Poesia com MelJan 05, 2021
A Rampa por Mel Inquieta
Amanhã Vermelho
Algodão
Na curva
Da perna
Bate latente
Um peito
Ardente e
Castigado
Que sangra
Um dia sim
Um dia não
Nenhum passo
É tão firme
No caos do
Sertão
Nenhum arroz
Nasce sem
Regar um grão
Na fervura da
Massa quente
O furacão da
Revolução
Um grito de aia
Ainda esperando
O pão
Provoca
Um canhão
Pés tem bolhas
Sapatos
Nunca foram de
Algodão
Mel Inquieta/ Melina Guterres
#poema #poesiacommel #poeta #melinaguterres #melinquieta #poesia
Poema FIM
Não corresponderem mais
Aos meus desmandos
Quando meu corpo
Tiver virado pó
Quando o silêncio
Aparentemente reinar
A minha inquietude
Permanecerá
Na minha palavra
Na minha história
E ainda
Incomodará!
Melina Guterres/ Mel Inquieta
24/06/2021 foto: Renan Mattos
Carretel de Fogo
Uma papagaio mudo
Uma óca oca
Um pingo no céu
Uma lua no vão
Um córrego voa
Tem sangue nas entrelinhas
Tem uma carta no Tarô
Tem a cegueira nos dentes
A língua amordaçada no medo
Um frio corrói o aço
Um espelho vira gelo
O fogo vira farpa
Aveia vira pó
A morte vira vida
A ruína vira hoje
O mar morto sufoca
A criança parte
Uma canoa é miragem
Mergulho profundo no eco
Uma planta nasce
Um meteoro evapora
Um navio de carga se desloca
Emerge um berço
Leve não são os tempos
A vista piora
Era um soco no estômago
Aquela ameixa podre
E num profundo ar de dento
Respira numa bolha
Um tempo
Força aterisagem um avião
Cai a tarde o luto
O luto de uma nação
O fruto é mordido
A isca pesca
Um moeda é jogada
A sorte nunca foi nítida
As transparências desaparecem
Um estrondo vibra
Uma piscina lambe o chão
Tem uma noiva afogada na multidão
Um cadáver atravessa
A rua para sem sinal vermelho
Uma mulher vai a lua
Nenhuma estrela desce
Nuvens adormecem
Um vulto passa
A manicure desenha
Um carretel late
Uma oca parte
Um ruído rosna
Um luto
E veio a escuridão
No corrimão daquela louca escada
Onde nenhuma flor valia nada
Hora do churrasco
Há hipocrisia numa pérola
Um chumbo cai
Era pra matar
Mas salvou
Um morto atravessa...
Espumas borbulham
Há raiva na caixa de correspondência
Uma amaldiçoada pedra
Aquece a horta
Era pra ser uma caneta
Virou apenas um pênsil
Ossos removem o aparelho
De um mão
Tocou o chão
Um laço de fita suja
Arames num pão
Uma janela
Sem saída
Era tudo
Naquela avenida
Onde as minhocas
Fabricavam o verde
Dos musgos
Na linha de uma coleira
Enfeitada com seda
Dormiam os remendos
Até o amanhecer
O tremor
Tinha olfato
Relapso
Um canarinho
Preso
Voa menino
Ele não voa
Cresça menino
Ele não crescia
Nasça menino
Ele não pária
Escravos de jó
Jogavam cachimbo
Nenhuma praia a vista
Piratas de avenidas
Pediam um tostão
Mendigar a luz fosca
Era receita antiga
Um botão da camisa
Caiu
O relógio parou
Nem fim
Nem começo
Vazio e silêncio
Compunham a
valsa de partida
A ouro eram escritas
As partituras
Um raio de sol tocou a noite
Tinha arte na ardência do broto
Nas roseiras
Os espinhos sentiam fome
Os vômitos
Escorriam pelo esgoto
Nas veias
O sangue endureceu
E um branca de neve
Desapareceu
As fantasia adormecem
Era tarde pra deslocar os corvos
As aves já devoram as carniças
As picadas eram sentidas
A pele arrancada em vida
...
