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Terebentina

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By Terebentina Podcast

Podcast em que Rafael Lasevitz tece pontes inesperadas entre antropologia, etnopsicologia, literatura, e um pouco de tudo o que tem a ver com nosso dia a dia.

Cada episódio é uma viagem pelo mundo, encontrando conexões entre universos e práticas aparentemente distantes como fábulas Cheyenne sobre coiotes, rituais de desemaranhamento de problemas em Papua-Nova Guiné, e enganadores de pessoas em praças de Nova Iorque no século XIX.

No fim de cada viagem, a ideia é que o ouvinte tenha muitas novas perguntas, algumas respostas, e novas palavras e ideias que ajudem a pensar o cotidiano.
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#5 A vida em uma rede precária de humores: afrofuturismo, engarrafamentos, mobilização política, baleias jubarte, e uma epidemia de humores na Micronésia.

TerebentinaAug 03, 2020

00:00
50:13
#8 Repensando a empatia: olhando nos olhos de um alce morto na Sibéria, a opacidade da mente alheia na Melanésia, e fitas de música romântica beduína

#8 Repensando a empatia: olhando nos olhos de um alce morto na Sibéria, a opacidade da mente alheia na Melanésia, e fitas de música romântica beduína

A empatia ganhou um status extraordinário nos últimos tempos no "mainstream ocidental", e não é raro ouvir que há um déficit de empatia no mundo, que se fosse resolvido, tornaria a vida de todos melhor.

Mas não é bem assim para outros povos.

O último episódio da temporada do Terebentina tenta jogar outro olhar e explorar diferentes perspectivas em torno da noção de empatia, assim como seus limites. 

Para isso,o episódio começa falando de uma fábula siberiana sobre uma jovem que olha nos olhos de um alce recém-caçado, e das lições que os Yukhagir tentam tirar dessa história. Depois seguimos com a teoria da opacidade da mente na Melanésia, ou seja, a ideia comum a diversos povos da região de que é impossível saber o que se passa na mente alheia - e quais as implicações dessa ideia para a empatia como a conhecemos? Por fim, falamos sobre como fitas cassette de música romântica beduína podiam (ou não) servir de intermediário e tornar possível a comunicação entre gêneros radicalmente separados nos anos 1980.

E ainda falamos rapidamente sobre algumas perguntas que aparecem com certa frequência nas leituras de tarot feitas pelo nosso apresentador nos cafés de Montreal.

> O Terebentina é um podcast quinzenal publicado toda segunda de manhã e apresentado pelo antropólogo Rafael Lasevitz. Faremos uma pausa agora para preparar a segunda temporada e voltamos em breve! Não deixe de nos seguir para ficar a par das novidades!

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REFERÊNCIAS:

Bubandt, N., & Willerslev, R. (n.d.). O lado sombrio da empatia: Mimese, engano e a magia da alteridade.

Hollan, D. W., & Throop, C. J. (2011). The Anthropology of Empathy: Experiencing the Lives of Others in Pacific Societies. Berghahn Books.

Lutz, C. A., & Abu-Lughod, L. (1990). Language and the Politics of Emotion. Cambridge University Press.

Poser, A. von. (2013). Foodways and Empathy: Relatedness in a Ramu River Society, Papua New Guinea. Berghahn Books.

Robbins, J. (2008). On Not Knowing Other Minds: Confession, Intention, and Linguistic Exchange in a Papua New Guinea Community. Anthropological Quarterly, 81(2), 421–429. JSTOR.

Schieffelin, B. B. (2008). Speaking only your own mind: Reflections on talk, gossip and intentionality in Bosavi (PNG). Anthropological Quarterly, 81(2), 431–441.

Sep 21, 202049:54
#7 As várias faces da ignorância: Kristeva, xadrez, xamãs amazônicos, e a produção de pontos cegos em uma mina canadense

#7 As várias faces da ignorância: Kristeva, xadrez, xamãs amazônicos, e a produção de pontos cegos em uma mina canadense

Ignorar coisas é inevitável. Mas mais do que inevitável, a ignorância é uma ferramenta usada estrategicamente, de maneira consciente ou não, em diversas situações.  Em alguns casos se trata simplesmente de reconhecer que toda análise (de impactos de um projeto, por exemplo), por mais profunda que seja, tem que ser cortada em certo ponto.

