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Poesia com Mel

Poesia com Mel

By Mel Inquieta

Poemas de Melina Guterres
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Carretel de Fogo

Poesia com MelAug 04, 2021

00:00
04:56
A Rampa por Mel Inquieta

A Rampa por Mel Inquieta

Poema de Melina Guterres (Mel Inquieta) criado após a posse do Lula em 2023
Jan 02, 202301:23
Amanhã Vermelho

Amanhã Vermelho

AMANHÃ VERMELHO POEMA DE MEL INQUIETA/ MELINA GUTERRES #Lula #lula2022 #lulapresidente
Oct 24, 202202:26
Algodão

Algodão

Algodão

Na curva
Da perna
Bate latente
Um peito
Ardente e
Castigado
Que sangra
Um dia sim
Um dia não

Nenhum passo
É tão firme
No caos do
Sertão
Nenhum arroz
Nasce sem
Regar um grão

Na fervura da
Massa quente
O furacão da
Revolução

Um grito de aia
Ainda esperando
O pão
Provoca
Um canhão

Pés tem bolhas
Sapatos
Nunca foram de
Algodão

Mel Inquieta/ Melina Guterres

#poema #poesiacommel #poeta #melinaguterres #melinquieta #poesia
Oct 10, 202201:01
Poema FIM

Poema FIM

FIM Quando meus músculos
Não corresponderem mais
Aos meus desmandos
Quando meu corpo
Tiver virado pó
Quando o silêncio
Aparentemente reinar
A minha inquietude
Permanecerá

Na minha palavra
Na minha história
E ainda
Incomodará!

Melina Guterres/ Mel Inquieta
24/06/2021 foto: Renan Mattos
Mar 09, 202200:47
Carretel de Fogo

Carretel de Fogo

Um vidro
Uma papagaio mudo
Uma óca oca

Um pingo no céu
Uma lua no vão
Um córrego voa

Tem sangue nas entrelinhas
Tem uma carta no Tarô
Tem a cegueira nos dentes
A língua amordaçada no medo

Um frio corrói o aço
Um espelho vira gelo
O fogo vira farpa
Aveia vira pó
A morte vira vida
A ruína vira hoje

O mar morto sufoca
A criança parte
Uma canoa é miragem
Mergulho profundo no eco
Uma planta nasce

Um meteoro evapora
Um navio de carga se desloca
Emerge um berço
Leve não são os tempos

A vista piora
Era um soco no estômago
Aquela ameixa podre

E num profundo ar de dento
Respira numa bolha
Um tempo

Força aterisagem um avião
Cai a tarde o luto
O luto de uma nação
O fruto é mordido
A isca pesca
Um moeda é jogada
A sorte nunca foi nítida
As transparências desaparecem
Um estrondo vibra
Uma piscina lambe o chão
Tem uma noiva afogada na multidão
Um cadáver atravessa
A rua para sem sinal vermelho

Uma mulher vai a lua
Nenhuma estrela desce
Nuvens adormecem
Um vulto passa
A manicure desenha
Um carretel late
Uma oca parte
Um ruído rosna
Um luto

E veio a escuridão
No corrimão daquela louca escada
Onde nenhuma flor valia nada

Hora do churrasco
Há hipocrisia numa pérola
Um chumbo cai
Era pra matar
Mas salvou

Um morto atravessa...

Espumas borbulham
Há raiva na caixa de correspondência
Uma amaldiçoada pedra
Aquece a horta

Era pra ser uma caneta
Virou apenas um pênsil
Ossos removem o aparelho
De um mão

Tocou o chão
Um laço de fita suja
Arames num pão
Uma janela
Sem saída
Era tudo
Naquela avenida
Onde as minhocas
Fabricavam o verde
Dos musgos

Na linha de uma coleira
Enfeitada com seda
Dormiam os remendos
Até o amanhecer

O tremor
Tinha olfato
Relapso
Um canarinho
Preso

Voa menino
Ele não voa
Cresça menino
Ele não crescia
Nasça menino
Ele não pária

Escravos de jó
Jogavam cachimbo
Nenhuma praia a vista
Piratas de avenidas
Pediam um tostão
Mendigar a luz fosca
Era receita antiga

Um botão da camisa
Caiu
O relógio parou
Nem fim
Nem começo
Vazio e silêncio
Compunham a
valsa de partida

A ouro eram escritas
As partituras
Um raio de sol tocou a noite
Tinha arte na ardência do broto