Carretel em fogo
Mel Inquieta / Melina Guterres
04/08/21
A Travessa
Vozes cruzam o tempo
Uma moto acelera
O silêncio atravessa
No forno
Barulhos da fervura
Na travessa
Cozinha o caos
Gargalhadas
Temperadas com sal
Sem argilas
Nem arte esculpida
Na tênue
Terna
Terra
Um polvo enfeita o medo
Lantejoulas em lajotas frias
Adubo em ruínas
Café frio
No bolicho
Um assalto
Leva a alma
Resgate pago
Em pedra
TicTac
Nenhum despertador
Desperta
Mel Inquieta
WWW.INSTAGRAM.COM/POESIACOMMEL
Liberati
Liberte-se
"Oração"
Tempo Bandido
Sem máscaras.
Efeitos de outras estradas
Sem medo de perder
O fardo do tempo
Sem vergonha
Das largas estrias de dentro
Um honesto sentimento
Um naco de vermelho
Um súbito adormecimento
Nos olhos o futuro Invisivel
Na parada
Um ônibus sem passageiro
Pés que andam
Que transitam
Pés que vagam
Que caem
Atropelam
Pés
Melina Guterres
#poesia #poeta #poema #semfiltro #semmaquiagem #poesiacommel #melinquieta #melinaguterres #pés
Pés
Sem máscaras.
Efeitos de outras estradas
Sem medo de perder
O fardo do tempo
Sem vergonha
Das largas estrias de dentro
Um honesto sentimento
Um naco de vermelho
Um súbito adormecimento
Nos olhos o futuro Invisivel
Na parada
Um ônibus sem passageiro
Pés que andam
Que transitam
Pés que vagam
Que caem
Atropelam
Pés
Melina Guterres
#poesia #poeta #poema #semfiltro #semmaquiagem #poesiacommel #melinquieta #melinaguterres #pés
Nata, um dia para amar
É Natal
tem um ruído
Entre o trilho do trem
E o apito de um ano Novo
Que lembra que a cada dia
Mais velho fica o tempo
E a ponta dos meus dedos
Noel voou sem trenó
Deixou lá fora meu sono
Infantil mergulhado na
Fantasia da inexistência
Uma figura que todo ano vem e
não vem
Deixa à espera
Como muitos cristãos
Que brindam o nascimento aguardam a volta de seu Deus
Tanto céu,
Pouca terra
Impossíveis de trenós e renas
Num sistema de visão externa
Cadê os olhos de dentro?
Papai Noel é aquela moça que
Preparou a sopa a um desconhecido Cristo que tem fome.
Uma mãe que trocou o dia pela noite
Para ter um panetone
Um pai que não dormiu a noite
Uma avó doce
Um irmão que trouxe a cerveja
Um tio que assa o churrasco
A prima que prepara a maionese
A tia que traz o pudim
Em volta da árvore,
Carências disfarçadas
De presentes.
Símbolos por uma troca de abraços
Natal
Um dia, uma desculpa para amar
Melina Guterres
#natal #feliznatal #poesia #amar #umdiaparaamar #poeta #poesiacommel #melinquieta #melinaguterres
Seja Forte - Poema de Melina Guterres Música de Nilze Benedicto
Seja Forte
Todo dia
Seja Forte
Noite
Dia
Seja Forte
Ontem
Hoje
Amanhã
Seja Forte
Numa tempestade
Numa travessia
Num desespero
No dia-dia
Seja Forte
Estimulam os fortes
E o que resta a nós, os fracos?
Poesia!
Publicado no Instagram em:
www.instagram.com/p/BkbKelKnS39/?igshid=tn15plxiqeas
Todo dia - Melina Guterres
Tem um poema na esquina
Na bolsa que gira
Tem um poema na louça suja
No jantar mais frio que carne crua
Tem um poema na mãe,
Na menina, na idosa
Tem um poema atravessando
O tempo
Tem um poema quebrando silêncios
Tem colheres sendo usadas
Tem uma nova sopa
Um sal ação
Uma mulher fazendo o próprio pão
Tem uma legião
Um país em mãos
Um Cristo morto na esquina
Todo dia um número ressuscita
Do pó à capa de notícias
Todo dia uma mulher é vítima
Um novo tempero soluça, implora, grita:
Empatia!
