Toma Aí um Poema: Podcast Poesias Declamadas | Literatura
By Jéssica Iancoski
Ano de produção: 2020 - presente
País de origem: Brasil
Duração: 1 minuto por episódio
Classificação: Livre
Gênero: Videos curtos
Direção: Belise Campos e Jéssica Iancoski.
Curadoria: Mabelly Venson.
Sonoplastia: Jéssica Iancoski
Roteiro: Belise Campos e Jéssica Iancoski.
Edição de vídeo: Jéssica Iancoski e Felipe Ogawa.
Vozes: Flavia Ferrari, Jaime Barros dos Santos Júnior e Jéssica Iancoski
Toma Aí um Poema: Podcast Poesias Declamadas | LiteraturaSep 09, 2022
Denis Scaramussa - Misael | Declame Aqui
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
@denisscaramussa declama o poema “Misael”
E assim ele se foi
sem um enterro digno
na total ausência de flores
largado às traças
vilipendiado
arrolado
delambido
diria um tanto quanto
alambicado
morre só, coitado
vai-se tarde, meu amigo
enforcado no períneo
o cu amarrado ao próprio rabo
#TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Cláudia Gomes Cruz - Preta real | Declame Aqui
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
@claudiagomescruz declama o poema “Preta real”
Preta real
De pigmento natural
E beleza sem igual,
Sou uma preta
Real.
#TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Marllon Silva - Cura | Declame Aqui
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
@marllonescritor declama o poema “Cura”
#TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Raquel Lopes - Lua Cheia | Declame Aqui
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
@mundopoeticodaquel declama o poema “Lua Cheia”
Lua Cheia
Deixa a lua encher
O meu olhar.
Deixa a lua bailar
O meu cantar.
Anotar nítidas batidas do peito
Aprender a amar
Sem qualquer erro.
Deixa a lua encher
Clarear meu andar.
Quero seguir este mar
Sem ter medo.
#TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Roberta Lantyer - É meu esse corpo | Declame Aqui
@robertalantyer declama o poema “É meu esse corpo”
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
É meu esse corpo
E se eu te disser que esse corpo é meu?
Durante o sono, é meu o corpo deitado.
Quando bebo, o corpo meio tonto também é meu.
A saia curta que visto, mostra as pernas que são minhas.
Ainda que esteja de burca, são meus aqueles olhos.
Pelada, é todo meu o corpo.
Minha pele ressecada, minhas estrias e o sinal embaixo do meu umbigo.
A vulva, o ânus e todos os meus buracos.
Se eu danço, é meu o corpo que se move.
Desmaiada, dopada, drogada, é todo meu o corpo.
E se eu te disser que esse corpo é meu?
Caminho na rua com meu corpo.
Pés no chão descendo a ladeira,
as pernas curtas e apressadas,
o rebolado natural do meu quadril largo,
os meus seios grandes, o pescoço longo,
a minha boca pequena, os meus olhos caídos.
Tudo meu.
O corpo que anda, que dança, que dorme, que adoece, que se banha, que se veste, que desveste,
que escreve, que sonha, que gesta, que pare.
E só meu esse corpo que carrego.
E se você soubesse?
#TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Cléssio Moura de Souza - TECE | TAUP NA FLIP
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
TECE
Mede. Conta. Rasga. Fura e enfia.
Apoia na ponta do dedo.
Fiapos de pele.
A dor do dia.
Todo dia.
Despercebida.
Desfiando, enfiando.
A cada três, um alinhavo:
De marcação na ida
de cruzamento na volta.
Vap vap vap, contra o tempo
Que passou, que passa.
A palha seca é roça.
O armário de compensado branco é oco.
Transborda poeira e vento.
Alinhavando a vida
Que está no fio.
Branco, vermelho, amarelo-cor-de-olho.
O bucho mexe.
A semente cresce.
A ponta da tesoura corta a beira do tijolo.
Puxa-se o fio, desfia-se.
Separe-se o meio e tece.
Tece, tece, tece, tece.
Nos casos de ontem,
de fulano e beltrano.
Afasta-se o agora.
Agora surge.
O bucho range. A panela seca.
Sem eira nem beira.
Alinha-se e tece.
Rendendês de revés.
De filhos que choram.
Puxam.
Mordem.
A pelanca do peito.
No ponto, cruz.
No ramo, nó.
No dedo, agulha.
No viés de muitas.
Por muitos. Por mais.
