Pretoteca

O décimo terceiro episódio do Pretoteca fala sobre a diversidade étnico-racial dentro do mercado de trabalho. Mesmo sendo a maioria da população, pretos e pardos não ocupam nem 5% dos cargos de lideranças nas 500 maiores empresas do Brasil, de acordo com um mapeamento do Instituto Ethos em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Observando essa disparidade, levantamos uma discussão sobre desproporcionalidade de oportunidades e a falta de políticas de inclusão dentro das empresas. Para isso, conversamos com Yuri Silva, baiano de 26 anos, coordenador de Direitos Humanos do IREE (Instituto para Reforma da Relação entre Estado e Empresa) e coordenador nacional do Coletivo de Entidades Negras (CEN). A falta de representatividade e proporcionalidade na gerência das instituições brasileiras evidencia o fato de que o mercado de trabalho ainda é extremamente excludente com a população negra e que a diversidade étnico-racial precisa estar no topo das estratégias adotadas pelas empresas.

Chegamos ao décimo segundo episódio do Pretoteca. Em época de carnaval, debatemos os impactos do cancelamento da principal festa cultural brasileira para a população preta. Sem as festividades, cerca de R$ 8 bilhões vão deixar de circular na economia brasileira, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Os dados ficam ainda maiores quando abordamos a mão de obra primária, majoritariamente negra, formada por ambulantes, catadores de recicláveis e até mesmo pequenos ateliês em grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Para discutirmos o tema e debatermos as possibilidades de soluções, convidamos Claudia Alexandre, jornalista, radialista, pesquisadora de Cultura Afro, mestre em Ciência da Religião pela PUC-SP e acadêmica do Samba. Ela explica o que foi e o que está sendo feito para que o carnaval siga vivo, estruturado e planejado para o pós-pandemia, assim como o emprego e a dignidade das pessoas que fazem com que essa festa aconteça.

Chegamos ao décimo primeiro episódio do Pretoteca debatendo a grande polêmica da semana no país: o cancelamento nas redes sociais. O geógrafo baiano Milton Santos dizia que “ser negro no Brasil é frequentemente ser objeto de um olhar vesgo e ambíguo”. Dentro da bola da internet, a situação, descrita por Santos, só piora quando o ser negro passa pelo processo de ser cancelado. Tortura psicológica, julgamento público e cobrança por responsabilidade fazem parte dos efeitos do cancelamento e são debatidos em mais um episódio do nosso podcast, em uma mesa de convidados com Bruna Rocha, jornalista, ativista, professora, mestranda em Comunicação e Cultura Contemporâneas e pesquisadora em Análise do Discurso, e Renê Silva, um dos 100 negros com menos de 40 anos mais influentes do mundo em 2018, listado pela Revista Forbes e pelo jornal britânico The Guardian e criador do Voz das Comunidades, pois a cada pessoa negra que é cancelada no Brasil, nós, pretos e pretas, vemos os reflexos e impactos em toda a sociedade.

Chegamos ao décimo episódio do Pretoteca falando sobre a importância de se ter um olhar negro para a representatividade dos desenhos, sejam eles em mangá, em anime, nos quadrinhos ou mesmo nos livros de história. Durante anos, apenas alguns vilões ou personagens secundários, quando tinham essa oportunidade, apareciam com certo destaque nas franquias. Com o passar do tempo, muito por influência de profissionais negros que adentraram no mercado, algumas mudanças surgiram. No entanto, a situação atual do mundo das ilustrações e dos quadrinhos ainda carrega resquícios racistas. Para debater a situação atual do mercado, inclusive para os negros, possibilidades de melhora, listar os problemas atuais e históricos, destacar as ações afirmativas de momento e para conhecer a fundo um meio tão apaixonante, mas ainda com problemas hereditários de preconceito velado, convidamos para nossa mesa de debate o desenhista e ilustrador Douglas Lopes, curitibano de 23 anos, e o premiado ilustrador, professor, designer gráfico e quadrinista Marcelo D'Salete, pois a história, seja ela em quadrinhos ou da vida real, também pode ser escrita e contada por aqueles que, por muitos anos, foram cerceados e silenciados.

O nono episódio do Pretoteca aborda o assunto mais esperado e comentado de 2021: a vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Do sequenciamento do genoma do coronavírus, feito em tempo recorde por uma biomédica negra e baiana, à aplicação da primeira dose da Coronavac em solo brasileiro, no braço direito de uma enfermeira negra, de 54 anos, da Zona Leste de São Paulo, mostramos que a força do combate à pior pandemia do século tem gênero e cor: a mulher preta. E para esse bate-papo mais do que necessário, convidados as duas protagonistas desses dois momentos marcantes da nossa história contemporânea: a doutora Jaqueline Goes e a enfermeira Mônica Calazans, que além de guerreiras e heroínas, são pilares da ciência que serão lembrados de forma positiva ao longo da história.

Chegamos ao oitavo episódio do Pretoteca falando sobre ancestralidade e indo a fundo no saber de onde todos nós viemos. Hereditariedade e legado de antepassados são pontos discutidos em mais uma edição do nosso podcast, com direito a detalhes sobre o famoso teste de ancestralidade, que abrange os 54 países do continente africano e traz, em porcentagem, a origem genética de cada pessoa negra, seja retinta ou de pele clara. Para essa conversa mais do que especial, convidamos Beatriz Souza, dona da Brafika, agência de afroturismo, e Aline Chermoula, chef de cozinha afrodiaspórica que faz jantares ancestrais baseados na origem de cada cliente, pois redescobrir um passado apagado na história é uma das formas de reescrever um novo futuro.