Está servido o jantar?
Melina Guterres
Acompanhe:
www.facebook.com/asmulheresquedizemnao
Arte:
#quino
#poema #poesia #poeta #melinquieta #mulheres #melinaguterres #empatia
SEM VIAS / Melina Guterres
Amanheceu Belchior
Adormeceu Romaria
Numa quadra
Sem vias
Só havia subida
Pés tortos
Cegos
Sentiam a vida
No forno
A comida
A espera do sal
Na avenida
Romaria
O encontro
Do chão do sertão
Com o erudito de portão
Meu olhar
Nas estranhezas
De um suco
Sem áçucar
Paladar
Tinha voz
Pigmentos
Esculpiam
A porta
Coração
Selvagem
Mordia
Uma corda
Perdia
Seu fio
Alucinação
Do dia-dia
Na areia no Rio de Janeiro
Na terra vermelha do interior da Bahia
Na montanha removida do Pará
No frio da fronteira do Sul
Na capital dos negócios
"Um preto, um pobre
Uma estudante
Uma mulher sozinha"
"De sonho e de pó"
Melina Guterres - @melinquieta
Músicas referénciadas:
Alucinação e Coração Selvagem de Belchior
Romaria de Renato Teixeira
Foto reprodução.
#poesiacommel #poema #poeta #poesia #sertao #romaria #belchior #alucinação
Origem
A sala
OXIGÊNIO
Mergulhar num oceano
Poesia
Beber palavras engasgadas
Vomitar um reino
Ser forte como uma abelha rainha
Dona e criadora
Do próprio mel
Um molusco
Que transforma lixo
em pérolas
Ora, ora
Pra que serve um oceano, afinal?
Se o corpo pesa,
Que o sal reine
Como o mar morto
Onde nada afunda
E se algo finda
Seja o confinamento
De uma consciência
Que esqueceu de reproduzir
O próprio oxigênio
Que toda guerra
Sejam guelras
Melina Guterres / Mel Inquieta
escrito em 22/10/2020
https://www.instagram.com/p/CGyt_mqj_Q4/
NEGAÇÃO
Negação
Desejou felicidade aos demônios
Retirou armas do campo de batalha
Escalou montanhas
Aprendeu a ter as garras de uma fera
Descobriu o sopro do vento
Desenvolveu afiadas orelhas
Correu tanto
Que seus pés viraram patas
Guardou tanto rancor que
Seus ossos cresceram
como facas no alto de sua cabeça
Esculpiu a luxúria com arte sacra
Deglutiu a ira sufocada
Escondeu a prata
Fingia não sentir nada
Negou a própria dor
Negou tanto o próprio ódio,
Inveja e desejo de vingança
Negou tanto que se tornou
Seu próprio demônio.
Temia espelhos
Os demônios?
Eram sempre os outros
Do alto de uma pedra
Um animal
Em metamorfose
Abandonava seu casulo
Fez da dor as asas mais belas
Ergueu poeiras
De uma era
E de si mesmo
Se libertou
A borboleta
Não olhou pra trás
Ela só voou
MELINA GUTERRES / MEL INQUIETA
www.instagram.com/poesiacommel
O CORVO
O corvo
Tinha o latido de um porco
Uma faca na garganta
Palavra afiada
No aço dos dias
Um cuspe
Mentira
Uma lágrima
Publicada
Na era passada
Um apelo por socorro
Um futuro numa vela
Fria e apagada
Um corvo
Cruzava a beira
Da estrada
Faminto
Devorava
Uma velha
Caça
Tinha sede
De sangue
Quente
Partia
Voava
O tempo em rodas
O asfalto
Vermelho cinza
A chuva,
Lavava as carcaças
Uma pedra quicava
No meio da estrada
Até a próxima
Selvageria
MELINA GUTERRES / MEL INQUIETA
www.instagram.com/poesiacommel
CADÊ O ARTISTA? - Texto de Melina Guterres / Mel Inquieta
CADÊ O ARTISTA?