Mas onde cortar?

O episódio de hoje fala desse corte aplicado a xadrez e à avaliação de impactos sociais de uma mina a céu aberto canadense. Fala também do conceito de abjeção da psicanalista e filósofa Julie Kristeva e sua relação com o conto "Você está agora entrando no coração humano" da escritora neo-zelandesa Janet Frame. E ainda falamos da importância fundamental de NÃO saber certas coisas para não se tornar um xamã, ao menos entre os Waorani (mas o que é saber nesse caso?).

E ainda uma história envolvendo hipopótamos e o lendário enxadrista soviético Mikhail Tal.

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REFERÊNCIAS:

Fletcher, J., & Benjamin, A. (2012). Abjection, Melancholia, and Love: The Work of Julia Kristeva. Routledge.

Frame, J. (1984). You are Now Entering the Human Heart: Stories. Women’s Press.

High, C. (2012). Between Knowing and Being: Ignorance in Anthropology and Amazonian Shamanism. In C. High, A. H. Kelly, & J. Mair (Eds.), The Anthropology of Ignorance: An Ethnographic Approach (pp. 119–135). Palgrave Macmillan US. https://doi.org/10.1057/9781137033123_5

Kristeva, J. (1987). Soleil noir: Dépression et mélancolie. Gallimard.

Simões Lasevitz, R. (2019). Des grandes machines et des petites personnes: Les impacts des projets miniers sur les parcours de vie des habitants de deux villes de l’Abitibi.

Strathern, M. (2011). Cortando a Rede. Ponto Urbe. Revista do núcleo de antropologia urbana da USP, 8, Article 8. https://doi.org/10.4000/pontourbe.1970

Sep 07, 202001:05:34
#6 Fazendo e desfazendo o real: afetos e ruínas no Chipre, no Quênia e em um conto de Bashevis Singer

#6 Fazendo e desfazendo o real: afetos e ruínas no Chipre, no Quênia e em um conto de Bashevis Singer

De tempos em tempos, a pergunta vem à tona: do que é feita a realidade? Esse episódio viaja por temas e pessoas que tiveram que lidar com essa questão, tanto sobre a realidade narrada quanto sobre a realidade de concreto, tijolo e reboco.

O episódio começa falando de um conto de 1945 (!) de Isaac Bashevis Singer que explora os limites da construção coletiva da realidade de maneira radical. Depois seguimos com o caso da ocupação turca do norte do Chipre, e de pessoas que passaram mais de 30 anos vivendo em casas que não eram as suas. Que afetos são possíveis em uma paisagem que mistura ruínas e saques? Afetos, paisagens e ruínas também são o tema da terceira parte sobre a reconstrução de espaços abandonados pelo Estado em um bairro planejado no Quênia.

E ainda passamos rapidamente por David Graeber, xamãs malgaches e um papo sobre a necessidade (ou não?) de acreditar nas narrativas que nos rodeiam.

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REFERÊNCIAS:

Bryant, R. (2014). History’s remainders: On time and objects after conflict in Cyprus. American Ethnologist, 41(4), 681–697. https://doi.org/10.1111/amet.12105

Graeber, D. (2013). It is value that brings universes into being. HAU: Journal of Ethnographic Theory, 3(2), 219–243. https://doi.org/10.14318/hau3.2.012

Navaro-Yashin, Y. (2009). Affective spaces, melancholic objects: Ruination and the production of anthropological knowledge*. Journal of the Royal Anthropological Institute, 15(1), 1–18. https://doi.org/10.1111/j.1467-9655.2008.01527.x

Singer, I. B. (2006). Gimpel the Fool: And Other Stories. Farrar, Straus and Giroux.

Smith, C. (2014). Uncertain Futures: The Performance of Ownership in a Nairobi Council Estate. ASA 2014 Annual Meeting Paper.