O Pretoteca chega ao sétimo episódio debatendo o tema “quando eu me descobri negra e negro”. A antropóloga, filósofa, escritora e feminista Lélia Gonzalez disse, certa vez, que a gente não nasce negro, a gente se descobre negro. E puxado por tal afirmação, conversamos com as jornalistas Cynthia Martins e Daniella Dias, referências no Grupo Bandeirantes de Comunicação, sobre quando cada uma delas chegou a tal descoberta e como foi todo esse processo, sem as armadilhas do discurso do ódio, mas indo a fundo no racismo velado de cada dia.

O Pretoteca chega ao sexto episódio, o primeiro de 2021, debatendo a importância dos pretos e das pretas nas mídias digitais. Para tal mesa de debate, que ganha mais espaço a cada ano, chamamos Gabi Oliveira, comunicadora social e criadora de conteúdo para internet, sendo um dos canais participantes do programa Creators For Change, da Google, e PH Côrtes, referência quando o assunto é personalidade negra nas mídias sociais, além de ser dono da produtora executiva Côrtes e Companhia e um dos diretores da Plan Afros, canal de conteúdo audiovisual na internet. Ocupação de espaço, mudança de narrativa histórica, alcance massivo em áreas antes não alcançadas e linguagens contemporâneas ajudam a transcender o nicho padronizado nas redes desde o advento da internet.

O Pretoteca chega ao quinto episódio levantando um debate sobre o papel e a transformação do negro e da negra no futebol. Para conversar sobre um assunto tão amplo como esse, convidamos o fundador e diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, e a craque do Palmeiras, Rosana dos Santos, jogadora condecorada pela FIFA como lenda do futebol feminino. Democrático, multiétnico, vibrante, apaixonante e competitivo, a modalidade, capaz de unir desconhecidos com um amor inexplicável, também carrega consigo um passado de segregação e mantém algumas raízes preconceituosas mesmo com o passar dos anos, como o racismo, por exemplo.

O Pretoteca chega ao quarto episódio trazendo uma conversa sobre a importância do samba na vida e na cultura negra e dando adeus a Ubirany, um dos maiores nomes da história da música brasileira e dono do repique de mão mais famoso do mundo. Para debater o tamanho do popular “Chapinha” e o significado do ritmo mais popular do Brasil para nós, negros, convidamos a cantora Tereza Cristina e o jornalista e crítico Djalma Campos para o nosso cantinho de reflexão. Não deixar o samba morrer é nossa missão, não deixar o samba acabar é a nossa obrigação.

O podcast Pretoteca chega ao terceiro episódio trazendo um debate sobre os ataques sofridos pelas candidatas negras eleitas no pleito municipal de 2020 e as sequelas do preconceito na sociedade. Os mil dias da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o assassinato das pequenas Emily e Rebecca também entram na pauta com as convidadas Vilma Reis, socióloga e ativista brasileira defensora dos direitos humanos, das mulheres, dos negros e de LGBTs; e Joice Berth, escritora paulista e arquiteta urbanista. Entender tais ataques e o que os motivam são os focos da nossa conversa. Aproveitem!

O Pretoteca chega ao segundo episódio trazendo a empresária e advogada Eliane Dias, responsável por toda a organização dos Racionais MC’s, e o criador, reitor e diretor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, para uma discussão com o apresentador Luiz Teixeira sobre a violência contra o corpo negro e as formas como isso acontece diariamente no Brasil. No mês em que se completa um ano da tragédia de Paraisópolis, onde nove pessoas morreram pisoteadas em uma ação da Polícia Militar de São Paulo, conversamos com Felipe da Silva Freitas, doutor em Direito pela UNB e pesquisador do Núcleo de Justiça Racial da FGV-SP, sobre a violência direcionada ao corpo negro e também ouvimos Danilo Souza, tio da jovem Luara Victoria, a única mulher entre as vítimas do ocorrido na periferia de São Paulo. Trazer esse debate ao público é mais uma batalha travada com foco no encerramento das desigualdades, pois se não for uma conquista coletiva o triunfo vira troféu do sistema. Desfrutem!

O Pretoteca estreia com um tema bastante forte, complexo e mais do que necessário abordado por dois convidados especiais. A cantora Elza Soares e o escritor e ativista Preto Zezé, presidente Global da central única das favelas, conversam com o apresentador Luiz Teixeira sobre o primeiro encontro de cada um deles com o racismo.

O processo de escravização do povo preto, que durou mais de 300 anos no Brasil, faz com que a maioria dos negros brasileiros viva em situação de vulnerabilidade até hoje, sendo a maior parcela da população sem acesso à educação, saneamento básico e emprego. 

De acordo com o IBGE, jovens negros passam, em média, dois anos a menos na escola do que jovens brancos. Os negros também são mais afetados pela falta de trabalho, com uma taxa de desemprego 71% maior. 

No podcast Pretoteca, entrevistados negros que são referências nas mais diversas áreas vão discutir semanalmente os desafios no combate ao racismo e a busca do negro por uma posição de igualdade na sociedade.