados obras de arte, adquirindo um estatuto superior?