Jornalista
Cadê o ato?
Cadê a cena?
Cadê as personagens?
Cadê o teatro?
Cadê a música?
O dançarino?
O palhaço?
Cadê o cenário?
Cadê o músico?
O palco?
O rádio?
Onde está a televisão?
Onde está o cinema?
Cadê a sinceridade?
A emoção?
O sentimento?
A alma?
O público?
A verdade?
Cadê a senhora que chora?
O padre que condena?
O moço que solta gargalhadas?
Cadê, Cadê, Cadê a alegria e a tristeza?
O circo,
A fantasia,
A criatividade,
Cadê o espetáculo?
O teatro está vazio!
Cadê o artista?
Artista
Estou aqui
Escondido,
Esquecido,
Desvalorizado,
Desmoralizado,
Tudo “zado”,
U-sado.
Quem paga mais?
Leiloado!
Não vou ao teatro
Não tenho “tempo”,
Estou fora do pedaço,
Não me condeno,
Guardo os meus sonhos,
Busco um emprego
Por onde andarão os meus colegas?
Jornalista
Entenda sou quem questiona,
Você quem responde.
Sou quem procura,
Você quem encontra.
Sou o homem,
Você o espelho...
Mas e a minha, a nossa, a vossa, a sua, imagem no banheiro, cadê?
Artista
Quem é você?
O que você quer?
Jornalista
Sou a dúvida
A curiosidade
Aquele que busca
E instiga a verdade....
Artista
Já sei você é o bilheteiro do teatro,
Aquele que perdeu o emprego?
Jornalista
Antes fosse
Mas agora já é tarde
Sou quem vê e registra
Sou quem implora compaixão,
Caridade e tem sede de justiça!
Sou o olho, a voz,
O ouvido, a boca
Do povo.
Sou a verdade
Sou a mentira,
A vaidade.
Sorrio, choro
Esqueço, apago
Tudo no final
Da tarde.
Sou quem conhece a verdade,
A verdadeira realidade.
Não sou mito,
Nem fantasia,
Sou jornalista.
E por isso hoje eu grito:
Quanta falta faz um artista!!!!
Melina Guterres / Mel Inquieta
Escrito em 2004 em Salvador-BA
Foto: Melina Guterres em cena sendo o artista durante as gravações do curta Espelhos Paralelos em 2008 no Rio de Janeiro-RJ
Links:
http://poesiacommel.blogspot.com/2009/02/1-poesia-cade-o-artista.html
http://espelhosparalelos.blogspot.com/
este áudio foi gravado em 02/09/2020 em Santa Maria-RS
ENTREGAS poema de Melina Guterres / Mel Inquieta
ENTREGAS
Esse ato de escrever
Que me consome
Alivia
Desperta
Mata a fome
e sede
Esse ato de criar...
Personagens que chegam
e só saem quando tomam as rédeas dos meus dedos
Esse ato de escrever...
que gira feito vento
ora ama, ora mata,
ora cura, salva,
envenena, fere... Essa liberdade que me dou
Não encontrei em nenhuma farmácia
Em nenhuma química barata
Ela é bem mais cara
Escrever com liberdade
É o gozo tântrico
É o palco para o teatro
É a câmera do cineasta
É o instrumento do músico
É a caneta do autor
virada em pulsantes veias
É a vida
Eco que retumba
feito a tumba
vazia
de quem nunca morreu
Não há morte
para a escrita
Nem pra liberdade
do meu eu
Melina Guterres / Mel Inquieta
#poesia #escrever #liberdade #ato #entrega #poeta #poetisa
Instagram: https://www.instagram.com/p/B7PtenTgmcS/
Navio Blue poema de Melina Guterres / Mel Inquieta
Eu te amo
Pode ser um estranho
Num navio blue
Sem remo
Mel Inquieta/Melina Guterres
TRINCHEIRAS INVISÍVEIS poema de Melina Guterres (Mel Inquieta)
TRINCHEIRAS INVISÍVEIS
Era meio sol
Meia foice
Meio imundo
Obscuro
Tinha um demônio nas antenas
Nos raios da comunicação
Tinha um facão
Na trincheira
Da mata selvagem
Uma Amazonas
Enchia meu cálice
Com a pureza do rio das dores,
das lágrimas de múltiplas mulheres
No peito, o colo,
Meu rosto era pintado
Com o traço da guerra
Que há pouco não via,
Como poderia?
