Nos últimos três meses, este Boletim relatou a condição atual dos pesquisadores de pós-doutoramento no Brasil, em uma iniciativa conjunta da JP-SBQ com a Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat). Em uma série de matérias, foram ouvidos doutores e professores que relataram a seguinte situação: queda na oferta de bolsas de pós-doutoramento no Brasil; discrepância na distribuição geográfica de bolsas, com alguns programas de pós-graduação sem nenhum pós-doutor; pós-doutores com dificuldades em encontrar trabalho no Brasil, mas bem aceitos no exterior; as condições de trabalho para o pós-doc no exterior são muito favoráveis em relação ao Brasil, tanto nas universidades quanto nas empresas; os pós-doutores brasileiros fazem boa ciência.
“É uma situação que precisa ser abordada sob dois pontos de vista: o do país, que não consegue reter mão de obra especializada e perde autonomia em ciência, em tecnologia e o do pesquisador, que depois de muito investir em um nível excepcional de especialização se vê tolhido de oportunidades”, assinala a pesquisadora Paula Bueno, coordenadora do comitê Jovens Pesquisadores-SBQ. “Esta nossa ação em conjunto com a SBPMat teve como objetivo jogar luz sobre esta realidade.”
Esta semana, para concluir esta primeira fase do projeto “O pós-doutoramento no Brasil”, o comitê Jovens Pesquisadores-SBQ ouviu o secretário-geral da sociedade, professor Fernando de Carvalho da Silva (UFF) e o professor Luiz Henrique Catalani (USP), coordenador do Centro de Inovação da USP - InovaUSP.