Em ser. Mulher.
#TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Gleidston Alis - o bar | Declame Aqui
►► Apoie pequenas editoras.
Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
@gleidstonalisdeclama o poema “o bar”.
#DeclameAqui #TAUP #TomaAiUmPoema #Poesia
Ivy Gobeti - A DESCOBERTA | TAUP NA FLIP
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
A DESCOBERTA (TRECHO)
Em meio ao inanimado
Eu me levanto
Transpondo janelas
Alargando fendas
Ao alto olho, avante
As minhas horas são vastas
Que à minha frente tudo é
E minhas células são faíscas
Venho à tona em meus lugares
Resido no além das épocas
Tudo delibero no que tudo sou
Porém, calma, não se assuste
É por amor e com alma
Com força bruta e de todo jeito
Vejo coisas reais e desnudo
Carcaça forte pela vida
#TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Paula Valéria Andrade - ARES URBANOS | TAUP NA FLIP
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
ARES URBANOS
Um lugar de céu esparso,
E ninguém respira bem.
Ares comprimidos,
Ou diluídos no Tiete.
Como saber o destino deste rio?
Como na madrugada, perceber o curso
(Ou rota) das coisas que são vivas,
E seguem seu rumo?
Gás carbônico nos inunda narinas,
Sem que tenhamos escolhas.
Vivemos na bolha,
Dessa coisa qualquer.
Respirar, é preciso.
Viver é impreciso.
Espelho quebrado de um Narciso,
Caído e rejeitado.
#TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Anderson Ramos Lima - RELUZENTE | TAUP NA FLIP
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
RELUZENTE
Quando tu não estas
Ali no escuro
Eu fico calmo
Tomo um gole seco de vinho
Ouço Caetano no rádio
E aguardo tenso
A tua maravilhosa
Chegada
Teu cheiro
Eu escuto
A passos distantes
Reparo
Na tua nuca molhada
E observo teu sentar
No sofá de casa
Paro para ouvir
Tuas histórias incessantes
E indignadas
E fixo na orelha
Teus projetos marcantes
Com o silêncio profundo
Das tuas orações
Em tua mente cansada
Observo lentamente
A tua roupa cair no chão
E o teu corpo a me seduzir
Com o sabor malicioso
De ternura
E sinceridade na língua
Eu fico
Observando teu corpo
Feito de água salgada
Dançando
Só para
Os meus olhos
Que hoje
Em dia
São feitos
De mel
UmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Beatriz dos Santos Viana - MINI BIO | TAUP NA FLIP
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
MINI BIO
Beatriz dos Santos Viana
eu não sei quem eu sou,
e eu não quero ser só isso.
uma nota de rodapé
engraçadinha, que te deixa sem jeito
que não entrava as palavras no peito
eu queria permanecer em estado inconstante de desassossego
respirar o desespero
e expurgar algo além das dores do mundo
que queimam forte aqui dentro
que rondam a minha mente sem freio
Eu queria ser um manifesto inteiro.
uma revolução iniciada numa caneta tinteiro
a voz de uma geração que nem sabe o que quer direito
o todo e o nada que queria ser
em um poeta com defeito
perdido entre o sonho e tormento
de ser um farol entre o nevoeiro
UmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Isabela Montello França - dando estrela | TAUP NA FLIP
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
http://loja.tomaaiumpoema.com.br
dando estrela
Isabela Montello
frouxos punhos azuis me estatelo no ar
pés azuis frouxos
tornozelos empunhados
cabeça para baixo
espancamento
me soca no seu casaco de ski,
sob almofadas,
palavras
família te veste de nuvens brilha nublado
love
punho esferográfico azul me estatelo
papel de carta salmão
família te veste de nuvens brilha nublado
minhas bochechas todas em muda
meus músculos centrípetos
punhos cartilaginosos me estatelo
raios de máquina de escrever
família te veste de nuvens brilha nublado
meus joelhos arranho em poça seca
meus joelhos em cada nó dos dedos
meus músculos umbigo centrífugo balão de gás
num canto panorâmico vidente
psicose te veste de nuvens brilha nublado
venta
Marcos Roberto dos Santos Amaral - calcário mole | Declame Aqui
Marcos Roberto dos Santos Amaral declama seu poema “calcário mole”.
Nas entrelinhas do esquecimento, surge a poesia das lembranças perdidas e assim, somos atacados pelas células vermelhas e brancas da existência, cruzando os caminho nos quatro cantos do mundo.