Smith, C. (2018). Accumulating history: Dirt, remains and urban decay in Nairobi. Social Dynamics, 44(1), 107–127.

Wolitz, S. L. (2013). The Hidden Isaac Bashevis Singer. University of Texas Press.

Aug 17, 202001:06:22
#5 A vida em uma rede precária de humores: afrofuturismo, engarrafamentos, mobilização política, baleias jubarte, e uma epidemia de humores na Micronésia.

#5 A vida em uma rede precária de humores: afrofuturismo, engarrafamentos, mobilização política, baleias jubarte, e uma epidemia de humores na Micronésia.

O que são redes de humores, e por que elas são frequentemente precarizadas? E o que elas podem ter a ver com nossa capacidade de se mobilizar politicamente?

O episódio de hoje tenta falar de humores e antenamento, duas coisas pouco abordadas, situadas na interseção entre nossa paisagem social e mental, e que são centrais para a maneira como agimos (e sentimos) coletivamente.

Para isso, falaremos de um engarrafamento afrofuturista em um conto da escritora estadunidense/nigeriana Nnedi Okorafor, exploraremos a ideia de como uma rede de humores e expectativas podem estar por trás de uma epidemia entre os Yap na Micronésia, e ainda falaremos de zapatismo, da história de uma baleia jubarte perdida no porto de Montreal, e de um poema do poeta espanhol Juan Ramón Jiménez.

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REFERÊNCIAS:

Okorafor, Nnedi. (2013). Kabu Kabu. Prime Books.

Spanish Poems II: Juan Ramón Jiménez -Mares-. (n.d.). Retrieved August 2, 2020, from http://spanishpoems2.blogspot.com/2005/08/juan-ramn-jimnez-mares.html

Throop, C. J. (2017). Despairing Moods: Worldly Attunements and Permeable Personhood in Yap. Ethos, 45(2), 199–215. https://doi.org/10.1111/etho.12163

E sigam o perifl da antropóloga Leila Saraiva ( @LeilocaSaraiva ) que foi nossa referência para o trecho sobre zapatismo nesse episódio ;) 


Aug 03, 202050:13
#4 Vivendo nas frestas da confiança: tricksters, coiotes, malabaristas e refugiados da guerra civil em Uganda

#4 Vivendo nas frestas da confiança: tricksters, coiotes, malabaristas e refugiados da guerra civil em Uganda

O que acontece quando somos levados a viver dentro das frestas do sistema, explorando os pontos cegos alheios? O episódio de hoje fala de um arquétipo muito comum a diversas culturas: às vezes chamado de trickster, outras de coiote, ele pode ser um malabarista, um especulador financeiro, ou qualquer um de nós. Mas acima de tudo, para que exista o trickster, antes tem de haver pessoas que confiem que as coisas acontecerão de uma maneira previsível.

Falaremos de falsários, de uma interessantíssima fábula cheyenne sobre coiotes, mas também do que significa esse pacto pela confiança, e de situações em que o tecido da confiança se perde e agir nas frestas do sistema não é a exceção, mas sim a norma.

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REFERÊNCIAS:

Bryant, R., & Knight, D. M. (2019). The Anthropology of the Future. Cambridge University Press.
https://doi.org/10.1017/9781108378277

Frey, R. (n.d.). The Eye Juggler. Retrieved May 27, 2020, from https://www.webpages.uidaho.edu/~rfrey/EJEyeJuggler.htm

Hyde, L. (2008). Trickster Makes this World: How Disruptive Imagination Creates Culture. Canongate.

Meinert, L. (2015). Tricky trust: Distrust as ontology and trust as a social achievement in Uganda. Anthropology and Philosophy: Dialogues on Trust and Hope.

Wall, T. (2019). Juggling - From Antiquity to the Middle Ages: The Forgotten History of Throwing and Catching. Modern Vaudeville Press.

Jul 20, 202042:18
#3 Emaranhados: traduzindo dores crônicas e se comunicando com silêncios em zonas rurais

#3 Emaranhados: traduzindo dores crônicas e se comunicando com silêncios em zonas rurais

Algumas coisas são particularmente difíceis de se comunicar. Pacientes de dores crônicas em uma clínica especializada nos EUA tentam lidar com as dificuldades de comunicar suas dores e torná-las visíveis para o mundo exterior do médicos e especialistas. Mas como comunicar a dor?