Nas roseiras
Os espinhos sentiam fome
Os vômitos
Escorriam pelo esgoto
Nas veias
O sangue endureceu
E um branca de neve
Desapareceu

As fantasia adormecem
Era tarde pra deslocar os corvos
As aves já devoram as carniças
As picadas eram sentidas
A pele arrancada em vida

...
Carretel em fogo

Mel Inquieta / Melina Guterres

04/08/21
Aug 04, 202104:56
A Travessa

A Travessa

Nem uma luz na rua
Vozes cruzam o tempo
Uma moto acelera
O silêncio atravessa

No forno
Barulhos da fervura
Na travessa
Cozinha o caos

Gargalhadas
Temperadas com sal
Sem argilas
Nem arte esculpida

Na tênue
Terna
Terra

Um polvo enfeita o medo
Lantejoulas em lajotas frias
Adubo em ruínas
Café frio
No bolicho

Um assalto
Leva a alma
Resgate pago
Em pedra

TicTac
Nenhum despertador
Desperta

Mel Inquieta

WWW.INSTAGRAM.COM/POESIACOMMEL
Jul 10, 202101:42
Liberati
May 27, 202101:34
Liberte-se
May 26, 202101:56
"Oração"

"Oração"

Poema de Melina Guterres/Mel Inquieta
Jan 24, 202101:02
Tempo Bandido

Tempo Bandido

PĖS

Sem máscaras.
Efeitos de outras estradas
Sem medo de perder
O fardo do tempo
Sem vergonha
Das largas estrias de dentro

Um honesto sentimento
Um naco de vermelho
Um súbito adormecimento
Nos olhos o futuro Invisivel
Na parada
Um ônibus sem passageiro

Pés que andam
Que transitam
Pés que vagam
Que caem
Atropelam
Pés

Melina Guterres

#poesia #poeta #poema #semfiltro #semmaquiagem #poesiacommel #melinquieta #melinaguterres #pés
Jan 05, 202101:28
Pés

Pés

PĖS

Sem máscaras.
Efeitos de outras estradas
Sem medo de perder
O fardo do tempo
Sem vergonha
Das largas estrias de dentro

Um honesto sentimento
Um naco de vermelho
Um súbito adormecimento
Nos olhos o futuro Invisivel
Na parada
Um ônibus sem passageiro

Pés que andam
Que transitam
Pés que vagam
Que caem
Atropelam
Pés

Melina Guterres

#poesia #poeta #poema #semfiltro #semmaquiagem #poesiacommel #melinquieta #melinaguterres #pés
Jan 05, 202100:48
Nata, um dia para amar

Nata, um dia para amar

Um dia para amar...

É Natal
tem um ruído
Entre o trilho do trem
E o apito de um ano Novo
Que lembra que a cada dia
Mais velho fica o tempo
E a ponta dos meus dedos

Noel voou sem trenó
Deixou lá fora meu sono
Infantil mergulhado na
Fantasia da inexistência
Uma figura que todo ano vem e
não vem
Deixa à espera
Como muitos cristãos
Que brindam o nascimento aguardam a volta de seu Deus

Tanto céu,
Pouca terra
Impossíveis de trenós e renas
Num sistema de visão externa
Cadê os olhos de dentro?

Papai Noel é aquela moça que
Preparou a sopa a um desconhecido Cristo que tem fome.
Uma mãe que trocou o dia pela noite
Para ter um panetone
Um pai que não dormiu a noite
Uma avó doce
Um irmão que trouxe a cerveja
Um tio que assa o churrasco
A prima que prepara a maionese
A tia que traz o pudim

Em volta da árvore,
Carências disfarçadas
De presentes.

Símbolos por uma troca de abraços
Natal
Um dia, uma desculpa para amar

Melina Guterres

#natal #feliznatal #poesia #amar #umdiaparaamar #poeta #poesiacommel #melinquieta #melinaguterres
Jan 05, 202101:55
Seja Forte - Poema de Melina Guterres Música de Nilze Benedicto
Dec 18, 202003:34
Todo dia - Melina Guterres
Dec 16, 202001:12
SEM VIAS / Melina Guterres

SEM VIAS / Melina Guterres

Sem vias

Amanheceu Belchior
Adormeceu Romaria
Numa quadra
Sem vias
Só havia subida

Pés tortos
Cegos
Sentiam a vida

No forno
A comida
A espera do sal

Na avenida
Romaria
O encontro
Do chão do sertão
Com o erudito de portão

Meu olhar
Nas estranhezas
De um suco
Sem áçucar

Paladar
Tinha voz

Pigmentos
Esculpiam
A porta

Coração
Selvagem
Mordia

Uma corda
Perdia
Seu fio

Alucinação
Do dia-dia

Na areia no Rio de Janeiro
Na terra vermelha do interior da Bahia
Na montanha removida do Pará
No frio da fronteira do Sul
Na capital dos negócios

"Um preto, um pobre
Uma estudante
Uma mulher sozinha"
"De sonho e de pó"

Melina Guterres - @melinquieta

Músicas referénciadas:
Alucinação e Coração Selvagem de Belchior
Romaria de Renato Teixeira

Foto reprodução.