Qual a sua interpretação do texto? Comente!
#DeclameAqui #TAUP #TomaAiUmPoema #Poesia
Pedro Henrique do Nascimento Lino - Trabalhador em construção | Declame Aqui
No poema “Trabalhador em construção”, descobrimos que é na voz do coração que encontramos força para dizer 'não' ao conformismo e 'sim' à nossa própria humanidade.
@pedrolinoescritor declama um trecho do poema "Trabalhador em construção”
#DeclameAqui #TAUP #TomaAiUmPoema #Poesia
Yasmin Umbelino - FAZER POESIA É COMO FAZER AMOR | Declame Aqui
A poesia é um encontro de almas, um ato delicado de despir as palavras e mergulhar na profundidade do sentir. Assim como no amor, a cadência da pontuação e a ousadia da rima se entrelaçam, conduzindo-nos ao clímax da resolução.
@yasmin.umbelino declama um trecho do poema "FAZER POESIA É COMO FAZER AMOR”.
Edvando Júnior - Cores em Vitrais | TAUP NA FLIP
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
Cores em Vitrais
Edvando Junior
Tenho flores
Nenhum jardim de amores
Domino o pincel
Imaginando seu véu
Na janela
Lágrimas misturam
As tintas da aquarela
Vejo seu rosto com outro
Cores em vitrais
Não importam mais
Tempo arranca espinhos
Preenche o vazio
Ensina ver a vida
Com os olhos do coração
#TAUP #TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Valmir Luis Saldanha - Eu libertei jesus | TAUP NA FLIP
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
Eu libertei jesus
Eu converti jesus.
Não o Cristo que prega a paz
Entre homens e mulheres de boa vontade.
Não o ser de luz que cria forma no coração de quem sente.
Não o toque sutil daquele que vive
No gole d’água que mata a sede.
Não o desconhecido que não tendo palavras que decifrem o que realmente sentimos chamamos de Amor.
Eu arranquei esse jesus da parede.
Tirei a maquiagem que embranquecia seu rosto.
O impedi de alisar o cabelo.
Fiz com que ele tirasse a lente de contato que
Embaçava a vista no espelho.
Eu desmoralizei esse jesus, esse jesusinho de nada.
Eu o proibi de tentar ficar igual à imagem que vocês criaram.
Eu desprendi jesus.
Desemparedei, desatravanquei, desencarcerei.
Eu alforriei Jesus.
#TAUP #TomaAiUmPoema #Poesia #Podcast #Declamação
Jéssica Reis - sem título | Declame Aqui
A declamação de Jéssica revela a poesia como um portal para a transcendência, onde a contratura na clavícula das manhãs se funde com a ambiguidade dos sonhos. Qual a sua interpretação dessa declamação onírica?
@souumajessica declama um trecho do poema "sem título”.
Chirles Oliveira - Confusão | Declame Aqui
Cada palavra, uma dança entre a paixão e a turbulenta jornada do coração! Bom dia? Só se for com poesia. Neste poema, Chirles Oliveira revela a tempestade de sentimentos que é conhecer alguém de fato. Um amor que mexe com todos os sentidos.
@chirles.oliveira declama um trecho do poema "Confusão”.
Adriene Cruz - PELA ESTRADA | TAUP NA FLIP
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
PELA ESTRADA
Adriene Cruz
Noite quente de Janeiro
Noite de céu estrelado
Pela estrada caminho
À procura do seu abraço.
Quem será?
Quem vem lá?
Pela estrada caminho
Buscando reatar um laço.
Sorriso envolvente
Num abraço contente
Seu olhar atraente.
Pela estrada,
meu caminho refaço
Nesta
Noite quente de Janeiro
Noite de céu estrelado.
Conceição Evaristo - Da calma e do silêncio | Escritoras Brasileiras
Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida em 29 de novembro de 1946 em Belo Horizonte, é uma renomada linguista e escritora afro-brasileira. Aposentada, teve destacada carreira como pesquisadora-docente universitária, especializando-se em literatura comparada. Sua infância humilde na favela do Pendura Saia, sua ascendência diversificada e uma família numerosa moldaram sua trajetória. Reconhecida como influente literata pós-modernista, sua expressiva contribuição abrange poesia, romance, conto e ensaio, consolidando-se como voz impactante na literatura contemporânea brasileira.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
Quando eu morder
a palavra,
por favor,
não me apressem,
quero mascar,
rasgar entre os dentes,
a pele, os ossos, o tutano
do verbo,
para assim versejar
o âmago das coisas.