Se a margem do rio
Não permitia?
- Nem todo horizonte
É fronteira
Nem toda mulher
Restrita
Repetia
A sábia índia
Num canto
No balanço
Do um corpo
Que protegia
Outro corpo
Num leve sono
De recomposição
Até a próxima
Trincheira
escrito em 15/07/2020
Melina Guterres / Mel Inquieta
Arte: EW divulgou uma nova arte conceitual do filme da Mulher-Maravilha que mostra a heroína caminhando calmamente no meio das trincheiras da Primeira Guerra Mundial
RUÍNAS - Poema de Melina Guterres (Mel Inquieta)
Ruínas
"Se essa rua, se essa rua fosse minha..
Eu mandava ladrillhar com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes para o meu amor passar.
Nessa rua tem um bosque que se chama solidão..."
Hoje não tem poema
Tive um lapso com o tempo
Fui lá ao final de 1700
Quando aqui
Ainda era apenas
um acampamento
17 de maio de 1858
Nascia a cidade Santa Maria
De lá pra cá
ferrovia
vila belga
universidade...
universidades..
Quanta história se faz
Quantos passos se dão nas ruas de Santa Maria?
Mas o que me inquieta
São as memórias de uma senhorinha
Sua juventude foi divertida
Nas festas de um casarão
Que até capela dentro havia...
Hoje nem ruínas... Já um professor aposentado,
Num olhar nostálgico pela Catedral da Av. Rio Branco me dizia "Aqui me casei há 55 anos"
Pude ver por um instante
ele com a sua noiva entrando
Há mais de meio século pisando
no mesmo chão que tocava a sola dos meus sapatos.
Como diz o padre Ênio:
Tem patrimônio que não tem preço.
Tá escuro, tá escuro aqui dentro
Sem a luz do conhecimento
Tudo vira ruínas
Nosso passado
Nossa história
Nosso tempo
Nossas memórias
Num tijolo em queda
Em queda,
Em queda,
Em queda... Até quando vamos deixar nossa identidade virar pó?
Essa rua, essa rua ela é nossa
Vamos todos ensinar a preservar
O patrimônio, o patrimônio e história
Para a memória, a memória ativar
- MELINA GUTERRES / Mel Inquieta -
Poema escrito para o Coletivo Memória Ativa que defende o patrimônio histórico e cultural de Santa Maria-RS.Apresentação em seu lançamento oficial no Casarão da TV Ovo.
Dançarino: Lucca Pilla
#poesia #poema #santamaria
Foto em pb do Dartanhan Baldez
No instagram: https://www.instagram.com/p/Bx9VDzFAUpX/
POEMA: SENHORA ANSIEDADE
Senhora Ansiedade
O reflexo grita:
- Ansiedade domina
Eu grito:
- Farei minha amiga
Na palavra escrita
No passo dado
No peso levantado
Na força jogada
No corpo em disciplina
Em tempos de "corona"
Dispensarei rascunhos
Publicarei tudo
Se me dominas
Domine meu tempo
Disciplina minha língua
Intensidade bastante
Eu tenho
Pra ser tua amiga
- Melina Guterres / Mel Inquieta -
No instagram: https://www.instagram.com/p/B-brfPOgZs6/
Arte: trecho da obra Galatea (Moreau 1978/1980)