#poesiacommel #poema #poeta #poesia #sertao #romaria #belchior #alucinação
Dec 08, 202001:27
Origem

Origem

Poema de Melina Guterres feito para performance da Carolina Berger
Dec 08, 202002:13
A sala

A sala

Poema de Melina Guterres
Dec 08, 202001:01
OXIGÊNIO

OXIGÊNIO

Mergulhar num oceano
Poesia
Beber palavras engasgadas

Vomitar um reino
Ser forte como uma abelha rainha
Dona e criadora
Do próprio mel

Um molusco
Que transforma lixo
em pérolas

Ora, ora
Pra que serve um oceano, afinal?

Se o corpo pesa,
Que o sal reine
Como o mar morto
Onde nada afunda

E se algo finda
Seja o confinamento
De uma consciência
Que esqueceu de reproduzir
O próprio oxigênio

Que toda guerra
Sejam guelras

Melina Guterres / Mel Inquieta

escrito em 22/10/2020


https://www.instagram.com/p/CGyt_mqj_Q4/

Nov 10, 202001:08
NEGAÇÃO

NEGAÇÃO

Negação

Desejou felicidade aos demônios
Retirou armas do campo de batalha

Escalou montanhas
Aprendeu a ter as garras de uma fera

Descobriu o sopro do vento
Desenvolveu afiadas orelhas
Correu tanto
Que seus pés viraram patas
Guardou tanto rancor que
Seus ossos cresceram
como facas no alto de sua cabeça

Esculpiu a luxúria com arte sacra
Deglutiu a ira sufocada
Escondeu a prata

Fingia não sentir nada

Negou a própria dor
Negou tanto o próprio ódio,

Inveja e desejo de vingança
Negou tanto que se tornou
Seu próprio demônio.

Temia espelhos
Os demônios?
Eram sempre os outros

Do alto de uma pedra

Um animal
Em metamorfose

Abandonava seu casulo

Fez da dor as asas mais belas

Ergueu poeiras
De uma era

E de si mesmo

Se libertou

A borboleta

Não olhou pra trás

Ela só voou


MELINA GUTERRES  / MEL INQUIETA

www.instagram.com/poesiacommel

Nov 10, 202002:01
O CORVO

O CORVO

O corvo

Tinha o latido de um porco

Uma faca na garganta

Palavra afiada

No aço dos dias


Um cuspe

Mentira

Uma lágrima

Publicada

Na era passada


Um apelo por socorro

Um futuro numa vela

Fria e apagada


Um corvo

Cruzava a beira

Da estrada

Faminto

Devorava

Uma velha

Caça


Tinha sede

De sangue

Quente

Partia

Voava


O tempo em rodas

O asfalto

Vermelho cinza


A chuva,

Lavava as carcaças

Uma pedra quicava

No meio da estrada

Até a próxima

Selvageria



MELINA GUTERRES / MEL INQUIETA 

www.instagram.com/poesiacommel

Nov 10, 202001:13
CADÊ O ARTISTA? - Texto de Melina Guterres / Mel Inquieta

CADÊ O ARTISTA? - Texto de Melina Guterres / Mel Inquieta

CADÊ O ARTISTA?

Jornalista

Cadê o ato?
Cadê a cena?
Cadê as personagens?
Cadê o teatro?
Cadê a música?
O dançarino?
O palhaço?
Cadê o cenário?
Cadê o músico?
O palco?
O rádio?
Onde está a televisão?
Onde está o cinema?
Cadê a sinceridade?
A emoção?
O sentimento?
A alma?
O público?
A verdade?
Cadê a senhora que chora?
O padre que condena?
O moço que solta gargalhadas?
Cadê, Cadê, Cadê a alegria e a tristeza?
O circo,
A fantasia,
A criatividade,
Cadê o espetáculo?
O teatro está vazio!
Cadê o artista?