Quando meu olhar
se perder no nada,
por favor,
não me despertem,
quero reter,
no adentro da íris,
a menor sombra,
do ínfimo movimento.
Quando meus pés
abrandarem na marcha,
por favor,
não me forcem.
Caminhar para quê?
Deixem-me quedar,
deixem-me quieta,
na aparente inércia.
Nem todo viandante
anda estradas,
há mundos submersos,
que só o silêncio
da poesia penetra.
Wallace Azambuja - Nota | Declame Aqui
Nos dias de hoje, para ser bem entendido é preciso destacar-se do rodapé, expressando seu sentir de forma autêntica e, principalmente, explícita.
@wallace_dnb declama um trecho do poema "Nota”.
Conceição Evaristo - Do fogo que em mim arde | Escritoras Brasileiras
Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida em 29 de novembro de 1946 em Belo Horizonte, é uma renomada linguista e escritora afro-brasileira. Aposentada, teve destacada carreira como pesquisadora-docente universitária, especializando-se em literatura comparada. Sua infância humilde na favela do Pendura Saia, sua ascendência diversificada e uma família numerosa moldaram sua trajetória. Reconhecida como influente literata pós-modernista, sua expressiva contribuição abrange poesia, romance, conto e ensaio, consolidando-se como voz impactante na literatura contemporânea brasileira.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
Sim, eu trago o fogo,
o outro,
não aquele que te apraz.
Ele queima sim,
é chama voraz
que derrete o bivo de teu pincel
incendiando até ás cinzas
O desejo-desenho que fazes de mim.
Sim, eu trago o fogo,
o outro,
aquele que me faz,
e que molda a dura pena
de minha escrita.
é este o fogo,
o meu, o que me arde
e cunha a minha face
na letra desenho
do auto-retrato meu.
Conceição Evaristo - Filhos na rua | Escritoras Brasileiras
Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida em 29 de novembro de 1946 em Belo Horizonte, é uma renomada linguista e escritora afro-brasileira. Aposentada, teve destacada carreira como pesquisadora-docente universitária, especializando-se em literatura comparada. Sua infância humilde na favela do Pendura Saia, sua ascendência diversificada e uma família numerosa moldaram sua trajetória. Reconhecida como influente literata pós-modernista, sua expressiva contribuição abrange poesia, romance, conto e ensaio, consolidando-se como voz impactante na literatura contemporânea brasileira.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
O banzo renasce em mim.
Do negror de meus oceanos
a dor submerge revisitada
esfolando-me a pele
que se alevanta em sóis
e luas marcantes de um
tempo que aqui está.
O banzo renasce em mim
e a mulher da aldeia
pede e clama na chama negra
que lhe queima entre as pernas
o desejo de retomar
de recolher para
o seu útero-terra
as sementes
que o vento espalhou
pelas ruas…
S.S. Maisa - Cuidado com poetas | Declame Aqui
A Toma aí um Poema adverte: se apaixonar por poetas pode ser prejudicial à saúde! @_ss.maisa declama seu poema “Cuidado com poetas”.
Para participar dessa iniciativa de divulgação, acesse o link 👉 forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique em nossa bio. 🌐 Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma segunda-feira ou sexta-feira. 📅
PS: Lembre-se de que o link precisa ser aberto ao público, ou não podemos baixar o vídeo.
Jean Marcos - colagens | Declame Aqui
Desprendendo-se das palavras que grudaram em sua pele, Jean faz uma promessa: se descolar, se descolonizar. Essa busca pela retomada dá medo, rasgar-se é um perigo iminente, mas essa vulnerabilidade é sua jornada de autodescoberta poética.
@eu_jeaan declama seu poema “colagens”.
Para participar dessa iniciativa de divulgação, acesse o link 👉 forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique em nossa bio. 🌐 Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma segunda-feira ou sexta-feira. 📅
PS: Lembre-se de que o link precisa ser aberto ao público, ou não conseguimos baixar o vídeo.
Conceição Evaristo - Stop | Escritoras Brasileiras
Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida em 29 de novembro de 1946 em Belo Horizonte, é uma renomada linguista e escritora afro-brasileira. Aposentada, teve destacada carreira como pesquisadora-docente universitária, especializando-se em literatura comparada. Sua infância humilde na favela do Pendura Saia, sua ascendência diversificada e uma família numerosa moldaram sua trajetória. Reconhecida como influente literata pós-modernista, sua expressiva contribuição abrange poesia, romance, conto e ensaio, consolidando-se como voz impactante na literatura contemporânea brasileira.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
A vida passeia marginal
nos caminhos
podados da mente.
