Sangue Latino
By Diego Oliveira
Sangue LatinoAug 28, 2022
EP 1: Representatividade na política
O Brasil vive sob um regime democrático, definido como um regime político em que todos os cidadãos participam igualmente, seja diretamente ou através de representantes eleitos, das propostas, criações e implantações de leis e políticas públicas.
No entanto, há muitos anos enfrentamos um grande desafio: a crise na representatividade em inúmeros cenários, entre eles o político. É notável a baixa presença de pessoas negras, indígenas, LGBTQIAP+ e mulheres nesse campo:
· No país, a população negra representa quase 60% dos cidadãos. Contudo, a representatividade desse grupo na política é pequena. Nas últimas eleições quase 48% dos candidatos eram negros. Foram eleitos apenas 28%. Atualmente, no Congresso, pessoas negras ocupam 24% das cadeiras na Câmara e 22% no Senado.
· Já a população LGBTQIAP+, apesar de estar ganhando um pouco mais de visibilidade em outros espaços, conta com apenas 37 representantes. Mulheres lésbicas, transgêneros e travestis são minoria.
· A eleição de 2018 foi a que colocou o maior número de mulheres deputadas na Câmara: 77. Ainda assim, correspondem a 15% dos 513 parlamentares. Segundo o IBGE, mais da metade da população brasileira (51,13%) é de mulheres, e de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, representam 53% do eleitorado. Entretanto, ocupam hoje menos de 15% dos cargos eletivos.
· A população indígena é que a tem maior escassez de representatividade no Congresso, contando com somente uma parlamentar, eleita quase 37 anos depois do primeiro e único cacique eleito deputado federal. Nas eleições de 2020, os indígenas foram 0,34% de todos os eleitos, contra os 0,26% de há quatro anos.
Essa falta de representação traz consequência a invisibilização, o silenciamento e a exclusão. Em ano eleitoral, é de extrema importância debater a importância da representatividade e a sua relação com a democracia. O que fazer quando ela só atinge uma parcela da população?
Nesse episódio, compartilhando as suas particularidades, vivências e pautas específicas, dois Agentes da Cidadania do Polo MG – Carolinni e Diego – discutem sobre o tema.
Fontes:
https://www.camara.leg.br/noticias/709156-cresce-numero-de-prefeitos-e-vereadores-indigenas/