Artista
Estou aqui
Escondido,
Esquecido,
Desvalorizado,
Desmoralizado,
Tudo “zado”,
U-sado.
Quem paga mais?
Leiloado!
Não vou ao teatro
Não tenho “tempo”,
Estou fora do pedaço,
Não me condeno,
Guardo os meus sonhos,
Busco um emprego
Por onde andarão os meus colegas?

Jornalista
Entenda sou quem questiona,
Você quem responde.
Sou quem procura,
Você quem encontra.
Sou o homem,
Você o espelho...
Mas e a minha, a nossa, a vossa, a sua, imagem no banheiro, cadê?

Artista
Quem é você?
O que você quer?

Jornalista
Sou a dúvida
A curiosidade
Aquele que busca
E instiga a verdade....

Artista

Já sei você é o bilheteiro do teatro,
Aquele que perdeu o emprego?

Jornalista

Antes fosse
Mas agora já é tarde
Sou quem vê e registra
Sou quem implora compaixão,
Caridade e tem sede de justiça!
Sou o olho, a voz,
O ouvido, a boca
Do povo.
Sou a verdade
Sou a mentira,
A vaidade.
Sorrio, choro
Esqueço, apago
Tudo no final
Da tarde.
Sou quem conhece a verdade,
A verdadeira realidade.
Não sou mito,
Nem fantasia,
Sou jornalista.
E por isso hoje eu grito:
Quanta falta faz um artista!!!!


Melina Guterres / Mel Inquieta


Escrito em 2004 em Salvador-BA

Foto: Melina Guterres em cena sendo o artista durante as gravações do curta Espelhos Paralelos em 2008 no Rio de Janeiro-RJ

Links: 

http://poesiacommel.blogspot.com/2009/02/1-poesia-cade-o-artista.html

http://espelhosparalelos.blogspot.com/


este áudio foi gravado em 02/09/2020 em Santa Maria-RS

Sep 02, 202004:33
ENTREGAS poema de Melina Guterres / Mel Inquieta
Sep 02, 202001:08
Navio Blue poema de Melina Guterres / Mel Inquieta
Sep 02, 202000:16
TRINCHEIRAS INVISÍVEIS poema de Melina Guterres (Mel Inquieta)
Sep 02, 202001:39
RUÍNAS - Poema de Melina Guterres (Mel Inquieta)

RUÍNAS - Poema de Melina Guterres (Mel Inquieta)

Ruínas 

"Se essa rua, se essa rua fosse minha.. 

Eu mandava ladrillhar com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes para o meu amor passar. 

Nessa rua tem um bosque que se chama solidão..."

Hoje não tem poema
Tive um lapso com o tempo
Fui lá ao final de 1700
Quando aqui
Ainda era apenas
um acampamento

17 de maio de 1858
Nascia a cidade Santa Maria
De lá pra cá
ferrovia
vila belga
universidade...
universidades..
Quanta história se faz
Quantos passos se dão nas ruas de Santa Maria?
Mas o que me inquieta
São as memórias de uma senhorinha
Sua juventude foi divertida
Nas festas de um casarão
Que até capela dentro havia...
Hoje nem ruínas... Já um professor aposentado,
Num olhar nostálgico pela Catedral da Av. Rio Branco me dizia "Aqui me casei há 55 anos"
Pude ver por um instante
ele com a sua noiva entrando
Há mais de meio século pisando
no mesmo chão que tocava a sola dos meus sapatos.
Como diz o padre Ênio:
Tem patrimônio que não tem preço.

Tá escuro, tá escuro aqui dentro
Sem a luz do conhecimento
Tudo vira ruínas
Nosso passado
Nossa história
Nosso tempo
Nossas memórias
Num tijolo em queda

Em queda,
Em queda,
Em queda... Até quando vamos deixar nossa identidade virar pó?

Essa rua, essa rua ela é nossa
Vamos todos ensinar a preservar
O patrimônio, o patrimônio e história
Para a memória, a memória ativar

 - MELINA GUTERRES / Mel Inquieta -

Poema escrito para o Coletivo Memória Ativa que defende o patrimônio histórico e cultural de Santa Maria-RS.Apresentação em seu lançamento oficial no Casarão da TV Ovo.
Dançarino: Lucca Pilla
#poesia #poema #santamaria
Foto em pb do Dartanhan Baldez


No instagram: https://www.instagram.com/p/Bx9VDzFAUpX/

Sep 02, 202004:00
POEMA: SENHORA ANSIEDADE
Sep 01, 202000:40