Dos olhos injetados do poeta
brilha o lusco-fusco
da palavra ferida.
E a big-pena
rabisca sinais luminosos:
STOP!
Caio Fernando Abreu - Terça-feira Gorda | Declame Aqui
No Carnaval, desafiamos as regras e, sem perceber, deixamos as máscaras caírem. Neste momento de pura autenticidade, questionamos: é proibido sentir a alegria sem se esconder atrás de máscaras?Desde já, a Editora Toma Aí um Poema deseja a todes um Feliz Carnaval! @fmferrari declama um trecho do conto "Terça-feira Gorda” de Caio Fernando Abreu. Para participar dessa iniciativa de divulgação, acesse o link forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique em nossa bio. Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma segunda-feira ou sexta-feira. PS: Lembre-se de que o link precisa ser aberto ao público, ou não conseguimos visualizar o vídeo.
Renê Mauricio - Despejos | Declame Aqui
As notas dissonantes da desigualdade ecoam na hora dourada, iluminando a necessidade de reflexão e ação em meio à cultura e contradições urbanas. Ouça a declamação e reflita sobre o desamparo!
@fixando.vertigens declama um trecho do poema "Despejos”.
Para participar dessa incrível iniciativa de divulgação, acesse o link 👉 forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique em nossa bio. 🌐 Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma segunda-feira ou sexta-feira. 📅
Conceição Evaristo - Favela | Escritoras Brasileiras
Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida em 29 de novembro de 1946 em Belo Horizonte, é uma renomada linguista e escritora afro-brasileira. Aposentada, teve destacada carreira como pesquisadora-docente universitária, especializando-se em literatura comparada. Sua infância humilde na favela do Pendura Saia, sua ascendência diversificada e uma família numerosa moldaram sua trajetória. Reconhecida como influente literata pós-modernista, sua expressiva contribuição abrange poesia, romance, conto e ensaio, consolidando-se como voz impactante na literatura contemporânea brasileira.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
Barracos
montam sentinela
na noite.
Balas de sangue
derretem corpos
no ar.
Becos bêbados
sinuosos labirínticos
velam o tempo escasso
de viver.
Conceição Evaristo - Meu Corpo Igual | Escritoras Brasileiras
Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida em 29 de novembro de 1946 em Belo Horizonte, é uma renomada linguista e escritora afro-brasileira. Aposentada, teve destacada carreira como pesquisadora-docente universitária, especializando-se em literatura comparada. Sua infância humilde na favela do Pendura Saia, sua ascendência diversificada e uma família numerosa moldaram sua trajetória. Reconhecida como influente literata pós-modernista, sua expressiva contribuição abrange poesia, romance, conto e ensaio, consolidando-se como voz impactante na literatura contemporânea brasileira.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
Na escuridão da noite
meu corpo igual
fere perigos
adivinha recados
assobios e tantãs.
Na escuridão igual
meu corpo noite
abre vulcânico
a pele étnica
que me reveste.
Na escuridão da noite
meu corpo igual,
boia lágrimas, oceânico,
crivando buscas
cravando sonhos
aquilombando esperanças
na escuridão da noite
Guilherme Brante - Labirinto | Declame Aqui
Quem ousa se perder nesse labirinto?@guilhermebrante declama o poema “Labirinto”.Para participar dessa incrível iniciativa de divulgação, acesse o link forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique em nossa bio. Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma segunda ou sábado.
Tony Roberson de Mello Rodrigues - Soneto do amor ouvinte | Declame Aqui
Na declamação do dia, Tony convida você paraa refletir sobre a presença tímida e constante do amor em nossas vidas, destacando sua potência transformadora. Que essa leitura te faça pensar sobre a necessidade de ouvir e compreender os outros.
@tonyrevisor declama o poema “Soneto do amor ouvinte”.
Para participar dessa incrível iniciativa de divulgação, acesse o link 👉 forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique em nossa bio. 🌐 Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma segunda ou sexta. 📅
Kel Kamoezze - "Do que se trata..." | Declame Aqui
Vamos refletir juntos sobre a importância de enxergarmos além das aparências, celebrando a singularidade de cada alma. @euiancoski declama um trecho do poema "Do que se trata..." de @kelkamoezze.