Em outro cenário, pequenos fazendeiros britânicos tentam lidar com emaranhados complexos de problemas de uma maneira alternativa: através do silêncio.

Se no episódio anterior falamos de rituais de desemaranhamento, hoje vamos falar de formas alternativas de comunicação. Os episódios são independentes e você pode escutar esse sem ter ouvido o anterior, mas claro, se você puder, certamente vale a pena escutar os dois ;)

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REFERÊNCIAS:

Jackson, J. (1994). Chronic pain and the tension between the body as subject and object. In Embodiment and experience: The existential ground of culture and self (Vol. 2, pp. 201–228).

Jackson, J. (1992). After a while no one believes you: real and unreal pain. In Pain as human experience: An anthropological (pp. 138–168).

Christensen, P., Hockey, J., & James, A. (2010). Talk, silence and the material world: pattern of indirect communication among agricultural families in Northern England. In An Anthropology of Indirect Communication (pp. 68–82).

Jul 06, 202047:14
#2 Desemaranhamento: lidando com a complexidade nas Ilhas Salomão

#2 Desemaranhamento: lidando com a complexidade nas Ilhas Salomão

Sempre temos problemas, mas algumas situações criam emaranhados de tensões e contradições que, na medida que vão se acumulando, vão nos deixando cada vez mais distantes de qualquer solução. E temos muitas estratégias para lidar com problemas, mas o que sabemos sobre emaranhados? 

Nesse episódio, o antropólogo Rafael Lasevitz fala sobre os rituais de desemaranhamento dos falantes de A'ara, uma comunidade das Ilhas Salomão, e suas tecnologias de gestão das emoções - e algumas breves pontes são feitas com a obra Berlin Alexanderplatz, de Alfred Döblin.

***

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Referências:

Filme: Berlin Alexanderplatz, dirigido por Rainer Fassbinder (1980), baseado na obra de Alfred Döblin.

White, G. M. (1990). Emotion talk and social inference: Disentangling in Santa Isabel, Solomon Islands.

White, G. M. (2010). Moral discourse and the rhetoric of emotion. In: Psychological Anthropology: A Reader of Self in Culture. Ed. by Robert A. LeVine, 68–82.

Jun 22, 202030:45
#1 Permeabilidade: filosofia malaia e Murilo Rubião

#1 Permeabilidade: filosofia malaia e Murilo Rubião

No primeiro episódio do Terebentina, Rafael Lasevitz fala do conceito de semangat, usado na filosofia tradicional malaia para falar de permeabilidade dos corpos humanos e não humanos, trocas de energias, e como diferentes permeabilidades afetam nossas vidas. Por fim, Rafael faz um paralelo com o conto do Homem do Boné Cinzento, do escritor Murilo Rubião.

***

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Referências:

Laderman, C. (1994). The embodiment of symbols and the acculturation of the anthropologist. Embodiment and Experience: The Existential Ground of Culture and Self, 183–200.

Rubião, M. (2007). O homem do boné cinzento: E outros contos. Companhia das Letras.

Jun 08, 202018:48
#0 Apresentando o Terebentina

#0 Apresentando o Terebentina

O que a filosofia tradicional malaia tem em comum com os contos de Murilo Rubião? Que diálogo existe entre os rituais de desemaranhamento  nas Ilhas Salomão e o protagonista de Berlin Alexanderplatz vivendo na Alemanha de 1929?

Terebentina é um podcast em que Rafael Lasevitz encontra conexões inesperadas entre um pouco de tudo e a antropologia, passando por literatura, cinema, filosofia, banalidades do dia e dia, e o que der na telha.

Nesse episódio zero, Rafael explica a proposta do podcast e o que vocês podem esperar dos próximos episódios. E também uma discussão rápida sobre metáforas e xadrez. E sim, também uma explicação pro nome Terebentina :)

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Jun 07, 202012:14