extraclasse

E se a ciência não servir para nada? A opinião, de fato, é mais importante? O desafio é compreender o diferencial do conhecimento em detrimento da ignorância; as diferenças entre a validação da ciência e a sustentação da opinião.

Quando nos deparamos com desafios ou questões inexplicáveis, o caminho mais fácil é o da opinião. Construímos o hábito de criticar o conhecimento científico por força de nossa subjetividade, interesses, influências e facilidades. Entretanto, qual o papel da ciência? Mas, e a minha opinião?

O mundo, a sociedade e as pessoas de antes já não existem. O anormal não obedece o normal. Vivemos um novo normal, onde há mudanças fundamentais no contexto global. Fomos forçados a transformar valores e sistemas, mas, fundamentalmente, resgatamos a credibilidade da ciência e do humano.

O que fazer quando os recursos não são suficientes para todos? O limite orçamentário, principalmente no campo da saúde, faz com as autoridades acabem por promover escolhas. O problema é: quem deve fazer isso? Diante de situações extremas, como no caso Itália X Covid-19, pessoas têm sustentado a necessária "escolha de Sofia". Mas, será o caminho?

O avanço da tecnologia tem proporcionado inúmeros benefícios à humanidade. As redes sociais e a internet, como frutos desse avanço, converteram-se no meio natural, quase habitat, onde as pessoas podem ser. O mais curioso é que a significação da existência acaba passando pela desconstrução de outras pessoas, provendo o surgimento de anônimos dos teclados, onde o ódio é a tônica.

Hodiernamente, muitos acham que a política é “benefício” de alguns. Outros, que é um caminho curto para o sucesso permanente. Alguns, que é a válvula de escape para quem não obteve o esplendor triunfal em determinada carreira. Porém, a política, segundo Aristóteles, é algo intrínseco ao humano. É uma condição irrenunciável, permanente e insubstituível.

À educação cabe o papel de transformar a informação em conhecimento, formando o que se compreende como educação informativa. Tal educação promove o contato do humano com a técnica científica, transformando a prática em processos educacionais; numa troca de experiências, onde a realidade é fator atenuante e a mediação do conhecido é impetrante, numa geração cultural variada. É a essa relação que se chama de cultura da educação consciente, que supera a deseducação (ou educação) para a estupidez.

A busca pela verdade sempre foi um dos grandes dilemas do humano. Com o avanço das comunicações, o excesso de informações tem se mostrado um complicador. Uma das consequências dessa complicação é o surgimento da "era da pós-verdade". O que preocupa é o modo como a informação se transforma em conhecimento, pois a linha para a ideologia é tênue.