Para participar dessa incrível iniciativa de divulgação, acesse o link forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique na nossa bio. Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma quarta ou sexta.
Sandro Sedrez dos Reis - Um Buquê de Ambições | Toma Aí um Poema
🎙️✨ Momento mágico capturado! O incrível Poeta Sandro Sedrez dos Reis nos presenteando com a leitura de seu poema "Um Buquê de Ambições" na TAUP. Uma experiência que toca a alma e desperta os sentidos!
🌟 Quer se perder nas palavras e sentimentos profundos deste poema? Encontre a versão completa no Spotify e deixe-se envolver pela poesia de Sandro. Não perca esta jornada lírica!
Nanci Otoni Oliveira de Faria - Estado de Calmaria | Declame Aqui
No estado de calmaria, encontrei a paz que transcende o caos. 🌿 Qual é a sua maneira de cultivar serenidade nos momentos turbulentos da vida?
@nanciotoni declama o poema “Estado de Calmaria”.
Para participar dessa incrível iniciativa de divulgação, acesse o link 👉 forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique na nossa bio. 🌐 Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma quarta ou sexta. 📅
Karla Fontoura - Pesos | Declame Aqui
Karla Fontoura declama o poema “Pesos”.
Para participar dessa incrível iniciativa de divulgação, acesse o link 👉 forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique na nossa bio. 🌐 Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma quarta ou sexta. 📅
Carolina Maria de Jesus - Rosa | Escritoras Brasileiras
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma destacada escritora brasileira, conhecida pelo impactante "Quarto de Despejo: Diário de uma favelada" (1960). Moradora da favela do Canindé, em São Paulo, sustentou-se como catadora de papéis, destacando-se pela venda surpreendente de 10 mil exemplares em uma semana, com tradução para treze idiomas e distribuição em mais de quarenta países. Reconhecida como uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus é considerada uma das autoras mais importantes do país, com sua obra e vida objeto de estudos no Brasil e no exterior.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
Rosa
Eu sou a flor mais formosa
Disse a rosa
Vaidosa!
Sou a musa do poeta.
Por todos su contemplada
E adorada.
A rainha predileta.
Minhas pétalas aveludadas
São perfumadas
E acariciadas.
Que aroma rescendente:
Para que me serve esta essência,
Se a existência
Não me é concernente…
Quando surgem as rajadas
Sou desfolhada
Espalhada
Minha vida é um segundo.
Transitivo é meu viver
De ser…
A flor rainha do mundo.
Carolina Maria de Jesus - Dá-me as rosas | Escritoras Brasileiras
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma destacada escritora brasileira, conhecida pelo impactante "Quarto de Despejo: Diário de uma favelada" (1960). Moradora da favela do Canindé, em São Paulo, sustentou-se como catadora de papéis, destacando-se pela venda surpreendente de 10 mil exemplares em uma semana, com tradução para treze idiomas e distribuição em mais de quarenta países. Reconhecida como uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus é considerada uma das autoras mais importantes do país, com sua obra e vida objeto de estudos no Brasil e no exterior.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
No campo em que eu repousar
Solitária e tenebrosa
Eu vos peço para adornar
O meu jazigo com as rosas
As flores são formosas
Aos olhos de um poeta
Dentre todas são as rosas
A minha flor predileta
Se a afeiçoares aos versos inocentes
Que deixo escritos aqui
E quiseres ofertar-me um presente
Dá-me as rosas que pedi.
Agradeço-lhe com fervor
Desde já o meu obrigado
Se me levares esta flor
No dia dos finados.
Daniela Bonafé - Militância | Declame Aqui
Daniela Bonafé declama o poema “Militância”, disponível na coletânea de poesia política Vote, da editora Toma Aí um Poema, CeMana 22.
Para participar dessa incrível iniciativa de divulgação, acesse o link 👉 forms.gle/t33ZvMtxA867AS5s7 ou clique na nossa bio. 🌐 Basta seguir as instruções no formulário e aguardar o seu vídeo ser publicado em uma quarta ou sexta. 📅
Carolina Maria de Jesus - Sou Feliz | Escritoras Brasileiras
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma destacada escritora brasileira, conhecida pelo impactante "Quarto de Despejo: Diário de uma favelada" (1960). Moradora da favela do Canindé, em São Paulo, sustentou-se como catadora de papéis, destacando-se pela venda surpreendente de 10 mil exemplares em uma semana, com tradução para treze idiomas e distribuição em mais de quarenta países. Reconhecida como uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus é considerada uma das autoras mais importantes do país, com sua obra e vida objeto de estudos no Brasil e no exterior.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
Sou feliz
No topo de uma colina
Construí uma cabana
De manhã surge a neblima
Que a natureza promana.
Quem reside nesta casinha
Que é um verdadeiro primor
Eu e a minha mãezinha
A quem dedico o meu amor.
Quando o sol deixa o poenta
Tudo encanta na colina
Surges a noite lentamente
Tudo é belo, e me fascina.
Minha mãe sempre cantando
É amável e carinhosa
Passa os dias cuidando
Dos seus canteiros e rosas.
Como é lindo o meu viver!
Nesta cabana que eu fiz
Creio que... Eu posso dizer:
Graças a Deus, sou feliz!
Carolina Maria de Jesus - Poeta | Escritoras Brasileiras
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma destacada escritora brasileira, conhecida pelo impactante "Quarto de Despejo: Diário de uma favelada" (1960). Moradora da favela do Canindé, em São Paulo, sustentou-se como catadora de papéis, destacando-se pela venda surpreendente de 10 mil exemplares em uma semana, com tradução para treze idiomas e distribuição em mais de quarenta países. Reconhecida como uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus é considerada uma das autoras mais importantes do país, com sua obra e vida objeto de estudos no Brasil e no exterior.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
Poeta
Poeta, em que medita?
Por que vives triste assim?
É que eu a acho bonita
E você não gosta de mim.
Poeta, tua alma é nobre
És triste, o que desgosta?
Amo-a. Mas sou tão pobre
E dos pobres ninguém gosta.
Poeta, fita o espaço
E deixa de meditar.
É que... eu quero um abraço
E você persiste em negar.
Poeta, está triste eu vejo
Por que cisma tanto assim?
Queria apenas um beijo
Não deu, não gosta de mim.
Poeta!
Não queixas suas aflições
Aos que vivem em ricas vivendas
Não lhe darão atenções
Sofrimentos, para eles, são lendas.
Carolina Maria de Jesus - Humanidade | Escritoras Brasileiras
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma destacada escritora brasileira, conhecida pelo impactante "Quarto de Despejo: Diário de uma favelada" (1960). Moradora da favela do Canindé, em São Paulo, sustentou-se como catadora de papéis, destacando-se pela venda surpreendente de 10 mil exemplares em uma semana, com tradução para treze idiomas e distribuição em mais de quarenta países. Reconhecida como uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus é considerada uma das autoras mais importantes do país, com sua obra e vida objeto de estudos no Brasil e no exterior.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
___________
Humanidade
Depôis de conhecer a humanidade
suas perversidades
suas ambições
Eu fui envelhecendo
E perdendo
as ilusões
o que predomina é a
maldade
porque a bondade:
Ninguem pratica
Humanidade ambiciosa
E gananciosa
Que quer ficar rica!
Quando eu morrer…
Não quero renascer
é horrivel, suportar a humanidade
Que tem aparência nobre
Que encobre
As pesimas qualidades
Notei que o ente humano
É perverso, é tirano
Egoista interesseiros
Mas trata com cortêzia
Mas tudo é ipocresia
São rudes, e trapaçêiros
Carolina Maria de Jesus - Muitas fugiram ao me ver... | Escritoras Brasileiras
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma destacada escritora brasileira, conhecida pelo impactante "Quarto de Despejo: Diário de uma favelada" (1960). Moradora da favela do Canindé, em São Paulo, sustentou-se como catadora de papéis, destacando-se pela venda surpreendente de 10 mil exemplares em uma semana, com tradução para treze idiomas e distribuição em mais de quarenta países. Reconhecida como uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus é considerada uma das autoras mais importantes do país, com sua obra e vida objeto de estudos no Brasil e no exterior.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
https://loja.tomaaiumpoema.com.br/
___________
Muitas fugiam ao me ver…
Muitas fugiam ao me ver
Pensando que eu não percebia
Outras pediam pra ler
Os versos que eu escrevia
Era papel que eu catava
Para custear o meu viver
E no lixo eu encontrava livros para ler
Quantas coisas eu quiz fazer
Fui tolhida pelo preconceito
Se eu extinguir quero renascer
Num país que predomina o preto
Adeus! Adeus, eu vou morrer!
E deixo esses versos ao meu país
Se é que temos o direito de renascer
Quero um lugar, onde o preto é feliz.
Carolina Maria de Jesus - Não digam que | Escritoras Brasileiras
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma destacada escritora brasileira, conhecida pelo impactante "Quarto de Despejo: Diário de uma favelada" (1960). Moradora da favela do Canindé, em São Paulo, sustentou-se como catadora de papéis, destacando-se pela venda surpreendente de 10 mil exemplares em uma semana, com tradução para treze idiomas e distribuição em mais de quarenta países. Reconhecida como uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus é considerada uma das autoras mais importantes do país, com sua obra e vida objeto de estudos no Brasil e no exterior.
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
https://loja.tomaaiumpoema.com.br/
_________________________________
Não digam que fui rebotalho,
que vivi à margem da vida.
Digam que eu procurava trabalho,
mas fui sempre preterida.
Digam ao povo brasileiro
que meu sonho era ser escritora,
mas eu não tinha dinheiro
para pagar uma editora.
Hilda Hilst — Poema VIII | Poetas Brasileiras
Hilda de Almeida Prado Hilst foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Ela nasceu em São Paulo em 1930 e faleceu em 2004, aos 74 anos. ►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes! https://loja.tomaaiumpoema.com.br/ _________________________________
Me falaram de um deus.Eu chorava na quietudedos dias sós.
A irmã morta sorriao riso pálido dos santos.
Me falaram de um deus.Deus em branco.Deus que faz de flores, pedras.E de pedras, compreensão.
Deus amargurado.Chora e gemena quietude dos dias sós.
Consolo.
Hilda Hilst — Poema VI | Poetas Brasileiras
Hilda de Almeida Prado Hilst foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Ela nasceu em São Paulo em 1930 e faleceu em 2004, aos 74 anos. ►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes! https://loja.tomaaiumpoema.com.br/ _________________________________
Que não se leve a sério este poema
Porque não fala de amor, fala de pena.
E nele se percebe o meu cansaço
Restos de um amor antigo e de sargaço.
Difícil dizer amor quando se ama
E na memória aprisionar o instante.
Difícil tirar os olhos de uma chama
E de repente sabe-los na constante
E mesma e igual procura. E de repente
Esquecidos de tudo que já viram
Sonharem que são olhos inocente
Ah, o mundo que os meus olhos assistiram…
Na noite com espanto eles se abriram.
Na noite se fecharam, de repente.
Hilda Hilst — Poema XIII | Poetas Brasileiras
Hilda de Almeida Prado Hilst foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Ela nasceu em São Paulo em 1930 e faleceu em 2004, aos 74 anos. ►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes! https://loja.tomaaiumpoema.com.br/ _________________________________
Me falaram de um deus.
Eu chorava na quietude
dos dias sós.
A irmã morta sorria
o riso pálido dos santos.
Me falaram de um deus.
Deus em branco.
Deus que faz de flores, pedras.
E de pedras, compreensão.
Deus amargurado.
Chora e geme
na quietude dos dias sós.
Consolo.
Hilda Hilst — Poema IX | Poetas Brasileiras
Hilda de Almeida Prado Hilst foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Ela nasceu em São Paulo em 1930 e faleceu em 2004, aos 74 anos. ►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes! https://loja.tomaaiumpoema.com.br/ _________________________________
Uma mulher suspensa entre as linhas e os dentes.
Antiqüíssima ave, marionete de penas
As asas que pensou lhe foram arrancadas.
Lavado de luzes, um deus me movimenta.
Indiferente. Bufo.
Hilda Hilst — Poemas aos Homens do nosso tempo | Poetas Brasileiras
Hilda de Almeida Prado Hilst foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Ela nasceu em São Paulo em 1930 e faleceu em 2004, aos 74 anos. ►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes! https://loja.tomaaiumpoema.com.br/ _________________________________
Poemas aos Homens do nosso tempo
Amada vida, minha morte demora.
Dizer que coisa ao homem,
Propor que viagem? Reis, ministros
E todos vós, políticos,
Que palavra além de ouro e treva
Fica em vossos ouvidos?
Além de vossa RAPACIDADE
O que sabeis
Da alma dos homens?
Ouro, conquista, lucro, logro
E os nossos ossos
E o sangue das gentes
E a vida dos homens
Entre os vossos dentes.